Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HistologiaHistologiaHistologiaHistologia (Texto aprofundado)(Texto aprofundado)(Texto aprofundado)(Texto aprofundado) É o ramo da Biologia que estuda os tecidos. Os tecidos são grupamentos de células com características semelhantes e atuam na realização de uma determinada função. Além das células os tecidos também podem apresentar quantidade variável de material extracelular ou intracelular produzido pelas próprias células. TECIDOS ANIMAIS 1 - Tecido Epitelial Simples (de células cúbicas, achatadas ou cilíndricas) - Pseudo-estratificado � De Revestimento Estratificado (de células cúbicas, cilíndricas ou de transição) � Glandular (glândulas) Exócrinas ( simples e compostas) Endócrinas Anfícrinas ou mistas 2 - Tecido Conjuntivo frouxo � Conectivo ou TCPD denso (modelado e não-modelado) � Especiais Hematopoético (linfóide e mielóide) Reticular De sustentação (cartilaginoso e ósseo) Adiposo De transporte (linfático e sangüíneo) 3 - Tecido Muscular � Não-estriado (Liso) � Estriado esquelético � Estriado cardíaco 4 - Tecido Nervoso 1 - TECIDO EPITELIAL É constituído por células justapostas e quase não há material intercelular. Não apresenta vasos sangüíneos e suas células recebem nutrientes pela difusão de substâncias dos capilares localizados no tecido conjuntivo subjacente. Entre os epitélios e o tecido conjuntivo existe a lâmina basal (formada por proteínas e glicoproteínas, sem estruturas celulares). ] 1.1- TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO Os epitélios de revestimento formam a camada mais superficial da pele (epiderme) e também as cavidades dos órgãos internos (estômago, intestino, traquéia). Os epitélios são classificados de acordo com o número de camadas celulares (simples e estratificado) e morfologia das células superficiais (pavimentosas, cilíndricas ou cúbicas). Observe os principais tipos de epitélios. 1.2- TECIDO EPITELIAL GLANDULAR Este tecido forma as glândulas, que são estruturas epiteliais especializadas na síntese e liberação de secreções. De acordo com a forma de secreção, as glândulas podem ser exócrinas, endócrinas ou mistas. • Glândulas exócrinas - têm canal ou ducto secretor, lançando a secreção na superfície ou na luz de um órgão. Podem ser: � Merócrinas - liberam apenas a secreção. Ex: g. sudoríparas, g. lacrimais, g. salivares. � Apócrinas ou holomerócrinas - liberam uma parte do citoplasma celular junto com a secreção e em seguida a célula secretora se regenera. Ex: g. mamárias � Holócrinas - a secreção é a própria célula, que morre ao ser liberada. A atividade glandular é mantida graças à intensa renovação celular. Ex: g. sebáceas. • Glândulas Endócrinas - não possuem ducto de secreção, lançando seus produtos diretamente no sangue (hormônios). Ex. hipófise, tireóide, adrenais. PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS EPITÉLIOS - revestimento e proteção - sensibilidade - absorção - trocas gasosas - secreção - contração (células mioepiteliais) - filtragem (epitélio dos nefros renais) Epitélio cilíndrico simples (intestino) Epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado (traquéia) Epitélio de transição (bexiga urinária) Epitélio pavimentoso simples (capilar sangüíneo) • Glândulas mistas ou anfícrinas - ao mesmo tempo produzem secreções exócrinas e endócrinas, pois possuem células secretoras com e sem ductos. Ex: pâncreas, ovários e testículos. 1.3 – ESTRUTURAS DE ADESÃO EM TECIDOS EPITELIAIS Os tecidos epiteliais, principalmente os de revestimento, são muito resistentes à tração, por terem estruturas de adesão, tais como: � 1. Zônula de Oclusão – junção entre as camadas lipídicas externas de 2 células. � 2. Zônula de Adesão – as células vizinhas ficam unidas por uma substância intercelular adesiva, porém, sem haver contato entre as membranas plasmáticas. � 3. Desmossomos – filamentos de queratina que entrelaçam as duas células adjacentes. � 4. Junção comunicante (nexos) – tubos protéicos que permite a comunicação entre células adjacentes, também auxiliando na adesão entre membranas. � 5. Hemidesmossomos – une as células epiteliais à lâmina basal, que fica entre o tecido epitelial e o conjuntivo. 