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SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR III AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA NIC E NOC Diagnósticos de nanda, NIC e NOC AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC AS FASES DA SAE/PE 1 COMPOSIÇÃO DE DIAGNÓSTICOS REAIS, DE RISCO E DE PROMOÇAO DA SAÚDE 3 PRÓXIMOS PASSOS PADRÃO TERMINOLÓGICO DE NANDA DEFINIÇÕES 2 COMPOSIÇÃO DAS INTERVENÇÕES (NIC) 4 COMPOSIÇÃO DOS RESULTADOS (NOC) 5 Nesta aula, veremos a necessidade de uma padronização da linguagem do enfermeiro em prol ao continuum assistencial de qualidade. Objetivos de aula: • Definir os conceitos sobre SAE/PE, NANDA, NIC e NOC; • Aplicar NANDA no processo da SAE/PE. Sistematização do Cuidar III 1. As fases da SAE/PE 1.1 O processo sistematizado de enfermagem e o pensamento crítico-reflexivo: • O processo de enfermagem (PE) inclui a coleta de dados, diagnóstico, planejamento, estabelecimento de resultados, intervenções e avaliação; • Enfermeiros através do pensamento crítico e julgamento clínico formulam hipóteses ou explicações sobre os problemas potenciais que são apresentados pelos sujeitos de sua assistência (clientela); • Todas essas etapas são cruciais ao exercício profissional e na elaboração do plano assistencial. Pensar criticamente em enfermagem significa romper com a lógica tecnicista, com a biologização dos conteúdos, com a ênfase apenas no saber e no saber-fazer, que apesar de serem aspectos importantes da formação acadêmica não devem ser privilegiados em detrimento do saber-ser (SORDI; BAGNATO, 1998 apud GRECO, 2009). AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 1. As fases da SAE/PE 1.2 Modelo modificado do processo de enfermagem: De acordo Herdman (2013), o ciclo do processo de enfermagem apresenta-se de acordo com o esquema: Fonte: NANDA (2015, p.23) AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 1. As fases da SAE/PE 1.3 Apontamentos sobre a execução da SAE/PE: Quais seriam as fragilidades da SAE na sua aplicação? Herdman (2013) faz apontamentos oportunos sobre a instrumentalização da SAE. Tais como: • A falta de representatividade da mesma por profissionais de saúde; • A visão fragmentada de um processo, atrelando o tempo como interveniente na sua execução; • Uma base conceitual fragilizada, que inviabiliza formulações de hipóteses sobre as vivências da clientela; • A falta de domínio teórico e conceitual, que dificulta conceituar o diagnóstico bem como seus fatores relacionados e características definidoras; • Perda do caráter holístico nas avaliações por profissionais; • Falta de engajamento de profissionais na reivindicação de espaços que propiciem a disseminação da PE como processo crucial ao desenvolvimento do raciocínio clínico. Saiba mais: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1396/pdf AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 2.1 O que é NANDA? “A inteligência humana só é falível quando decide sobre o que percebe distintamente.” René Descartes NANDA-I (North American Nursing Diagnosis Association) é uma organização sem fins lucrativos compostas por diversos membros (NANDA, 2015) “A padronização da linguagem específica para se definir e descrever a prática de enfermagem está diretamente relacionada à sistematização de uma linguagem específica da profissão” (SANTOS; NOBREGA, 2004). Diagnósticos de enfermagem também podem ser definidos como: Julgamentos clínicos baseados em respostas humanas as condições adversas associadas a processos de saúde, doença, de vida, de vulnerabilidade que envolvem indivíduos, um núcleo familiar, uma comunidade (CHAVES, 2009). Importante: Evitar a comparação entre o diagnóstico médico com o diagnóstico de enfermagem. 2. Padrão terminológico de NANDA - Definições AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 2.2 Histórico da trajetória de NANDA De acordo com Chaves (2009) e autores, surgiu da preocupação com a padronização da linguagem e definições ganhando proporções significativas: • Em 1973- 1ª Conferência Nacional sobre Classificação dos Diagnósticos de Enfermagem; • Em 1982- Na 5ª Conferência Nacional de Enfermagem deu-se a criação do NANDA; • A primeira Taxonomia de NANDA foi aprovada em 1986 e possuía como eixos os padrões trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer e sentir; • A substituição da Taxonomia I pela II baseada nos padrões de Respostas Humanas foi no ano de 2001; • Hoje vivenciamos a atual Taxonomia II (2015-2017). 