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Diagnóstico de Enfermagem: Tudo o que você precisa saber Universidade de Vila Velha- UVV Estágio Supervisionado na Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso Preceptora: Jordana Zanol Diagnóstico de Enfermagem Os diagnósticos de enfermagem são norteadores do cuidado, pois permitem planejar a assistência ao indivíduo, à família e/ou à comunidade. É a segunda etapa do Processo de Enfermagem (PE) e resultado da análise crítico -reflexiva dos dados coletados na primeira etapa, Histórico de Enfermagem (ou Coleta de dados de Enfermagem), na qual identificamos sinais e sintomas passíveis de intervenção. Os enfermeiros diagnosticam respostas humanas reais ou potenciais a condições de saúde/processos de vida, ou uma vulnerabilidade a essa resposta. O diagnóstico de enfermagem constitui a base para a escolha das intervenções de enfermagem para o alcance dos resultados com os quais o enfermeiro tem competência e é responsável. COMPREENDENDO A TAXONOMIA NANDA-I A Associação Americana de Diagnósticos de Enfermagem, NANDA, surgiu em 1982, logo após a Conferência Nacional sobre Classificação de Diagnósticos de Enfermagem, realizada em St. Louis, Missouri, EUA. A partir de 2002, objetivando mostrar o crescimento fora da América do Norte, a NANDA deixou de ser acrônimo para “North-American “, sendo agora NANDA International, Inc. (sem hífen) e é a abreviatura da NANDA-I (com hífen). A taxonomia da NANDA iniciou em 1973 e é norteada por uma estrutura teórica – os Padrões de Respostas Humanas – que “orienta a classificação e categorização dos diagnósticos de enfermagem ou das condições que necessitam de cuidados de enfermagem. ” As taxonomias foram desenvolvidas para padronizar a linguagem que os enfermeiros utilizam na descrição ou caracterização dos fenômenos que identificam, tratam e avaliam em seus pacientes. São sistemas de classificação que organizam as ocorrências que defrontamos diariamente padronizando a linguagem, ou seja, organizando em grupos ou classes, com base em suas semelhanças. O sistema de classificação de diagnósticos de enfermagem da NANDA-I – é o mais utilizado mundialmente. COMPONENTES: • TÍTULO: é uma frase curta ou um termo que representa um padrão de indicadores relacionados. • DEFINIÇÃO: descrição clara e precisa do diagnóstico, delineia o seu significado e diferencia-o de todos os outros diagnósticos. • CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: são inferências (evidências clínicas, sinais ou sintomas) observadas, que se agrupam como manifestações de um diagnóstico de enfermagem com foco no problema, bem -estar ou síndrome. • FATORES RELACIONADOS: são condições ou circunstâncias que podem anteceder, estar associadas ou contribuir para o desenvolvimento do diagnóstico Exemplo TIPOS DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM • Diagnóstico com foco no problema – resposta humana indesejável para as condições de saúde/processos vitais que existe no indivíduo, família ou comunidade. Ex: Troca de gases prejudicada. • Diagnóstico de risco – risco de um indivíduo, família, grupo ou comunidade para o desenvolvimento de respostas indesejáveis para as condições de saúde ou processos vitais. Ex: Risco de infecção. • Diagnóstico de promoção da saúde – motivação e desejo de elevar o bem -estar e o potencial para saúde humana. Ex: Disposição para melhora do autocuidado. • Síndrome – diagnósticos de enfermagem que ocorrem juntos e são mais bem manejados em conjunto por meio de intervenções similares. Ex: Síndrome de estresse por mudança. DOMÍNIOS E CLASSES DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM A Taxonomia da NANDA-I classifica e categoriza os focos diagnósticos em Domínios e Classes. Ela possui 234 diagnósticos de enfermagem, agrupados em 13 domínios e 47 classes. Domínios são ” esferas de conhecimento “, ou seja, são níveis abrangentes de classificação que dividem o fenômeno em grupos principais. Classes são subcategorias dos domínios, que compartilham atributos comuns. Eixos A Taxonomia II da NANDA-I é composta por uma estrutura multiaxial, ou seja, tem vários eixos. Cada eixo é uma dimensão da resposta humana considerada no processo diagnóstico. Há diagnósticos que possuem componentes de apenas um eixo (Ex: Fadig a 0 0093), e outros que englobam dois ou mais eixos ( Ex: Enfrentamento familiar comprometido – 00074). REALIZANDO UM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: PASSO-A-PASSO ➢ 1º Passo: COLETA DE DADOS DIRECIONADA Um diagnóstico preciso inicia-se em uma coleta de dados precisa! É uma das etapas mais importantes do Processo de Enfermagem, pois direcionará todas etapas posteriores. ▪ POR QUE ESSA ETAPA É TÃO IMPORTANTE? É nesse momento que vamos conhecer o paciente, sua história clínica e repercussões físicas, emocionais, familiares e