Buscar

Imunologia Básica e Médica

Prévia do material em texto

Imunologia Básica e Médica
PROFESSORES: ZULEICA E RONEI
RESPOSTA IMUNE
O homem desenvolveu um sistema que permitisse sua sobrevida e de sua prole: sistema imunológico resposta imune (reação aos desafios que estão na natureza, que permite que fiquemos em um estado saudável). 
LINHA DO TEMPO
No século XV, ocorre um processo onde chineses e turcos faziam com que crianças respirassem o pó derivado de feridas da varíola, deste modo iniciava-se uma forma primitiva da vacina, pois assim diminuíam a gravidade da doença, ou até mesmo não pegavam a doença.
Depois disso, em 1798, um médico inglês fez a vacina para a varíola, descoberta a partir do contato das mulheres com as vacas, e deste modo não eram contaminadas pela doença. Retiravam-se crostas das feridas das vacas, e junto a substancias criou-se a primeira vacina, e assim isso era aplicado na pele de algum voluntário. 
Somente um século depois, ocorre a projeção de uma vacina antirrábica e contra a cólera aviário.
Em 1886, com o desenvolvimento do microscópio, começou-se a enxergar microrganismos, e deste modo começou-se a entender a fonte de varias patologias. 
Em 1890, começou a ser utilizado o soro de pessoas que tivessem se curado a determinadas doenças a pacientes afetados pela mesma, e deste modo foi criada uma atividade antitóxica. 
Começou-se a ter informações, ainda em 1890, sobre macrófagos e fagócitos, aprimorando cada vez mais o conhecimento sobre a imunologia. 
Somente a partir da década de 70 que se começou a falar de linfócitos, antes só se falava de anticorpos. 
Ao contraio de outras ciências, a imunologia ainda é uma ciência em construção, pois ainda está sendo descoberto vários conceitos.
RESPOSTA IMUNE
Resposta coletiva e coordenada frente à introdução de substancias estranhas (microrganismos e macromoléculas = antígeno), envolvendo eventos celulares e moleculares com consequências fisiológicas (manutenção de saúde) ou patológicas. 
RECONHECIMENTO PRÓPRIO RECEPTORES MOLECULARES (TLR, MANR, CD14, SCAVENGER – INATA /BCR, TCR – ADAPTATIVA) NÃO PRÓPRIO GERAÇÃO DE RESPOSTA IMUNE
CONCEITOS BÁSICOS
a) Imunidade ativa: aquela em que o organismo, ao fazer contato com um antígeno, através de vacinas ou em natura, ele ativara células e moléculas do sistema imune para fazer uma resposta frente a uma infecção, produzindo dentro de semanas, células efetoras da resposta imunológica, que eliminarão a infecção, se recuperando e ganhando a imunidade. Gera memoria imunológica. (ex.: vacina). Deste modo, o próprio organismo produz suas células de defesa
b) Imunidade passiva: aquela em que organismo que está recebendo o material para torna-lo imune, não é responsável por produzir as células efetoras da resposta imune, recebendo isso pronto, como é o caso da soroterapia. Como não foi ele quem produziu, depois de um tempo este material será metabolizado, perdendo este estado de imunidade, não adquirindo a memoria imunológica. (ex.: soro antiofídico). 
Obs.: imunidade adotiva: dentro da imunidade passiva, na qual são transferidas células efetoras de um indivíduo para outro, sendo temporário. 
c) Imunidade inata (natural): ocorre uma reação em minutos após o desafio imunológico e atinge seu ápice em até 24 horas, depois essa resposta começa a decair, sendo assim rápida. Estarão envolvidas barreiras epiteliais, células dessa primeira frente de defesa, como os fagócitos, além disso as células NK (natural killer) e proteínas solúveis (sistema complemento, onde há uma sequência de proteínas que ativam umas às outras e geram no final da cascata de ativação moléculas biologicamente ativas), que são presentes inativas e são ativadas a partir do reconhecimento do próprio neutrófilo, o grupo de citocinas e quimiocinas, e que agem sobre outras células do sistema imune. Corresponde a 80% da resposta de defesa, decorrente da rapidez do processo e não exige multiplicação celular e com pouco consumo de energia. Barreiras: mecânicas, químicas, microbiológicas, celular e citocinas. É a primeira a ocorrer, pois já esta “pronta”. 
d) Imunidade adaptativa (adquirida): resposta que se demora mais para aparecer, ocorrendo a partir de 22 horas, ocorrendo a síntese proteica. O ápice da resposta só ocorre a partir do 8º dia após o primeiro contato com o antígeno. Se houver a memoria imunológica, a resposta pode ocorrem em 4 dias. As células centrais são os linfócitos B (geram anticorpos e fazem a resposta humoral) e T (geram células T efetoras e fazem a imunidade celular, se associando a outras células e eliminando antígenos), que se juntam a células da resposta inata como os macrófagos para fazer a resposta final de eliminação do antígeno. Ocorre também a presença de citocinas e quimiocinas, que se diferem da resposta inata. Composta por 5 fases, uma fase inicial (reconhecimento do antígeno), na qual as células apresentadoras de antígenos apresentam estes aos linfócitos. 
Será escolhido um linfócito B e/ou um T que reconhece especificamente aquele antígeno. O que tiver o receptor molecular será ativado. 
Selecionado que vai reagir, esses linfócitos sofrem um processo de ativação, que compreende na multiplicação das células escolhidas (expansão clonal), sendo caracterizada a segunda fase. 
Sofrem diferenciação em células efetoras, que irão funcionar para eliminar o antígeno, o linfócito B torna-se uma célula produtora de anticorpos e a T se torna ativada. 
Fase de eliminação do antígeno ocorre em seguida, por meio de anticorpos (resposta imune) ou por meio de resposta dos linfócitos T (resposta celular).
Após a eliminação do antígeno, ocorre a contração, onde as células que não forem usadas morrerão por apoptose, e simultaneamente outras células que não se tornaram em efetoras não serão eliminadas e nem utilizadas, sendo estas as células responsáveis pela resposta imune, que serão armazenadas nos órgãos linfoides, dentre outras partes do corpo. 
Quando ocorre uma infecção do mesmo tipo, a resposta é mais rápida pois já tem algumas células efetoras prontas e um maior número de células que tem o receptor. 
TEORIA DA SELEÇÃO CLONAL
Todos nos teremos um conjunto de células chamadas de precursores de linfócitos, e essas células vão dar origem a vários linfócitos, isso vai ocorrer na medula óssea, onde eles já saem de células hematopoiéticas.
Esses precursores se multiplicarão em várias células de linfócitos, e esses serão morfologicamente semelhantes entre si, porem serão diferentes quanto a capacidade de reconhecer antígenos, gerando a especificidade. 
Nos órgãos linfoides, ocorrera o abrigo de vários tipos de linfócitos (população que tem receptores moleculares distintos), e o antígeno apresentado somente ativara um tipo de linfócito, que terá o receptor correto, e é ele que faz a fase do reconhecimento, expansão clonal, e a depois produção de anticorpos. 
DOENÇAS DE ORIGEM IMUNOLÓGICA
Falência ou deficiência do sistema imune
Transformação maligna
Desregulação imunológica
Autoimunidade
Consequências adversas da resposta imune fisiológica
RELEVÂNCIA CLINICA
Síndromes de deficiência imune infecções características
Deficiência em resposta celular (LT)
Deficiência em resposta humoral (LB)
Deficiência em resposta de fagócitos
Deficiência em moléculas de adesão
Deficiência em componentes do sistema complemento
ÓRGÃOS LINFOIDES
Os tecidos linfoides são classificados como órgãos geradores, também denominados órgãos linfoides primários ou centrais, onde os linfócitos primeiro expressam os receptores de antígenos e atingem a maturidade fenotípica e funcional, e órgãos periféricos, também chamados de órgãos linfoides secundários, onde as repostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas e se desenvolvem. 
Órgão linfoides geradores: medula óssea (maturação células B) e timo (maturação células T).
Os linfócitos B parcialmente maduros na medula óssea entram na circulação, ocupam os órgãos linfoides secundários, incluindo baço e linfonodos, e completam sua maturação principalmente no baço. Os linfócitos T amadurecem no timo e,então, entram na circulação e povoam os órgãos linfoides periféricos e tecidos. Duas importantes funções compartilhadas pelos órgãos geradores são fornecer fatores de crescimento e outros sinais moleculares necessários para a maturação do linfócito e apresentar os próprios antígenos para o reconhecimento e seleção dos linfócitos em maturação.
A organização anatômica destas células + capacidade destas células de circular e realizar trocas entre o sangue, a linfa e os tecidos importância fundamental para a geração de resposta imune
Períodos da hematopoese: o surgimento do tecido sanguíneo está diretamente relacionado com o aparecimento evolutivo do terceiro folheto embrionário mesoderma
Órgãos linfoides geradores ou primários
Célula-tronco da medula óssea linhagem de linfócitos B maturação na medula óssea
Célula-tronco da medula óssea linhagem de linfócitos T maturação no timo
MEDULA ÓSSEA
A medula óssea é o local de geração da maioria das células sanguíneas maduras circulantes, incluindo hemácias, granulócitos e monócitos, e o local dos eventos iniciais na maturação da célula B. A geração de todas as células sanguíneas, chamada de hematopoese, ocorre inicialmente durante o desenvolvimento fetal nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino e no mesênquina paraaórtico; então, elas se deslocam para o fígado entre os terceiro e quarto mês de gestação e, finalmente, se localizam na medula óssea. No nascimento, a hematopoese ocorre principalmente nos ossos do esqueleto, mas se torna grandemente restrita à medula dos ossos chatos, de modo que, na puberdade, ela se dá principalmente no esterno, nas vértebras, no osso ilíaco e nas costelas. A medula vermelha que é encontrada nestes ossos consiste em uma malha reticular do tipo esponja localizada entre os longos ossos trabeculares. Os espaços desta malha contêm uma rede de sinusoides cheios de sangue e recobertos por células endoteliais ligadas a uma membrana basal descontínua. Por fora dos sinusoides, estão conjuntos de precursores de células sanguíneas em vários estágios de desenvolvimento, bem como células adiposas maduras. Os precursores das células sanguíneas amadurecem e migram através da membrana basal sinusoidal e entre as células endoteliais, entrando na circulação vascular. Quando a medula óssea é danificada ou quando uma demanda excepcional para a produção de novas células sanguíneas ocorre, o fígado e baço frequentemente se tornam locais de hematopoese extramedular.