1.4 – MEMBRANA E LÂMINA BASAL A lâmina basal é constituída por moléculas de glicoproteínas e fibras de colágeno; atua conectando o tecido epitelial ao tecido conjuntivo e hemidesmossomos unem firmemente a lâmina basal à célula epitelial. Só é visível na microscopia eletrônica. Quando duas lâminas basais se juntam formam a membrana basal, que por ser mais espessa pode ser visualizada em microscópio óptico. ORIGEM EMBRIONÁRIA DO TECIDO EPITELIAL • Ectoderme: epiderme • Mesoderme: endotélio dos vasos sangüíneos • Endoderme: epitélio de revestimento dos sistemas digestório e respiratório Microvilosidades Zonula de adesão Jun RESUMO: ESQUEMA GERAL DA CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO Segundo o Segundo a forma número de camadas das células superficiais Exemplos PAVIMENTOSO Endotélio, mesotélio (pleura, pericárdio e peritônio) SIMPLES CÚBICO Revestimento ovariano e de ductos glandulares. PRISMÁTICO (CILÍNDRICO) Revestimento do estômago e intestino. PSEUDO-ESTRATIFICADO CILÍNDRICO CILIADO Revestimento da traquéia e brônquios. PAVIMENTOSO * QUERATINIZADO Epiderme, língua dorsal. ESTRATIFICADO * NÃO QUERATINIZADO Boca, esôfago. CÚBICO Ducto de glândulas sudoríparas. PRISMÁTICO Conjuntiva ocular, parte da epiglote. DE TRANSIÇÃO Revestimento interno da bexiga e partes das vis urinárias. 2 - TECIDO CONJUNTIVO O tecido conjuntivo é originado a partir do mesênquima, um tecido embrionário caracterizado pela presença de células com prolongamentos e imersas em muita substância intercelular. O mesênquima deriva do mesoderma do embrião. O tecido conjuntivo é o tecido com maior distribuição em nosso corpo. Apresenta células imersas em grande quantidade de substância intercelular - a matriz - formada por uma parte amorfa (água, ácido condroitino-sulfúrico, ácido hialurônico e proteínas) e uma parte fibrosa (fibras protéicas colágenas, elásticas e reticulares).METAPLASIA É quando um tipo de tecido é substituído por outro. Em pessoas que fumam, o epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado da traquéia e brônquios se transforma em tecido pavimentoso, por causa das substâncias tóxicas do cigarro. OBS:NEOPLASIA= CÂNCER TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO 2.1 - TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO Há dois tipos: o frouxo (ou areolar) e o denso. 2.1.1- Tecido Conjuntivo Frouxo» tem grande quantidade de substância intercelular, com poucas fibras que ficam frouxamente distribuídas. É o tecido mais abundante em nosso corpo. Suas funções são: � suporte e nutrição do tecido epitelial � envolvimento de nervos, músculos, vasos sangüíneos e linfáticos � cicatrização de tecidos lesados � participa da estrutura de vários órgãos FUNÇÕES DO TECIDO CONJUNTIVO - Preenchimento - Sustentação - Transporte de metabólitos - Reserva energética (adiposo) e de minerais (ósseo) - Defesa - Nutrição dos epitélios - Revestimento de vasos sangüíneos e linfáticos Células do T.C. Frouxo • Fibroblastos - secreta a substância intercelular e produz as fibras colágenas, elásticas e reticulares. Quando velhos ficam inativos e são denominados fibrócitos. • Macrófagos ou Histiócitos - célula amebóide com capacidade de fagocitose, fazendo a defesa contra patógenos e a reabsorção de produtos celulares. Originam-se dos Monócitos (leucócitos). • Plasmócitos - atuam na síntese de gamaglobulinas (anticorpos específicos). Têm origem nos linfócitos B(leucócitos). • Mastócitos - células globosas com citoplasma granuloso. Produzem heparina (polissacarídeo anticoagulante) e histamina (proteína vasodilatadora), substâncias indispensáveis nos processos de resposta inflamatória. Originam-se dos basófilos (leucócitos). EVENTOS DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA 1. capilares e tecidos liberam a bradicina (pequeno peptídeo); 2. a bradicina estimula neurônios do SNC (cérebro), que interpreta como dor; as bradicinas também estimulam os mastócitos a liberarem histamina e heparina; 3. a histamina promove a dilatação das paredes dos vasos sangüíneos, possibilitando a diapedese; 4. monócitos passam a ser macrófagos e fagocitam patógenos; neutrófilos também fagocitam. 