2. Padrão terminológico de NANDA - Definições AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 2.3 Mudanças do NANDA (2012-2014) para NANDA (2015-2017): mudanças nas definições dos diagnósticos de promoção de saúde e de risco • Diagnósticos de promoção de saúde - mudança nas características definidoras com a expressão “expressa o desejo de melhorar”; • Mudanças/acréscimos de novos diagnósticos; • 26 novos diagnósticos foram aprovados; • Revisão de 13 diagnósticos; • 7 diagnósticos removidos; • 5 revisões de títulos. Silva (2014) realizou um processo de revisão sobre os diversos conceitos associados à terminologia vulnerabilidade. Saiba mais: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/3047/pdf_1299 VULNERABILIDADE RISCO 2. Padrão terminológico de NANDA - Definições AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 2.4 Eixos, domínios e classes 2.4.1 – Eixos O diagnóstico de NANDA são concebidos através da combinação entre Eixos, Domínios e Classes. Ao total, o NANDA-I possui 7 eixos estruturados (NANDA, 2015): Eixo 1: conceito diagnóstico; Eixo 2: sujeito do diagnóstico; Eixo 3: julgamento prejudicado, ineficaz; Eixo 4: localização – regiões do corpo; Eixo 5: idade (neonato ao idoso); Eixo 6: tempo (agudo, crônico, contínuo, intermitente); Eixo 7: situação do diagnóstico (risco, com foco no problema, de promoção da saúde). ATENÇÃO: Essencial a presença dos eixos 1 e 3 na composição diagnóstica. O eixo 2, embora obrigatório, pode aparecer implicitamente. (CHAVES, 2011) 2. Padrão terminológico de NANDA - Definições AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 2.4 Eixos, domínios e classes 2.4.2 – Domínios e classes: Os domínios de NANDA (2015) são: 1:Promoção da saúde; 2: Nutrição; 3: Eliminação/troca; 4: Atividade/repouso; 5: Percepção/Cognição; 6: Autopercepção; 7: Relacionamentos de papel; Curiosidades: O NANDA 2015 possui no total 234 diagnósticos, 13 domínios e 47 classes (NANDA, 2015, p.19). Já que a apresentação das classes são extensas, sugerimos a consulta em biblioteca da versão do NANDA (2015-2017). 8: Sexualidade; 9: Enfrentamento/Estresse; 10: Princípios de vida; 11: segurança e proteção; 12: Conforto; 13: Crescimento e desenvolvimento. 2. Padrão terminológico de NANDA - Definições AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 3. Composição de diagnósticos reais, de risco e de promoção da saúde 3.1 Definindo o que são características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco Características definidoras: São pistas, sinais e sintomatologias observados e manifestados na composição de um diagnóstico. Exemplo: O aumento da PA acima de 140x90 mmHg define o sintoma da hipertensão arterial sistêmica (HAS). Lembre-se de sinais e sintomas. • Fatores Relacionados: • Incluem as circunstâncias e fatos que podem estar relacionados ou ser contribuintespara o diagnóstico. • Exemplo: O estresse do Sr. Antônio com seu neto contribui para a elevação de sua PA. • Fatores de risco • Fatores influentes que aumentam a vulnerabilidade do indivíduo a um evento não saudável. • Exemplo: Sr. Antônio possui PA elevada, que, somada a momentos de estresse, aumenta o risco de infarto. AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 3. Composição de diagnósticos reais, de risco e de promoção da saúde 3.2 Redigindo os diagnósticos – formato PES (p- problema, e- etiologia, s- sinais): • Redigindo um diagnóstico real: Conceito diagnóstico + fator relacionado + características definidoras • Redigindo um diagnóstico de risco: Conceito diagnóstico + fator relacionado • Redigindo um diagnóstico de bem-estar: Respostas humanas de bem-estar + evidenciado por (CHAVES, 2009; NANDA, 2015, p.106) AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 3. Composição de diagnósticos reais, de risco e de promoção da saúde AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 3.3 Algumas notas sobre a redação de diagnósticos de NANDA De acordo com Alvaro-Lefreve (2005, p.132), algumas condições da composição escrita deve ser evitadas: • Sempre que possível, escreva os diagnósticos de forma a direcionar as possíveis intervenções que serão realizadas; • Não escreva o rótulo diagnóstico de forma a torná-lo incriminador; • Não “renomeie” um problema médico ou terminologia médica para fazê-lo soar como um diagnóstico de enfermagem; • Não enuncie o diagnóstico tendo por bases juízo de valor; • Não enuncie dois problemas ao mesmo tempo. 