A proliferação e maturação das células precursoras na medula óssea são estimuladas pelas citocinas.
Sitio de geração da maioria das células circulantes e eventos iniciais de maturação do linfócito B
TIMO 
O timo é o local da maturação da célula T. O timo é um órgão bilobado situado no mediastino anterior. Cada lóbulo é dividido pelo septo fibroso em múltiplos lóbulos, e cada lóbulo consiste em um córtex externo e uma medula interna (Fig. 2-10). O córtex contém uma densa coleção de linfócitos T , e a medula levemente corada é mais esparsamente povoada com linfócitos. Macrófagos derivados da medula óssea e células dendríticas são encontrados quase exclusivamente na medula. Espalhadas por todo o timo, estão as células epiteliais não linfoides, que têm citoplasma abundante. As células epiteliais corticais tímicas produzem IL-7, que é necessária na fase inicial do desenvolvimento da célula T . Um subgrupo diferente de células epiteliais encontrado somente na medula, chamado de células epiteliais tímicas medulares (MTEC), tem um papel especial na apresentação dos próprios antígenos às células T em desenvolvimento e causando sua deleção. Este é um mecanismo para garantir que o sistema imune permaneça tolerante a ele mesmo e será discutido em detalhes no Capítulo 15. Na medula, existem estruturas denominadas corpúsculos de Hassall, que são compostos de espirais de células epiteliais hermeticamente embaladas e que podem ser remanescentes de células em degeneração. O timo tem um rico suprimento vascular e vasos linfáticos eferentes que drenam para os linfonodos mediastinais. O componente epitelial do timo é derivado de invaginações do ectoderma do pescoço e tórax em desenvolvimento no embrião, formando estruturas denominadas bolsas branquiais. Células dendríticas, macrófagos e precursores de linfócitos são provenientes da medula óssea.
Sitio de maturação de linfócitos T. Órgão responsável pelo recebimento de timócitos que serão diferenciados no timo.
Órgãos linfoides periféricos ou secundários
Linfócitos B maduros sangue linfonodos, baço, tecidos linfoides cutâneo e associado às mucosas
Linfócitos T maduros sangue e linfa linfonodos, baço, tecidos linfoides cutâneo e associado às mucosas
LINFONODOS = GÂNGLIOS LINFÁTICOS: 
Os linfonodos são órgãos linfoides secundários, encapsulados, vascularizados e com características anatômicas que favorecem a iniciação das respostas imunes adaptativas aos antígenos carreados dos tecidos pelos vasos linfáticos. Os linfonodos estão situados ao longo dos canais linfáticos por todo o corpo e, assim, têm acesso aos antígenos encontrados nos epitélios e originados no fluido intersticial na maioria dos tecidos
Vascularizados e encapsulados
Favorecem o início das respostas adaptativas para antígenos transportados dos tecidos pelos linfáticos
Chegam e saem vasos linfáticos nos linfonodos, transportando a linfa
Capsula é formada por tecido mais denso, região cortical com muitas células B virgens (células não ativadas para resposta imunológica ainda)
Células B são ativadas quando em contato com antígeno correspondente
Na região medular e paracortical com muitas células dendríticas e linfócitos T
Quimiocinas são substâncias específicas para os linfócitos B e T, produzidas nos próprios tecidos, que atraem esses linfócitos porque eles possuem receptores para essas quimiocinas. No linfonodo, há quimiocinas que atraem os linfócitos da medula para as regiões corticais.
Células dendríticas são células apresentadoras de antígenos, participando da resposta imunológica.
BAÇO
O baço é um órgão altamente vascularizado, cujas principais funções são remover células sanguíneas velhas e danificadas e partículas (tais como imunocomplexos e microrganismos opsonizados) da circulação e iniciar as respostas imunes adaptativas aos antígenos originados no sangue.
Altamente vascularizado
Retira da circulação células sanguíneas lesionadas e senescentes
Retira da circulação partículas (como IMC e microrganismos opsonizado- revestidos por proteínas como anticorpos, favorecendo o processo de fagocitose)
Inicia respostas imunes adaptativas aos antígenos capturados do sangue
Na polpa branca: zonas de células T e zonas de células B
Sistema linfático: vasos especializados que drenam os líquidos dos tecidos para os gânglios linfáticos e desses para o sangue; essencial para a homeostase dos líquidos teciduais e das respostas imunológicas
Hematopoiese
Órgãos linfoides imunidade regional
Sistema imune cutâneo 20 x 109 linfócitos respostas imunes especializadas
Sistema imune mucoso (MALT, BALT, GALT) protege as barreiras: mucosas gastrointestinais, broncopulmonares e genitourinárias 50 x 108 linfócitos respostas imunes especializadas
Imunidade regional compartilham uma organização anatômica básica
Barreira epitelial mais externa: para prevenir invasão microbiana
Tecido conjuntivo adjacente: importantes para respostas imunes inatas e adaptativas contra microorganismos locais
Linfonodos drenantes mais distantes: respostas imunes adaptativas iniciadas e amplificadas
Cada sistema imune regional contem células e moléculas especializadas
Possuem funções reguladoras: impedir respostas indesejáveis a microorganismos não patogênicos (bactérias comensais) e a substâncias que estão presentes nas diferentes barreiras (alimentos)
Tecido linfoide cutâneo: células de Langerhans, queratinócitos, linfócitos intraepiteliais (TCD8), mastócitos, plasmócitos, macrófagos, células dendríticas, linfócitos T, linfócitos B
As células dendríticas precisam de vitaminaD para serem ativadas.
MALT tecido linfoide associado às mucosas: linfócitos T, células M (sequestro de material intestinal), células B e plasmócitos (são células B diferenciadas)
Migração e recirculação linfocitária
As principais funções da migração dos leucócitos do sangue para os tecidos:
Migração dos neutrófilos e dos monócitos para os locais de infecção e de lesão tecidual inflamação
Migração das células T e B virgens para os tecidos linfoides secundários
Migração das células T efetoras e de memória para locais de infecção e de lesão tecidual imunidade celular
A capacidade das células de sair de um gânglio e migrar para um outro é importante para aumentar a chances de contato com o antígeno.
Os processos migratórios são regidos por moléculas (receptores nos tecidos ou nas células) endereçamento
Vias de recirculação de linfócitos
Infecção na mão células dendríticas capturam e transportam os antígenos pelos vasos linfáticos até o linfonodo mais próximo apresentação do antígeno aos linfócitos T e B no linfonodo 
Linfócitos T virgens (inativados) migram do sangue para o linfonodo através de vênulas pós-capilares quando não encontra antígeno, migra de novo, até chegar a um linfonodo com antígeno
Gânglio drenante recebe o antígeno com as células dendríticas e os linfócitos T imaturos linfócitos T são ativados e se transformam em células efetoras essas células saem do linfonodo e vai até o local da infecção através da circulação sanguínea combate ao patógeno
Na circulação sanguínea, não ocorre a ativação do linfócito T, por isso vai primeiro para o linfonodo e depois ocorre a recirculação.
Linfócitos virgens vem pela circulação e entram no linfonodo 
No epitélio alto da vênula pós capilares há ligantes das selectinas e integrinas células com selectinas e integrinas são atraídas reduzindo a velocidade dessas células para entrar nos linfonodos 
As quimiocinas presentes no meio se ligam aos receptores dos linfócitos T
Linfócito T é ativado e sai do linfonodo pela circulação 
Mecanismo de saída dos linfócitos naives/virgens e efetores dos órgãos linfoides
Há células ativadas que saem do linfonodo e há células ativadas que ficam no linfonodo
Quando há baixa concentração do receptor nos linfonodos, os linfócitos T não consegue se ligar há proteína específica para sair do gânglio, então fica no gânglio.
Quando o linfócito não encontrou nenhum antígeno ou demorou muito para ser ativada, ele passa a expressar receptores, é ativada (célula efetora) e sai do linfonodo por diferença de gradiente de receptores
Anatomia da ativação dos linfócitos
Ocorre a resposta inata antes da resposta adaptativa, que só ocorre caso a resposta inata não seja suficiente.
RESUMO
A organização anatômica das células e tecidos do sistema imune é de crucial importância para a geração de respostas imunes inata e adaptativa efetivas. Esta organização permite a rápida distribuição das células imunes inatas, incluindo neutrófilos e monócitos, para os locais de infecção e possibilita que um pequeno número de linfócitos específicos para qualquer antígeno localize e responda efetivamente àquele antígeno a despeito do local do corpo no qual este é introduzido.
As células que realizam a maioria das funções efetoras da imunidade inata e adaptativa incluem fagócitos (incluindo neutrófilos e macrófagos), APCs (incluindo macrófagos e células dendríticas) e linfócitos. 
Neutrófilos, o leucócito sanguíneo mais abundante com um núcleo segmentado multilobado distinto e abundantes grânulos lisossomais citoplasmáticos, são rapidamente recrutados para os locais de infecção e tecidos lesionados, onde eles realizam funções fagocíticas. 
Os monócitos são os precursores circulantes dos macrófagos teciduais. Todos os tecidos contêm macrófagos residentes, que são células fagocíticas que ingerem e matam microrganismos e células mortas do hospedeiro e secretam citocinas e quimiocinas que promovem o recrutamento de leucócitos do sangue e iniciam o reparo dos tecidos danificados. 
