Buscar

Resumo de Direito Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo de Direito Constitucional
3º Bimestre 
Direitos Políticos
Direitos políticos, democracia, cidadania e dignidade da pessoa humana.
Democracia é o governo fundado na vontade do povo, na soberania popular, ou seja, é o governo do povo. Cidadania relaciona-se com o status activus, direito de participação ativa na formação da vontade política estatal, ou seja, participar do processo democrático decisório. Direitos políticos e dignidade da pessoa humana caracterizam a pessoa como sujeito e não objeto da vontade estatal. 
Isso significa que, com o direito de votar e se candidatar – direito político ativa e passivo -, o sujeito terá assegurado sua condição de pessoa no processo de decisão sobre sua própria vida e da comunidade que faz parte, não sendo um mero súdito/objeto do Estado. 
Direitos Políticos e Direitos Humanos.
No plano internacional, Direitos Políticos são Direitos Humanos. 
A formatação concreta dos direitos políticos diz respeito ao processo político interno dos estados. 
Pautas mínimas: 
- A criação da ONU foi um marco dos direitos humanos. Antes, havia muita independência dos países acerca dos direitos humanos. Com a criação da ONU, um número mínimo de direitos deveria ser respeitado pelos países (mínimo ético comum). 
- A ONU diz que deve ser garantido o voto direto (vota diretamente no meu representante), como esse voto será exercido, dependerá de cada país, mas tem que haver a garantia do voto direto. 
Diálogo entre as fontes e controle de convencionalidade: 
- Diálogo entre o direito internacional e o direito interno. Se deve haver um conjunto mínimo de direitos respeitados, e o país concordar, então o país deve respeitar internamente. 
- Controle de convencionalidade: quando observamos se uma lei é compatível com um tratado internacional. 
Direitos Políticos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Art. 21
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1992). Art. 3 e 25
Pacto de San José da Costa Rica – Convenção Interamericana de Direitos Humanos. Art. 23
Os principais direitos presentes nesta Declaração e nestes Pactos dizem respeito à: 1) participação, ativa/passiva e democrática, na condução dos assuntos públicos do seu país; 2) acesso às funções públicas do país; 3) igualdade dos direitos civis e políticos; e 4) possibilidade de restrições por meio de idade, nacionalidade, residência, idioma, instrução, capacidade civil/mental, ou condenação. 
Direitos Políticos.
Em sentido estrito, direitos políticos são direitos e garantias destinados a assegurar uma livre e eficaz participação do cidadão nos processos de tomada de decisão na esfera estatal. 
Regime constitucional dos Direitos Políticos
Todos os direitos políticos são Direitos Fundamentais. Por causa disso, no seu aspecto formal são cláusulas pétreas, e no aspecto material preocupam-se com a dignidade da pessoa humana e a democracia. 
Direitos Políticos, logo, Direitos Fundamentais têm regime jurídico reforçado. Portanto, as consequências são:
Historicidade: significa dizer que diferente dos direitos naturais, esses são direitos que tiveram que ser conquistados. São direitos históricos, p. ex., o voto das mulheres.
Aplicação imediata: as regras definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, de acordo com o art. 5º, § 1º da CF.
Cláusulas pétreas: devido o aspecto formal dos direitos fundamentais, conforme o art. 60, § 4º da CF.
Inviolabilidade: de acordo com o art. 5º, caput da CF.
Aplicação do regime de controle das restrições em matéria de DDFF, em especial da proporcionalidade e das reservas legais simples e qualificada.
Dimensão subjetiva: pode ser negativa – se abster - ou positiva – fazer. P. ex. deveres no campo da organização e do procedimento, organização da justiça eleitoral, de procedimentos e técnicas procedimentais e processuais aptas a assegurar a fruição dos direitos políticos.
Dimensão objetiva: relaciona-se com o Poder Judiciário, Executivo e Legislativo. P. ex. controle de constitucionalidade, constitucionalização e deveres de proteção. 
Eficácia vertical: Estado.
Eficácia horizontal: particulares. P. ex. propagandas eleitorais por rádio e tv. 
Espécies de Direitos Políticos
Os Direitos Políticos subdividem-se em: 1) direitos políticos ativos, referentes ao sufrágio ativo, ou seja, a capacidade eleitoral de poder votar. 2) direitos políticos passivos, referentes aos direitos de se candidatar a cargos eletivos, ou seja, a capacidade eleitoral passiva. 
Como observa Ingo Sarlet, as inelegibilidade, perda e suspensão de direitos políticos ativos e passivos não se tratam de direitos negativos porque não são direitos em si, apenas são restrições. 
Direito político ativo: 
Sufrágio é diferente de voto. Sufrágio refere-se ao direito de votar e ser votado. Voto é a forma de exercer o direito ao sufrágio. 
O art. 14 da Constituição Federal diz que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. 
Nesse sentido, observa-se que o âmbito de proteção do sufrágio vai além do voto, abarcando outras formas de exercício do direito político como o plebiscito (uma ideia é apresentada ao povo antes), referendo (a lei será criada para depois ser consultado o povo, mas somente será aprovada se tiver adesão social) e a iniciativa popular. 
As características do sufrágio e do voto são:
Universalidade: prima facie, não se deve fazer distinções quanto a titularidade. A universalidade, contudo, é relativa pois comporta restrições, p. ex., à nacionalidade e à idade mínima.
Caráter direto: o eleitor escolherá de maneira direita seus candidatos. Refere-se ao princípio da imediatidade do voto.
