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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PR CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS ENGENHARIA QUÍMICA – 3º ANO LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I COEFICIENTE DE DESCARGA TOLEDO/PR Junho, 2018 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PR CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS ENGENHARIA QUÍMICA – 3º ANO LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I Giovana Renosto Igor Pacheco Kauan Felipe Letícia Macedo Victoria Lanzana COEFICIENTE DE DESCARGA Relatório entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Laboratório de Engenharia Química I do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus Toledo. Prof. Dr. Salah D. M. Hasan. Toledo, 26 de Junho de 2018. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Coeficiente de descarga em função do número de Reynolds Figura 2: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 1 Figura 3: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 2 Figura 4: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 3 Figura 5: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 4 Figura 6: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 5 Figura 7: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 6 Figura 8: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Comparação entre diâmetro interno, comprimento e coeficiente de descarga de cada bocal Tabela 2: Número de Reynolds e seus respectivos erros para os bocais de 1 a 7 Tabela 3: Altura e diâmetro interno do tanque e dos bocais Tabela 4: Dados experimentais para o Bocal 1 Tabela 5: Dados experimentais para o Bocal 2 Tabela 6: Dados experimentais para o Bocal 3 Tabela 7: Dados experimentais para o Bocal 4 Tabela 8: Dados experimentais para o Bocal 5 Tabela 9: Dados experimentais para o Bocal 6 Tabela 10: Dados experimentais para o Bocal 7 Tabela 11: Valores da área da seção transversal para cada bocal Tabela 12: Coeficientes de descarga dos bocais 1 a 7 Tabela 13: Razão entre os diâmetros dos bocais e do tanque, e seus respectivos erros. NOMENCLATURA Símbolo Descrição (unidade) Letras latinas A Área da secção (m2) Ao Área da secção transversal do orifício (m2) b Coeficiente angular da reta (m1/2s-1) Cc Coeficiente de contração. Cd Coeficiente de descarga. Cv Coeficiente de velocidade. d Diâmetro do orifício (m). D Diâmetro do tanque (m). G Aceleração da gravidade (ms-2) H Altura (m) hm Altura máxima do volume de água (m). h Altura total do nível de água em relação à saída do bocal (m). Q Vazão (m3s-1) R2 Coeficiente de correlação. t Tempo (s). v Velocidade (m.s-1) m Massa (kg) Re Número de Reynolds (adimensional) Letras gregas µ Viscosidade (Pa.s) ρ Densidade (kg.m-3) RESUMO O coeficiente de descarga é muito utilizado em escoamentos turbulentos, pois nestes, há uma perda de carga por atrito que deve ser considerada para cálculos de vazão. Para um sistema de escoamento, o coeficiente de descarga pode variar de acordo com o bocal utilizado, que é um importante acessório que tem função de direcionar o escoamento. O atual trabalho tem o objetivo de determinar o coeficiente de descarga para orifícios circulares, variando-se os diâmetros de saída e a altura de descarga. Para isto, utilizou-se o módulo experimental apresentado na Figura 1. Para início do processo mediu-se a altura e o diâmetro interno do tanque e de cada bocal, mediu-se também a temperatura da água. Conectou-se um bocal no tanque de acrílico e encheu-se o tanque com água até a marca de 35 cm e então a saída de água foi liberada e simultaneamente cronometrada, anotando o tempo percorrido a cada 5 cm na redução do nível do tanque. O mesmo processo foi realizado com os sete bocais. Desta forma concluiu-se que o comprimento se relaciona de forma inversamente proporcional ao coeficiente de descarga, já o aumento do diâmetro do bocal, se relaciona de maneira proporcional com o mesmo. Figura 1 - Módulo experimental para determinação do coeficiente de descarga. