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PSICOLOGIA FENOMENOLOGICA

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
DANIELI APARECIDA PINTOR
QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADES PARA AVALIAÇÃO
Campus Bauru
2018
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
DANIELI APARECIDA PINTOR
QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADES PARA AVALIAÇÃO NP1 E NP2
PSICOLOGIA FENOMENOLOGICA
O trabalho se refere á um questionário elaborado com 10 questões dos módulos np1 e 10 questões dos módulos np2 á fim de avaliação disciplinar de aluna tutelada, sob a orientação do Professor/ coordenador Ulisses Herrera.
Campus Bauru
3
2018
Segundo Feijoo (2011),
  
 
  
Para a fenomenologia de Husserl, o psiquismo não possui nenhuma determinação prévia, nem mesmo um eu substancial. A consciência é, para este filósofo, transcendente, nunca se retém em si mesma, mas se vê projetada por seus próprios atos para o campo dos objetos correlatos. (p.31)
  
 
  
A concepção de “eu” de Husserl é de natureza filosófica, mas pode, com muitos cuidados, ser transportada para o contexto de prática do psicólogo. Seguindo tal concepção, está correto afirmar que uma Psicologia fundamentada na fenomenologia de Husserl:
  
 
  
I – Concebe as experiências do paciente/cliente como intencionais, isto é, que a motivação determina os significados experienciados.
  
II – Busca no paciente/cliente os aspectos essenciais de sua experiência, isto é, a consciência reduzida. A redução fenomenológica possibilita a descrição direta, sem hipóteses, da personalidade do paciente/cliente, pois esta (a personalidade) é o aspecto imutável que permanece além da multiplicidade de experiências.
  
III – Compreende que os relatos do paciente/cliente referentes às coisas e aos outros ao seu redor revelam como ele os experiencia, pois a consciência é intencional.
  
IV – Assume o “eu” como um fluxo de vivências intencionais.
  
 
  
Estão corretos somente:
R: III e IV. 
J:  No que diz respeito a Husserl, Feijoo destaca sua contribuição à critica da atitude natural, à desconstrução das hipóstases psicológicas, sua ideia de intencionalidade e a reconstrução do eu enquanto síntese de vivências intencionais (Cf. FEIJOO, 2011, p. 25-34). Como se sabe, Husserl empreende uma critica veemente à atitude natural do homem, que concebe os entes em geral à luz do que se pode chamar de caráter empírico. Cotidianamente, entendemos serem os entes dotados de propriedades previamente constituídas, sejam estes entes humanos ou não.
2- 
Husserl (1859 1938) é o fundador da Fenomenologia, movimento filosófico  mais importante do século XX. Após uma breve incursão pela Matemática, o filósofo assume como tarefa tornar a filosofia uma ciência rigorosa, o que o leva a questionar os postulados científicos e filosóficos da época. Sobre esse contexto histórico está correto afirmar: (Feijoo, 2011)
 
I 
II – Hipóteses, inferências e deduções são necessários quando se pressupõe a impossibilidade de acesso ao que se quer conhecer. Já a epoché suspende a cisão entre sujeito que conhece e objeto conhecido, tomando-– A Fenomenologia questiona a pretensão de cientificidade plena das ciências naturais, que falham na compreensão do ser humano. Ao postular a objetividade exterior independente do sujeito, a ciência mina suas próprias bases.
  
os como uma unidade, de modo que para a Fenomenologia as teorias são prescindíveis. 
  
III – Husserl é enfático na crítica à Psicologia da época. A atribuição de uma natureza psicofísica à consciência torna todo conhecimento relativo, pois fundado em acontecimentos fisiológicos.
  
IV – Com o conceito de intencionalidade, Husserl mostra que não é possível conhecer a realidade exterior. A consciência só acessa os conteúdos imanentes, isto é, as representações internas da realidade externa.
  