As APCs funcionam para apresentar os antígenos para o reconhecimento pelos linfócitos e para promover a ativação dos linfócitos. Elas incluem células dendríticas, fagócitos mononucleares e FDCs. 
Linfócitos B e T expressam receptores de antígenos altamente diversos e específicos e são as células responsáveis pela especificidade e memória das respostas imunes adaptativas. Muitas moléculas de superfície são diferencialmente expressas em diferentes subgrupos de linfócitos, assim como em outros leucócitos, e estes são denominados de acordo com a nomenclatura CD. 
As células linfoides inatas são células efetoras do sistema imune inato, algumas das quais realizam funções similares às células T CD4+ ou CD8+ efetoras. Estas células, que incluem as células NK, não expressam receptores de antígenos altamente diversos e clonalmente distribuídos. 
Ambos os linfócitos B e T se originam de um precursor comum na medula óssea. O desenvolvimento da célula B prossegue na medula óssea, ao passo que os precursores da célula T migram e amadurecem no timo. Após a maturação, as células B e T deixam a medula óssea e o timo, entram na circulação e povoam os órgãos linfoides periféricos. 
As células B e T imaturas são linfócitos maduros que não foram estimulados pelo antígeno. Quando encontram o antígeno, eles proliferam e se diferenciam em linfócitos efetores que desempenham funções nas respostas imunes protetoras. Os linfócitos B efetores são plasmócitos secretores de anticorpo. As células T efetoras incluem as células T CD4+ secretoras de citocina e os linfócitos T citotóxicos CD8+. 
Alguns da progênie de linfócitos B e T ativados por antígenos se diferenciam em células de memória que sobrevivem por longos períodos em um estado quiescente. Estas células de memória são responsáveis pelas respostas rápidas e aumentadas às exposições subsequentes aos antígenos. 
Os órgãos do sistema imune podem ser divididos em órgãos linfoides geradores, ou primários (medula óssea e timo), onde os linfócitos amadurecem, e órgãos periféricos, ou secundários (linfonodos, baço e sistemas imunes mucosos e cutâneos), onde linfócitos imaturos são ativados pelos antígenos. 
A medula óssea contém as células-tronco para todas as células sanguíneas, incluindo linfócitos, e é o local de amadurecimento de todos esses tipos celulares, exceto as células T , que amadurecem no timo. 
O fluido extracelular (linfa) é constantemente drenado dos tecidos, através dos linfáticos, para os linfonodos e, eventualmente, para o sangue. Os antígenos microbianos são carreados em forma solúvel e dentro das células dendríticas na linfa para os linfonodos, onde eles são reconhecidos pelos linfócitos. 
Os linfonodos são os órgãos linfoides secundários encapsulados, localizados por todo o corpo ao longo dos linfáticos, onde células B e T imaturas respondem aos antígenos que são coletados pela linfa oriundos dos tecidos periféricos. O baço é um órgão encapsulado na cavidade abdominal onde células sanguíneas senescentes ou opsonizadas são removidas da circulação, e no qual os linfócitos respondem aos antígenos originados do sangue. 
O linfonodo e a polpa branca do baço são organizados em zonas de célula B (os folículos) e zonas de célula T. As áreas de célula T também são locais de residência das células dendríticas maduras, que são APCs especializadas para a ativação das células T imaturas. As FDCs residem nas áreas de células B e servem para ativar as células B durante as respostas imunes humorais aos antígenos proteicos. O desenvolvimento dos tecidos linfoides secundários depende de citocinas e células indutoras de tecido linfoide.
IMUNIDADE INATA
A principal função do sistema imune é reconhecer substancias e organismos estranhos ao nós e impedir que estes penetrem em nosso corpo, mas uma vez que esses agentes penetrem, deve haver a eliminação destes agentes infecciosos. 
O nosso sistema pode ser dividido em 2 grandes grupos: resposta imunológica inata e adquirida. Os mecanismos da respostainata têm muitos componentes distintos e já agem mesmo antes de entrar em contato com um agente patogênico, justamente para impedir que ele penetre no organismo. 
Uma vez infectado, eles devem reconhecer o potencial agente agressor que se dá através de receptores expressos na superfície da célula ou os que são secretados. Na maioria dos casos somente estes mecanismos já são suficientes para eliminar os patógenos.
Caso esses primeiros mecanismos não sejam suficientes, ocorre proliferação do agente agressor dentro dos tecidos e ocorre uma outra etapa para ocorrer a remoção, de maneira mais sofisticada. Um outro conjunto de receptores reconhece: os padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) e então ocorre a inflamação, recrutamento e ativação de células efetoras. Uma grande parte é removida, porem apresenta sinais mais característicos que se teve uma infecção. 
O sistema imune inato reconhece estruturas moleculares que são produzidas pelos patógenos microbianos. As substâncias microbianas que estimulam a imunidade inata frequentemente são compartilhadas por classes de microrganismos e são chamadas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs). Diferentes tipos de microrganismos (p. ex., vírus, bactérias Gram-negativas, bactérias Gram-positivas, fungos) expressam diferentes PAMPs. 
Essas estruturas incluem ácidos nucleicos que são exclusivos dos microrganismos, tais como RNA de fita dupla encontrado em vírus em replicação e sequências de DNA CpG não metiladas encontradas em bactérias; características de proteínas que são encontradas em microrganismos, tais como iniciação por N-formilmetionina, que é típica de proteínas bacterianas; e lipídios complexos e carboidratos que são sintetizados pelos microrganismos, mas não por células de mamíferos, tais como lipopolissacarídios (LPS) em bactérias Gram-negativas, ácido lipoteicoico em bactérias Gram-positivas e oligossacarídios com resíduos de manose terminal encontrados em glicoproteínas de microrganismos, mas não em glicoproteínas de mamíferos. Enquanto o sistema imune inato evoluiu para reconhecer somente um número limitado de moléculas que são únicas aos microrganismos, o sistema imune adaptativo é capaz de reconhecer muitas substâncias estranhas diferentes sendo ou não produtos dos microrganismos.
O sistema imune inato reconhece produtos microbianos que frequentemente são essenciais para a sobrevivência dos microrganismos. Essa característica do reconhecimento imune inato é importante porque garante que os alvos da imunidade inata não possam ser descartados pelos microrganismos em um esforço para evadir ao reconhecimento pelo hospedeiro.
Caso não seja removido, ocorre a ativação da resposta adaptativa, que também depende de mecanismos efetores da resposta inata, por meio de transporte de antígenos para os órgãos linfoides secundário, para que os linfócitos B e T reconheçam os antígenos, sejam ativados, e então ocorra a expansão e diferenciação de células efetoras. Esta resposta demora mais tempo. A partir da ativação dos linfócitos B e T, é chamada de resposta adaptativa, e a que ocorre antes dela, de resposta inata. 
Na maioria das vezes esses processos são eficazes para eliminar os patógenos, dependendo dos tipos de patógeno e da competência do sistema imune. 
São funções da imunidade inata:
A imunidade inata é a resposta inicial aos microrganismos que previne, controla, ou elimina a infecção do hospedeiro por muitos patógenos.
Os mecanismos imunes inatos eliminam células danificadas e iniciam o processo de reparo tecidual.
Estimula respostas imunes adaptativas e pode influenciar a natureza das respostas adaptativas para torna-las otimamente efetivas contra diferentes tipos de microrganismos. Os dois tipos de reposta do sistema imune inato que protegem contra microrganismos são a defesa inflamatória e a antiviral. 
COMPONENTES DA RESPOSTA IMUNOLOGICA INATA: BARREIRAS FISICAS E QUIMICAS
As barreiras da resposta imunológica inata são divididas em 3 tipos: física/mecânica (junção intercelular das células do epitélio, tanto da pele quanto mucoso, ligadas entre si por componentes primordialmente proteicos ou fluxo longitudinal de fluidos e, nos pulmões, pelo movimento de cílios) esta barreira pode ser rompida por cortes, fumo, fibrose cística, etc., e isso leva à possível entrada do agente, podendo ser muito prejudicial; química (ácidos graxos do epitélio, pH baixo e enzimas no SD, peptídeos antibacterianos-defensinas, que são produzidas pelo epitélio e pelos órgãos linfoides, no epitélio, SD e pulmões e enzimas (lisozimas), nos olhos e nariz) e microbiológico (flora normal, composta por bactérias e fungos comensais não patogênicos que colonizam os nossos epitélios logo após o nascimento e é extremamente importante para impedir outros microrganismos competindo por local, produzindo substancias toxicas e além disso é importante para a homeostase do sistema imunológico).
PROTEÍNAS ANTIMICROBIANAS (AMP)
Peptídeos são uma cadeia pequena e especifica de aminoácidos, e todos estes peptídeos em geral tem baixo peso molecular e atuam basicamente de 2 maneiras: interagindo diretamente com estruturas da célula do microrganismo, causando a desestruturação da parede/membrana causando a morte ou então serão substancias que vão remover do ambiente substancias que são necessárias para o metabolismo desses organismos. 
As células de Paneth produzem grandes quantidades destes peptídeos, que associadas com o muco, produzido pelas células caliciformes, fornecem uma barreira contra os microrganismos. 
A produção desses peptídeos, ao ser jogadas ao muco, ficam concentradas, então a camada mais interna fica com uma concentração extremamente alta desses peptídeos, não conseguindo se aproximar da célula epitelial, não conseguindo adentrar o organismo; enquanto a camada mais externa fica com menos peptídeos, mas mesmo assim é um fator importante para a proteção. 
Na pele, os queratinócitos e as glândulas sebáceas e sudoríparas produzem estes peptídeos.
Funções dos peptídeos antimicrobianos: proteção contra patógenos, controle de microbiota (não patogênicos) e limitação de contato entre epitélio e bactérias. 
