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PROBLEMAS TRAUMATO-ORTOPÉDICOS COMUNS NA ADOLESCÊNCIA TIPOS DE IMOBILIZAÇÕES PRÁTICA DE APLICAÇÕES DE BANDAGENS Profª Drª Maria Luiza de Oliveira Teixeira PCI II 2011 Durante a adolescência, as funções físicas, sensoriais e psicomotoras do indivíduo estão no auge, conferindo ao jovem uma sensação de força e confiança nunca antes experimentada. A tendência a comportamentos arriscados junto com sentimentos de indestrutibilidade faz dos adolescentes pessoas especialmente propensas a acidentes. Alguns destes acidentes podem causar lesões, desde pequenos cortes, contusões e escoriações, até lesões graves incapacitantes. - CONTUSÕES, DISTENSÕES E ENTORSES. Contusão: É o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar uma lesão nos tecidos moles da superfície, nos músculos ou em cápsulas ou ligamentos articulares. Algumas vezes a lesão é profunda, tornando difícil determinar a sua extensão. Sinais e Sintomas: Coloração roxa da pele. (Hematoma)Coloração roxa da pele. (Hematoma) Dor na área de contato. Conduta: Aplicar gelo no local imediatamente. Não massagear ou aplicar calor (apenas 24 horas após a contusão); Procurar um serviço de Saúde para avaliação e tratamento adequado. Distensão: é uma “tração muscular” devida ao uso excessivo, estiramento ou estresse excessivo. As distensões são lacerações musculares microscópicas e incompletas, com algum sangramento para o interior do tecido. Sinais e Sintomas: O paciente experimenta alguma sensibilidadeO paciente experimenta alguma sensibilidade gradual ou dor súbita e, a seguir, hipersensibilidade local. A dor é percebida com o uso do músculo e a contração isométrica. Entorse (torção): É uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento de uma articulação. Normalmente, ocasiona uma distensão dos ligamentos e da cápsula articular. Sinais e Sintomas: Dor intensa ao redor da articulação; Dificuldade de movimentação em graus variáveis; Pode haver sangramentos internos.Pode haver sangramentos internos. Conduta: Aplicar frio intenso no local (bolsa de gelo, toalhas frias, etc.). Não fazer massagens ou aplicações quentes (apenas 24 horas após a entorse) Imobilizar a articulação atingida e não movimentá-la; Procurar um serviço de saúde para avaliação e tratamento adequados. O tratamento das contusões, distensões e entorses consiste em elevar a parte afetada, na aplicação de gelo e no uso de bandagem de compressão. A elevação controla a tumefação; o frio úmido ou seco aplicado de modo intermitente por 20 a 30 minutos, durante as primeiras 24 horas após o acidente, produz vasoconstricção, reduzindo o sangramento, o edema e o desconforto. A bandagem de compressão também controla o sangramento, reduz o edema e proporciona apoio aos tecidos lesados. Durante a fase de recuperação, músculos, ligamento e tendões lesados deverão manter-se em repouso para que ocorra a reparação. O calor úmido aplicado de modo intermitente (15 a 30 minutos, 4 vezes ao dia) promove vasodilatação, absorção e reparação. A orientação do paciente deve enfatizar os exercícios mínimos até que ocorra a cicatrização, e a seguir a progressão gradual da atividade, sendo que o exercício excessivo no início da seqüência de tratamento retardará a recuperação. Luxação: É o deslocamento de um osso da articulação, geralmente acompanhado de uma grave lesão de ligamentos articulares. Isso resulta no posicionamento anormal dos dois ossos da articulação. A luxação pode ser total ou parcial (os dois ossos da articulação ainda permanecem em contato) . Sinais e Sintomas: Deformidade e movimento anormal da articulação; Cavidade entre as superfícies articulares; Dor intensa; Sangramento intenso;Sangramento intenso; Conduta: Cuidadosamente colocar os dois ossos numa posição de conforto que permita a imobilização e o transporte com o mínimo de dor. A articulação só deve ser recolocada no lugar por profissionais médicos; Não fazer massagem ou aplicação de calor; Procurar imediatamente um Serviço de Saúde para avaliação e tratamento adequado. Fratura É o rompimento total ou parcial de qualquer osso. Classificação: Quanto à relação do osso como o meio externo: 1. Fechada: Quando a pele não é rompida pelo osso quebrado; 2. Aberta ou Exposta: Quando o osso atravessa a pele e fica exposto. A possibilidade de infecção neste tipo de fratura é muito grande, e deve ser observada com atenção. Quanto à extensão da fratura: 1. Completa: Abrange toda a espessura do osso; 2. Incompleta: Abrange parte da espessura do osso. Sinais e Sintomas: Dor intensa no local e que aumenta ao menor movimento; Inchaço no local; Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de um papel); Hematoma (rompimento de vaso, com acúmulo de sangue no local); Paralisia por lesão de nervos. Conduta: •Não tentar colocar o osso no lugar, pois isto poderá causar complicações. Colocar os ossos numa posição mais próxima do natural, lentamente, junto ao corpo; •Só movimentar o segmento do corpo fraturado após sua imobilização. Esta•Só movimentar o segmento do corpo fraturado após sua imobilização. Esta pode ser feita com