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Demolição de Edifícios: Planejamento e Segurança

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Os meios urbanos expandem-se cada vez mais e as necessidades de uma população crescente implicam melhores condições a todos os níveis. Cidades muito antigas apresentam na sua maioria plantas irregulares que congestionam o fluxo de pessoas e bens nestes territórios, bem como apresentam edifícios muitas vezes velhos e sem condições de segurança. As estruturas, após um determinado período de tempo, vão se deteriorando. Quando elas chegam ao ponto de já não poderem ser utilizadas ou serem consideradas inseguras, acaba por vezes ser mais econômico demoli-las do que restaurá-las.
Mas, como nós podemos imaginar, demolir não é apenas sair quebrando paredes, colocar tudo abaixo e transformar o imóvel em um terreno cheio de entulho. “É imprescindível fazer um planejamento prévio”, ensina o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-SP), Tito Lívio Ferreira Gomide. No planejamento, feito por um engenheiro, pode-se detectar nos elementos estruturais da construção possíveis áreas de perigo. “Caso existam partes frágeis, que corram o risco de desabamento, o profissional pode identificar e elaborar a ordem seqüencial adequada para que a demolição seja feita, sem oferecer riscos aos trabalhadores”, conta Gomide.
Legislação e Riscos
Ao abrigo do Decreto-Lei nº 273/ /2003, de 29 de Outubro, as demolições são consideradas como trabalhos com riscos especiais, devendo ser executadas por empresas especializadas, mão de obra experiente e enquadradas por um técnico idôneo.
Entre os riscos mais frequentes contam-se, entre outros: a destruição não controlada de toda a parte da construção, os danos causados nas estruturas vizinhas, a queda em altura de pessoas e de materiais, a poluição sonora e a projeção de poeiras e partículas.
Para evitar problemas com os vizinhos, o presidente do Ibape recomenda que seja feito o Laudo da Vizinhança – estudo que atesta o estado de conservação dos imóveis ao redor da obra para em caso de danos durante a demolição, determinar responsabilidades se for preciso realizar reparos ou pedir indenizações.
Para uma demolição, assim como uma construção, também é necessário um alvará, concedido pela Subprefeitura em que o imóvel está localizado. Outro ponto importante que deve ser levado em consideração é a contratação de uma empresa de demolição. ”A empresa deve fornecer ao contratante uma descrição completa da operação de demolição que será realizada”, ensina o coordenador da divisão técnica de estruturas do Instituto de Engenharia de São Paulo, Natan Jacobsohi Levental.
Nesse documento devem constar os itens utilizados para a segurança dos funcionários e da obra. “Exija que esses itens estejam especificados no contrato de serviço e certifique-se de que a empresa segue as normas de segurança exigidas”, alerta Levental. “Lembre-se que, em uma obra de demolição, o risco de acidentes é maior do que em construção.”
Assim, antes dos trabalhos de demolição deve ser feito um estudo pormenorizado da estrutura que vai ser desmantelada e das existentes na proximidade. Igualmente importante é a elaboração de um Plano Específico de Segurança, assinalando cada uma das tarefas, o seu ordenamento e o modo de execução. Também as linhas aéreas, cabos e condutas existentes nas proximidades devem ser sinalizados e protegidos e delimitada, com vedações ou tapumes, toda a área circundante da edificação a demolir. Do mesmo modo, deverá ser selecionado o local adequado para a remoção dos entulhos e certificar-se de que todas as entradas dos serviços da rede pública como água, eletricidade e gás foram devidamente fechadas e isoladas. Caso contrário, um dano acidental nesses dutos pode comprometer o fornecimento de toda a vizinhança e gerar uma despesa ao proprietário.
No que concerne à proteção pública, o ideal é isolar as zonas condicionadas ao movimento de máquinas e equipamentos com tapumes, redes ou grades anti-motim. A área circundante da construção a demolir deve ter sinalização de aviso, com placas resistentes a choques e a intempéries, enquanto o passeio confinante terá de ser vedado.
Para executar estes trabalhos, é fundamental elaborar um plano de demolição, um complemento ao Plano de Segurança e Saúde (PSS), cujo principal objectivo é fixar os procedimentos a observar na demolição, auxiliando os intervenientes e orientando os meios envolvidos, com vista à aplicação de medidas de prevenção e segurança, procurando minimizar e suprimir os riscos observados.