Um dos principais peptídeos é a defensina, que mesmo sem infecção já existe, mas com infecção, a resposta é muito maior por conta da sinalização. Sua ação é decorrente da atração com diversos patógenos. A defensina tem carga liquida positiva, enquanto uma bactéria tem carga negativa, gerando uma ligação entre elas. A inserção da defensina na membrana da bactéria forma um poro, que abre espaço para a saída de íons de dentro da bactéria e assim ocorre o desequilíbrio osmótico, gerando a lise celular. As defensinas podem ser consideradas um antibiótico próprio que produzimos. 
PAPEL DA MICROBIOTA NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE
No nosso organismo, existem espécies variadas e em grande quantidade de microrganismos exógenos, que de certa forma fazem “bem” ao nosso organismo. Esses microrganismos formam a nossa microbiota. Uma forma de não eliminarmos esses agentes exógenos, é o reconhecimento do sistema imune sobre eles, que faz com que este aja de maneira tolerante sobre estes microrganismos, da mesma forma que com alimentos que ingerimos. Deste modo, o nosso sistema imunológico não responde contra os organismos comensais (microbiota), nem contra alimentos. 
Em algumas situações onde ocorre disbiose, ocorre uma mudança na composição da flora, fazendo com que haja predomínio de somente alguns tipos de bactérias, ocorrendo o descontrole da própria microbiota, prevalecendo alguns tipos de bactérias sobre outras. Quando isso ocorre, as células do epitélio são alteradas, promovendo a ativação inflamatória de células do sistema imunológico, causando a destruição deste tecido (ex.: doença de Crown), pois estas passam a ser reconhecidas como “estranhas” ao organismo. 
INFLAMAÇÃO
Quando ocorre a entrada de uma substancia estranha no tecido, ira ativar as células residentes do sistema imunológico que estão naquele local. No caso da primeira respostaimunológica, as principais células residentes que serão ativadas serão os macrófagos e mastócitos, estas células vão apresentar na sua superfície vários tipos de receptores (PRRs) e estes receptores vão ser capazes de reconhecer os patógenos e assim serão ativados. A primeira consequência da ativação é que eles vão passar a secretar grânulos pré-formados (mastócito) e passam a produzir uma serie de substancias (mediadores inflamatórios). Os mediadores são divididos em 3 classes: lipídicos (histaminas, prostaglandinas, leucotrienos, fator de ativação das plaquetas), citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-1β, IL-6, M-CSF/GM-CSF, IL-12, IL-18) e quimiocinas (CXCL8/ IL-8).
Estes mediadores inflamatórios atraem outras células do sistema imune e envolve além dos mediadores, moléculas de adesão que começam a ser expressas. E entram no tecido através da migração celular que apresenta diversas fases com componentes moleculares distintos. 
RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PADRÃO – PRRS
É uma grande família de receptores celulares que se ligam às estruturas moleculares conservadas (padrões moleculares associados a patógenos) presente em patógenos. Desempenham papeis importantes na defesa do hospedeiro, mediando respostas celulares a patógenos.
Estes receptores podem estar expressos tanto na superfície da célula, quanto em seu interior, podendo haver uma somação de resposta referente a quantos receptores forem acionados. 
Existem dois tipos:
Receptores para reconhecimento de padrão (PRRs): molécula que fica presa, na superfície ou dentro de uma célula.
Moléculas para reconhecimento de padrão (PRMs): molécula solúvel.
Deve haver essa distinção de meios onde os receptores estão por conta da presença de microrganismos extracelulares e intracelulares ou ate mesmo dentro de vesículas, então deve haver receptores para todas as situações. 
Obs.: Em caso de um vírus, o principal receptor são os intracelulares, já que os vírus se multiplicam no citoplasma. Porem, os receptores de superfície (externos) geralmente são os mais utilizados, e posteriormente os internos, podendo serem utilizados os dois receptores para aumentar a resposta. Quando um agente é detectado e este é grande demais para ser fagocitado, ele não chega a entrar na célula, e somente os grânulos serão liberados para acabar com o patógeno. 
Todos são moléculas expressas ou produzidas pelas células da resposta inata e são capazes de reconhecer os PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos), MAMPs (associados a um microrganismo) e DAMPs (associados a dano de uma célula própria). 
PAMPs/MAMPs - não são produzidos pelo organismo, e sim pelos microrganismos patógenos, sendo comuns a uma grande variedade de microrganismos dentro de um mesmo grupo e essencial para a sobrevivência do microrganismo (se fosse dispensável, o microrganismo poderia parar de produzir e assim não seria reconhecido). 
DAMPs - são substancias que podem ser produzidas pelo próprio organismo em caso de dano tecidual (quebra de um osso, doença autoimune).
Dependendo do tipo de PRRs que for ativo por uma PAMPS, vão ocorrer respostas diferentes. 
COMPONENTES SOLUVEIS 
Pentraxinas – PCR (formada por 5 subunidades de proteínas ligadas entre si). Essas substancias são produzidas constitutivamente em um nível baixo e quando há inflamação elas aumentam de quantidade rapidamente. PCR (proteína C reativa).
A PCR, fisiologicamente, interage com fosfolipídios de membranas de bactérias (reação que depende de cálcio) e desestrutura a camada bi lipídica da membrana, gerando um desequilíbrio osmótico e a lise celular. Na pratica clínica, este exame é pedido pois aparecem aumentadas em processos inflamatórios em fase aguda, e assim que resolvido, elas também caem rapidamente. Neste caso, o exame é pedido para saber se naquele momento o paciente tem algum processo inflamatório em atividade, mas não indica a fonte, a causa, o local e nem o tamanho. 
SISTEMA COMPLEMENTO
O sistema complemento consiste em várias proteínas plasmáticas que trabalham juntas para opsonizar os microrganismos, promover o recrutamento de fagócitos para o local de infecção e, em alguns casos, matar diretamente os microrganismos.
É o principal tipo de molécula solúvel do sistema imunológico inato. Há diversos componentes que são ativados em cascata levando a função do complemento. 
Presente nos líquidos intersticial e no soro (principalmente) e são ativados em cascata, além de ser ativado de 3 maneira, e cada uma delas vai ter componentes iniciais diferentes e recebe nomes diferentes. 
Via Clássica- reconhecendo um antígeno na superfície de uma bactéria, não fazendo parte da resposta inata, dependendo somente de um anticorpo, só aparecendo no segundo contato com o patógeno. Ativa C1.
Via alternativa (mais importante) - na superfície da bactéria tem uma distribuição de carboidratos de um jeito que faz com que o primeiro complemento (C3) seja ativado. Ele será clivado por hidrolise em C3a (liberado) e C3b (gruda na membrana da bactéria). 
Via da lectina- proteína ligante de manose ativa C4 clivado. 
Obs.: o componente mais importante do complemento é o C3, pois ele participa das 3 vias. 
Funções do complemento:
Opsonização (facilitação da fagocitose)
Anafilatoxina (quimio-atração sobre, principalmente, neutrófilos)
Formação do complexo de ataque à membrana (MAC) (desequilíbrio osmótico e morte celular)
Remoção de imunocomplexos da circulação (antígenos + anticorpos) - precisa ser removido de 3 maneiras: secretado pela urina (pequeno porte), facilmente visualizado pelo macrófago ao passar pelo baço e assim ser destruídos (muito grande). Os médios não serão excretados pelo rim e ainda não serão vistos por macrófagos e serão assim opsonizados pela via clássica em cima desse imunocomplexos. Sendo assim transportado pelas hemácias, chegando ate o baço pela circulação. O macrófago irá agora visualizar e destruir o imunocomplexos. 
As nossas próprias células também expressam carboidratos na superfície, como em bactérias, e isso poderia levar à ativação do sistema complemento contra células próprias. Para evitar que isso ocorra, o nosso corpo produz substancias que impedem e removem o complemento da superfície, estes são chamados de inibidores de complemento.
DEFICIENCIA EM FATORES DO COMPLEMENTO
FACE
Se houver deficiências nos componentes finais, ira perder a função do complexo de ataque a membrana (bactérias encapsuladas principalmente do gênero Neisseria sp, causadores da meningite e gonorreia, por exemplo)
Nos componentes centrais, infecções graves por bactérias, assim como perda na via alternativa. 
Se for no sistema clássico, vai depositar os imunocomplexos nos tecidos, gerando principalmente os lúpus. 
COMPONENTES CELULARES DE RESPOSTA INATA
Hematopoese produção e diferenciação de células sanguíneas.
Se diferenciam em célula tronco na medula óssea em tipos específicos dependendo dos sinais que recebem das outras células do ambiente. 
Células de origem comum mieloide e progenitor linfoide, que dará origem ao linfócito.
Ambas têm origem comum, mas é por conta das substancias produzidas durante o processo de diferenciação, que se geram células diferentes. 
Monócito (CS) macrófago (tecido), neutrófilo, célula dendrítica (tecido), eosinófilo, basófilo, mastócito.
Eosinófilos: 
Os eosinófilos são granulócitos sanguíneos que expressam grânulos citoplasmáticos contendo enzimas que são danosas às paredes celulares de parasitas, mas também podem danificar os tecidos do hospedeiro. Os grânulos dos eosinófilos contêm proteínas básicas que ligam corantes acídicos tais como eosina. Assim como os neutrófilos e basófilos, os eosinófilos são derivados da medula óssea. As citocinas GM-CSF, IL-3 e IL-5 promovem a maturação do eosinófilo a partir de precursores mieloides. Alguns eosinófilos normalmente estão presentes nos tecidos periféricos, especialmente nas coberturas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário, e seus números podem aumentar com o recrutamento a partir do sangueem uma situação de inflamação.
Granulócito presente na SC em uma quantidade baixa, apresenta grânulos pré-formados, core com eosina e tem núcleo bilobado. A principal função é gerar, estocar e liberar enzimas toxicas e enzimas proteolíticas que quando são geradas sobre patógenos (principalmente sobre helmintos- parasitas grandes), causam a morte destes vermes e a expulsão destes, além de reações alérgicas. Além de gerar mediadores lipídicos, quimiocinas e citocinas. 