 
  
Estão corretas somente as afirmações:
R: I, II e III.
J:  Husserl,, identifica a carência de fundamentos das ciências-naturais. É o Naturalismo, descrito anteriormente. Seu objetivo é, então, inaugurar um novo fundamento para a lógica, para a teoria do conhecimento e para a psicologia: uma ciência originária, primeira.A arfimação IV está incorreta pois com o conceito de intencionalidade, Husserl supera o Psicologismo, que prioriza o Sujeito na relação Sujeito-Objeto, e o Logicismo e Naturalismo, que priorizam o mundo objetivo e natural, o Objeto na relação Sujeito-Objeto. Para a fenomenologia, Sujeito e Objeto são intimamente relacionados, indissolúveis
3- O filósofo Stegmüller (1997) resume a concepção de consciência da fenomenologia de Husserl da seguinte maneira: 
[...] a consciência como o entrelaçamento das vivências psíquicas empiricamente verificáveis numa unidade de fluxo de vivência; como a percepção interna dessas próprias vivências e como designação que resume todas as vivências intencionais. (Stegmüller, 1997).
Sobre essa concepção de consciência, peculiar à Fenomenologia, está correto afirmar:
 
I - A consciência não é uma substância (alma), mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, volição, paixão etc.) com os quais se visa a algo. 
  
II - O traço essencial da consciência é a intencionalidade: toda consciência é consciência de algo.
  
III - Consciência é sempre de algum objeto e os objetos só têm sentido para uma consciência.
  
IV - A intencionalidade representa o fato de que sempre há um interesse organizador da percepção, regulando o fenômeno de figura e fundo. 
  
Estão corretas apenas:
R: II, III, e IV.
J: Para elaborar uma filosofia radical e sem 
pré-conceitos é necessário, segundo Husserl, 
fazer uma redução fenomenológica. Esta redu
-
ção consiste em colocar toda a existência do 
mundo dado pela atitude natural entre paren
-
tes, porque dele não podemos extrair nenhuma 
verdade apodítica. Na atitude natural, estamos 
voltados para o mundo, no qual nos encontra
-
mos e admitimos que todas as coisas presentes 
no mundo possuem uma existência em si, ou 
seja, existem independente do sujeito que as 
percebam, embora possamos representá-las 
na consciência. 
4- Husserl (1859 – 1938) foi o iniciador da fenomenologia. Sua formação acadêmica iniciou-se na matemática, passou pela psicologia filosófica e desembocou na filosofia. A fenomenologia é filosofia. Sobre a fenomenologia elaborada por Husserl, está correto afirmar:
  
 I - Busca um fundamento seguro para as ciências humanas, as ciências naturais e a filosofia.
    
 II – Tem como lema o retorno “às coisas mesmas”, que significa um retorno à pesquisa empírica e à experimentação.
  
 III – A palavra “fenomenologia” é composta por “fenômeno”, que significa “aquilo que aparece”, e “logos”, que significa “sentido imanente”.
  
 IV – Foi formulada desde 1900 como um modelo de atendimento psicoterápico, que visa a compreensão do outro.
  
 V – Concebe o mundo como existindo em si mesmo e concebe um método (“método fenomenológico”) para conhecer a realidade que se esconde por trás das aparências.
  
Estão corretas apenas as afirmações:
    
 
R: I e III.
J:A afirmação II indica como “retorno às coisas mesmas” o retorno à empiria, por isso está incorreta. A proposta da fenomenologia é retornar aos fenômenos no seu aparecer na correlação intencional, isto é, na relação consciência-objeto. A afirmação IV apresenta a fenomenologia como um método psicoterápico, o que está errado, pois surgiu como filosofia primeira, no esforço de fundamentação de todas as ciências. A afirmação V fala de uma “realidade por trás da aparência”. Para a fenomenologia, o que aparece é o que é tal como é.
5- Segundo a psicóloga fenomenóloga Bilê Sapienza, “As proposições heideggeriana implicam alterações radicais em nosso pensar impregnado pela metafísica tradicional e subverte a costumeira ordem que havia em nossa aceitação tácita (...)” (2025, p.37, grifo meu) Pormetafísica Heidegger se refere:
  
 
  
I – À crença numa realidade externa objetiva independente do sujeito (interior), tal como na fenomenologia de Husserl,.
  
II – Ao fato de que Dasein é ser-no-mundo-com-os-outros, o que significa que a existência está sempre além (meta) de seu corpo (física).
  
III – Às concepções de homem (interno) e mundo (externo) que fundamentam a Psicologia moderna.
  
