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Aula 11 Administração Geral e Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo Professor: Carlos Xavier Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 88 AULA 11: Gestão de conflitos. Cargos, carreiras, salários, benefícios e qualidade de vida no trabalho Conteúdo 1. Palavras Iniciais. ........................................................................................................................................ 2 2. Gestão de conflitos. ................................................................................................................................... 3 3. Administração de cargos, carreiras, remuneração e benefícios. .............................................................. 21 3.1. Cargos: conceitos principais. ............................................................................................................... 22 3.1.1. Empowerment .................................................................................................................................. 24 3.1.2. Descrição e análise de cargos. ......................................................................................................... 28 3.2. Carreiras: conceitos principais. ............................................................................................................ 34 3.3. Remuneração e benefícios: conceitos principais. ................................................................................ 37 3.3.1. Benefícios ........................................................................................................................................ 47 3.3.2. Qualidade de vida no trabalho ......................................................................................................... 50 4. Questões comentadas ............................................................................................................................... 57 5. Lista de questões ...................................................................................................................................... 76 6. Gabarito ................................................................................................................................................... 87 7. Bibliografia Principal .............................................................................................................................. 88 Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 88 1. Palavras Iniciais. Oi pessoal! Hoje estudaremos vários temas diferentes do comportamento organizacional e da gestão de pessoas. Resolvi condensá-los em uma aula só para reduzir o tamanho do curso, já que são muitos assuntos os que andam caindo nas provas de concursos do Cespe mais recentemente. Assim, hoje estudaremos: x Conflitos e sua gestão; x Cargos; x Carreiras; x Remuneração; x Qualidade de vida no trabalho. São vários assuntos então vamos logo ao trabalho! Abraço e bons estudos! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Periscope: @ProfCarlosXavier Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 88 2. Gestão de conflitos. Antes mesmo de falar em gestão de conflitos, é preciso que você entenda bem o que são os conflitos. Eles são inerentes ao ser humano e fazem parte de nossa natureza. Podemos dizer que eles são o oposto da cooperação. Infelizmente não há uma única definição clara sobre o assunto. Tampouco existe um único modelo de como os conflitos ocorrem ou quais os seus tipos. Abordaremos aqui os mais importantes, mas busque ter uma compreensão mais ampla, pois a questão pode pedir alguma coisa específica de um determinado autor. Se isso acontecer, busque adaptar o que você viu aqui ao que for pedido pela questão. Esse é o segredo de estudar disciplinas da área de administração geral para concursos! Para que o conflito exista é fundamental que haja alguma oposição ou incompatibilidade de interesses ou objetivos. Neste sentido, para que um conflito interpessoal se torne real, é preciso que haja uma interferência deliberada de uma das partes envolvidas. &KLDYHQDWR� �������GHVWDFD�TXH� ³D� interferência pode ser ativa (mediante ação para provocar obstáculos, bloqueios ou impedimentos) ou passiva (mediante omissão). Assim, o conflito é muito mais do que um simples desacordo ou divergência: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa da outra parte de alcançDU�RV�VHXV�REMHWLYRV´� De forma mais ampla, Robbins (2010) define conflito como sendo ³XP�SURFHVVR�TXH�WHP�LQLFLR�TXDQGR�DOJXpP�SHUFHEH�TXH�RXWUD�SDUWH�DIHWD��RX� SRGH�DIHWDU��QHJDWLYDPHQWH�DOJXPD�FRLVD�TXH�FRQVLGHUD�LPSRUWDQWH´� Quando pensamos em conflito, tipicamente associamos a problemas entre pessoas ou grupos de pessoas. Apesar disso, devemos ter em conta que os conflitos podem ser internos ou externos: Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 88 x Conflito interno: é aquele que ocorre dentro da própria pessoa. Ocorre quando o indivíduo possui desejos, sentimentos e motivações