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para calcular o coeficiente de descarga (Cd) é necessário realizar um balanço de massa no tanque. Considerando a densidade constante e um intervalo de tempo dt, tem-se: A.= -Q (1) Sabendo que: Q=CdAo (2) Substituindo uma equação na outra e rearranjando os termos obtém-se: = (-)dt (3) Integrando em ambos os lados tem-se: = (4) 2() = - ()t (5) = - t (6) Nota-se que a equação possui forma da equação geral da reta (y = a + bx), onde é o coeficiente linear e - é o coeficiente angular. Assim, utilizando os dados coletados na prática, é possível determinar o valor do coeficiente de descarga através de gráficos. Primeiramente mediu-se a temperatura da água com que trabalhávamos, sendo esta de 16˚C. Feito isso mediu-se o comprimento de todos os 7 bocais com uma régua. Mediu-se também o diâmetro interno de cada um com um paquímetro. Por fim mediu-se a altura e o diâmetro do tanque com uma régua e iniciou-se a prática, começando pelo Bocal 1. Os valores dos diâmetros e dos comprimentos tanto do tanque quanto dos bocais se encontram na Tabela 1 do Apêndice A. As Tabelas de 4 a 10 apresentam os valores de h (sendo este a altura do tanque mais a altura do bocal), o valor de e o erro associado a esse valor, e também o tempo (t) associado a cada altura. Para calcular o valor do erro de utilizou-se a Equação 7 a seguir: = (7) O erro da altura corresponde a soma dos erros de todos os instrumentos utilizados na medição, nesse caso o papel milimetrado e a régua. h 0,001 m Para o Bocal 1, com h= 0,417 m, calculou-se: = =7,73x10-4 Com os valores calculados foi possível criar gráficos que demonstram a relação linear entre tempo e . Os gráficos estão representados nas figuras X a Y, no Apêndice B, nelas também é possível observar o valor de R2 em cada um dos gráficos. Nota-se que os valores se aproximam de 1, o que comprova que o modelo ajustado foi bom. As equações das retas se encontram nas figuras também. Segundo a Equação 6, pode-se encontrar o valor do coeficiente de descarga através do coeficiente angular da reta. Fazendo a relação entre a Equação Z e as equações das retas apresentadas nas Figuras 2 a 8 do Apêndice B, tem-se: b= (8) Isolando Cd: Cd= (9) Sabendo que g é a constante gravitacional e que equivale a 9,81 m.s-2, utilizou-se esta equação e as áreas da seção transversal do tanque e dos bocais para encontrar o coeficiente de descarga de cada bocal. A fórmula utilizada para calcular a área de cada seção transversal foi: A=.()2 (10) O cálculo realizado para encontrar a área da seção transversal do tanque está demonstrado a seguir: A=3,14.()2 A=0,02894 m2 Da mesma maneira, encontrou-se os valores das áreas para a seção transversal dos 7 bocais e as mesmas estão descritas na Tabela 9 do Apêndice A. Sendo assim, o cálculo do coeficiente de descarga do bocal 1 foi feito da seguinte forma: Cd = Cd = Cd= 0,9902 O coeficiente de descarga dos outros bocais foi calculado da mesma maneira e os resultados se encontram na Tabela 10 do Apêndice A. A Tabela 1 foi elaborada com o intuito de visualizar melhor os dados obtidos para facilitar a comparação. Nela estão dispostos o diâmetro interno, comprimento e o coeficiente de descarga dos bocais. Tabela 1: Comparação entre diâmetro interno, comprimento e coeficiente de descarga de cada bocal Bocal Diâmetro interno(m) Comprimento (m) Coeficiente de descarga 1 0,0041 0,023 0,9902 2 0,0041 0,156 0,7922 3 0,0041 0,25 0,6931 4 0,0041 0,284 0,6931 5 0,0056 0,286 0,6905 6 0,0072 0,285 0,7386 7 0,0133 