5. Os macrófagos podem liberar interleucinas e ativarem o sistema imune (estudaremos no módulo II) 2.1.2 - Tecido Conjuntivo Denso» é pobre em substância intercelular, mas tem muitas fibras, principalmente colágenas, logo apresentam muitos fibroblastos. Quando as fibras são difusas, temos o T.C. Denso não-modelado (derme) e cápsulas como as do fígado e baço. Quando as fibras estão ordenadas, temos o T.C. Denso modelado (tendões e ligamentos), o qual é muito resistente à tensão. ATENÇÃO! � LIGAMENTOS: ligam ossos entre si (osso + osso). � TENDÕES: ligam músculos aos ossos (osso + músculos). 2.2- TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO Ocorre na hipoderme ou tela subcutânea e é formado principalmente por células adiposas (adipócitos), armazenando lipídios (reserva energética). Entre os lóbulos de células adiposas passam capilares sangüíneos, de onde são retirados os lipídios. Este tecido é abundante em aves e mamíferos, colaborando na manutenção da temperatura destes animais. Nos peixes das áreas mais frias do planeta também há bastante tecido adiposo. Nas células adiposas ficam armazenados triglicérides, ácidos graxos e glicerol. Os ácidos graxos são provenientes da alimentação ou sintetizados pelo adipócito a partir da glicose. TIPOS DE TECIDO ADIPOSO • Unilocular (comum ou amarelo) – forma o panículo adiposo; • Multilocular (pardo ou marrom) – é muito vascularizado e rico em mitocôndrias, atuando na produção de calor (toda a energia da cadeia respiratória gera apenas calor e não gera ATP). Ocorre em animais hibernantes e em bebês, sendo importante na termorregulação do recém- nascido. 2.3- TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSO É um dos tecidos com função de sustentação. Também facilita o movimento das articulações e amortece choque mecânicos. A cartilagem é formada por condroblastos (células ativas na produção da matriz) e condrócitos (condroblastos inativos) não possuindo nervos e vasos sangüíneos. Com exceção das cartilagens das articulações e da cartilagem fibrosa, as demais cartilagens são revestidas pelo pericôndrio (T.C. Denso), que nutre a cartilagem. O pericôndrio é originado do mesênquima e permanece com uma camada de células mesenquimais (células-tronco multipotentes), que se transformam em condroblastos para crescimento da cartilagem. Os condrócitos também sofrem mitose, possibilitando o crescimento da cartilagem (muito lento). Tipos de Cartilagem • Hialina – tem uma quantidade moderada de fibras; ocorre no septo nasal, laringe, traquéia, brônquios e articulações dos ossos longos. • Elástica – tem muitas fibras, sobretudo elásticas; ocorre no pavilhão da orelha, epiglote e em partes da laringe. • Fibrosa – tem muitas fibras colágenas; ocorre nos discos intervertebrais, em algumas articulações e em pontos onde tendões e ligamentos se fixam aos ossos. 2.4 - TECIDO CONJUNTIVO ÓSSEO É o principal tecido de sustentação, sendo o tecido mais abundante nos ossos. É formado pela matriz óssea (sais minerais - 65% e fibras - 35%) e pelas células osteoblastos (produzem a matriz orgânica), osteócitos (osteoblastos inativos) e osteoclastos (células multinucleadas originadas dos monócitos e fazem a reabsorção da matriz, principalmente na regeneração óssea). 