Prévia do material em texto
ESTRUTURAS Uma estrutura de engenharia é qualquer sistema de elementos conectados, construído para suportar ou transferir forcas e resistir de forma segura às cargas a ele aplicadas. Há assim que determinar as reações externas para manter em equilíbrio estático a estrutura no seu conjunto, mas também as forças internas nos elementos da estrutura. Para determinar estas forças internas deve-se desmembrar a estrutura e analisar diagramas de corpo livre dos elementos individuais, ou de combinações de elementos. TRELIÇAS PLANAS Uma treliça é constituída por barras rectilíneas ligadas nos nós através de pinos, formando uma estrutura rígida. Nenhuma barra é contínua através dos nós. No caso de ligações aparafusadas ou soldadas assume- se que estão ligadas por pinos e portanto não existe transmissão de momentos. Assim, todas as barras estão sujeitas exclusivamente a forças axiais de tração ou compressão. Nas treliças, as forças são aplicadas exclusivamente nos nós. Uma treliça base (triangulo) não colapsa (rígida) sob a ação de uma força aplicada num nó. Uma treliça simples é construída adicionando sucessivamente 2 barras e um nó de ligação à estrutura base. • Nº de equações aplicáveis : 2 a cada nó (n) • Nº de forças desconhecidas: 1 em cada barra (m) • Cálculo das reações desconhecidas : 3 equações de equilíbrio da estática. treliça estaticamente determinada (isostática) treliça estaticamente indeterminada (hiperestática) treliça será instável - deformável (hipoestática) m = 2n - 3 m+3 > 2n m+3 < 2n (mais barras que o necessário) (menos barras que o necessário) Determinação das forças internas nas barras Método dos nós 1. Calculam-se as reações nos apoios 2. Separemos as barras e os nós e representemos os respectivos diagramas de corpo livre. 0Fx =∑ 0Fy =∑ 3. As condições de equilíbrio para os nós permitem escrever, 2n equações para 2n forças desconhecidas. Para cada nó: 4. O cálculo das forças terá de ser iniciado em um nó onde só concorram 2 barras, e prossegue-se a partir daí. As duas forças exercidas em cada barra são iguais, têm a mesma linha de ação e sentidos opostos. As forças exercidas por uma barra nos nós, nas suas extremidades, têm a direção da barra, são iguais e opostas. Nó A 0Fx =∑ 0 F osc F ADAC =+α− 0Fy =∑ 0Rsen F yAAC =−α α =α sen R sen F yAAC α= osc F F ACAD Nó C 0Fx =∑ 0 cos F osc F BCAC =β−α 0Fy =∑ 0 sen FFen s F BCCDAC =β+−α β α = cos oscF F ACBC β+α= sen Fen s F F BCACCD Nó B 0Fx =∑ 0 F cos F BDBC =−β 0Fy =∑ 0 Rsen F BBC =+β− ADBD F F = Nó D 0Fx =∑ 0Fy =∑ 0 F F BDAD =+− 0 P FCD =+− P FCD = Como todas as forças calculadas têm sinal positivo isto quer dizer que os sentidos arbitrados inicialmente são os verdadeiros. Barras à tração: AD ; BD ; CD Barras à compressão: AC ; BC Método das Secções Quando se pretende calcular apenas as forças num pequeno número de barras, o Método das Secções é normalmente preferido. Adota-se uma das partes para verificar o equilíbrio. Ao cortar a treliça deve-se observar que o corte a intercepte de tal forma, que se apresentem no máximo 3 incógnitas, para que possa haver solução, através das equações de equilíbrio. É importante ressaltar que entrarão nos cálculos, somente as barras da treliça que forem cortadas, as forças ativas e reativas da parte adotada para a verificação de equilíbrio. Por exemplo, para calcular a força na barra BD, faz-se passar uma secção através da estrutura como ilustrada na figura e desenha-se o diagrama de corpo livre apenas da parte esquerda da estrutura Neste caso, apenas 3 barras são cortadas pela secção considerada. 