4. Composição das intervenções NIC (Nursing Intervention Classification) Intervenções de enfermagem consistem na aplicação de ações direcionadas a fim de implementar os cuidados ao cliente. Após serem identificadas as condições que possivelmente interferem no processo de saúde, tendo realizado a correlação diagnóstica, partiremos para a elaboração de um plano de ações assistenciais. Algumas observações são realizadas por Chaves (2009): • Escrever a solicitação em verbo infinitivo; • Estabelecer o que fazer, como e quando fazer; • Atentar para a menção sobre o registro de classe ao final das orientações em prontuários; • O processo de reavaliação das ações obedecem um continuum assistencial, portanto devem ser reavaliadas; • Registros devem ser feitos de forma cuidadosa e elaborada a fim de não gerar dúvidas. AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 4. Composição das intervenções NIC (Nursing Intervention Classification) Exemplo: Diagnóstico identificado: Diarreia relacionada à oferta nutricional inadaptada/processo infeccioso, caracterizada por aumento dos movimentos peristálticos e dor abdominal. • Intensificar a troca de fraldas e higienizações do cliente – sempre que houver evacuações; • Instalar pausa em dieta (4/4h) durante as 24h; • Acionar componente da equipe multidisciplinar – nutricionista a fim de orientar sobre prescrição (gotejamento) de dieta; • Monitorar e hidratar a pele diariamente; • Aumentar a oferta hídrica; • Instalar Balanço Hídrico; • Monitorar pressão arterial de 3/3h; • Atentar ao intervalo de administrações de medicações analgésicas prescritas (SOS). AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III 5. Composição dos resultados/outcomes NOC (Nursing Outcomes Classification) NOC são resultados desejados das ações estreitadas na aplicação das intervenções. Obedecem a um intervalo temporal de curto ou médio prazo. Importante ressaltar que resultados só serão possíveis através de planejamento de metas claras e bem definidas. Então, vejamos dois exemplo de resultados de enfermagem em curto prazo e a longo prazo: NOC a curto prazo • Restabelecimento hidroeletrolítico do cliente devido as perdas diarreicas nas primeiras 24 h NOC a longo prazo (NOC) • Melhora das funções gastrintestinais com normalização do quantitativo de evacuações e adaptação de nova dieta em 3 dias AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III Conclusões Concluímos a importância da SAE/PE na aplicação embasada e direcionada ao cuidado, e sobre como a enfermagem pode utilizar ferramentas diagnósticas, de ação e resultados (como NANDA, NIC e NOC) no reforço identitário da classe, na realização da comunicação entre profissionais e na confecção do plano assistencial efetivo e eficaz. Essas ferramentas possuem o propósito de promover não somente o engajamento técnico mas científico, formatando a prática assistencial no contexto onde o holismo1, as vulnerabilidades e as subjetividades individuais tornam-se indícios para uma prática enriquecedora, segura, centrada na clientela e baseada em evidências (PBE). Nota: “O paradigma holístico propõe um reencontro universal entre as ciências e entre estas e as Tradições de sabedoria. Com base numa visão sistêmica e numa atitude transdisciplinar, o novo paradigma começa a provocar reflexões nas diversas áreas do saber científico” (TEIXEIRA, 1996). AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III Referências: AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III ALVARO-LEFREVE, Rosalinda. Aplicação do processo de enfermagem: promoção do cuidado colaborativo. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. CHAVES, Lucimara Duarte. Sistematização da Assistência de Enfermagem: considerações teóricas e aplicabilidade. São Paulo: Martinari, 2009. GRECO, Rosangela Maria. Pensamento crítico-reflexivo em enfermagem. Disponível em: http://www.ufjf.br/admenf/files/2009/08/PENSAMENTO-CRITICO-REFLEXIVO-EM-ENFERMAGEMI.pdf. Acesso em: 20 Abril de 2016. HERDMAN, TH. Processo de enfermagem: um momento para relembrar seu propósito. Rev Rene. 2013; 14(3):458-9. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1396/pdf Acesso em: 20 Abril de 2016. Referências: AULA 2: DIAGNÓSTICOS DE NANDA, NIC E NOC Sistematização do Cuidar III SILVA, Daniel Ignacio da et al. Contributions of the concept of vulnerability to professional nursing practice: integrated review. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online. [S.l.], v. 6, n. 2, p. 848-855, apr. 2014. ISSN 2175-5361. Disponível em: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/3047. Acesso em: 20 Abril de 2016. SANTOS, SMJD, NÓBREGA, MMLD. Ações de enfermagem identificadas no Projeto CIPESC(a) e utilizadas no cuidado de pacientes com AIDS. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2004 Dec [cited 2016 Apr 20]; 38(4): 369-378. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342004000400002&lng=en Acesso em: 20 Abril de 2016. TEIXEIRA, E. Reflexões sobre o paradigma holístico e holismo e saúde. Rev.Esc.Enf. USP, v.30, n.2, p. 286-90, ago. 1996. T. HEATHER (Org). Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definições e Classificações 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015. Assuntos da próxima aula: CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA Contextualização; Planejamento do exame físico; Entrevista; Fases e técnicas do exame abdominal; Possíveis NANDA; NANDA.
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