Ele migra do sangue para o tecido após o momento de uma infecção, eles são atraídos pelos macrófagos que vão produzir substancias para atrai-los. 
Mastócito:
Os mastócitos são células derivadas da medula e presentes na pele e mucosa epitelial, contendo abundantes grânulos citoplasmáticos cheios de histamina e outros mediadores. O fator de citocina de célula-tronco (também denominado ligante c-Kit) é essencial para o desenvolvimento do mastócito. Normalmente, os mastócitos maduros não são encontrados na circulação, mas estão presentes nos tecidos, em geral adjacentes a pequenos vasos sanguíneos e nervos. Seus citoplasmas contêm numerosos grânulos ligados à membrana, que estão cheios de proteoglicanos acídicos que se ligam a corantes básicos. Os mastócitos expressam receptores de alta afinidade na membrana plasmática para um tipo de anticorpo denominado IgE e, geralmente, são recobertos com esses anticorpos. Quando os anticorpos na superfície dos mastócitos se ligam ao antígeno, eventos de sinalização são induzidos e levam à liberação dos conteúdos dos grânulos citoplasmáticos para dentro do espaço extravascular. A liberação do conteúdo do grânulo, incluindo histamina, promove mudanças nos vasos sanguíneos que causam inflamação. Os mastócitos funcionam como sentinelas nos tecidos, onde eles reconhecem produtos microbianos e respondem produzindo citocinas e outros mediadores que induzem inflamação. Estas células fornecem defesa contra helmintos e outros microrganismos, mas também são responsáveis pelos sintomas das doenças alérgicas.
Basófilo:
Basófilos são granulócitos sanguíneos com muitas similaridades estruturais e funcionais com os mastócitos. Assim como os granulócitos, os basófilos são derivados de progenitores da medula óssea (uma linhagem diferente da dos mastócitos), amadurecem na medula óssea e circulam no sangue. Os basófilos constituem menos de 1% dos leucócitos sanguíneos. Embora normalmente não estejam presentes nos tecidos, os basófilos podem ser recrutados para alguns locais inflamatórios. Os basófilos contêm grânulos que se ligam a corantes básicos e são capazes de sintetizar muitos dos mesmos mediadores dos mastócitos. Assim como os mastócitos, os basófilos expressam receptores para IgE, ligam IgE e podem ser ativados por antígeno ligado à IgE. Como o número de basófilos é pequeno nos tecidos, sua importância na defesa do hospedeiro e nas reações alérgicas é incerta
Fagócitos:
Dois principais: macrófago e neutrófilo. Essas células possuem receptores na superfície (PRRs) que reconhecem PAMPs. Há receptores na superfície (pois ele irá fagocitar) que reconhecem anticorpos (porção FC) ligados a patógenos e reconhecem ainda parte dos complementos que são lançados. 
Os fagócitos, incluindo neutrófilos e macrófagos, são as células cuja função primária é ingerir e destruir microrganismos e se livrar dos tecidos danificados. As respostas funcionais dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em passos sequenciais: recrutamento das células para locais de infecção, reconhecimento e ativação pelos microrganismos, ingestão dos microrganismos por processo de fagocitose e destruição dos microrganismos ingeridos. Além disso, pelo contato direto e pela secreção de citocinas, os fagócitos se comunicam com outras células de modo a promover ou regular as respostas imunes. Essas funções dos fagócitos são importantes na imunidade inata, e também na fase efetora de algumas respostas imunes adaptativas. 
A fagocitose é um processo ativo no qual ocorre primeiramente a entrada de uma partícula estranha recoberta por um complemento ou por um anticorpo ou ainda por PAMPs. Na célula fagocitária, há receptores na parede e ocorrerão uma serie de modificações: remodelamento de citoesqueleto (criar pseudópodes), aumento de motilidade e ativação da mitose e assim a fagocitose. Depois de fagocitado, o patógeno será ativado mecanismos oxidativos para a destruição do patógeno. Ao mesmo tempo que ocorre a fagocitose, ocorrera a produção de citocinas e quimiocinas para atrair outras celular para manter a fagocitose. 
Gerara uma vesícula intracelular chamada fagossomo, que passara por maturação e assim a destruição do que foi fagocitado com a ajuda de grânulos e lisossomos, formando o fagolisossomo. 
Ao formar o fagolisossomo, o pH é diminuído e as enzimas de dentro do lisossomo são ativas, ativando o complexo NADPH oxidase, gerando radicais livres. O influxo de íons à geração leva à acidificação do fagolisossomo e ativação das proteases. Os EROs e as proteases atacam o patógeno de uma forma ativa. O fagócito não morre pois possui substancias que o protegem deste mecanismo, mas ao mesmo tempo ele libera essas substancias no organismo, o que pode destruir tecido que estão em volta. 
Neutrófilos: 
Os neutrófilos, também chamados de leucócitos polimorfonucleares, constituem a população mais abundante de células brancas sanguíneas circulantes e medeiam as fases iniciais das reações inflamatórias. Eles são responsáveis pela fagocitose de coisas pequenas, degranulação (joga os grânulos, que possuem defensinas, catelicidinas, lisozima e elastase, para fora em cima do que ele não conseguiu fagocitar), formação de “NETs” (armadilhas extracelulares de neutrófilos-leva uma morte celular programada chamada de netose, nessa fase, o neutrófilo reconhece um patógeno por meio de um receptor, e quando não consegue fagocitar, deste modo ele morre e joga em cima todo o seu DNA que ele tem guardado dentro do núcleo, fazendo uma rede que aprisiona o patógeno, imobilizando-o e joga ainda algumas enzimas proteolíticas), produzem EROs, grânulos e citocinas que ativam outras células.
Os neutrófilos podem migrar rapidamente para um local de infecção após a entrada de microrganismos, porém funcionam por somente 1 ou dois dias e depois morrem.
Obs.: pus é neutrófilo morto junto com as enzimas. 
Monócito/Macrófago: 
O sistema fagócito mononuclear inclui as células circulantes denominadas monócitos e células residentes teciduais denominadas macrófagos. Os macrófagos, que são amplamente distribuídos nos órgãos e tecido conectivo, têm papel central na imunidade inata e adaptativa. Muitos tecidos são povoados com macrófagos residentes com vida longa e derivados do saco vitelino ou precursores hepáticos fetais durante o desenvolvimento fetal que assumem fenótipos especializados dependendo do órgão. Exemplos são as células de Kupffer que recobrem os sinusoides no fígado, macrófagos sinusoides no baço, macrófagos alveolares nos pulmões e células da microglia no cérebro. Nos adultos, as células da linhagem de macrófago surgem a partir de células precursoras na medula óssea, direcionadas por uma proteína denominada fator estimulador de colônia de monócito (ou macrófago) (M-CSF). Esses precursores evoluem para monócitos, que entram e circulam no sangue e, então, migram para os tecidos, especialmente durante as reações inflamatórias, onde eles então amadurecem em macrófagos.
Os macrófagos são residentes em todos os tecidos e em cada um deles ele recebe um nome diferente: micróglia (cérebro), célula de Kupfer (fígado), osteoclasto (osso). Produzem ERO, e ainda algumas enzimas proteolíticas e uma das principais funções é produzir citocinas e quimiocinas e mediadores inflamatórios que ativam outras células do sistema imunológico. Produz ainda competidores e inibidores do crescimento bacteriano, para remover do ambiente componentes essenciais para o desenvolvimento bacteriano (removendo ferro, por exemplo, mas isso pode gerar perda de ferro e assim anemia de inflamação crônica).O monócito, ao entrar no tecido, é ativado via receptor e é ativado em macrófago do tipo M1 ou clássico. Esse macrófago produz EROs, NO, enzimas proteolíticas para matar patógenos, além disse produz quimiocinas e citocinas para atrair outras células do sistema imune. O macrófago, ao contrário do neutrófilo, não morre, ele ajuda a resolver a inflamação. Para de receber os PAMPs, passa a receber estímulos e se diferencia em macrófago M2, ou ativado de forma alternativa. Esse macrófago produz substancias que vão atuar sobre outras células promovendo o processo de cicatrização na proliferação de fibroblastos para o reparo tecidual. Ainda produz citocinas com o efeito anti-inflamatório, que bloqueiam a ação das citocinas inflamatórias. 
FUNÇÕES MACRÓFAGOS: 
Ingerir e matar microrganismos (por meio de EROs, nitrogênio e digestão proteolítica).
Ingerir células mortas do hospedeiro e neutrófilos que se acumulam no local de infecção.
Secretar citocinas que agem nas células endoteliais, aumentando o recrutamento de mais monócitos e outros leucócitos do sangue para os locais de infecção. 
Servem como APCs, que apresentam antígenos e ativam os linfócitos T
Promovem reparo de tecidos danificados pela estimulação da angiogênese e fibrose.
Obs.: os macrófagos podem adquirir capacidades funcionais distintas, dependendo dos tipos de estímulos ativadores aos quais são expostos. 
DEFEITOS NOS FAGÒCITOS: doença granulomatosa crônica (defeito na produção de ERO), a fagocitose não é completada, e o fagócito não consegue digerir o que ele incorporou. Há ainda outra síndrome, na qual o lisossomo não se funde ao fagossomo, chamada de síndrome de Chediak-Higashi.
Células dendriticas: são fagócitos cuja função é quebrar o patógeno em antígenos e levar esses antígenos para os órgãos linfoides secundários para ativas as células da resposta adaptativa. 
Elas estão em os nossos tecidos na forma imatura e tem a função de capturar e processar antígenos e patógenos, levando estes aos órgãos linfoides secundários, se transformando em células dendriticas maduras e assim apresentar os antígenos aos órgãos linfoides secundários através do sistema linfático. 
