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A percepção

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A percepção: uma teoria semiótica
Inúmeros sistemas de signos visuais e sonoros, isto é, processos de produção de linguagem e de transmissão de mensagens criados da existência humana
75% da percepção humana é visual
20% da percepção humana é sonora
5% compreende a percepção dos demais sentidos.
Não há separação entre a percepção e o conhecimento
A cognição e a percepção são inseparáveis das linguagens através das quais o homem pensa, sente, age e se comunica.
Perceber é estar diante de algo, no ato de estar, enquanto acontece.
A percepção está sob a dominância da secundidade, isto é, da categoria da dualidade, do confronto, da ação e reação.
Divisão triática da semiótica:
Gramática especulativa – estuda todos os tipos de signos
Lógica crítica – estuda os tipos de raciocínios (abdução, indução, dedução)
Metodêutica – eficácia comunicativa dos signos
Na relação com o objeto o signo
A partir da obra de Peirce (1999), um ícone é um signo que se refere ao objeto, denotando-lhe apenas em virtude de características próprias ou qualidade que ele igualmente possui. Assim, um existente individual é ícone quando for semelhante ao signo utilizado. Os ícones têm um alto poder de sugestão. Peirce dá como exemplo uma fotografia. A partir do momento em que se é levado a formar uma idéia apenas com o que é visto em uma fotografia, dá-se, portanto, uma relação icônica entre signo e objeto. Mas o autor mesmo admite: “sei que os retratos têm apenas a mais leve das semelhanças com o original” (PEIRCE, 1999, p. 28). 
O índice, para Peirce (1999), é um signo que se refere ao objeto e foi realmente afetado por ele. Na medida em que o índice é afetado pelo objeto, este tem alguma qualidade em comum com esse objeto e é especial. Não é mera semelhança com seu objeto, como antes, o ícone. Segundo Peirce (1999), tudo aquilo que atrai a atenção é índice. Um relâmpago indica que algo considerável ocorreu, mesmo quando não se sabe exatamente o quê. Espera-se, no entanto, que algum outro fenômeno esteja ligado a ele. 
Santaella (1986) explica que um índice é um signo, tal como seu nome diz, que indica algo. Traz uma ligação a outro fato. Assim, o índice é sempre dual. A autora (1986) dá como exemplo um lugar com rastros, pegadas, resíduos. São índices de que algo passou por este local. “Enfim, o índice como real, concreto, singular é sempre um ponto que irradia para múltiplas direções” (SANTAELLA, 1986, p. 91). Coelho (2003) traz como exemplo um campo molhado como índice de que choveu. 
Quando um signo só pode ser entendido com a ajuda do seu interpretante, então ele é símbolo. Segundo Peirce (1999), o símbolo equivale exatamente em ser uma regra que determinará seu interpretante. Signos convencionais, como palavras, frases, livros são símbolos. É uma associação habitual, uma lei, que a mente faz entre signo e objeto. 
"Eu me vi, eu mesmo, há 50 mil anos atrás, na minha espécie, indo tomar água e vendo minha imagem pela primeira vez ao identificar que aquela imagem era a minha." É assim que o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, ícone da fotografia contemporânea, descreve um dos momentos vividos dentro dos 8 anos de produção de "Genesis", seu trabalho mais recente que chega a São Paulo nesta semana. (G1 – 03/09/2013)
Peirce (1999, p. 73) confirma: “um símbolo, como vimos, não pode indicar uma coisa particular qualquer; ele denota uma espécie de coisa”. Para Peirce, qualquer palavra é exemplo de símbolo. O autor dá como exemplo as palavras “dar”, “pássaro” e “casamento”. Complementando, Coelho Netto (2003, p. 58) relaciona símbolo com “uma associação de idéias produzidas por uma convenção”. E exemplifica a cor verde como símbolo de esperança
O objeto determina o signo: a primazia lógica é do signo, mas a primazia real é do objeto
O objeto é determinante, mas só aparece pela mediação do signo
O signo representa o objeto
É o próprio objeto que determina a representação do signo
Aquilo que o signo representa não é o todo do objeto, mas parte dele
O signo é sempre incompleto em relação ao objeto
Os intérpretes de Peirce
Aquilo que percebemos é o percepto – o percepto é aquilo que tem realidade própria no mundo que está fora da nossa consciência e que é apreendido pela consciência no ato perceptivo.
O que percebemos? A natureza do percepto, isto é, o objeto, fonte da percepção
Percepto e percipuum
Percipuum é o lado mental do percepto: o percepto é independente de nossa mente. Corresponde ao elemento não racional que se apresenta à apreensão de nossos sentidos. O percipuum é tal como ele se apresenta no julgamento da percepção.
Três elementos psiquicos do percepto
As qualidades de sentimentos
As reações contra a nossa vontade
Os elementos associativos ou generalizantes
Diante das categorias de primeiridade, secundidade e terceiridade
O percepto pode se apresentar e ser traduzido como percipuum como qualidade
Numa situação de conflito entre aquilo que se apresenta à percepção e aquele que percebe, o percipuum será fruto de uma oposição entre o ego e o não ego
O percipuum adquire os esquemas gerais que regulam os nossos julgamentos
Percepto – objeto dinâmico – aquilo que determina a percepção
Percipuum – objeto imediato – aquilo que representa o percepto dentro do julgamento perceptivo
Signo interpretante – julgamento de percepção
Uma sintese
O objeto do signo é sempre de natureza signica
Há uma mediação entre o signo e o objeto dinâmico (aquilo que está fora do signo) exercida por um objeto imediato
Quanto mais tentarmos nos aproximar do objeto dinâmico, mais mediações vão surgindo
Eu não posso explicar a profunda emoção ao abrir este livro novamente. Eu escrevo aqui, mas nunca depois eu leio o que eu escrevi, porque o que eu escrevo é parte do processo de formação de uma concepção. No entanto, não se pode esquecer que aqui estão os germes da teoria das categorias, o que é (se alguma coisa é) o presente que você faz para o mundo. Ela é minha filha. É nela que eu vivo, quando o esquecimento terá se apoderado de mim – de meu corpo -. (Peirce, 23 de março de 1867, Logic Notebook)

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