Assim, têm que ser definidas as metodologias de intervenção, dos equipamentos e meios humanos, do estaleiro, tapumes, sistemas de proteção e circulação. De igual forma, têm que ser feitos a análise e o registro das anomalias existentes nos edifícios confinantes e monitorizadas as fendas.
No que concerne aos edifícios confinantes, é necessária uma vistoria das partes comuns exteriores e interiores, bem como todos os fogos e compartimentos, e, então, deverá ser preenchida uma folha de anomalias e do estado de conservação. O plano associou os riscos de desmoronamento da estrutura, queda e projeção de materiais, eletrocussão, esmagamentos, libertação de poeiras, cortes e outras lesões.
Na organização dos trabalhos e verificação de procedimentos, há que analisar os caminhos de fuga e de evacuação, o estabelecimento dos sistemas de comunicação, a definição da hierarquia de funcionamento e os equipamentos de proteção coletiva e individual.
1º Passo - Antes de se iniciar a demolição, as linhas de fornecimento de energia elétrica, água, inflamáveis líquidos, gasosos liquefeitos, substancias tóxicas, canalizações de esgotos e de escoamento de água devem ser desligados, retirados, protegidos ou isolados, respeitando-se as normas de segurança em vigor.
2 º Passo - As construções vizinhas à obra de demolição devem ser examinadas, prévia e periodicamente, no sentido de ser preservada a sua estabilidade e a integridade física de terceiros.
3º Passo- Toda a demolição deve ser programada e dirigida por profissionais legalmente habilitados.
4º Passo – Antes de se iniciar a demolição, devem ser removidos os vidros, ripados, estuques e outros elementos frágeis.
5º Passo – Antes de se iniciar a demolição de um pavimento devem ser fechadas todas as aberturas existentes no piso, salvo as que forem utilizadas para escoamento de matérias, ficando proibida a permanência de pessoas nos pavimentos que possam ter a sua estabilidade comprometida no processo de demolição.
6º Passo – As escadas devem ser mantidas desimpedidas e livres para a circulação de emergência e somente serão demolidas a medida em que forem sendo retirados os materiais dos pavimentos superiores.
7º Passo – Objetos pesados ou volumosos devem ser removidos mediante o emprego de dispositivos mecânicos, ficando proibido o lançamento em queda de qualquer material.
8º Passo – A remoção dos entulhos, por gravidade, devem ser feita em calhas fechadas de material resistente, com inclinação máxima de 45%(quarenta e cinco graus)fixada a edificação em todos os pavimentos.
9º Passo – No ponto de descarga da calha deve de existir um dispositivo de segurança para fechar.
10º Passo – Durante a execução de serviços de demolição, devem ser instaladas, no máximo, a 2 (dois) pavimentos a baixo do que será demolido, plataformas de retenção de entulhos, com dimensão mínima de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) e inclinação de 45% (quarenta e cinco graus) em todo o perímetro da obra.
1º Passo
Ir ate a prefeitura da sua cidade e solicitar a autorização para demolição. Eles irão expedir um documento que terá um prazo para a execução da demolição, no meu caso o prazo foi de 30 dias. Talvez, dependendo da necessidade você poderá tentar negociar esse prazo, mas ai cada caso é um caso.
2º Passo
Dentro do prazo estabelecido, você deverá executar a demolição que poderá ser feito por você mesmo ou contratar uma empresa especializada em demolições. Eu fiz as duas coisas: primeiro fiz manualmente a demolição de algumas partes já que havia uma parece muito próxima ao mudo dovizinho e eu temia que ela pudesse cai sobre o muro e causar avarias.
3º Passo
Após a limpeza dos entulhos, você deverá notificar a prefeitura de que o serviço de demolição já foi feito, eles irão agendar uma visita ao imóvel para constatar de que está tudo ok. Esse prazo é indefinido.
4º Passo
Após a verificação eles solicitarão um novo prazo para a liberação de uma certidão. No meu caso eles pediram 10 dias, mas demorou um pouco mais.
5º Passo
Quando a prefeitura liberar esta documentação, você deverá levá-la ao cartório de notas para o registro e a averbação da demolição. Aqui poderá levar 30 dias ou mais para resolver.
6º Passo
Quando ficar pronto você deverá solicitar uma nova matrícula do imóvel no mesmo cartório e essa matrícula que é uma espécie de histórico do imóvel sairá no final o registro da demolição e agora, portanto um terreno.

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