IV – À exigência de um método objetivo para se conhecer a realidade.
 Estão corretas:
R: I, II e IV apenas.
J: A designação da abordagem fenomenológica utilizada como orientação existencial epistemológica e metodológica de intervenção clínica psicológica possibilita considerar todas as dimensões do ser humano de forma abrangente. Por considerar em sua proposta como método questões sobre caracterização do homem da sua condição e de sua existência permite ampliar a percepção dos conteúdos trabalhados em análise contribuindo para que a psicoterapia seja uma possibilidade transformador e conscientizadoras promovendo desenvolvimento.
  
 6- A noção de Dasein (ser-aí), delineada por Heidegger em Ser e Tempo, é o primeiro passo na direção de elaboração de uma ‘psicologia’ fenomenológico-existencial. Uma primeira apresentação da ‘definição’ de Dasein está no §9 do livro Ser e Tempo, onde o filósofo indica que 1) “a ‘essência’ deste ente [nós mesmos] está em ter de ser” e 2) “O ser, que está em jogo no ser deste ente, é sempre meu.” (Heidegger, 1927/1998, p.78) 
  
 
  
Que nossa existência é Dasein (ser-aí) significa:
  
 
  
I – O ser-aí é sempre uma possibilidade de ser si-mesmo. Isso significa que o Dasein é as possibilidades existenciais que realiza.
  
II – Existir significa compreender ser, tanto de si mesmo quanto dos outros e das coisas. 
  
III – A essência do homem (ser-aí) configura-se a partir do primeiro momento em que aparece no mundo, tornando-se, então, “ser-no-mundo”.
  
IV – Para Heidegger, a existência não tem uma essência quididativa (o que é); isto é, Dasein é atravessado pelo Nada, que é a indeterminação ontológica enquanto tarefa de ter-que-ser. 
  
V – O sentido da existência do Dasein é “tornar-se o que realmente é”, que é o conjunto de potencialidades inatas que a existência pode amadurecer e desenvolver ao longo da vida. 
  
 
 
  
Estão corretas somente:
R: I, III e IV.
J: Aberturas de originária de sentido jamais objetivável como elemento dentro de um mundo pré existente é fundamental a existência ser-ai ou ser no mundo. O existir não pode ser considerado como algo simplesmente encerrado em si.  A existência não é portanto ser como oposição metafísica ao não ser, significa uma abertura originária a ser dos entes, considerando uma pré compreensão do ser enquanto tal. Portanto pode-se conceber o ser-ai como uma eterna possibilidade de ser se mesmo permitindo que o Dasein seja possibilidades existenciais que realiza.
7- Leia o trecho abaixo, extraído da Carta Sobre o Humanismo, de Martin Heidegger.
  
 
  
 
  
Do mesmo modo com ‘animal’, zõon [animal], já se pro-pôs uma interpretação da ‘vida’ que repousa necessariamente sobre uma interpretação do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo. Além disto e antes de qualquer outra coisa, resta, enfim, perguntar se a essência do homem como tal, originalmente – e com isso decidindo previamente tudo – realmente se funda da dimensão da animalitas [animalidade]. Estamos nós no caminho certo para essência do homem, quando distinguimos o homem e enquanto o distinguimos, como ser vivo entre outros, da planta, do animal e de Deus? Pode-se proceder assim, pode-se situar, desta maneira, o homem em meio ao ente, como um ente entre outros. Com isso se poderá afirmar, constantemente, coisas acertadas sobre o homem. É preciso, porém, ter bem claramente presente que o homem permanece assim relegado definitivamente para o âmbito essencial da animalitas; é o que acontecerá, mesmo que não seja equiparado ao animal e se lhe atribuir uma diferença específica. (...) Um tal pôr é o modo próprio da Metafísica. Mas com isso a essência do homem é minimizada e não é pensada em sua origem. (...) A Metafísica pensa o homem a partir da animalitas; ela não pensa em direção de sua humanitas [humanidade]. (p.352)
  
 
  
Considere as afirmações abaixo sobre a essência do homem para a fenomenologia-existencial:
  
 
  
I – Segundo Heidegger a essência do homem não pode ser pensada a partir da animalidade (animalitas). Com isso ele critica o conceito de animal racional, propondo que o homem deva ser pensado a partir de sua irracionalidade.
  
II – Pensar o homem a partir da animalitas não é exclusividade da Metafísica. Nós, cotidianamente, pensamos o homem (e nós mesmos) a partir da animalitas a todo momento em que nos compreendemos como um organismo vivo (zoé).
  