sociais. O foco é obter informações que demostrem o estado geral do paciente, levando e m consideração os aspectos biopsicossocioespirituais. ▪ Deve ser abrangente, adequada ao local, podendo ser formal ou informal (é importante criar vínculo com o paciente). ▪ Exige conhecimento prévio das necessidades humanas: respiração, eliminação, termorregulação, conforto físico, autocuidado e integridade da pele. ▪ Comunicação eficiente: desde fazer a pergunta certa e decifrar a resposta do paciente/familiar. ▪ Coletar dados objetivos e subjetivos. ▪ Dados de exames e prontuários auxiliam a coleta de dados do enfermeiro. ▪ A coleta de dados deve ser orientada por uma teoria de enfermagem. ▪ O exame físico deve ser o mais completo possível e focado nos principais problemas investigados. ➢ 2º Passo: ANÁLISE E AGRUPAMENTO DE DADOS A transformação dos dados coletados em diagnósticos de enfermagem requer pensamento crítico, capacidade de raciocínio e experiência. Todas as perguntas, todos os dados e resultados de exames coletados na primeira e tapa adicionam mais informações para o pensamento diagnóstico. ▪ Agrupe os dados coletados de acordo com os sinais e sintomas de forma lógica usando de raciocínio clínico, identificando padrões ou características em comum. Cada agrupamento contém características definidoras, critérios clínicos que foram observados e verificados. Esses critérios clínicos são sinais e sintomas, ou fatores de risco que, quando analisados com outros critérios, leva a uma conclusão diagnóstica. ▪ Se estiver com dificuldade, experimente separar os dados por domínios: respiração, eliminação, termorregulação, conforto físico, autocuidado e integridade da pele. ▪ Analise os dados! É importante saber separar dados normais de dados anormais e descobrir se algum dado está faltando. ➢ 3º PASSO ESCOLHENDO O DIAGNÓSTICO Como já dissemos, cada diagnóstico na Taxonomia NANDA–I possui sua definição clara e deve ser analisado para que não haja erros na escolha do diagnóstico. ▪ Com os grupos criados, procure a qual domínio eles se enquadram. ▪ Identifique no domínio selecionado a qual classe pertence. ▪ Com o domínio e classe definidos, procure nos títulos de diagnósticos do mesmo domínio e classe, que se encaixam com a necessidade diagnosticada ▪ Confira se a definição do diagnóstico e características definidoras conferem com os dados coletados. Em caso negativo, volte ao domínios e classe. ➢ 4° Passo: CONSTRUINDO O ENUNCIADO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Cada diagnóstico de enfermagem possui um enunciado claro e preciso. A construção do enunciado de um diagnóstico é feita a partir da combinação de valores dos eixos 1, 2 e 3 e, quando necessária maior clareza, acrescenta -se valores dos demais eixos. • Diagnóstico com foco no problema Título + Fator(es) relacionado(s) + Característica definidora Diag. de Enfermagem + relacionado a + Fatores relacionados + evidenciado por + Características definidoras Ex: Comunicação verbal prejudicada relacionada à fraqueza musculoesquelética caracterizada por fala com dificuldade e dificuldade de fazer expressões faciais. • Diagnóstico de risco Título + Fator (es) de risco Ex: Risco de infecção evidenciado por vacinação inadequada e imunossupressão.• Diagnóstico de promoção da saúde Título + Característica (s) definidora (s) Ex: Disposição para autocuidado melhorado evidenciada por desejo expresso de melhorar o autocuidado PRINCIPAIS CAUSAS DE ERROS NOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM • Conhecimento insuficiente. • Dados insuficientes, imprecisos, errados ou falsos. • Coleta de dados não direcionada para o problema. • Agrupamento incorreto. • Conclusão precipitada do diagnóstico. • Análise, julgamento e interpretação equivocada dos dados. • Seleção incorreta do diagnóstico ou enunciado incorreto. Referências NANDA-I: Herdman TH & Kam itsuru, S. (Eds.). (2014). NANDA INTERN ATIONAL NURSING DIAGNOSES AND CLASSIFICATION, 2015-2017. Oxford: Wiley Blackwell. POTTER, P; PERRY, A. G; Fundamentos de enfermagem – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.1568p. OLIVEIRA, R.G. de; Blackbook-Enfermagem/Reynaldo Gomes de Oliveira. Belo horizonte: Blackbook Editora,2016. DOENGES, Marilynn E.; Diagnóstico de enfermagem: interpretações, prioridades, fundamentos/ Marilynn E. Doenges, Mary Frances Moorhouse, Alice C. Murr; revisão té cnica Sônia Regina de Souza;[tradução Carlos Henrique Cosendey]. - [reimpr.]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2015. NOBREGA, M. M. L. da, GUTIÉRREZ, M.G. R. de; Sistemas de Classificação na Enfermagem: avanços e perspectivas. Inc: NOBREGA, M.M. L. da, GUTIÉRREZ, M.G. R. De Sistemas de Classificação em Enfermagem: um trabalho coletivo. João Pessoa, Idéias, 2000. Série Didática: Enfermagem no SUS.
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