1. Calculam-se as reações nos apoio. 2. As equações de equilíbrio estático podem ser usadas para calcular 3 incógnitas, incluindo a força FBD. Nó B 0Fx =∑ 0F F osc F CEBDBE =++α 0Fy =∑ 0PPsen F 21BE =++α 0MB =∑ ( ) ( ) 0 AB PCB F 1CE =+ BC ABPF 1CE −= α −− = sen PPF 21BE ( ) 121CEBEBD P sen cosPPF osc F F + α α +=−α−= Para PPPP 321 === e AB=BC, , vem: PFCE −= P 83.2 º45sen P2FBE −=−= P45º gcot P F 2BD == º45=α O sinal negativo indica que a força tem sentido contrário ao arbitrado Método de Cremona. Método gráfico Este método baseia-se no método dos nós. Sabemos que se o somatório das forças atuantes em um nó em equilíbrio é nulo, logo o polígono das forças atuantes deverá ser fechado. Exemplo de aplicação do Método de Cremona 1. Calculam-se as reações nos apoios. 2. Recorre-se à construção sucessiva dos polígonos de forças referentes a cada nó. 3. Notação de Bow. Consiste em identificar com letras (ou números) todas as regiões do plano (campos), limitadas por forças exteriores ou interiores. As forças serão então identificadas pelas letras (ou números) que figuram nos regiões adjacentes. 4. Arbitra-se um sentido de rotação em torno de cada nó. O sentido para percorrer todos os campos será sempre o horário. 5. Adota-se a uma escala apropriada: por exemplo cada 1,0 cm corresponderá a 5,0 kN. Cálculo das reações nos apoios: 0M A =∑ 10 x 300 + 45 x 200 – VD x 400 =0 VD = 15 kN 0Fx =∑ -10,0 + HA= 0 HA= 10 kN 0Fy =∑ VA + VD = 45 VA= 30 kN Construção geométrica do CREMONA. Começamos por considerar um nó com o máximo de duas forças desconhecidas. Considere-se o nó D. Marca-se um ponto a na folha de desenho a letra e, correspondente ao campo e. Percorrendo no sentido horário a treliça, para chegarmos ao campo a, passamos por e uma linha vertical de 3 cm correspondente à força VD. Depois, passando por a, traçamos uma linha horizontal (barra AD é horizontal) para chegarmos ao campo g. Depois por g traçamos uma linha com a inclinação da barra CD para chegarmos ao campo e (já obtido). De seguida consideremos o nó A. Passamos por a, uma linha vertical para cima, de 6 cm (força VA) e obtemos o ponto b. Por este ponto passamos uma linha horizontal para a direita, de 2 cm correspondente à força HA, e obtemos o ponto c. Depois pelo ponto c passamos uma linha vertical (direção da barra AB) para passarmos ao campo f. De seguida uma linha com a inclinação da barra AC, é traçada para unir os pontos f e g (já conhecido). De seguida consideremos o nó C. Pelo ponto c passamos uma linha horizontal para a esquerda, de 2 cm correspondente à força HC, e obtemos o ponto d (coincide com o ponto b). Depois pelo ponto d traçamos uma linha vertical (direção da barra BC) que vai unir ao ponto f (já obtido). Depois de percorrido todo o caminho até determinarmos todos os campos, obteremos a figura mostrada, a seguir. compressão25.0geCD tração12.5dfBC tração20.0agAD compressão37.5fgAC compressão7.5cfAB Tipo de força Força (kN) (à escala) CamposBarra Análise das forças nas barras Tal como se fez no método dos nós, marcamos cada nó na folha de papel. De seguida marcamos as forças atuantes nos nós, sendo o seu sentido dado pela 1ª para a 2ª letra do campo. A força na barra na extremidade desse nó é de sentido contrário.