2.4.1. O Tecido ósseo e a formação dos ossos Os ossos são órgãos que apresentam além do tecido ósseo, os tecidos cartilaginoso, adiposo, sangüíneo, hematopoiético e nervoso. A ossificação endocondral (substituição da carlilagem hialina por tecido ósseo) é o processo mais comum para formar os ossos. Esta ossificação inicia internamente indo para as extremidades do osso (ex: formação do fêmur). A ossificação intramembranosa ocorre a partir de uma membrana de tecido conjuntivo embrionário, e células mesenquimatosas formam osteoblastos em centros de ossificação, onde se depositam os minerais (ex: formação dos ossos cranianos em récem-nascido) pericôndrio condroblasto condrócito condroplasto REGENERAÇÃO DE FRATURAS ÓSSEAS O crescimento e a reposição dos ossos quando há fratura é feita pelo periósteo (tec. Conj. Denso que reveste o osso) e do endósteo (tec. Conj. Denso da cavidade do osso). O periósteo e o endósteo (têm células mesenquimatosas) formam um anel de tecido conjuntivo em volta da fratura. A partir desse tecido conjuntivo são formados osteoblastos, que atuam sintetizando a nova matriz óssea. Alguns osteócitos voltam a ser osteoblastos para auxiliar na regeneração. Na regeneração, os osteoclastos secretam ácidos (dissolvem sais de cálcio) e a enzima colagenase (digere colágeno). Toda essa matéria prima é reaproveitada pelos osteoblastos. ATENÇÃO: De acordo com a Nomina Anatomica o canal de Harvers agora é denominado canal central e o canal de Volkmann chama-se canal perfurante. OSTEOPOROSE Caracteriza-se pela diminuição da formação de tecido ósseo e/ou maior reabsorção do osso existente, formando poros dentro do osso, fragilizando-o. Em mulheres, após a menopausa há redução de estrógeno, que atuava estimulando a formaçãoóssea. Em homens, a testosterona também reduz na andropausa, causando efeito semelhante. Dois outros hormônios também interferem na osteoporose: paratormônio e calcitonina. O paratormônio (sintetizado pelas paratireóides) ativa o osteoclasto, que atua retirando cálcio dos ossos e lançando-o no sangue. Já a calcitonina (tireóide) inibe a ação do osteoclasto e possibilita a remoção do cálcio do sangue e sua deposição nos ossos. Se há aumento de paratormônio e / ou redução da calcitonina tem-se descalcificação óssea. Para que o cálcio seja absorvido no intestino há necessidade de vitamina D, que também, num conjunto metabólico complexo, regula a secreção de paratormônio. Há ainda osteoporose por carência de vitamina A, que atua equilibrando a ação de osteoblastos e osteoclastos, elém da vitamina C, cuja carência acarreta má formação óssea, pois é coenzima ativadora da síntese de colágeno, principal proteína da matriz orgânica do osso. A prevenção da osteoporose, inclui, dentre outras ações: - fazer exercícios físicos para ativar a osteogênese (formação do osso) - controle das taxas hormonais e reposição se for necessário. - Dieta diversificada e banho de sol. 2.5 - TECIDO CONJUNTIVO HEMATOPOIÉTICO É o tecido que produz os elementos figurados do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas. Há dois tipos de tecido hematopoiético: 2.5.1 - Tecido Mielóide» encontra-se na medula óssea vermelha, no interior do canal medular dos ossos. Produz hemácias, plaquetas e os leucócitos (exceto linfócitos). 2.5.2 - Tecido Linfóide » é encontrado na medula óssea e em estruturas isoladas como os linfonodos, o baço, o timo e as tonsilas (antigas amígdalas). Produz os linfócitos. Os linfócitos B são produzidos e maturados na medula; os linfócitos T são produzidos na medula e maturados no timo (órgão pequeno que fica próximo ao coração) 2.6 – TECIDO CONJUNTIVO RETICULAR É formado por fibras e células reticulares, compondo uma trama delicada que dá suporte às células do tecido hematopoiético. O tecido reticular ocorre na cavidade dos ossos e em órgãos hematopoiéticos (fígado, baço) e provê uma estrutura arquitetônica (trabécula), oferecendo um ambiente para as células e fluidos do tecido hematopoiético se moverem livremente. 2.7 - TECIDO CONJUNTIVO SANGÜÍNEO O sangue é um tecido com substância intercelular líquida (plasma) e elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas), atuando no transporte de substâncias e defesa do organismo. O plasma é formado de água (90%), sais, aminoácidos, glicídios, vitaminas, proteínas, hormônios, etc. ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE • Hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos)» são as mais numerosas células sangüíneas (cerca de 5 milhões/ml). São produzidas na medula óssea vermelha, perdem o núcleo e organelas e migram para o sangue. Duram de 90 a 120 dias, sendo removidas pelo fígado e baço. Atuam no transporte de O2 e de parte do CO2. Redução de hemácias caracteriza a anemia, enquanto o aumento é chamado policitemia, muito comum em pessoas que habitam em áreas de grande altitude, a fim de possibilitar um maior aproveitamento do oxigênio por causa do ar rarefeito (baixa pressão). • Plaquetas (trombócitos) » são porções de megacariócitos (células da medula óssea vermelha), atuando na coagulação sangüínea. Há cerca de 300.000 plaquetas/ml de sangue. • Leucócitos (glóbulos brancos)» são os menos numerosos, havendo entre 7.000 a 10.000/ml. Atuam na defesa do organismo. Em infecções, esse nº pode chegar a 20.000 (leucocitose). Há os granulócitos (tipos 1, 2 e 3) e os agranulócitos (tipos 4 e 5): 1 - Neutrófilos: são os mais abundantes, têm núcleo com 3 a 5 lóbulos e atuam na fagocitose. 2 - Acidófilos ou Eosinófilos: têm núcleo com 2 lóbulos e fazem fagocitose. Seu número aumenta nas alergias e parasitoses intestinais. 3 - Basófilos: têm núcleo grande e inúmeros grânulos citoplasmáticos de heparina (anticoagulante) e histamina (vasodilatador), liberando-os na resposta inflamatória. 4 - Linfócitos: núcleo condensado, ocupando quase toda a célula. Produzem anticorpos. 5 - Monócitos: têm o núcleo em forma de rim. Atuam na fagocitose de bactérias, vírus e fungos. ESQUEMA DA COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA 3 - TECIDO MUSCULAR Este tecido tem origem mesodérmica, tendo capacidade de contração e distensão. Suas células são alongadas e são denominadas miócitos (anteriormente chamados fibras musculares) 3.1 - TIPOS DE TECIDOS MUSCULARES NOMES ESPECIAIS DE ESTRUTURAS DO MIÓCITO (antes fibra muscular) • Membrana – Sarcolema • Citoplasma - Sarcoplasma • Retículo endoplasmático não-rugoso (LISO) – Retículo Sarcoplasmático T.M. Não-estriado T.M. Estriado Esquelético T.M. Estriado Cardíaco TECIDO MUSCULAR OCORRÊNCIA E CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS TIPO DE CONTRAÇÃO Estriado esquelético A membrana tem muitas invaginações (sistema de túbulos T), que facilitam a transmissão do impulso entre o neurônio, a membrana e o REL. - As células são multinucleadas, com núcleos periféricos. - Apresenta estrias longitudinais e transversais, com disposição regular, formando faixas claras e escuras. - Forma os músculos que revestem os ossos. - São um sincício (originam da fusão de inúmeras células). Contração rápida e voluntária Estriado cardíaco - Células uni ou binucleadas, com núcleo central. - Tem estrias transversais e longitudinais, porém com disposição menos regular que o tecido estriado esquelético. - Há discos intercalares (junções gap ou nexos) entre as células, que atuam na propagação dos impulsos elétricos no coração. - Ocorre apenas no coração. - As células são contínuas, ou seja, anastomosadas. Contração rápida e involuntária. Não-estriado (Liso) - Células com núcleo único e central, interligadas por junções gap ou nexos. - Tem apenas estrias longitudinais, não formando as faixas claras e escuras. - Ocorre nas paredes das vísceras e dos vasos sangüíneos. - Não tem estrias em virtude da actina e miosina não serem organizadas de forma regular. - Não tem sistema de túbulos T, nem retículo endoplasmático muito desenvolvido. Contração lenta e involuntária 3.2 - ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS • O miócito (antes fibra muscular ou célula muscular) contém inúmeras miofibrilas de actina e miosina, formando o miômero (antes sarcômero). • Cada miócito é revestido pelo endomísio, que é uma rede de filamentos protéicos da matriz extracelular do tecido muscular. • Vários miócitos se agrupam em feixes (ou fascículos), envoltos pelo perimísio, que é constituído de tecido conjuntivo propriamente dito. • Vários feixes são envolvidos pelo epimísio, tecido conjuntivo rico em fibras colágenas que recobre todo o músculo. Observe a figura adiante. 