Caráter secreto do voto: o eleitor pode manter em segredo sua manifestação. Isso garante que o eleitor não sofrerá pressões e constrangimentos. 
Liberdade de sufrágio no ato de votar: o eleitor terá a liberdade de escolher se comparecerá às urnas para votar. 
Igualdade de sufrágio: na capacidade eleitoral ativa, uma pessoa terá direito à apenas um voto. Na capacidade eleitoral passiva, deve-se ter condições e oportunidades iguais entre todos os candidatos.
Personalíssimo: mesmo com procuração, terceiros não podem exercer o direito político ativo de outrem.
Periódico: os mandatos terão prazo determinado. Garantia à temporariedade do mandato.
Titularidade: em regra, têm direitos políticos os nacionais – brasileiros natos e naturalizados. A titularidade difere-se da capacidade de exercício do direito. Para poder votar, precisa ter acima de 16 anos. Para poder se candidatar, há diversas condições de elegibilidade. 
As condições para exercer o sufrágio ativo, capacidade de eleger/votar, cujo exercício se dá nas eleições, plebiscitos e referendos, são: 
nacionalidade brasileira: brasileiros natos e naturalizados. 
Idade: mínimo 16 anos.
Título eleitoral: o alistamento eleitoral na forma da lei é obrigatório para maiores de 18 anos, sendo facultativo para analfabetos, maiores de 70 anos e para + de 16- de 18 anos.
Não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório: enquanto estiver servindo, o direito ativo está suspenso. 
Como visto, o voto e o alistamento eleitoral são:
Obrigatórios: para maiores de 18 anos e menores de 70.
Facultativos: para maiores de 16 e menores de 18, para analfabetos, para maiores de 70 anos.
Ao se tratar de pessoas portadoras de deficiência, aplicar-se-á a regra dos maiores de 70 anos caso seja impossível ou muito difícil cumprir suas obrigações de votar e de tirar o título de eleitor. Portanto, será facultativo. 
Direito político passivo: 
A capacidade eleitoral passiva refere-se à capacidade de concorrer em pleito eleitoral. Trata-se, portanto, da elegibilidade. Esse direito, contudo, não é absoluto e sofre restrições. Sendo assim, para poder exercer o sufrágio passivo, deverá ser atendido alguns requisitos, as condições de elegibilidade.Elegibilidade refere-se ao direito de postular um cargo eletivo, capacidade eleitoral passiva. Condições de elegibilidade (+) são requisitos exigidos e que devem ser preenchidos para que o cidadão possa se candidatar. Inelegibilidade (-) são pressupostos ou condições negativas que quando preenchidas impedem o exercício do sufrágio passivo.
As condições de elegibilidade estão previstas no art. 14, § 3º da CF e são:
Nacionalidade brasileira: observação - portugueses equiparados, residentes no Brasil.
Pleno exercício dos direitos políticos: não podem estar suspensos ou ‘perdidos’.
Alistamento eleitoral: título de eleitor.
Domicílio eleitoral na circunscrição: diferente do domicílio civil.
Filiação partidária: proibida candidatura avulsa.
Idade mínima: deve ser preenchida na data da posse. 
35 anos: Presidente-Vice e Senador.
30 anos: Governador-Vice.
21 anos: Deputados Fed-Est, Prefeito-Vice, juiz de paz.
18 anos: Vereador. 
Restrições aos Direitos Políticos 
Restrições:
Como visto, os direitos políticos subdividem-se em ativo e passivo. Eles, entretanto, não são absolutos, significa dizer que podem vir a sofrer restrições, nesse caso, as chamadas inelegibilidades e as hipóteses de perda e suspensão. 
Inelegibilidades
As causas de inelegibilidades configuram-se como situações que impedem o exercício do sufrágio passivo. Ou seja, restringem a capacidade eleitoral passiva. Essas causas configuram-se como condições negativas, ou seja, se presentes impedem seu exercício (diferente das condições que elegibilidade que são positivas, ou seja, para o seu exercício devem ser preenchidas). 
A finalidade das causas de inelegibilidades, conforme o art. 14, § 9º da CF, é proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 
As inelegibilidades podem ser constitucionais e infraconstitucionais. As constitucionais podem ser apontadas a qualquer momento. As infraconstitucionais – legais -, devem ser apontadas até o momento da candidatura, sob pena de preclusão, ou seja, devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas e jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade. 
Quadro de inelegibilidades:
Absoluta: 
Inalistáveis.
Estrangeiros e conscritos.
Analfabetos.
Relativa: 
Por motivos funcionais:
Para mesmo cargo (reeleição);
Para outros cargos (desincompatibilização).
Cônjuge/parentesco/afinidade:
Inelegibilidade reflexa;
Militares:
Menos de 10 anos de serviço;
Mais de 10 anos de serviço.
Legais:
LC 64/94 + LC 135/2010 (lei da ficha limpa). 
Inelegibilidade absoluta:
O art. 14, § 4º da Constituição prevê que são inelegíveis os Inalistáveis e os analfabetos. Esse impedimento eleitoral é para qualquer cargo eletivo, a Constituição lista as situações em que o individuo não pode concorrer a eleição. A inelegibilidade absoluta diz respeito a características pessoais, e é excepcional pois refere-se apenas às hipóteses que a CF traz. 
As hipóteses de inelegibilidade absoluta são:
Inalistáveis; 
Analfabetos.
Os analfabetos possuem, contudo, a capacidade eleitoral ativa, é, porém, facultativa. O Inalistáveis, não. 