Obs.: NÃO PRODUZ EROs.
PRRS ENVOLVIDOS NA SINALIZAÇÃO E ATIVAÇÃO CELULAR
ATIVAÇÃO
Os principais são parte desta família chamada de TLR (receptores do tipo toll) podem estar na superfície da célula, dentro de vesículas e em citoplasmas e cada um reconhece um tipo de PAMP. 
Dependendo do conjunto de receptores ativados, a mesma célula vai responder de maneira diferente àquele estímulo. Este conjunto de receptores gera um sinal que faz com que a célula produza 2 tipos de citocinas inflamatórias. Ao mesmo tempo, essa célula pode fagocitar aquele patógeno, ativando os receptores da vesícula ou ate mesmo no citoplasma, gerando uma outra resposta que se soma ao primeiro conjunto. Isso depende de quais e quantos receptores forem ativados, podendo ser somadas as respostas e melhorar a resposta inicial. 
Uma mesma célula vai responder de forma diferente de acordo com quais receptores formem ativados. 
CÉLULAS LINFÓIDES INATAS – ILCs
A partir do reconhecimento, dependendo do tipo de PRRs que forem acionados, vão gerar um tipo de resposta diferente, dependendo do tipo de substancia que entra em contato com esses receptores. 
Um outro tipo celular que também faz parte desse sistema inato: células linfoides inatas. 
Todas essas células de origem mieloide têm receptores BRRs (reconhecem o que não é próprio ao nosso organismo), as de origem linfoide tem um diferencial de reconhecimento.
CELULAS LINFOIDES INATAS CITOTÓXICAS: CELULAS NK 
São as células mais antigas que foram descritas, atualmente há outros tipos de linfócitos que também fazem parte dessa resposta e tem função diferente das NK.
Essas células foram identificadas por sua natureza citotóxica (tóxicas para células – destroem outras células), elas destroem as células do próprio organismo. 
As células NK matam as células do organismo de forma deliberada, diferentemente, por exemplo, dos neutrófilos.
Essa destruição de células do próprio corpo ocorre por conta de células perigosas para o nosso organismo, como uma célula que sofre mutações, e perde função das apoptoses e acaba virando uma célula tumoral, desta forma a célula NK tem a função de destruí-la. Uma célula infectada, que somente está produzindo agentes patogênicos que irão fazer mal para o nosso organismo também devem ser eliminadas (células infectadas com vírus ou outros microrganismos que se reproduzem dentro da célula). Com esses acontecimentos, as células citotóxicas serão ativadas para destruir células alteradas. 
A principal célula citotóxica são as células NK.
De maneira geral, assim que foram descritas, no começo achava-se que era o mesmo tipo de célula, porem há subpopulações dessas células com funções efetoras distintas, apesar da morfologia parecida, porem apresentam receptores diferentes na superfície.
Há dois tipos principais: célula citotóxica ou CD56dim (reconhecer uma célula alterada e destruí-la) e célula imunomodulatória ou CD56bright (alterar, no sentido de regular ou aumentar resposta imune, auxiliando outras células a atuar de maneira adequada).
CARACTERISTICAS DAS SUBPOPULAÇÕES
Célula citotóxica
Quando observada apresenta pouca proteína CD56 na sua superfície, que é a proteína utilizada para diferenciar essas células dos outros leucócitos. No seu citoplasma, assim que introduzida na medula, estoca no citoplasma os grânulos citotóxicos. Quando sai, ela já tem esses grânulos no citoplasma.
Célula imunomodulatória
Quando observada, apresenta muita proteína CD56 na sua superfície, que apresenta uma aparência brilhante quando vista, por isso o nome bright e dim. 
Produz/têm poucos grânulos, mas produz e secreta citocinas, e essas é que vão modular as respostas de outras células. 
ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS NK
A célula NK não reconhece PAMP e nem DAMP, então ela é ativada pelo reconhecimento por meio de receptores, reconhecendo o próprio componente celular do organismo alterado.
As células NK apresentam: Receptor estimulatório (+) e outro junto com ele, expresso junto com ele, chamado de receptor inibitório (-). 
Todas as células do organismo apresentam ligantes para esses receptores. 
Uma célula normal vai ter uma quantidade similar de ligantes positivos e negativos, então a célula NK vai perceber a mesma quantidade (equilíbrio) dos sinais, e não é ativada.
Uma célula tumoral (célula alvo), por exemplo, altera a quantidade dos ligantes que apresenta na superfície, tendo um desequilíbrio entre os sinais positivos e negativos (mais do positivo ou mais do negativo), e então a célula NK será ativada.
Se for a célula citotóxica, com esse reconhecimento, ela irá liberar grânulos nas células infectadas, sendo extremamente específica, jogando o material somente em cima da célula alterada, não destruindo as vizinhas, pois são muito precisas, diferente de um neutrófilo. Ela destrói essas células por meio da indução da apoptose celular, pois penetram no citoplasma e lá ativam as vias de caspases, que ativam a apoptose. Não causam muito dano no tecido em que atuam. A célula NK apenas desliga-se daquela célula e continua seu reconhecimento, podendo matar várias células infectadas que encontrar pelo caminho, não morrendo durante o processo. 
Se for a célula imunomodulatória, quando a célula NK reconhece alguma alteração do próprio e for ativada, ao invés de destruir, ela produzirá substancias (citocinas- IFN-γ), que atua sobre outras células do sistema imune, como o macrófago. Desta forma, a função da célula estimulada pela citocina será melhorada, dando a função imunomodulatória a esse tipo celular. A célula NK também não é destruída durante o processo, sendo possível fazer o reconhecimento de varias outras células. 
CELULAS LINFOIDES INATAS: NÃO CITOTÓXICAS: ILC1, ILC2, ILC3
Não são citotóxicas, elas são imunomodulatórias. A diferença das células NK (morfologicamente iguais), são os receptores e as funções efetoras. Temorigem de um precursor linfoide comum, e dependente do tipo de citocina produzida, leva a formação de um subtipo de célula linfoide diferente
ILC1: grande produtora do interferon-γ (defesa contra vírus)
ILC2: interleucina 5 e 13 (importantes na ativação de eosinófilos, que atuam na resposta a helmintos). 
ILC3: IL17 e IL22 (aumentam a capacidade de produzir os peptídeos microbianos das barreiras químicas do epitélio, aumentando a proteção). 
Essas células ficam intraepitelias, assim como outros tipos de leucócitos. Ficam principalmente no epitélio como células residentes. 
Há ainda outras células linfoides que fazem parte da resposta inata, que são as células B-1 (produzem anticorpos naturais), Tγ-δ (produzem citocinas rapidamente) e células NKT, que serão mais estudadas adiante.
INTERFERON DO TIPO I
Todas as células nucleadas têm capacidade de produzir em decorrência de processos infeccioso, como a infecção viral. Presente em medicamentos.
Um interferon é uma substancia que interfere com a replicação viral, sendo a principal substancia produzida pelas células. Capacidade inata que todas as células nucleadas apresentam de interferir após uma infecção viral. 
Vírus é um parasita intracelular obrigatório, pois não é capaz de replicar sozinho. Redireciona o metabolismo da célula a seu favor, por meio da replicação por montagem dentro da célula infectada. Para interferir nessa replicação, a célula pode impedir essa alteração do metabolismo, e ainda ativar a produção do interferon, secretando essa substancia, que vai para fora dela, e a própria célula que exocitou o interferon apresenta receptores para eles, assim como as células ao seu redor, e então esse interferon vai atuar de maneira autocrina (na própria célula que produziu), paracrina (célula vizinha) e endócrina ou sistêmica (células mais distantes), sinalizando todas as células da existência de um vírus.
Com sinalização intracelular, a célula vai produzir enzimas que degradam RNA produzido pelo vírus (RNAm), não produzindo proteína, não montando o vírus. Atua também sobre o ribossomo, parando de produzir proteínas virais e, além disso, inibe a expressão de alguns genes que são importantes para a montagem de algumas partículas virais (virion).
Essas respostas prejudicam também a própria célula, porem não totalmente, pois, por exemplo, a síntese proteica é diminuída, mas não inibida. 
Obs.: tratamento hepatite C- interferon (aplicado no paciente)
INTERFERON DO TIPO II 
O IFN-gama é denominado fator de ativação do macrófago, resultando na melhora da atividade dessa célula fagocitária, melhorando o prognóstico do paciente. A produção do IFN-gama é induzida pelo ILC-1 por citocinas como a interleucina 12, assim como é produzido por linfócitos T auxiliares e por células NK. O IFN-gama é uma substancia envolvida na regulação das respostas imunológicas e inflamatórias e tem alguns efeitos antivirais, antiumorais e é utilizado no tratamento da doença granulomatosa crônica. Uma de suas principais funções é potencializar a ação efetora dos macrófagos e células fagocitárias em geral. Além dessa função, o IFN-y é capaz de induzir a expressão de proteínas de MHC de classe II, gerando respostas das células T CD4+, envolvidas na resposta imune adaptativa. Em macrófagos, IFN-y é um potente agente de regulação da resposta fagocitária, capaz de suprimir a síntese de proteínas citoplasmáticas envolvidas com a replicação viral, ativar o fator de transcrição NF-KB envolvido com respostas inflamatórias de defesa, induz a expressão de oxido nítrico e de oxidases envolvidas no processo de formação das espécies reativas de oxigênio. Sua ação na doença granulomatosa crônica, portanto, relaciona-se com a acentuação do produto gênico phox-91 que está em concentrações reduzidas na doença e que influencia nos processos fagocitários descritos acima. 
Esse tratamento é exógeno, o interferon compensa parcialmente a produção de ROS, aumentando a transcrição do gene que estava defeituoso, aumentando a expressão da NADPH oxidase e a produção de espécies reativas de oxigênio. 
