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28a aula AGRAVO DE INSTRUMENTO

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. Marcílio Florêncio Mota
profmarciliomota@hotmail.com
Tema: O AGRAVO DE INSTRUMENTO, O AGRAVO INTERNO E O AGRAVO REGIMENTAL NO PROCESSO DO TRABALHO
1. O AGRAVO DE INSTRUMENTO
Referências: art. 897, alínea “b” e §§ 2º, 5º, 6º e 7º do mesmo artigo da CLT;
Definição: 
É o recurso que no sistema do processo do trabalho serve para destrancar um recurso cujo seguimento foi negado na instância que proferiu a decisão atacada. Como sabemos, as decisões interlocutórias no processo do trabalho não são recorríveis de imediato - § 1º do art. 893 da CLT. Assim, o Agravo de Instrumento do processo do trabalho não guarda qualquer semelhança com o AI do processo civil no que respeita ao cabimento. 
No processo do trabalho, o AI só tem cabimento para atacar decisão que nega seguimento na origem ao recurso interposto pela parte, ainda assim observando-se a regra do art. 897-A da CLT quanto à possibilidade da reforma desse tipo de decisão pelo próprio órgão que negou seguimento ao recurso por meio de Embargos de Declaração. 
1.3. Prazo e efeito: 
O prazo para a interposição do recurso é de oito dias, conforme o caput do art. 897. O efeito do recurso é meramente devolutivo, ou seja, não impede a exigência imediata e provisória da decisão impugnada. 
1.4. Requisitos específicos: 
a) Local de apresentação: Ele é apresentado no juízo que trancou o recurso, inclusive quando a negativa de seguimento for de Recurso Ordinário. No processo civil, quando a decisão atacada é de juiz singular, ele é apresentado diretamente ao Tribunal, o que não se aplica no processo do trabalho;
b) Formação do instrumento: Como o AI não tem efeito suspensivo, o agravante deve formar autos nos quais tramitará o recurso. Ele deverá juntar à peça de AI a cópia do recurso interposto e cujo seguimento foi negado e mais os documentos referidos nos incisos do § 5º do art. 897. O advogado pode declarar a autenticidade das cópias que juntar ao AI. A cópia do recurso trancado será imprescindível porque o provimento do AI será com imediato conhecimento do recurso trancado. A possibilidade de julgamento do recurso trancado nos remete a que o agravado deve ser intimado para falar sobre o AI e sobre o recurso trancado, caso ele ainda não tenha tido a oportunidade para tal. É muito comum, o que é lamentável, o não conhecimento do recurso por defeito de formação. O Substitutivo 
ao Projeto de CPC que tramita na Câmara prevê prazo para a correção de defeito no AI, o que entendemos seja incompatível com o processo do trabalho. 
1.5. Competência: 
O julgamento do AI é pelo órgão que conheceria o recurso cujo seguimento foi negado. O juízo que efetuou a admissibilidade negativa não pode negar seguimento ao AI em hipótese alguma. 
1.6. Juízo de retratação: 
O AI comporta o juízo de retratação por parte do órgão que negou seguimento ao Recurso. O juiz da admissibilidade pode reconhecer que errou ao efetuar a análise dos pressupostos e determinar que o recurso negado seja processado nos autos em que ele foi apresentado. 
1.7. Preparo: 
Tendo em vista a Lei n. 12.275/2010, o AI passou a exigir o depósito recursal, restrito à metade do valor previsto para o recurso principal que tenha sido negado. A medida foi prevista com o fito de desencorajar o uso do AI pela parte que sabe que o seu recurso não será provido pelo órgão recursal. O preparo desse teor será exigido das pessoas das quais se exige o preparo do recurso principal e no limite da condenação. A completa garantia da condenação por depósito anterior ou penhora torna desnecessário o preparo. O TST editou a Resolução 168 sobre o tema. 
1.8. Processamento do AI: 
a) Ele é recebido pelo órgão que proferiu a decisão agravada e que determina, depois do juízo de retratação, caso não volte atrás na decisão de negativa de seguimento, que o agravado fale sobre o AI e sobre o recurso cujo seguimento foi negado; 
b) Após a manifestação do agravado os autos seguem para o órgão de conhecimento do AI, onde o recurso é distribuído para um Relator; 
c) O AI não tem revisor; 
d) O AI ingressa em “extrapauta”, ou seja, não há publicação no DO da inclusão do AI em pauta. 
O AGRAVO INTERNO
Definição 
É o Agravo previsto na legislação processual, com o prazo de cinco dias, para atacar decisão proferida por juiz de Tribunal – Parágrafo único do art. 120, 532, 545 e § 1º do art. 557, todos do CPC. Parágrafo único do art. 9º da Lei n. 5.584/70. 
Cabimento 
Nas hipóteses previstas em lei. No caso do Parágrafo único do art. 9º da Lei n. 5.584/70, o recursio é para o enfrentamento da decisão do relator que nega seguimento a Recurso de Revista, Recurso de Embargos e Agravo de Instrumento, todos os atos de Ministro do TST. 
2.3. Prazo e efeito 
O prazo para a interposição do recurso é de oito dias, conforme a Instrução Normativa n. 17/2000 do TST com a redação dada pela Resolução Normativa n. 131/2005. O TST considerou que o recurso em questão deveria assumir o prazo para os recursos previstos na ordem trabalhista. O efeito do recurso é meramente devolutivo, ou seja, não impede a exigência imediata e provisória da decisão impugnada. 
	
Objetivo
O agravo interno objetiva conduzir um recurso ao órgão natural de julgamento no tribunal. A legislação processual reconhece aos relatores dos recursos o poder para negar seguimento a recurso ou mesmo para decidi-lo em seu mérito. Nesses casos, o julgamento do recurso que teria no órgão colegiado o seu “juízo natural” é substituído pelo julgamento do relator. Assim, interpretando a parte que foi prejudicada pela decisão do relator, apresenta o agravo interno para levar a questão ao órgão colegiado de julgamento do recurso. Ao colegiado cumprirá analisar se a decisão do relator foi correta e, caso reforme a decisão, passará a analisar o recurso apresentado.
3. O AGRAVO REGIMENTAL
	
3.1. Definição
Poderíamos definir o Agravo Regimental como sendo o recurso previsto nos Regimentos dos Tribunais para atacar decisão de juiz monocrático (Relator) em ação da competência originária do Tribunal. No processo do trabalho, contudo, temos previsões legais do Agravo Regimental, conforme observamos do § 1º do art. 709 da CLT, que impedem essa definição que encontramos para o AR do processo comum. 
	3.2. Cabimento: §1º do art. 709 da CLT; art. 2º, II, d e art. 3º, III da Lei n. 7.701/88. Nas demais hipóteses previstas nos Regimentos.
	3.3. Prazo: Conforme a previsão do Regimento, mas de cinco dias normalmente.
Prof. Marcílio Florêncio Mota

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