Inalistáveis: 
De acordo com o art. 14, § 2º da CF, não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período de serviço militar obrigatório, os conscritos. São, também, inalistáveis os menores de 16 anos (absolutamente incapazes) e os que se encontram temporária ou definitivamente privados de seus direitos políticos (perda e suspensão). 
O inalistável não pode votar e nem concorrer a qualquer cargo político. 
Analfabetos: 
Para comprovar a situação de alfabetizado, os Tribunais têm aceito o comprovante de escolaridade, caso a pessoa não tenha, aceitam também uma declaração de próprio punho do interessado. * Recordar do caso do Tiririca. 
É possível, de modo facultativo, o exercício do sufrágio ativo aos analfabetos. 
Inelegibilidade relativa: 
Diferente da inelegibilidade absoluta, que dizia respeito a característica pessoais, a inelegibilidade relativa refere-se às restrições à elegibilidade para certos mandatos específicos em razão de situações especiais existentes no momento da eleição, em relação ao cidadão. 
Para Ingo Sarlet, a capacidade eleitoral passivas é restringida apenas de forma parcial, guardando relação com o pleito ou com o cargo a ser preenchido, não impedindo de forma generalizada. 
As hipóteses de inelegibilidade relativa são:
Pela função exercida;
Por motivo de casamento, parentesco e afinidade;
Dos militares;
E de previsão de ordem legal. 
Em razão da função exercida: 
Subdivide-se em: 
Para o mesmo cargo – reeleição;
Para cargo diferente – desincompatibilização.
Reeleição: 
Trata-se da inelegibilidade relativa em razão da função exercida para um terceiro mandato sucessivo. O art. 14, § 5º da CF traz que o Presidente da República, os Governadores, Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. Para isso, entretanto, não há necessidade de desincompatibilização. 
Nesse sentido, para chefe do poder executivo e quem os houver substituído ou sucedido, será permitido uma reeleição para um único período subsequente e cria inelegibilidade para o mesmo cargo para exercício de terceiro mandato subsequente. A substituição é a investidura no cargo de forma transitória, e a sucessão é a investidura do cargo do titular de forma definitiva. (Presidente > Vice-Presidente > Presidente da Câmara dos Deputados > Presidente do Senado Federal > Presidente do Supremo Tribunal Federal). 
Em caso de substituição do Chefe do Executivo, se for até seis meses antes do pleito eleitoral, poderá se candidatar à Presidência normalmente, inclusive podendo disputar à própria reeleição. Caso a substituição seja nos seis meses anteriores ao pleito, o substituto poderá candidatar-se ao cargo do titular apenas uma vez, porque se torna inelegível para um terceiro mandato consecutivo, já que essa substituição será considerada um mandato. 
Em caso de sucessão definitiva do Chefe do Executivo, conta-se a quem sucedeu um primeiro mandato. Desse modo, será permitido apenas mais uma candidatura ao mesmo cargo, sendo vedado um terceiro mandato. 
Para casos de candidatura em munícipio diverso, o STF entendeu que é proibido a candidatura de prefeitos que já atingiram o número máximo de mandatos sucessivos (2) em outras cidades. Isso caracterizaria um terceiro, quarto, quinto mandato, o que é vedado pela Constituição. Tal pratica de “prefeitos itinerantes/professionais” é proibida. 
Concorrer a outros cargos – desincompatibilização:
O art. 14, § 6º da CF traz que para concorrerem a outros cargos, o Presidente, os Governadores e os Prefeito devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Isso significa que se eles não renunciarem seis meses antes do pleito, serão considerados inelegíveis para outros cargos. 
Incompatibilidade é o impedimento para candidatar-se que decorre do exercício de cargo, emprego, ou função públicos. Nesse caso, a incompatibilidade é daquele que não renunciar seis meses antes das eleições (desincompatibilizar) para concorrer a cargo diverso daquele que já exerce. 
Desincompatibilização é o ato pelo qual o candidato se desvincula da inelegibilidade a tempo de concorrer à eleição cogitada. 
A desincompatibilização é reservada aos ocupantes de cargo público aos quais a lei impõe afastamento definitivo de suas funções, cessando a remuneração paga pelos cofres públicos e, o mais importante, a possibilidade de abuso de poder econômico ou político. O candidato que incide em uma inelegibilidade relativa deve desincompatibilizar-se no prazo estabelecido, para que quando for registrar sua candidaturaesteja elegível.
A finalidade da desincompatibilização, como percebido, é um meio de impedir que o Chefe do Executivo (federal, estadual, distrital ou municipal) possa valer-se dos poderes do cargo que ocupa para desequilibrar o pleito em seu favor. Por isso mesmo, o fato de não houver desincompatibilização para reeleição vêm gerando críticas. 
Aos vices, é permitido que continuem com seus respectivos mandatos enquanto concorrem a outros, desde que não tenham substituído o chefe do executivo nos últimos seis meses anteriores ao pleito. Portanto, a desincompatibilização não é necessária desde que o vice não tenha sucedido ou substituído o titular nos seis meses anteriores ao pleito, senão será considerada uma eleição e não poderá se candidatar a outros cargos que não ao de vice e de titular. LEMBRAR -> NÃO PODE TER SUCEDIDO OU SUBSTITUÍDO 6 MESES ANTES DO PLEITO!
Em razão de casamento, parentesco e afinidade
A inelegibilidade relativa em razão de casamento, parentesco e afinidade é reflexa/ indireta. Está prevista no art. 14, § 7º da CF. 