IMUNIDADE INATA TREINADA
Conceito que começou a ser observado a algum tempo, na qual a resposta inata, ao contrario de ter uma memória clássica, funciona através de um treinamento, na qual as células da resposta inata, ao entrar em contato com patógeno, em um próximo encontro, ela vai responder um pouco melhor, não tanto como uma célula adaptativa, porem ira facilitar a resposta, isso acontece para macrófagos e células NK, neutrófilos não tem isso porque morre logo na primeira vez. 
No primeiro contato, essa célula inata, passa por modificações que permitem que quando há um patógeno (não necessariamente o mesmo), ela irá agir mais rapidamente. Esse processo é chamado de treinamento, que é bem diferente da memória clássica, que ocorre com a resposta adaptativa. A estrutura do DNA, nesse processo de treinamento, fica alterada por essas modificações (epigenética), e então genes específicos dessas células terão que ser transcritos em proteínas especificas para dar a resposta. Para que tenha transcrição deve-se abrir o DNA, e durante esse processo de abertura, ocorrera a metilação das histonas. Numa segunda vez, esse pedaço de DNA já vai estar mais frouxo e, portanto, mais acessível ao processo de transcrição, gerando um resultado mais rápido. 
LEMBRETE: A memória adaptativa (convencional) ocorre a ativação de um linfócito T, que reconhece um antígeno especifico e aumenta a quantidade de células que reconhecem aquele antígeno específico, então, com a próxima exposição, a resposta é mais eficiente, pelo maior numero de células. 
RESPOSTA INFLAMATÓRIA E MIGRAÇÃO CELULAR
A principal maneira pela qual o sistema imune lida com as infecções e lesões teciduais é estimulando a inflamação aguda, que é o acúmulo de leucócitos, proteínas plasmáticas e fluido derivado do sangue em tecido extra vascular, local de infecção ou lesão. Os leucócitos e as proteínas plasmáticas normalmente circulam no sangue e são recrutados para os locais de infecção e lesão, onde eles realizam várias funções efetoras que servem para matar os microrganismos e iniciar o reparo do tecido danificado. Tipicamente, o leucócito mais abundante que é recrutado do sangue para os locais de inflamação aguda é o neutrófilo, mas os monócitos sanguíneos, que se tornam macrófagos no tecido, são cada vez mais importantes ao longo do tempo e podem se tornar a população dominante em algumas reações. Entre as proteínas plasmáticas importantes e que entram nos locais inflamatórios, incluem-se as proteínas do complemento, anticorpos e reagentes de fase aguda. A distribuição destes componentes derivados do sangue para os locais inflamatórios é dependente de alterações reversíveis nos vasos sanguíneos dos tecidos infectados ou danificados. Essas alterações abrangem mudanças no fluxo sanguíneo para o tecido atribuídas à dilatação arteriolar, adesividade aumentada dos leucócitos circulantes para o revestimento endotelial das vênulas e permeabilidade aumentada dos capilares e vênulas às proteínas plasmáticas e fluidos. Todas essas alterações são induzidas por citocinas e pequenas moléculas mediadoras inicialmente derivadas das células residentes nestes tecidos, tais como os mastócitos, macrófagos e células endoteliais, em resposta à estimulação por PAMP e DAMP. À medida que o processo inflamatório se desenvolve, os mediadores podem ser derivados de leucócitos ativados que chegaram recentemente e de proteínas do complemento. A inflamação aguda pode se desenvolver em minutos a horas e durar por dias. A inflamação crônica é um processo que demora mais do que a inflamação aguda se a infecção não for eliminada ou se a lesão tecidual for prolongada. Normalmente, ela envolve o recrutamento e ativação de monócitos e linfócitos. Os locais de inflamação crônica frequentemente também passam por remodelamento tecidual, com angiogênese e fibrose. Embora o estímulo imune inato possa contribuir para a inflamação crônica, o sistema imune adaptativo também pode estarenvolvido porque as citocinas produzidas pelas células T são potentes indutores da inflamação. 
A resposta inflamatória é um evento chave ao falar da resposta imunológica. 
Independentemente da causa, como doença autoimune, em qualquer situação quando ativado o sistema imune, age a resposta inflamatória, sendo esta sempre apresentando sinais cardinais de inflamação, independentemente de onde e quando acontece, variando o local e a intensidade.
SINAIS CARDINAIS
Calor, Rubor, Edema (turbor), Dor, e isso gera a perda de função desse tecido, variando o grau desses sinais. 
Uma resposta inflamatória é iniciada quando ocorre um dano ao tecido (por fatores endógenos, alterações no próprio, como reações autoimunes ou até mesmo distúrbios genéticos e neurológicos, que geram lesão no tecido desencadeando o processo inflamatório, ou fatores exógenos, que leva a um dano em algum tecido, podendo ser mecânico, físico, química, nutritivo ou biológico.) 
Sempre que ativada essa resposta inflamatória, ocorrerão eventos no local que ocorreu a lesão celular (ativação de células do sistema imunológicas residentes, como macrófagos, mastócitos, etc., produzindo mediadores inflamatórios que iniciarão os processos locais da resposta inflamatória que envolvem os eventos vasculares que englobam vasodilatação, aumento da permeabilidade, ativação das moléculas de adesão, quimiotaxia, migração de leucócitos, além da fagocitose, como uma função efetora) e posteriormente, irão ocorrer eventos sistêmicos dos processos inflamatórios.
ATIVAÇÃO DAS CELULAS RESIDENTES
A ativação das células residentes é decorrente da presença de PAMPS ou MAMPS e de DAMPS, e quando há a presença dessas substancias estranhas, os receptores (PRPPS), irão reconhecer e serão ativados, e ocorrerão eventos intracelulares que ativarão as células e a produção de mediadores inflamatórios pelas células, que serão exocitados, que atuarão externamente e até mesmo longe do local, posteriormente, tendo assim uma inflamação sistêmica. Isso caracteriza uma inflamação aguda. 
As primeiras células que farão esse papel serão os macrófagos e mastócitos, sendo estas células residentes. Com a ativação dessas células, serão produzidos os mediadores inflamatórios, que são divididos em 3 classes. (citocinas inflamatórias, quimiocinas inflamatórias e outros mediadores inflamatórios)
No tecido, há as células residentes, ocorre uma lesão do tecido. Presença de PAMPS, as células irão reconhecer por meio de receptores, serão ativadas e produz mediadores inflamatórios, os primeiros a serem secretados são os pré-formados (mastócitos são os que atuam principalmente), que estão nos grânulos. Estes são: histamina, prostaglandinas, leucotrienos, fator de ativação de plaquetas, bradicininas, e a primeira parte é a formação da dor (bradicinina e prostaglandina atuam sobre os receptores nervosos, que vão atuar no SNC e assim sentir a dor).
Os macrófagos vão secretar as quimiocinas inflamatórias (TNF-α e IL-1β), que atuam sobre os vasos e capilares e as células musculares lisas serão ativadas e ocorrera VASODILATAÇÃO (as células musculares lisas relaxam, causando o rubor e calor), AUMENTO DE PERMEABILIDADE (fácil de vazar coisas, como os componentes líquidos do sangue, como o plasma, tendo agua, sais minerais e proteínas, além de sistema complemento e pentraxinas, gerando o aumento de volume do tecido, causando o edema)
. Estes são eventos que ocorrem em decorrência dos vasos (eventos vasculares).
SE isso não for suficiente, é preciso que outras células venham para este local. Essas mesmas substancias que fizeram ativação do vaso, as células do endotélio começam a apresentar na superfície moléculas responsáveis por atrais novas células do sistema imune (moléculas de adesão). Duas grandes classes de moléculas de adesão: selectina e integrina. Expressam também ligantes de selectina e ligantes de integrina. 
Após a expressão dessas moléculas, o vaso permite que as células da circulação entrem no tecido. 
Os leucócitos circulantes serão aderidos fracamente, por meio da diminuição de velocidade, por conta do rolamento. Posteriormente, o leucócito será ativado, fara uma adesão firma e entrara no tecido por meio de diapedese ou transmigração. 
O processo de adesão fraca, há ligantes de selectinas e selectinas (3 classes principais: P-selectinas, E-selectinas e L-selectinas, P e E são expressas pelo endotélio, enquanto a L é expressa pelos leucócitos), os ligantes de selectinas são carboidratos. A selectina do leucócito interage com o ligante de selectina do endotélio. A selectina do endotélio interage com o ligante de selectina do leucócito. 
O leucócito passa a rolar sobre o endotélio, ate que ele para. Esse processo de adesão fraca é feito por meio das selectinas e ligantes. 
Uma vez que ele para no vaso, o processo inflamatório do endotélio continua acontecendo, o leucócito, ao entrar em contato com a inflamação, ele sofre ação dos mediadores inflamatórios e assim será ativado. 
A ativação do leucócito é decorrente das quimiocinas, fator de ativação plaquetaria, leucotrienos e o componente C5a do sistema complemento, assim como peptídeos formil, em casos de infecções bacterianas. 
Quando essas substancias (mediadores inflamatórios) atuam sobre os receptores que esses leucócitos (monócitos, e principalmente neutrófilos) apresentam, essas células serão ativadas, aumentando a afinidade de moléculas de adesão (integrinas) que eles já expressam com seus ligantes, além da resposta pelas quimiocinas, saindo do vaso e entrando no tecido. 
Aumento da força de adesão: os leucócitos também expressam as integrinas, que estão na forma inativa. Uma vez q essa célula é ativada pelos mediadores, as integrinas mudam sua conformação e isso faz com que elas interajam mais facilmente aderidas aos ligantes do endotélio, causando a adesão firme. 
Uma vez que aderiu fortemente, ocorre a diapedese por meio das quimiocinas, por meio da concentração de gradiente. 
EVENTOS SISTEMICOS
Os mediadores inflamatórios, ao caírem na circulação, além de atuar sobre os leucócitos, vão atuar em outros tecidos, causando eventos sistêmicos, que alertam o organismo, por meio de mediadores citocinas inflamatórias. 