3.3 - MECANISMO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR No miócito estriado encontramos miofribilas compostas de miofilamentos de actina e miosina, dispostos ordenadamente. Os filamentos de actina, que são finos, formam a faixa clara ou faixa I (Isotrópica), enquanto que os filamentos de miosina, mais grossos, formam uma faixa escura ou faixa A (Anisotrópica), que também apresenta as extremidades das actinas. É a alternância das faixas A e I que dá o aspecto estriado ao tecido. À medida que o miócito se contrai, com os filamentos de actina deslizando sobre os de miosina, a faixa I diminui, chegando a desaparecer na célula contraída. A faixa A mantém seu tamanho. Quandoum miócito está descontraído (relaxado), dentro da faixa A existe uma área mais clara - a zona H, representando apenas os filamentos de miosina. Nas extremidades da faixa A encontra-se filamentos de miosina e actina, formando uma zona mais escura. Na contração a zona H pode chegar a desaparecer. Na faixa I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, correspondendo a várias uniões entre dois filamentos de actina. O segmento entre duas linhas Z é o miômero (antes denominado sarcômero), a unidade contrátil do miócito. 3.3.1 – Eventos celulares da contração muscular • O axônio do neurônio libera um neurotransmissor (acetilcolina) na placa motora (sinapse entre neurônio e miócito). • A membrana plasmática do miócito apresenta invaginações denominadas de sistema T ou sistema de túbulos transversais (exceto no tec. muscular liso) , que ao receberem o estímulo nervoso despolarizam uniformemente (entra íons de Na+). • Esta despolarização chega através dos túbulos T ao retículo sarcoplasmático (REL) - ao conjunto T/REL chama-se tríade - havendo liberação de íos de Ca++. • Em presença de Ca++ e ATP a miosina interage com a actina, fazendo a actina deslizar na miosina, contraindo o miômero (sarcômero). • Quando cessa a despolarização da membrana (porque cessou o estímulo nervoso), o Ca++ é reconduzido para o REL através da bomba de cálcio, consumindo ATP (transporte ativo). 3.3.2- Fermentação lática nos miócitos Em exercícios intensos, quando o suprimento de ATP via respiração celular é insuficiente, há fermentação lática. Isso gera ácido lático, que provoca dor e intoxicação dos miócitos. Parte do ácido lático é convertido em ácido pirúvico, quando a oxigenação normaliza. Porém, grande parte do lactato vai para o fluído extracelular e é transportada via sangue até o fígado (90%) e rins (10%), sendo reconvertido em glicose pela gliconeogênese. A gliconeogênese consiste na formação de glicose a partir de moléculas precursoras não-glicídicas, como o ácido lático, aminoácidos e glicerol. USO DA ENERGIA NO MIÓCITO *SUPRIMENTO PRIMÁRIO (não depende de estar havendo respiração. A energia já está pronta para uso) 1. Usa-se a energia armazenada em ATP (garante em média 1 seg. de atividade muscular intensa). 2. Usa-se a reserva de fosfocreatina feita a partir de creatina e ATP), a qual cede o radical fosfato para o ADP, formando ATP, que é consumido (mantém a ação muscular por cerca de 8 seg.). A fosfocreatina vai sendo reposta pela respiração celular (o ATP cede fosfatos a creatina), caracterizando a fosfocreatina como uma fonte indireta de energia para a contração muscular. *SUPRIMENTO SECUNDÁRIO (uso do glicogênio armazenado) - essa fonte metabólica garante a produção de ATP pela fermentação lática, suprindo a atividade muscular por 1 a 2 minutos. * SUPRIMENTO TERCIÁRIO os sistemas circulatório e respiratório aumentam suas atividades, oferecendo mais glicose, ácidos graxos e oxigênio às células