A inelegibilidade direta é aquela que decorre de causas e ou fatos relacionados ao próprio individuo sobre o qual a restrição acaba por incidir. Já a inelegibilidade reflexa ou indireta é aquela que as causas ou os pressupostos se relacionam a outros indivíduos e que apenas indiretamente, ou por via reflexa, acabam por incidir sobre aquela ao qual a inelegibilidade se dirige. 
São inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins até o 2] grau ou por adoção... (pais–filhos, irmãos, avós-netos, sogro-sogra, genro-nora, cunhado-cunhada, padrasto-madrasta). A finalidade é impedir o monopólio do poder político por grupos hegemônicos ligados por laços familiares. LEMBRAR -> PRIMOS, TIOS, SOBRINHOS SÃO ELEGÍVEIS! 
A lógica da inelegibilidade por laço sanguíneo variará de acordo com o cargo do titular. Se for Presidente, os familiares não poderão se candidatar no país todo – seja qual for o cargo. Se for Governador, os não poderão no Estado – qualquer cargo (prefeito, Governador, Dep. Estadual e Dep. Federal e Senador nas vagas do Estado). Se for Prefeito, não poderão no munícipio (prefeito e vereador). 
Muito IMPORTANTE LEMBRAR, se o cônjuge/parente/afim já tiver mandato eletivo, não há impedimento pra pleitear reeleição, mesmo que dentro da circunscrição do chefe do Poder Executivo. Esse é o caso da Governadora do Paraná e sua filha. A filha da Cida já era deputada estadual, portanto, poderá tentar reeleição. 
IMPORTANTE TAMBÉM, caso o Chefe do Executivo renuncie seis meses antes da reeleição, seu cônjuge/parente/afim poderá candidatar-se a todos os cargos eletivos, até por ele ocupado, desde que pudesse concorrer a própria eleição afastando-se a inelegibilidade reflexa. Esse é o caso de Beto Richa e Marcelo Richa. O pai renunciou seis meses antes para concorrer ao Senado, portanto, cabe elegibilidade ao filho que está concorrendo como Dep. Estadual. 
A Súmula Vinculante 18, diz que a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista na CF. Isso acontece porque há muitos casos de divórcio para que o companheiro possa candidatar-se. Entretanto, se o casal estiver separado de fato antes do mandato, mas se a separação judicial sair durante a reeleição, a inelegibilidade é afastada. 
Parlamentares:
A inelegibilidade dos parlamentares ocorre somente quando houverem substituído o Chefe do Poder Executivo nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral. Não havendo ocorrido isso, não há impedimentos, podendo se reelegerem quantas vezes quiserem. 
Militares:
Inelegibilidades relativas a militares são impedimentos ao direito de os membros das Forças Armadas (exército, marinha e aeronáutica) e os militares dos Estados, DF e Territórios (bombeiros, polícia militar) candidatarem-se ao pleito eleitoral. 
De acordo com art. 14, § 8º da CF, o militar alistável é legível se (I) contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; (II) contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
Do registro da candidatura até a diplomação ou seu acesso às forças armadas ele é mantido como agregado, afastado temporariamente, caso conte mais de 10 anos de serviço, se contar com menos de 10 anos, será afastado definitivamente, ou seja, será excluído do serviço ativo definitivamente – mesmo eleito ou não - e posto na reserva não remunerada. 
Portanto, as condições de elegibilidade dos militares são:
Militar alistável: não deve estar em condição de conscrito.
10 anos de serviço:
Se tiver menos, deverá afastar-se da atividade;
Se tiver mais, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
Os militares não podem ter filiação partidária. Como registrar a candidatura desse modo? O partido político que ele tem a intenção de se afiliar caso seja eleito deverá fazer sua candidatura. O STE considera válido o registro pelo partido se autorizado pela pessoa. Vale lembrar que umas das condições de elegibilidade é a filiação política, desse modo, é vedada o registro de candidatura sem partido. 
Na forma da lei complementar 
Se tratam das inelegibilidades que estão previstas fora da Constituição Federal, apesar da CF fazer nota a respeito delas “art. 14, § 9º, lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação”. A finalidade é proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 
São as Leis Complementares:
LC 64/90.
LC 135/2010 – lei da ficha limpa. 
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos
Como já vimos, os direitos políticos subdividem-se em ativos e passivos. A titularidade do direito ao sufrágio abrange todos os brasileiros, entretanto, está sujeito a restrições. As restrições correspondem às 1) condições para o exercício do sufrágio ativo; 2) condições de elegibilidade; 3) causas de inelegibilidade; 4) perda de direitos políticos; e 5) suspensão de direitos políticos. As privações de direitos políticos referem-se à suspensão e à perda de direitos políticos. 
Privações de direitos políticos dizem respeito a situações em que o cidadão é privado tanto de seu direito de votar quanto do seu direito de se candidatar a mandatos eletivos, seja de forma temporária ou de forma definitiva. Para Ingo Sarlet, entretanto, a perda dos direitos políticos é uma privação definitiva relativamente, já que é possível readquirir os direitos políticos. 
O art. 15 da CF traz os casos de perda ou suspensão dos direitos políticos. Não há, porém, uma diferenciação nas hipóteses de perda e suspensão, isso é feito pela doutrina em razão da natureza e dos efeitos da situação;
Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
Incapacidade civil absoluta;
Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
Recusa de cumprir obrigação a todos impostas ou prestação alternativa;
Improbidade administrativa.