Algumas citocinas como TNF, IL1 e IL6 (pirógenos endógenos), ao atuarem no SNC, causam a febre, aumentando o metabolismo de algumas células, como os macrófagos. Além de atrapalhar o metabolismo de alguns patógenos. 
A IL6 e IL1, atuam também sobre o fígado, fazendo com que este produza proteínas de fase aguda (pentraxinas e componentes do sistema complemento), que atuam sobre o patógeno. 
Um outro evento sistêmico feito pelo GM-CSF, M-CSF, TNF, IL1 e IL6, é atuar sobre a medula, aumentando a produção de alguns tipos de leucócitos. (principalmente neutrófilo), aumento esse tipo de células na circulação, pois algumas estão sendo mortas nos tecidos e aumentar as células capazes de responder a esse efeito inflamatório.
EFEITOS SISTEMICOS PATOLÓGICOS
Em casos extremos, quando muito prolongados ou muito intensos. 
TNF-α atuando sobre células do musculo cardíaco, diminuindo o debito cardíaco, os mediadores inflamatórios atuando sobre o sistema de coagulação, formando trombos (pode causar isquemia) e ainda alterações metabólicas, desenvolvendo, por exemplo, a resistência à insulina. 
EVOLUÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA: INFLAMAÇÃO CRÔNICA
Evolução do processo inflamatório, quando a inflamação aguda não resolve o processo. 
Na fase aguda, ocorre uma recuperação sem sequelas, em um processo mais intenso, esse agudo, evolui para a formação de um abcesso (acumulo de um tipo célula, geralmente neutrófilos), causando dano tecidual e no processo de reparo podem ter alterações no tecido causada por fibrose. Esse processo agudo, como não foi suficiente, é evoluído em infecções crônica, geralmente com infecções virais, doenças autoimunes ou quando o dano é persistente (lesões por movimento repetitivo).
Alteração dos tecidos inflamados, de forma estruturas, causando angiogênese, infiltrado de célulasmononucleares e fibrose, causando dano no tecido (deposição de matriz extracelular no lugar de células, virando um pedaço sem função, atrapalhando no funcionamento do órgão). 
O processo inflamatório, ao não ser resolvido e o agente não eliminado, muda a composição de células desse tecido, ativando a resposta adaptativa, e é normalmente essa resposta que leva a esse processo inflamatório crônico, gerando atração de monócitos e linfócitos T, que começam a produzir citocinas que vão influenciar macrófagos positivamente que vão estar mais ativados, produzindo mais EROs, mediadores inflamatórios e proteases, gerando o dano tecidual, que ao longo do tempo leva ao processo de fibrose, sendo irreversível. 
PRINCIPAIS COMPONENTES CRÔNICO: LINFOCITOS T E MACRÓFAGOS OU EOSINÓFILO (EM CASO DE HELMINTOS)
FORMAÇÃO DE GRANULOMA
Associado à inflamação crônica.
Se os LT não conseguem eliminar os patógenos, o sistema imune tenta conter o patógeno, então ele começa a formar uma estrutura ao redor do patógeno, formando uma estrutura esférica chamada de granuloma, composto por macrófagos ativados, e envolvendo ele, linfócitos ativados e alguns fibroblastos mantendo essa estrutura para conter o agente agressor no local. 
Uma outra consequência de um processo inflamatório não resolvido de maneira eficaz, é que em alguns tecidos ocorre que o sistema imunológico cria no próprio tecido inflamado, um órgão linfoide terciário (ectópico), em resposta a um processo inflamatório crônico.
Nesses órgãos linfoides, terão regiões com linfócitos B e região com linfócitos T, da mesma maneira que os outros órgãos linfoides. Isso ocorre também em doenças autoimunes, como na esclerose múltipla. 
RESUMO
Obs.: Em caso de inflamação, como aplicação, é preciso eliminar a causa e não somente os sintomas do paciente.
O sistema imune inato fornece a primeira linha de defesa contra microrganismos. Os mecanismos da imunidade inata existem antes da exposição aos microrganismos. Os componentes celulares do sistema imune inato incluem barreiras epiteliais, leucócitos, neutrófilos, macrófagos, células NK, linfócitos com receptores de antígeno invariáveis e mastócitos. O sistema imune inato utiliza receptores de reconhecimento de padrão associados à célula, presentes no plasma e em membranas endossomais e no citosol, para reconhecer estruturas chamadas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs), que são compartilhadas por microrganismos, não estão presentes nas células de mamíferos e são frequentemente essenciais para a sobrevivência dos microrganismos, limitando, assim, a capacidade dos microrganismos de evadir à detecção com mutação ou perda da expressão destas moléculas. Além disso, esses receptores reconhecem moléculas produzidas pelo hospedeiro, mas cuja expressão ou localização indicam dano celular; eles são denominados padrões de moleculares associados ao dano (DAMPs). Os TLRs, presentes na superfície da célula e nos endossomas, são as famílias de receptores de reconhecimento de padrão mais importantes, reconhecendo uma grande variedade de ligantes, incluindo componentes da parede celular bacteriana e ácidos nucleicos microbianos. Os receptores de reconhecimento de padrão citosólicos existem para reconhecer moléculas microbianas. Esses receptores abrangem receptores do tipo RIG (RLRs), que reconhecem RNA viral, sensores de DNA citosólico (CDSs) e receptores do tipo NOD (NLRs), que reconhecem constituintes da parede celular bacteriana e também detectam cristais intracelulares, espécies reativas de oxigênio e vários outros indicadores de infecção ou lesão celular. Os receptores de reconhecimento de padrão, incluindo TLRs e RLRs, sinalizam para ativar os fatores de transcrição NF-κB e AP-1, que promovem a expressão de genes inflamatórios, e os fatores de transcrição IRF, que estimulam a expressão dos genes antivirais interferon tipo I. O inflamassoma, um complexo especializado contendo NLR que se forma em resposta aos PAMPs e DAMPs, é composto de um receptor do tipo NOD, um adaptador e a enzima caspase-1, cuja principal função é produzir formas ativas das citocinas inflamatórias IL-1 e IL-18. As moléculas de reconhecimento de padrão solúveis e efetoras são encontradas no plasma, incluindo as pentraxinas (p. ex., CRP), colectinas (p. ex., MBL) e ficolinas. Essas moléculas se ligam aos ligantes microbianos e aumentam a eliminação por mecanismos dependentes e independentes do complemento. As células NK são uma de vários tipos de células linfoides inatas que têm funções efetoras compartilhadas pelos linfócitos T , mas não expressam receptores de células T para antígeno. As células NK defendem contra microrganismos intracelulares com a morte das células infectadas e fornecem uma fonte da citocina ativadora de macrófago, a IFN-γ. O reconhecimento das células infectadas pela célula NK é regulado por uma combinação de receptores ativadores e inibidores. Receptores inibitórios reconhecem as moléculas de MHC de classe I, porque as células NK não matam células normais do hospedeiro, mas matam células nas quais a expressão do MHC de classe I está reduzida, tais como em células infectadas por vírus. O sistema complemento inclui várias proteínas plasmáticas que se tornam ativadas em sequência por clivagem proteolítica para gerar fragmentos das proteínas C3 e C5, que promovem inflamação, ou opsonizam e promovem a fagocitose de microrganismos. A ativação do complemento também gera poros na membrana que matam alguns tipos de bactérias. O sistema complemento é ativado nas superfícies microbianas e não em célula normais do hospedeiro, porque os microrganismos não têm proteínas regulatórias que inibem o complemento. Nas respostas imunes inatas, o complemento é ativado principalmente de maneira espontânea nas superfícies da célula microbiana e por lectina ligante de manose para iniciar as vias alternativa e da lectina, respectivamente. As duas principais funções da imunidade inata são induzir a inflamação, que envolve a distribuição de leucócitos que matam microrganismos e moléculas efetoras solúveis do sangue para os tecidos, e bloquear a infecção viral das células pelas ações antivirais dos interferons tipo I. Ambos os tipos de mecanismos efetores são induzidos por PAMPs e DAMPs, que iniciam vias de sinalização nas células teciduais, e leucócitos, que ativam fatores de transcrição e levam à expressão de citocinas e outros mediadores inflamatórios. Várias citocinas produzidas principalmente pelos macrófagos ativados medeiam a inflamação. TNF e IL-1 ativam células endoteliais, estimulam a produção de quimiocina e aumentam a produção de neutrófilos pela medula óssea. IL-1 e TNF induzem a produção de IL-6, e todas as três citocinas medeiam efeitos sistêmicos, incluindo febre e síntese de proteínas de fase aguda pelo fígado. IL-12 e IL-18 estimulam a produção da citocina ativadora de macrófago IFN-γ pelas células NK e células T . Essas citocinas agem nas respostas imunes inatas para diferentes classes de microrganismos, e algumas (IL-1, IL-6, IL-12, IL-18) modificam as respostas imunes adaptativas que se seguem à resposta imune inata. Neutrófilos e monócitos (os precursores dos macrófagos teciduais) migram do sangue para os locais inflamatórios durante as respostas imunes inatas por causa dos efeitos de citocinas e quimiocinas produzidas pelas células teciduais estimuladas por PAMP e DAMP. Neutrófilos e macrófagos fagocitam microrganismos e os matam através da produção de ROS, óxido nítrico e enzimas nos fagolissossomas. Os macrófagos também produzem citocinas que estimulam a inflamação e promovem o remodelamento tecidual nos locais de infecção. Os fagócitos reconhecem e respondem aos produtos microbianos por diferentes tipos de receptores, incluindo TLRs, lectinas de tipo C, receptores scavenger e receptores N-formil met-leu-phe. Moléculas produzidas durante as respostas imunes inatas estimulam a imunidade adaptativa e influenciam a natureza das respostas imunes adaptativas. As células dendríticas ativadas pelos microrganismos produzem

Continue navegando