0,286 0,7426 Nota-se a partir da Tabela 1 que quando os bocais possuem diâmetros parecidos, o coeficiente de descarga diminui conforme o comprimento aumenta, ou seja, são inversamente proporcionais. Isso se justifica pelo fato de que quanto maior o comprimento do bocal, mais resistência o fluido sofre pelo atrito com a parede. Já quando os diâmetros variam perceptivelmente e as alturas se mantém próximas, observa-se que conforme o diâmetro aumenta, aumenta também o coeficiente de descarga, ou seja, são diretamente proporcionais. Isso se deve ao fato de que quanto maior o diâmetro interno do bocal, o contato do fluido com as paredes é menor, fazendo com que o escoamento se aproxime do ideal. Para que fosse possível comparar os valores de coeficiente de descarga com a literatura, determinou-se o número de Reynolds para cada bocal utilizando a Equação 11. (11) Segundo o Handbook of Chemistry and Physics, a 16˚C, a massa específica da água é 998,9 Kg/m3 e segundo Vaxa Software, a viscosidade da água nessa temperatura é 1,11x10-3 Pa.s. O número de Reynolds para o primeiro bocal foi encontrado da seguinte maneira: Re = Re=2479,4 O número de Reynolds dos demais bocais foi calculado de maneira análoga e os resultados se encontram na Tabela 2. Também calculou-se o erro do número de Reynolds, utilizando a Equação 12. = (12) O valor de d (erro do diâmetro) foi calculado dividindo o menor valor do instrumento de medida por 2. Como o instrumento de medida utilizado foi um paquímetro, o erro encontrado foi de 5x10-6 m. O erro no número de Reynols para o Bocal 1 foi calculado da seguinte forma: = (13) = 53,9 Os erros dos bocais restantes foram calculados de maneira análoga e podem ser observados na Tabela 2. Tabela 2: Número de Reynolds e seus respectivos erros para os bocais de 1 a 7 Bocal Número de Reynolds Re 1 2479,4 53,90 2 6456,8 22,46 3 8154,1 19,70 4 8707,5 19,34 5 11943,6 24,00 6 15291,3 29,40 7 28366,1 51,00 Observa-se que apenas o Bocal 1 tem escoamento em transição, ou seja, tanto o escoamento laminar quanto o turbulento ocorrem, e nos bocais de 2 a 7 o escoamento é considerado turbulento. A Figura 1 encontrada na literatura (FOX e Mcdonald, 1995) demonstra a relação entre o número de Reynolds e o coeficiente de descarga. Na figura também é possível observar os valores para a razão de diâmetro do bocal e do tanque. Figura 1: Coeficiente de descarga em função do número de Reynolds Comparando os valores do gráfico na Figura 1 com os valores encontrados na prática (presentes na Tabela 13 do Apêndice A), percebe-se que os valores da Tabela são extremamente baixos, sendo assim, não se pode fazer nenhuma comparação dos valores obtidos em prática com os valores da literatura. CONCLUSÃO Dados as informações e resultados obtidos, nota-se uma proporcionalidade entre duas variáveis: o comprimento e o diâmetro do bocal. O primeiro sendo inversamente proporcional, evento este que se dá devido à um maior atrito gerado pelo aumento do contato entre o fluido e o tubo. O aumento do diâmetro do bocal, por sua vez, altera os valores de descarga de maneira proporcional, logo, o aumento deste gera um valor de coeficiente de descarga maior. Isto se deve ao aumento na razão entre a vazão e a área interna do bocal. Valores baixos de número de Reynolds e coeficiente de descarga em comparação com a literatura foram obtidos presumivelmente devido aos procedimentos e materiais utilizados em prática, tendo em vista que a velocidade de escoamento foi impulsionada apenas pela gravidade, e que os bocais geraram um grande atrito, diminuindo assim, o coeficiente de descarga. O que impossibilitou a comparação entre o experimento e a literatura. Apesar disto, o objetivo de determinar o coeficiente de descarga foi concluído com êxito. REFERÊNCIAS VAXASOFTWARE. Densidad del agua líquida entre 0 °C y 100 °C. Disponível em: <http://www.vaxasoftware.com/indexes.html>. Acesso em: 20 jun. 2018. LIDE, David R. CRC Handbook of chemistry and physics: a ready-reference book of chemical and physical data. 79. ed. FLORIDA: CRC Press, 1998-1999. VAXASOFTWARE. Tabela viscosidade da água em diversas temperaturas. Disponível em: <http://www.vaxasoftware.com/indexes.html>. Acesso em: 20 jun. 2018. FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T.; PRITCHARD, Philip J.. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 6. ed. Ltc, 2006. Handbook of Chemistry and Physics, CRC press, Ed 64 APÊNDICE A Tabela 3: Altura e diâmetro interno do tanque e dos bocais Altura (m) Diâmetro interno (m) Tanque 0,35 0,192 Bocal 1 0,023 0,0041 Bocal 2 0,156 0,0041 Bocal 3 0,25 0,0041 Bocal 4 0,284 0,0041 Bocal 5 0,286 0,0056 Bocal 6 0,285 0,0072 Bocal 7 0,286 0,0133 Tabela 4: Dados experimentais para o Bocal 1 h (m) t (s) 0,417 0,646 7,74x10-4 0 0,367 0,606 8,25x10-4 40,82 0,317 0,563 8,88x10-4 45,64 0,267 0,517 9,67x10-4 47,34 0,217 0,466 1,07x10-3 50,86 0,167 0,409 1,22x10-3 56,28 0,117 0,342 1,46x10-3 64,1 0,067 0,259 1,93x10-3 73,7 Tabela 5: Dados experimentais para o Bocal 2 h(m) t(s) 0,55 0,74 6,76x10-4 0 0,50 0,71 7,04x10-4 43,43 0,45 0,67 7,46x10-4 46,99 0,40 0,63 7,94x10-4 48,4 0,35 0,59 8,47x10-4 52,18 0,30 0,55 9,09x10-4 55,77 0,25 0,50 1x10-3 60,1 0,20 0,45 1,11x10-3 65,1 Tabela 6: Dados experimentais para o Bocal 3 h(m) t(s) 0,644 0,802 6,23x10-4 0 0,594 0,771 6,48x10-4 43,77 0,544 0,737 6,78x10-4 46,37 0,494 0,703 7,11x10-4 47,48 0,444 0,666 7,51x10-4 50,82 0,394 0,628 7,96x10-4 52,18 0,344 0,586 8,53x10-4 56,57 0,294 0,542 9,22x10-4 58,5 Tabela 7: Dados experimentais para o Bocal 4 h(m) t(s) 0,678 0,823 6,07x10-4 0 0,628 0,792 6,31x10-4 44,37 0,578 0,760 6,58x10-4 49,83 0,528 0,727 6,88x10-4 48,20 0,478 0,691 7,23x10-4 51,00 0,428 0,654 7,64x10-4 55,23 0,378 0,615 8,13x10-4 58,36 0,328 0,573 8,73x10-4 60,4 Tabela 8: Dados experimentais para o Bocal 5 h(m) t(s) 0,68 0,825 6,06x10-4 0 0,63 0,794 6,30x10-4 24,15 0,58 0,761 6,57x10-4 25,97 0,53 0,728 6,87x10-4 26,69 0,48 0,693 7,21x10-4 27,95 0,43 0,656 7,62x10-4 29,35 0,38 0,616 8,12x10-4 30,89 0,33 0,574 8,71x10-4 32,9 Tabela 9: Dados experimentais para o Bocal 6 h(m) t(s) 0,679 0,824 6,07x10-4 0 0,629 0,793 6,30x10-4 12,80 0,579 0,761 6,57x10-4 14,83 0,529 0,727 6,88x10-4 15,00 0,479 0,692 7,22x10-4 15,89 0,429 0,655 7,63x10-4 16,39 0,379 0,616 8,12x10-4 17,41 0,329 0,573 8,73x10-4 18,5 Tabela 10: Dados experimentais para o Bocal 7 h(m) t(s) 0,68 0,825 6,06x10-40 0,63 0,794 6,30x10-4 4,59 0,58 0,761 6,57x10-4 4,10 0,53 0,728 6,87x10-4 4,07 0,48 0,693 7,21x10-4 4,39 0,43 0,656 7,62x10-4 4,77 0,38 0,616 8,12x10-4 4,76 0,33 0,574 8,71x10-4 5,63 Tabela 11: Valores da área da seção transversal para cada bocal (m2) Bocal Área da seção transversal (m2) 1 5,28x10-7 2 5,28x10-7 3 5,28x10-7 4 5,28x10-7 5 9,85x10-7 6 1,63x10-6 7 5,55x10-6 Tabela 12: Coeficientes de descarga dos bocais 1 a 7 Bocal Cd 1 0,9902 2 0,7922 3 0,6931 4 0,6931 5 0,6905 6 0,7386 7 0,7426 Tabela 13: Razão entre os diâmetros dos bocais e do tanque, e seus respectivos erros. Bocal D/d 1 0,0213 2 0,0213 3 0,0213 4 0,0213 5 0,0292 6 0,0375 7 0,0693 APÊNDICE B Figura 2: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 1 Figura 3: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 2 Figura 4: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 3 Figura 5: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 4 Figura 6: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 5 Figura 7: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 6 Figura 8: Gráfico da raiz quadrada da altura versus o tempo para o Bocal 7
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