Perda dos Direitos Políticos
A perda dos direitos políticos caracteriza-se pela provação absoluta/definitiva. Não há prazo para a retomada dos direitos políticos. Ingo Sarlet, por outro lado, diz que é uma privação absoluta relativa, já que é possível readquirir os direitos políticos, mesmo que sem prazo.
As hipóteses são:
Perda da nacionalidade brasileira:
Cancelamento de naturalização por sentença judicial transitada em julgado;
Perda da nacionalidade por aquisição voluntária de outra.
Descumprimento de obrigação legal a todos impostas e prestação alternativa. 
Perda da nacionalidade - Cancelamento de naturalização:
O art. 12, § 4º da CF prevê que será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que (I) tivercancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
Significa, desse modo, que haverá o cancelamento de naturalização depois de sentença transitada em julgado. Esse é um efeito automático da sentença, não precisa estar expresso, portanto. A pessoa que tiver o cancelamento de sua naturalização voltará à condição de estrangeiro, ou seja, inalistável e inelegível. 
Perda da nacionalidade - Aquisição voluntária de outra:
O art. 12, § 4º da CF prevê que será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que (II) adquirir outra nacionalidade.
Desse modo, o brasileiro, mesmo o nato, que se naturaliza em outro país perderá a nacionalidade brasileira. Isso ocorre por meio de um processo administrativo, com declaração final do Presidente da República. A perda da nacionalidade acarreta a perda dos direitos políticos, ativo e passivo.
Recusa de cumprir obrigação a todos impostas ou prestação alternativa:
O art. 5º, VIII da CF declara que ninguém, a princípio, será privado de seus direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a cumprir prestação alternativa. Esse dispositivo garante a chamada escusa de consciência. Entretanto, em se tratando de obrigação legal imposta a todos, e de descumprimento de obrigação alternativa, a pessoa poderá ter seus direitos políticos privados.
Sarlet observa que a perda dos direitos políticos se dará apenas em caso de obrigação alternativa prevista e regulamentada por lei, “de tal sorte que na falta de previsão legal, não poderá ocorrer a privação dos direitos políticos.”
A reaquisição será possível apenas quando o indivíduo, a qualquer tempo, cumprir a obrigação ou prestação alternativa. 
Suspensão dos Direitos Políticos
A suspensão dos direitos políticos caracteriza-se como sendo a privação temporária/relativa. Para readquirir, bastará que cessem os motivos que determinaram a suspensão. 
As hipóteses são:
Incapacidade civil absoluta;
Condenação criminal transitada em julgado;
Improbidade administrativa;
Exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade.
Incapacidade civil absoluta:
Somente os menores de 16 anos são absolutamente incapazes. A capacidade civil é uma condição para a capacidade política. Capacidade civil é a capacidade de exercer atos da vida civil, trata-se da capacidade de fato. 
São relativamente incapazes os maiores de 16 e menores de 18 anos, os pródigos, ébrios habituais e os viciados em tóxico, e aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade. 
Condenação civil criminal transitada em julgado: 
Condenação criminal poderá ser por qualquer crime. Os direitos políticos ficam suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação. O juiz não precisa mencionar a suspensão dos direitos políticos na sentença porque a suspensão dos direitos políticos não é pena acessória, e sim consequência da condenação criminal; opera-se automaticamente, independentemente de qualquer referência na sentença. Depois que esgotarem-se os efeitos da sentença penal condenatória, opera-se a reaquisição dos direitos políticos, independentemente de reabilitação criminal ou de reparação de danos. 
O art. 55 da CF refere-se, quanto aos parlamentares, à perda do mandato o Dep. Estadual ou Federal ou o Senador que: 1) perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 2) que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. Nesse sentido, será declarado extinto o mandato (automaticamente), p. ex., por morte e por perda ou suspensão de direitos políticos; e será cassado o mandato, por meio de votação, a condenação criminal transitada em julgado. SENDO ASSIM -> NO CASO DE CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULAGADO, A CF PREVÊ QUE A PERDA DO DIREITO POLÍTICO DEVE SER COSNTITUÍDA EM PROCESSO DE CASSAÇÃO, QUE PASSA POR VOTAÇÃO (decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurado a ampla defesa).
Para os cargos do executivo e para vereadores, a perda do mandato é consequência automática de condenação criminal. 
A inelegibilidade afeta somente a candidatura, já a perda e suspensão afeta a capacidade de votar e se candidatar. A lei da ficha limpa cria causas de inelegibilidade para condenados a determinados crimes, mesmo antes do trânsito em julgado da sentença, da condenação até 8 anos após o cumprimento da pena.
Em regra geral, a condenação criminal transitada em julgado suspenderá os direitos políticos enquanto durar os efeitos da sentença penal condenatória. 
Improbidade administrativa 
O art. 37, § 4º da CF determina que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo de ação penal cabível. Sendo assim, improbidade administrativa caracteriza-se como sendo a imoralidade qualificada pela lesão ao patrimônio público. São atos de improbidade administrativa que importam no enriquecimento ilícito (sem causa lícita – suspensão de 8 a 10 anos); causam prejuízo ao erário (ato imoral ao bem público – suspensão de 5 a 8 anos); atentam contra os princípios da administração (ato ilegal- suspensão de 3 a 5 anos).