III – A essência do homem para a Daseinsanalyse não está em sua constituição física, nem psíquica, nem social. A essência do homem é ser-aí (Dasein).
  
IV – Conceber o homem como bio-psico-social permanece preso à interpretação “do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo.” Portanto, não nos aproxima mais da essência do humano.
  
 
  
Estão corretas as afirmações:
R: II, III e IV, apenas.
J: A let ra D está cor reta, se pe nsa o ho me m a par t ir da anima lit as,co mp ree nde ndo co mo um or ga nis mo vivo, se descre ve cor reta me nt e a essê nc ia do ho me m q ue é ser - a i (Dase in) e a fir ma sobre a não apr o ximação da e ssê nc ia do huma no q ua ndo se co ncebe o ho me m a par t ir do b io - psico- soc ia l. Alt er nat iva I es tá inco rret a, He id e gger pe nsa a essê nc ia do ho me m na s ua rac io na lid ade, a part ir da a nima lit as, des ta for ma as a lter nat ivas A, B,C e E es tão incorr etas. Pa ra H e ide gge r o ho me m não pode ser enq uad rado o u co nce ituado e nq ua nto se r e xis te nt e. Para e le o se r só co nse gue e nte nder sua e xis tê nc ia a tra vé s de s ua própr ia e xistê nc ia e s ub jet ividade. Por isso, a e xist ê nc ia na t ura lis ta b io- ps ico- soc ia l não pode se r co ns iderada.
8-Segundo a fenomenóloga Feijoó (2011), “Husserl propõe que, frente ao fenômeno, possamos assumir uma atitude antinatural própria à fenomenologia.” (p.29) A psicóloga se baseia na distinção efetuada por Edmund Husserl no livro A Idéia da Fenomenologia (1907). Nesse livro, o filósofo afirma que na atitude natural, “na percepção, por exemplo, está obviamente diante dos nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas, portanto no meio de um mundo que, em parte, como as coisas singulares, cai sob a percepção... (p.39)
  
 
  
Sobre as atitudes natural e fenomenológica é verdadeiro afirmar que:
  
 
  
I – A atitude natural é o modo como cotidianamente encontramos as coisas no mundo, existindo por si mesmos.
  
II – Passa-se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito.
  
III – A atitude fenomenológica refere-se a um passo metodológico pelo qual a consciência suspende a crença na realidade em si dos objetos do mundo. É a chamada epoché. Surgem, então, os fenômenos.
  
IV – Embora Husserl não se preocupasse com a prática psicológica, a atitude fenomenológica foi assumida pela Psicologia como uma possibilidade. Tal atitude acontece na prática psicológica como esforço do psicólogo de deixar que o outro revele os significados de sua experiência tal como a experiencia.
  
V – A atitude fenomenológica implica um novo modo de conceber a consciência e o Eu. A consciência é apenas uma parcela do receptáculo de estímulos externos que compõe o Eu.
  
 
  
Estão corretas apenas as afirmações:
R: I, III e IV.
J: A part ir do mo me nto q ue o s uje ito e ntra e m estado de epoc hépermite a e le vis lumbrar ma is pos s ib ilidad es, o u seja, é at ra vés da fe no me no lo gia q ue a at it ude na t ura l dos ind ivíd uo s passa a poss uir não so me nte uma poss ib ilidade, mas muitas de las, pe las q ua is não er a m pe rceb id as a nter ior me nte pe lo s uje Ito
9 - 
Angústia e finitude do Dasein
  
 
  
Temporalidade do Dasein.
  
 
  
Bibliografia básica: SAPIENZA, B.T. Encontro com a Daseinsanalyse: A obra Ser e tempo, de Heidegger, como fundamento da terapia daseinsanalítica. São Paulo: Escuta, 2015, Pg. 48-95.
  
 
  
            O conceito de temporalidade é um conceito-chave na fenomenologia existencial. Heidegger escolhe-o para diferenciá-lo do conceito de tempo, que na tradição filosófica e no nosso uso comum já ficou associado ao tempo cronológico, o tempo do relógio. O tempo cronológico é uma sequência linear e infinita de “agoras”, que se inicia no passado e caminha em direção ao futuro. A modo de ser temporal do Dasein é outro.
  
