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FACULDADE LEÃO SAMPAIO EFEITOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE Prof.: MSc. Aracélio Viana Colares Juazeiro do Norte – CE � Dos vários danos que a radiação pode causar na célula, o mais importante é o que ocorre no DNA (mutação). Efeitos Genéticos � Em 1929, descobriu-se que a taxa de mutação aumentava em conseqüência da exposição aos raios-X. � Na maioria das vezes as mutações são danosas, pois representam mudanças aleatórias em um sistema complexo. � As mutações podem ocorrer em células somáticas ou germinativas, com conseqüências para o próprio indivíduo ou seus descendentes, respectivamente. � Quando não são reparadas corretamente, as mutações � As mutações são freqüentemente reparadas pelas próprias células, que apresentam sistemas de reparo específicos, mediados por enzimas, para diferentes tipos de lesão. � Quando não são reparadas corretamente, as mutações podem: � acarretar a morte reprodutiva da célula (Efeitos Determinísticos); � gerar uma célula viável, porém transformada (Efeitos Estocásticos). INTERAÇÃO COM O DNA INTERAÇÃO COM O DNA � As alterações no DNA pode ainda produzir: � Danos nas bases nitrogenadas: � perda de base púrica ou pirimídica por causa da interação da radiação com a ribose; � efeitos sobre purinas (adenina e guanina) devido ao ataque dos radicais livres; � efeitos sobre pirimidinas (timina e citosina) devido ao ataque dos radicais livres podendo produzir a formação de peróxidos que, quando degradados formam compostos como a uréia que se incorporam ao DNA. � Ruptura de cadeia: � a lesão do DNA se apresenta como uma ruptura de uma ou de ambas as hélices do DNA. � além disso, as radiações ionizantes podem promover a� além disso, as radiações ionizantes podem promover a formação de ligações anormais (“cross linking”) entre partes de uma mesma molécula (DNA ou proteínas) ou entre moléculas diferentes (DNA e proteínas). Efeitos Biológicos das Radiações Ionizantes � Efeitos Determinísticos ou Não – Estocásticos; � Efeitos Estocásticos. Efeitos Determinísticos ou Não-Estocásticos � São aqueles resultantes da alteração da função normal de um órgão ou tecido, em conseqüência da morte ou alteração funcional de um grande número de células, não compensado pela proliferação de células viáveis. � Tecidos com alta taxa de divisão celular: � tecidos de revestimento � medula óssea � células germinativas – são os mais afetados após irradiações agudas, apresentando efeitos precoces. � Tecidos constituídos principalmente por células diferenciadas (“resistentes”): � células nervosas � células ósseas � tecido muscular � células hepáticas� células hepáticas – algumas lesões no genoma podem ocorrer sem maiores conseqüências. Nestes tecidos os efeitos determinísticos são observados menos freqüentemente e aparecem mais tardiamente. Órgãos sensíveis: � medula óssea � leucopenia (diminuição do no de leucócitos) e diminuição da resistência às infecções; � deficiência plaquetária (hemorragia); � diminuição de glóbulos vermelhos (anemia); � sistema digestivo � náusea; � vômitos � olhos � catarata; � sistema reprodutivo � esterilidade; � O efeito é clinicamente observável apenas quando a dose da radiação é acima do chamado limiar de dose. � Por exemplo, os efeitos na pele são: � 3-5 Gy: Eritema e descamação seca, � 20 Gy: Descamação úmida, � 50 Gy: Necrose. � A probabilidade de ocorrência (número de indivíduos afetados) aumenta rapidamente com doses crescentes, acima do limiar, até que 100% das pessoas expostas apresentem os efeitos. � O limiar é diferente entre diferentes indivíduos. Isso ocorre devido a diferença de sensibilidade entre os indivíduos. Efeitos Estocásticos (não existe um Limite de Dose) � O dano ao DNA de uma única célula pode gerar uma célula transformada que mantém preservada a capacidade de reprodução. Há uma probabilidade (pequena) de que esta célula desenvolva uma condição maligna (câncer). � Geralmente tumores se originam de uma única célula. Assim, um só evento pode ser suficiente, e por causa disso, os efeitosum só evento pode ser suficiente, e por causa disso, os efeitos estocásticos das radiações ionizantes não apresentam limiar de dose. Qualquer dose de radiação, mesmo muito pequena, pode resultar em efeito estocástico. � A maioria das transformações neoplásicas não progride para um câncer. � Quando os mecanismos de defesa falham, após um período de latência geralmente longo, a condição maligna aparece. Por exemplo: � Para leucemias, a latência média é de 5 a 7 anos; � Para tumores sólidos, cerca de 20 anos. Assim, geralmente� Para tumores sólidos, cerca de 20 anos. Assim, geralmente são efeitos tardios. IMPORTANTE! � A severidade do dano não é determinada pela dose, mas sim pelo tipo e localização do tumor ou anomalia hereditária resultante. CONSEQÜÊNCIAS DA EXPOSIÇÃO A sensibilidade da célula para radiação é determinada pelo seudeterminada pelo seu estágio de maturidade e função. ACIDENTE RADIOLÓGICO EM IRRADIADORES DE GRANDE PORTE EL SALVADOR – 1989 (8,1Gy - Morte em 6,5 meses) ISRAEL – 1990 (10 a 20Gy – Morte em 36 dias)
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