A declaração de improbidade administrativa não se dá em justiça eleitoral, apenas se trata de processo civil, não podendo advir de mero processo administrativo. A suspensão dos direitos políticos deve resultar de ação e depende de decisão expressa e motivada por parte do juízo competente para que possa ser aplicada pela Justiça Eleitoral. Ou seja, a suspensão não é automática, deve estar expressa na sentença.
Por poderem sofrer impeachment, aos agentes políticos (Presidente, Ministros de Estado, Ministros do STF e procurador geral da república) não é aplicado a Lei da Improbidade Administrativa. 
Exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade:
De acordo com o art. 12 da CF, o gozo dos direitos políticos no Brasil importará em suspensão do exercício dos mesmos em Portugal. Entretanto, o gozo dos direitos políticos em Portugal, por brasileiro, importará na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Brasil. Ou seja, suspende os direitos políticos no Brasil enquanto estiver em Portugal. 
Anualidade 
Partidos Políticos 
O art. 16 da CF traz que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Portanto, a regra da anualidade em matéria eleitoral significa que a norma que altera o processo eleitoral deverá ser promulgada um ano antes. Essa regra fundamenta-se na segurança jurídica. O STF reconheceu o direito fundamental a não surpresa no âmbito do processo eleitoral, por se tratar de uma cláusula pétrea. Segundo essa regra, aplica-se a norma eleitora que tenha como consequência uma intervenção restritiva na esfera odos direitos políticos e da atuação dos partidos políticos, em especial quando implicar uma violação da isonomia no âmbito do processo eleitoral.
Art. 17 da Constituição Federal.
É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos – resguardados: soberania nacional, regime democrático, pluripartidarismo e direitos fundamentais da pessoa humana.
É pessoa jurídica de direito privado – adquire personalidade nos termos da lei civil e depois registra o Estatuto no TSE;
Não há mais verticalização, ou seja, vinculação por simetria entre as candidaturas nas esferas federal, estadual, estadual, distrital e municipal – as coligações são livres.
Os partidos recebem recursos do fundo partidário – mas não prestam contas ao TC e sim à Justiça Eleitoral;
Tem que ter caráter nacional – não pode criar o partido em apenas um Estado. IMPORTANTE!
A EC 97 trouxe duas alterações relevantes: não admite coligações partidáriasem eleições proporcionais e alterou regras para acesso ao fundo partidário;
Direito de antena – acesso a rádios e tvs gratuitamente;
Sobre financiamento eleitoral: STF proíbe o financiamento eleitoral do PJ.
O fundo partidário é um Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos que tenham seu estatuto registrado no TSE e prestação de contas regular perante à justiça eleitoral. É constituído por dotações orçamentais da União, multas, penalidades, doações e outros recursos financeiros. Os valores contidos no Fundo Partidário são repassados aos partidos políticos por meio de um cálculo. Essa é a principal fonte de verbas dos partidos. 
Para ter acesso às verbas do fundo partidário, entretanto, será necessário 1,5% dos votos válidos (em 2020 será aplicado de forma absoluta, sendo, aí, necessário 3% dos votos válidos ou 15 deputados por partido), chama-se cláusula de barreira. 
Direitos Sociais
Direitos Sociais dizem respeito à igualdade e à justiça social. São direitos da 2º dimensão dos direitos fundamentais. 
Direito à igualdade:
O art. 5º da Constituição diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-os aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes...”. 
No constitucionalismo liberal, a igualdade que se referiam era à igualdade formal. Ou seja, a igualdade absoluta em termos jurídicos seria o direito de qualquer pessoa estar sujeita ao mesmo tratamento previsto em lei, independentemente das circunstâncias pessoais – se destina ao legislador. Por outro lado, no constitucionalismo social, referem-se à igualdade material. Na igualdade formal, não afastam as situações de injustiça, para isso, não apenas a forma, mas o conteúdo deve ser justo também. Desse modo, a igualdade de fato/social caracteriza-se como a compensação das desigualdades, para alcançar a igualdade de fato.
Portanto, o direito à igualdade refere-se à igualdade formal (“igualdade perante a lei”, contra os privilégios), material (o conteúdo da lei não pode violar a igualdade) e social (deve-se dar tratamento desigual aos desiguais na justa medida de sua desigualdade). 
Para Ingo Sarlet, o âmbito de proteção do direito à igualdade abrange três dimensões. 1º) trata-se da proibição do arbítrio da proibição do arbítrio, vendando diferenciações injustificadas e tratamento igualitário para situações manifestamente desiguais (sentido negativo); 2º) proíbe a discriminação, de distinções baseadas em categorias meramente subjetivas (sentido negativo); 3º) trata-se da obrigação de tratamento diferenciado com vistas à compensação de uma desigualdade de oportunidades, o que pressupõe a eliminação, pelo Poder Público, de desigualdades de natureza social, econômica e cultural (sentido positivo). 
Quanto às discriminações, elas podem ser diretas e indiretas. A discriminação direta ocorre quando a lei, ou qualquer ato do Estado, provoca uma discriminação. A discriminação indireta, refere-se a medidas aparentemente neutras, quando de sua aplicação, resultam efeitos nocivos e particularmente desproporcionais para determinada categoria de pessoas. Trata-se da teoria do impacto desproporcional. Desse modo, as políticas de ações afirmativas NÃO GERAM DISCRIMINAÇÃO, o objetivo é proteger determinados grupos hipossuficientes. Essas políticas afirmativas surgiram nos Estados Unidos, com o fim de eliminar as discriminações que mulheres e negros sofriam. 
Direitos Sociais:
Direitos sociais são espécies de Direitos Fundamentais, encontram-se no Capítulo II do Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais -. 