            Heidegger se depara com essa questão quando se pergunta pela possibilidade de ser todo do Dasein. Ser todo significa: como o Dasein se completa? Dasein se completa quando realizou todas as suas possibilidades. Neste caso, o Dasein só seria todo quando deixa de ser. Porém, deixando de ser, não realiza essa possibilidade. O Dasein que somos pode, por outro lado, experimentar-se como ser finito. É o que Heidegger chama de “decisão antecipadora” da morte. Devemos tomar cuidado com esta ideia, pois não significa que o Dasein imagina a sua morte, menos ainda que a procure. Significa que o Dasein se assume como um ser finito, isto é, que não pode tudo e que "tem" um tempo limitado para ser. Ao fazer isso, abre-se para sua facticidade, isto é, para o ente intramundano junto ao qual já se encontra. Numa interpretação mais livre, podemos dizer que o Dasein reconhece a singularidade e finitude da situação na qual se encontra.
  
            O Dasein existe, então, sendo em relação com o que ele ainda não é, mas pode ser. Um sapateiro, por exemplo, encontra seus instrumentos como instrumentos para o conserto do sapato, que ainda não está consertado, mas “pode” estar. Do mesmo modo, o ser-no-mundo se compreende a partir de possibilidades (futuras) próprias. Antecipa-se a si mesmo. Ao antecipar-se (futuro) presentifica seu mundo, no qual já estava. Um sapateiro, antecipando o consertar e antecipando-se como sapateiro, encontra-se com seu mundo naquela situação. Porvir (o termo que Heidegger usa para se referir ao futuro, protegendo-o das significações já cristalizadas), ser-sido (o termo que Heidegger usa para se referir ao passado, pelo mesmo motivo) e presentificação acontecem juntos; não há separação entre passado, presente e futuro.
  
            Por isso, a analítica do Dasein distinguirá dois modos de temporalização do Dasein: o próprio e o impróprio. Resumidamente, na temporalização imprópria o ser-no-mundo “vem a si”, compreende-se, a partir do que lhe acontecerá. Dessa forma, esquiva-se do peso do ter-que-ser, que a antecipação da morte desvela, esperando algo. Na temporalização própria, Dasein vem a si mesmo como ser finito, lançado e responsável por ser.   
  
 
  
Atividades recomendadas:
  
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para a questão da temporalidade do Dasein.
  
2) Responda: a questão da temporalidade do Dasein é importante para a psicologia? Justifique sua resposta.
  
3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:
  
 
  
Leia atentamente o trecho extraído do livro DUBOIS, C. Heidegger: Introdução a uma Leitura. (Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2004) e o poema XIX de Mario Quintana, publicado no livro A Rua dos Cataventos (1940), e considere as afirmações abaixo.
  
 
             
	   
 
   
Na relação com a possibilidade da morte, que não   me oferece nada de particular para esperar, essa possibilidade se dá como a   possibilidade mais própria. (...) Como ser-lançado, o Dasein é portanto,   enquanto ser-no-mundo, lançado no ser-para-a-morte: ele o experimenta na   angústia, da qual, cotidia-namente, decadente, foge. Como? Tranquilizando-se.   Morre-se, certamente, mas por enquanto, tudo bem, ainda dá tempo. (...) Ao   contrário, o ser-para-a-morte suportado está certo da morte. (...) certeza de   si quer dizer: certeza de si como mortal. (...) Sum quer dizer sum moribundus.   (DUBOIS, 2004, p.50)
   
	   
 
   
Minha morte nasceu quando eu nasci
   
Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
   
E dançamos de roda ao luar amigo
   
Na pequenina rua em que vivi.
   
 
   
Já não tem mais aquele jeito antigo
   
De rir e que, ai de mim, também perdi!
   
Mas inda agora a estou sentindo aqui,
   
Grave e boa, a escutar o que lhe digo:
   
 
   
Tu és a minha doce Prometida,
   
Nem sei quando serão nossas bodas,
   
Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...
   
 
   
E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
   
Mas é tão bom, em meio às horas todas,
   
Pensar em ti... saber que tu existes!
   
  
 
  
I – Ambos os textos se referem à antecipação da morte. Heidegger utiliza o conceito ser-para-a-morte, enquanto Quintana refere-se a ela como “a Prometida”.
  
II – Com o conceito de ser-para-a-morte, Heidegger se refere à condição mortal do homem.
  