musculares, que passam a produzir ATP via respiração celular, o qual é imediatamente consumindo, garantindo o suprimento energético muscular por várias horas. APROFUNDAMENTO: TECIDO MUSCULAR � Nos adultos, as células musculares estriadas esqueléticas não têm mais mitose. O músculo cresce por: - Realizar exercícios físicos estimula as células musculares já existentes a produzirem mais miofibrilas, aumentando seu volume. - Ao se fazer exercícios intensos ou em processos regenerativos, células satélites que ficam no entorno dos miócitos, sofrem grande proliferação e se fundem com os miócitos já existentes, aumentando o músculo. � O tecido estriado cardíaco só tem mitose nos primeiros anos de vida. Depois, sua regeneração é decorrente da proliferação de tecido conjuntivo, formando uma cicatriz. No Brasil, médicos estão injetando células-troco da medula em áreas lesadas por infarto, e já foi documentado a regeneração da área lesada pela ação dessas células-tronco. � O tecido muscular não estriado (liso) mantém a capacidade mitótica durante toda a vida, regenerando as lesões que ocorrem no mesmo. 4 - TECIDO NERVOSO O tecido nervoso é originado da ectoderme e forma o sistema nervoso. Praticamente não existe substância intercelular e as principais células são: o neurônio, que atuam na recepção e transmissão de estímulos nervosos e os gliócitos (antes denominados por células gliais ou neuróglia). 4.1 - MORFOFISIOLOGIA DO NEURÔNIO • Corpo celular (pericário ou soma neural) » contém o núcleo da célula e a substância de Nissl(RER), entre outras organelas. Dele partem o axônio e os dendritos. • Dendritos» são ramificações citoplasmáticas curtas e numerosas que captam estímulos, transmitindo-os ao resto do neurônio. • Axônio » é o maior prolongamento do neurônio (varia de frações de mm a 1 m). Cada neurônio só possui um axônio. Na sua parte final há ramificações onde se localizam os botões sinápticos (vesículas com neurotransmissores). A maioria dos neurônios apresenta um estrato mielínico (antes chamado bainha de mielina), formada por prolongamentos das membranas de oligodendrócitos (anteriormente denominados por células de Schwann), atuando como isolante elétrico para que o impulso nervoso se propague com maior rapidez. O IMPULSO NERVOSO - A membrana do neurônio em repouso é eletronegativa (-90mV), característica mantida pela bomba de Na+/K+. Esse estado do neurônio é denominado de polarização. - O estímulo (potencial de ação) determina a entrada de íons de Na+ por difusão facilitada, pelas proteínas canais de sódio existentes na membrana dos neurônios. Isso corresponde ao momento da despolarização, ficando o potencial da membrana com cerca de + 35mV, em um milésimo de segundo. - Em seguida, aproximadamente 0,5 milésimo de segundo, há saída de K+ por difusão simples, caracterizando a repolarização. LEI DO TUDO-OU-NADA: o estímulo que gera o potencial de ação deve ser forte o suficiente para elevar o potencial de repouso além de determinado valor crítico – limiar excitatório. Abaixo desse valor, o estímulo só provoca alterações locais na membrana, que cessam e não desencadeiam o impulso nervoso. ESQUEMA DOS NEURÔNIOS (DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO) pedi p vcs copiarem do quadro..... Núcleo do oligodendrócito Nó neurofibroso GRÁFICO DO IMPULSO NERVOSO PERÍODO REFRATÁRIO ABSOLUTO E RELATIVO 4.2 – GLIÓCITOS (antes neuróglia) • Astrócito: podem ser fibrosos ou protoplasmáticos. Nutre e auxilia na cicatrização do T. nervoso. • Oligodendrócito: faz o estrato mielínico (baínha de mielina) dos neurônios. • Micróglia: faz fagocitose, ou seja, atua na defesa do T. nervoso. São macrófagos modificados. • Células Ependimárias: células derivadas do revestimento do tubo neural que revestem as cavidades internas do encéfalo e da medula espinhal, secretando o líquido cerebroespinhal (antes denominado cefaloraquidiano). ASTRÓCITO OLIGODENDRÓCITO P.R. ABSOLUTO P.R. RELATIVO MICRÓGLIA
Compartilhar