Ingo Sarlet conceituou os direitos sociais como sendo: 1º) uma dimensão específica dos direitos fundamentais; 2º) pretendem fornecer recursos fáticos pra uma efetiva fruição das liberdades; 3º) promovem uma diminuição das desigualdades sociais, promovendo igualdade e liberdade rela; 4º) são vinculados a uma concepção de Estado Social promotor da justiça social; e 5º) podem ser direitos prestacionais. 
A evolução do modelo de Estado Liberal para o Estado Social de Direito ocorreu na virada do século XX. O Estado Liberal era um Estado Mínimo, ou seja, não havia a intervenção do Estado na sociedade, isso desencadeia uma crise devido à desigualdade social. Desse modo, há a transição para o modelo de Estado Social, em que há o aumento da intervenção do Estado na sociedade, pois busca promover a justiça social. Nessa época, surge os direitos sociais – trabalho, saúde, educação, previdência. 
Para relembrar:
	MODELO DE ESTADO LIBERAL
	MODELO DE ESTADO SOCIAL
	Estado x Sociedade
	Crise do modelo liberal – constatação de que se tratava de uma falsa liberdade
	Influência de teorias liberais na economia 
	Desigualdade social abissal. Necessidade de o estado intervir para compensar as desigualdades.
	Dogma da autonomia da vontade – direito civil
	Cresce o intervencionismo, mas agora em benefício da sociedade, para a realização da justiça social
	Direitos fundamentais como direitos de defesa/negativos
	Direito dos trabalhadores: condições de trabalho para menores...
 O processo histórico, a constitucionalização dos Direitos Sociais sofreu influência da Constituição Mexicana, de 1917. Da Constituição de Weimar, de 1919. A constituição brasileira de 1934 também. 
Como visto, os direitos sociais são direitos de segunda dimensão. Por causa disso, buscam uma igualdade material e justiça social. São direitos prestacionais, portanto, em sentido amplo, significa que é todo direito a uma ação positiva – uma ação do Estado. Desse modo, o sentido de “direitos prestacionais” é o oposto de “direitos de defesa”, o qual se incluem todos os direitos à uma ação negativa, ou seja, uma abstenção estatal. O Direito às prestações inclui prestações fáticas e normativas, como a proteção por meio de normas organizacionais e procedimentais. O Direito à prestações fáticas quer dizer o direito a algo que o titular poderia obter de pessoas provadas se dispusesse de meios financeiros suficientes e se houvesse no mercado uma oferta também suficiente. 
Como já comentado, os Direitos sociais são espécies de Direitos Fundamentais, encontram-se no Capítulo II do Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais. 
A unicidade do regime para os direitos fundamentais na Constituição quer dizer que os direitos sociais têm um sistema único no Brasil. Em Portugal, por outro lado, os direitos sociais não têm aplicação imediata (os direitos de liberdade têm eficácia plena, os de igualdade têm eficácia limitada). Ser um sistema único refere-se a não diferenciação de tratamento entre os direitos civis e políticos e direitos econômicos, sociais e culturais.
Os direitos sociais na Constituição também têm um regime reforçado e privilegiado. Desse modo recebem proteção especial por:
Inviolabilidade;
Titularidade (universal = pessoa física e jurídica);
Destinatário/ eficácia horizontal e vertical;
Dimensão objetiva e subjetiva;
Abertura/ rol exemplificativo;
Aplicação imediata;
Rigidez constitucional (cláusulas pétreas) e proteção contra o retrocesso.
No ordenamento constitucional brasileiro, a justiciabilidade (“meter o processo” – levar a demanda relativa a ddff para o judiciário) dos direitos sociais são direitos exigíveis. 
Direitos sociais são direitos fundamentais, desse modo, são princípios. Caracterizado por Alexy, os princípios são mandamentos de otimização, isso significa que devem ser realizados na máxima medida do possível. 
Na CF, direitos sociais preveem o direito à prestações estatais, isso, no entanto, implica em custos financeiros, por isso, aplica-se a reserva do possível fática e jurídica. Reserva do possível representa as possibilidades fáticas e jurídicas da realização deum princípio, no caso, um direito fundamental social. Frente a isso, devemos levar em conta o mínimo existencial, que é diferente do mínimo vital (mera sobrevivência). Para Alexy, o princípiodas possibilidades financeiras sempre irá ceder para a dignidade da pessoa humana quando o mínimo existencial estiver em jogo.
RELEMBRANDO -> DIREITOS SOCIAIS SÃO DDFF. DDFF SÃO DIREITOS SUBJETIVOS E PRINCÍPIOS. PRINCÍPIOS SÃO MANDAMENTOS DE OTIMIZAÇÃO. DTOS SUBJETIVOS SÃO DIREITOS EXIGÍVEIS NO PODER JUDICIÁRIO. PODEM SER NEGATIVOS, A NÃO INTERVENÇÃO DO ESTADO/DIREITOS DE DEFESA, E PODEM SER POSITIVOS, EXIGIR UMA PRESTAÇÃO DO ESTAD/UM FAZER.
RELEMBRANDO -> RESERVA DO POSSÍVEL: SÃO LIMITES FINANCEIROS E ORÇMENTÁRIOS. Há reservas fáticas e jurídicas. As fáticas referem-se às condições que o Poder Público tem. As jurídicas vão de acordo com a Lei Orçamentária. Em uma administração pública, há a distribuição de rendas. O governo deve respeitar essa distribuição, podendo ser punido com a inelegibilidade. No orçamento privado pode-se violar esse orçamento, no público jamais – mesmo que tenha dinheiro no caixa. 