III – A finitude do Dasein é o que desvela para si que é substituível na sua existência.
  
IV – No poema de Mario Quintana, a morte é apresentada como “a Prometida”, o que, do ponto de vista da fenomenologia existencial, revela uma tendência suicida latente de seu Dasein.
  
 
  
Estão corretas:
  
a) I e II, apenas.
  
b) II e III, apenas.
  
c) III e IV, apenas.
  
d) I, II e IV, apenas.
  
e) I, II e III, apenas.
  
 
  
     Se você leu atentamente a bibliografia indicada, pôde reconhecer que a afirmação I está correta, pois, de acordo com a citação de Dubois, a antecipação da morte revela o ser-para-a-morte constitutivo da existência. No poema de Mario Quintana essa ideia é expressada, em linguagem poética, como a Prometida, uma possibilidade que o acompanha desde sua infância e que um dia acontecerá. Para Heidegger, desde que lançado na existência, o Dasein é ser-para-a-morte. Assim, a afirmação II também está correta.
  
     Em Ser e Tempo, a possibilidade da morte aparece como a única na qual ninguém pode ser substituído por outrem. A antecipação da morte singulariza o Dasein, portanto, revelando que sua existência está sob seu encargo exclusivamente.  A afirmação III vai de encontro com essa ideia, pois sugere que o ser-para-a-morte revela que cada um é substituível na sua existência.
  
     Equivocada também está a afirmação IV. A fenomenologia-existencial trabalha com fenômenos, buscando encontrar neles seu sentido. A ideia de tendências latentes é uma hipótese teórica, que não condiz com o fenômeno. O fenomenólogo não tem base fenomenológica para tal inferência. Pelo contrário, pois no poema Mario Quintana transmite um júbilo por reconhecer sua finitude, que torna os momentos de sua vida únicos e irrepetíveis.
  
 
 
9- A experiência da angústia tem destaque na fenomenologia de Heidegger, pois ela possibilita uma visão clara da condição existencial. A respeito dessa experiência no contexto fenomenológico-existencial está correto afirmar:
  
 
  
I – Na angústia, o ente intramundano desaba, não sendo mais relevante e significante.
  
II – A angústia é precisamente a experiência do ser-no-mundo enquanto tal, do próprio mundo.
  
III – Temor e angústia são diferentes, pois a angústia é “de” alguma coisa e o temor, é temor diante do nada.
  
 
  
Apresenta(m) corretamente as ideias de Heidegger acerca do modo de ser da angústia somente as afirmativas:
R: I e II.
    
J:  O nada se manifesta na angústia. É a dissolução do mundo, que revela ao Dasein seu ser como cuidado. Como cuidado, existir é tarefa que só se completa quando o Dasein realiza sua derradeirapossibilidade. Heidegger lembra que a possibilidade da impossibilidade não pode ser confundida com a morte biológica. Numa passagem de Ser e Tempo, comenta que a morte biológica pode interromper possibilidades, assim como tardar a chegar.
10- O pensar fenomenológico não considera o homem e os demais entes da natureza da mesma maneira. Enquanto no homem seu ser está em suas diversas possibilidades de se ser-no-mundo, os elementos da natureza e os entes que não são humanos não têm possibilidade de virem-a-ser eles mesmos. No contexto fenomenológico-existencial,
  
 
  
I - O homem é um tempo que se esgota, um intervalo entre o nascimento e a morte, que se emprega, que se empenha, que se reserva, que se omite, enquanto vive;
  
II - Ao homem cabe desenvolver o conhecimento para garantir sua sobrevivência por meio do controle da natureza;
  
III)  Sendo a.existência possibilidade, cada qual tem que transformar esta possibilidade no seu acontecimento.
  
 
  
A partir da fenomenologia de Heidegger, estão corretas:
R: Apenas I e III. 
J:  O ser do homem, a pre-sença2, possui uma dimensão ontológica fundamental. Na verdade, no texto de Heidegger, o status da pre-sença é ambíguo. De um lado, ela é um ente, o ente que cabe à analítica existencial investigar e que é o equivalente de homem. Por outro lado, a pre-sença não deve ser entendida como sinônimo de "homem", pois ela é uma determinação ontológica, já que corresponde ao ser desse ente que coloca a questão do ser.
  
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