um pedaço de madeira, cabo de vassoura, guarda-chuva, jornal enrolado ou outro material estável. Deve-se imobilizar as articulações acima e abaixo do local fraturado; •Evitar limpar qualquer ferida; qualquer movimento desnecessário poderá causar complicações (exposição da fratura, corte de vasos ou ligamentos, etc.); •Aplicar gelo para reduzir a inflamação; •Procurar um Serviço de Saúde para avaliação e tratamento adequados. IMPORTANTE: Se existe dúvida se o osso está ou não quebrado, agir como se realmente houvesse um fratura e imobilizar. ATADURAS � São faixas confeccionadas em algodão, gaze ou crepon para acomodar, envolver, fixar e proteger uma parte específica do corpo. São úteis para exercer pressão, manter curativos e talas na posição correta. NA COLOCAÇÃO DAS ATADURAS DEVEM SER OBSERVADOS OS SEGUINTES CUIDADOS: � Deve-se explicar o que vai fazer ao paciente antes de se iniciar o procedimento. � Colocar-se de frente para o paciente. � Observar o local e a extensão da lesão visando à restauração e a preservação das funções vitais; Posicionar a parte do corpo a ser enfaixada em uma� Posicionar a parte do corpo a ser enfaixada em uma posição confortável de alinhamento anatômico normal. As faixas provocam imobilização executada em posição de funcionamento normal da parte do corpo envolvida reduz os riscos de deformações ou lesões. � Inspecionar a pele à procura de alterações como lesões e edema; � Evitar o atrito entre e contra as superfícies de pele aplicando gaze ou coxins de algodão. As superfícies de pele em contato (como por exemplo, entre os dedos, abaixo das mamas) podem roçar entre si provocando escoriações ou irritação local. Faixas colocadas sobre protuberâncias ósseas podem roçar contra a pele e provocar rupturas.provocar rupturas. � Proteger feridas expostas ou escoriações abertas com curativo estéril; � Avaliar a presença de sinais de comprometimento circulatório (pulso, temperatura, coloração, dor, etc.) para comparação após a colocação das faixas; � Recomenda-se deixar descobertas as extremidades para a observação das condições circulatórias; � A largura das faixas deve estar de acordo com o tamanho e o diâmetro da parte do corpo a ser enfaixada; � Colocar a atadura sobre o segmento corporal, de modo que o rolo se abra para cima. Aplicar no sentido do ponteiro de um relógio, salvo se� Aplicar no sentido do ponteiro de um relógio, salvo se a pessoa é canhota. � Segurar a extremidade com a mão esquerda, enquanto a direita leva o rolo. � Ao passar a atadura, as duas mãos devem tracionar o rolo uniformemente. � Desenrolara atadura à medida que for atingindo a superfície corporal. � Correr com o rolo sempre da esquerda para a direita. � Todas as voltas deverão sempre percorrer o caminho mais curto; do contrário deslocam-se com facilidade. Cobrir somente 1/3 de atadura em cada volta. � A porção terminal da atadura não deverá ser aplicada em parte do corpo que se estreita porque se desajusta facilmente. � Caso seja necessário um segundo rolo de atadura, coloca-se a sua extremidade inicial sob a extremidade terminala sua extremidade inicial sob a extremidade terminal primeira. � A atadura deve apresentar aspecto agradável: limpa, firme, sem pregas e rugas; � Para a fixação usar fita adesiva. � Para se retirar a atadura caso ela esteja aderente, deve-se umedecê-la com soro. Devem ser removidas com luvas e colocadas em saco plástico. Ao retira-la deve-se ir gradativamente enrolando-a. TIPOS DE ENFAIXAMENTO CILINDRO Pescoço Tórax Abdômen Tornozelo Punho Dedos Membros Inferiores junto à articulação Cabeça Dedos Artelhos Cotos após ampuntação OVÓIDE CONE Braços Antebraços Pernas Pés Coxas CIRCULAR As voltas se sobrepõem. Usada para fixar a atadura no início e no fim, e também em partes cilíndricas e curtas do corpo: testa, pescoço, pulso, calcâneo, tórax. ESPIRAL A atadura é enrolada obliquamente num segmento corporal. A volta em espiral é sempre colocada do diâmetro menor para o maior, para evitar que se desfaça. � Lenta: aplicada nas partes cilíndricas do segmento corporal: braço, antebraço, dedos, tronco, pernas. A volta abrange 1/2 ou 3/4 da largura da atadura e requer mais material do que aquelas que cobrem somente 1/3 ou ¼ da atadura .atadura . o Apressada: é usada para a fixação de talas na imobilização de articulações . Geralmente as voltas não cobrem as anteriores. � REVERSA OU ESPIRAL COM INVERSÃO � A atadura em espiral reversa é utilizada nas partes do corpo em que o diâmetro vai se tornando maior: braço, antebraço, pernas, coxas. A fim de evitar que a atadura fique frouxa, se inverte a volta da atadura, de modo que sua parte interna fica sendo externa e na seguinte volta interna. CRUZADA OU EM OITO � Também conhecida como espica. Esta técnica consiste em cruzar a atadura em forma de oito (8). É indicada para as articulações (cotovelo, patela, punho, calcâneo), nas partes cilíndricas do corpo (braço, tórax) e quando se quer mudar de um segmento para outro, como por exemplo: cabeça-pescoço, braço-tórax, mão-punho, permitindo os movimentos articulares.
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