A reserva do possível não pode ser usada quando envolver o mínimo existencial.
RELEMBRANDO -> MÍNIMO EXISTENCIAL: MÍNIMO QUE A PESSOA PARA VIVER DE FORMA DIGNA. Alexy fala que quando estiver em colisão a reserva do possível contra a dignidade humana, será analisado o mínimo existencial, se for REAL, a reserva do possível cederá. Para ele, o mínimo existencial é uma regra!
O rol de direitos sociais na CF é meramente exemplificativo. Significa que pode não ser um rol taxativo/exaustivo, podem existir outros direitos fundamentais sociais fora desse artigo. O art. 6º da CF traz uma indicação genérica dos direitos sociais, entre eles a educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, proteção aos desamparados. 
O art. 193 da CF diz que a ordem social tem como base o primado no trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça social. Esse artigo encontra-se em harmonia com o art. 3º.
O art. 194 diz que a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Seguridade social quer dizer segurança social. Esse art. refere-se à seguridade social como um sistema de proteção social que abrange os três programas sociais de maior relevância: a previdência social, a assistência social e a saúde. 
Saúde:
O Direito A saúde é um direito fundamental social de todos, significa que o acesso é universal e igualitário. A saúde não possui restrições de beneficiários e o seu acesso não exige contribuição dos beneficiários, ou seja, não precisa pagar para usar. É um dever do Estado. 
O art. 196 da CF que garante a saúde era vista, antes de 1990, como uma norma programática. O STF mudou isso, disse que se trata de uma norma autoaplicável, ou seja, é imediata.
O Serviço de saúde é de relevância pública, ou seja, é um serviço público. Apesar de público, pode ser prestado pelo Estado ou no âmbito da iniciativa privada (por exemplo, o Estado pode fazer um convênio com algum hospital particular).
Os serviços de saúde executados pelo poder público é o sistema único de saúde (sus), e se trata de uma rede regionalizada. Conforme o art. 198, as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes, (I) descentralização, com direção única em cada esfera do governo, (II) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistências e (III) participação da comunidade. 
IMPORTANTE: O funcionamento do sus vai de acordo com o mínimo constitucional. De acordo com o art. 198, § 1º, os munícipios e DF usarão 15% da arrecadação dos impostos com a saúde; Estados 12%; União Federal 15%. Portanto, essa porcentagem deve ser investida na saúde – se trata de um mínimo existencial. Governos responsáveis priorizam saúde e educação. 
Serviços de saúde são livres à iniciativa privada, de acordo com o art. 199 “as instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
O sus tem atribuições além da área médica, devendo, de acordo com art. 200, haver medidas preventivas nas áreas sanitárias, nutricionais, educacionais e ambientais. 
Previdência Social: 
Previdência social caracteriza-se como o seguro social para proteger o trabalhador e seus dependentes. Tem caráter contributivo, portanto, só usa quem pagou. Os benefícios são: 1) cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 2) proteção à maternidade, especialmente à gestante; 3) proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 4) salário-família e auxílio-reclusão para dos dependentes dos segurados de baixa renda; 5) pensão por mote do segurado, homem ou mulher. 
Importante notar que o auxílio reclusão é um auxílio que os dependentes do detento recebem. Para poder receber, o detento deve ter contribuído para o INSS. Portanto, a contribuição não vai para o detento, e sim para sua família que é dependente economicamente. Só recebe quem contribuiu. 
Assistência Social:
De acordo com o art. 203, a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. Os objetivos da assistência social são: 1) proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice; 2) amparar as crianças e adolescentes carentes; 3) promover a integração ao mercado de trabalho; 4) habilitar e reabilitar pessoas portadoras de deficiência e promover a integração dessas pessoas à vida comunitária; 6) garantir um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
O último benefício é concedido independentemente de contribuição para portadores de deficiência e idosos que não têm condições de se sustentar, chama-se benefício da prestação continuada. 
Da Educação:
A educação é um direito fundamental social, também é um serviço público. De acordo com o art. 205, “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O art. 206 fala que o ensino será ministrado com base nos princípios de: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade; VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
O art. 207 dispõe que “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Ou seja, sobre autonomia universitária. 
O Estado tem o dever de fornecer, de acordo com o art. 208, I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. Quanto ao acesso, (§ 1º) O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo; (§ 2º) o não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou suaoferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente
De acordo com o art. 209, é livre a iniciática privado do ensino, desde que (I) seja cumprido as normas gerais da educação nacional; (II) seja autorizado e avaliado pelo Poder Público.
De acordo com o art. 211, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino (§ 1º) A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 
Ainda, os munícipios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e educação infantil. OS Estados e o DF no ensino fundamental e médio. 
O art. 212 refere-se ao mínimo constitucional, a já que “a União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino”. 
Do desporto:
Encontra-se no art. 217: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados (I) a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; (II) a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; (III) o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional; (IV) a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. (§ 1º) O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei; (§ 2º) A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final; (§ 3º) O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
Ciência, Tecnologia e Inovação:
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.
Comunicação Social:
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. (§ 1º) Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV; (§ 2º) É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípio (I) preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;(II) promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; (III) regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; (IV) respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Meio Ambiente:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações
Família, Criança, Adolescente e Idoso:
Art. 226, 227, 228 e 229.

Continue navegando