que divergem entre si, apontando para decisões e comportamentos distintos. Neste caso, os mecanismos de decisão passam a não operar perfeitamente e as pessoas sentem sensações ruins e tem dificuldade de se entender e de tomar decisões sobre os assuntos em questão. É este o conflito que acontece em alguns quando estão diante da possibilidade de trabalhar em uma cidade distante, em um bom cargo público, mas entram em conflito interno por não desejarem se afastar de suas famílias e amigos. Tanto ficar quanto se mudar apresentam vantagens e desvantagens, apontando para caminhos distintos. x Conflito externo: é aquele que acontece entre pessoas diferentes, seja de forma individual ou grupal. Eles surgem quando os indivíduos possuem interessesou objetivos que vão de encontro entre si. Estes são os conflitos nos quais o nosso estudo deve se concentrar. Robbins (2010) apresenta uma relação com quatro condições que atuam como antecedentes dos conflitos, representando as causas para o surgimento de conflitos entre as pessoas: ambiguidade de papel, objetivos concorrentes, recursos compartilhados, interdependência de atividades. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 88 Apresento, a seguir, o que o referido autor fala sobre estes quatro antecedentes, em suas próprias palavras (os destaques são meus, para facilitar o seu estudo!): 1. Ambiguidade de papel: quando as expectativas pouco claras e confusas, além de outras incertezas, aumentam a probabilidade de fazer com que as pessoas sintam que estão trabalhando para propósitos incompatíveis. 2. Objetivos concorrentes: como decorrência do crescimento da organização os grupos se especializam cada vez mais na busca de seus objetivos. Por força da especialização, cada grupo realiza tarefas diferentes, focaliza objetivos diferentes, relaciona-se com diferentes partes do ambiente e começa a desenvolver maneiras diferentes de pensar e agir: tem a sua própria linguagem, modo de pensar e de trabalhar e objetivos a atingir. Surge a diferenciação: objetivos e interesses diferentes dos demais grupos da organização. Daí a percepção de objetivos e interesses diferentes e talvez incompatíveis e incongruentes. 3. Recursos compartilhados: os recursos organizacionais são limitados e escassos. Essa quantidade fixa de recursos precisa ser distribuída e alocada entre os grupos da organização, como o capital de giro, valores orçamentários, salários, créditos, espaço, pessoas, maquinas e equipamentos. Se um grupo quer aumentar sua quantidade de recursos, um outro grupo terá de perder ou abrir mão de uma parcela dos seus. Isso provoca a percepção de objetivos e interesses diferentes e talvez incompatíveis e incongruentes. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 88 4. Interdependência de atividades: as pessoas e grupos de uma organização dependem uns dos outros para desempenhar suas atividades e alcançar seus objetivos. A interdependência ocorre quando um grupo não pode realizar a sua tarefa ou alcançar seu objetivo a menos que outro grupo realize a sua ou alcance o seu. Todos os grupos de uma organização são interdependentes de alguma maneira. Quando os grupos são altamente interdependentes, surgem oportunidades para que um grupo auxilie ou prejudique o trabalho dos demais. A lista acima, apresentada por Robbins, não é exaustiva. Podemos considerar ainda como causas para conflitos: x Problemas de comunicação: as falhas nas comunicações geram conflitos à medida que as pessoas não compreendem o que as outras estão comunicando. É um problema mais comum em organizações dispersas geograficamente ou com trabalho remoto. x Elementos da cultura/subculturas e personalidade: diferentes pessoas possuem diferentes valores, personalidades, atitudes, etc., que geram percepções diferentes sobre a realidade e, consequentemente, conflitos. As diferentes áreas da organização também possuem diferentes subculturas, o que tende a gerar conflitos entre elas, mas termina aumentando a coesão dentro de cada área/grupo específico. É a tese de que um inimigo comum une a todos! x Diferenciação: pessoas diferentes, com perfis distintos, terão diferentes formas de ver o mundo e, por isso, poderão ter conflitos. Algumas características que diferenciam as pessoas são: idade, renda, instrução, etc. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 88 x Especialização: o grau de especialização das tarefas faz com que as pessoas tenham uma percepção mais voltada para suas tarefas isoladas, e não para o funcionamento do todo organizacional. Com isso, tendem a competir por recursos entre elas, por considerarem que sua área de atuação é a mais importante, o que gera conflitos.' x Sombras de conflitos anteriores: a existência de conflitos anteriores que ficaram mal resolvidos é causa para surgimento de novos conflitos. x Indeterminação de poder: a falta de clareza sobre quem exerce o poder dentro da organização pode ser importante causa de conflitos. x Divergência de opiniões: a simples divergência de opiniões é algo que gera conflitos entre as pessoas. Os conflitos podem ocorrer em três níveis de gravidade: x Conflito percebido: é o conflito em potencial, que as partes percebem por conta dos objetivos conflitantes e das possibilidades de interferência que uma parte possui sobre a situação da outra. x Conflito experienciado: é o conflito velado, que se sente claramente, mas que não se manifesta diretamente. É dissimulado, gerando sentimentos de hostilidade, raiva e medo. x Conflito manifestado: trata-se de um conflito que é manifestado sem dissimulação. É o conflito aberto, expressado através de comportamentos de interferência ativa ou passiva, adotados por ao menos uma das partes envolvidas. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 88 Outra classificação prevê que os conflitos podem ter diferentes níveis de intensidade, em um continuum que varia entre a inexistência de conflito e a SUHVHQoD� GH� XP� ³conflito aniquilador´�� (QWUH� HVWHV� GRLV� H[WUHPRV�� R� FRQIOLWR� poderia assumir qualquer ponto intermediário, existindo alguns meios-termos claramente identificados por Robbins (2010): x Conflito aniquilador - esforços para destruir a outra parte, como em guerras, por exemplo. (muita intensidade) x Agressão física. x Ameaças e ultimatos. x Ataques verbais assertivos. x Questionamento explícito ou desafio. x Desacordos ou mal-entendidos leves. x Nenhum conflito (nenhuma intensidade) Você deve ter em mente ainda que existem diferentes percepções quanto ao papel dos conflitos nos grupos e nas organizações. São as visões tradicional, interacionista H� GH� ³resolução de conflitos´� Fala-se também na visão de relações humanas. Vamos entender a essência de cada uma dessas visões sobre o assunto: x Visão tradicional: Para esta visão, todos os conflitos são ruins e devem ser evitados a todo custo pela organização. Nesta perspectiva, os conflitos estãodiretamente relacionados à violência, a agressividade e falta de racionalidade. É uma visão condizente com a realidade das décadas de 1930 e 1940, quando os conflitos organizacionais surgiam, sobretudo como consequência de problemas de Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 88 comunicação e abertura das pessoas e organizações, da desconfiança entre as pessoas e dos interesses conflitantes entre gestores e funcionários. O problema de implementar esta visão na prática é que grupos sem nenhum tipo de conflito geralmente tornam-se apáticos, sem criatividade e com problemas em geral no exercício de suas atividades, já que os problemas sempre ficam escondidos. x Visão interacionista: para esta visão, os conflitos devem ser encorajados, pois o ambiente totalmente harmonioso e pacífico torna-se também apático e incapaz de ajustar-se ao ambiente e inovar. Segundo 5REELQV� ������� ³D� SULQFLSDO� FRQWULEXLomR� dessa abordagem é encorajar os líderes de grupos a manter constantemente um nível mínimo de conflito - o suficiente para fazer que o grupo continue viável, autocrítico e FULDWLYR´� A ideia aqui não é que todos os conflitos sejam bons. Na verdade, esta visão, adotada por certos autores contemporâneos, admite a existência dos conflitos funcionais, que gerariam melhora no desempenho do grupo - apoiando os seus objetivos-, e dos conflitos disfuncionais, que são aqueles que atrapalham as pessoas no seu desempenho, sendo negativos para a organização. O papel do gestor estaria em possibilitar a existência dos conflitos funcionais ao mesmo tempo em que busca extinguir a possibilidade de conflitos disfuncionais. Enquanto os conflitos funcionais gerariam criatividade para solução de problemas e alocação de recursos mais adequada às demandas conflitantes, os disfuncionais geram desentendimento e perda de produtividade das pessoas, dos grupos e da organização. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 88 Com base neste ideia, tal visão considera que os conflitos podem ser de três tipos: conflitos de tarefas, de relacionamento ou de processo: 9 Os conflitos de tarefas estão relacionados ao conteúdo do trabalho relacionado. Um nível entre baixo e médio deste tipo de conflito pode ser funcional, uma vez que estimula a discussão de ideias, a criatividade e a inovação. Apesar disso, tarefas rotineiras que não exigem criatividade e inovação, mas que apresentam este tipo de conflito, tendem a gerar problemas para os envolvidos. 9 Os conflitos de processo estão ligados à forma como o trabalho é realizado. De forma geral, eles tendem a ser tão ruins quanto os conflitos de relacionamento. Apesar disso, níveis reduzidos deste tipo de conflito podem ser funcionais em alguns casos específicos. 9 Os conflitos de relacionamento estão ligados às relações interpessoais. Em geral, estes conflitos são disfuncionais, por estarem relacionados com aspectos pessoais dos indivíduos envolvidos. x Visão de resolução de conflitos ( ou relações humanas): Para esta abordagem, o conflito é uma consequência natural nos grupos e nas organizações, sendo difícil eliminá-los. Na verdade, eles não são necessariamente ruins, podendo ter um potencial de ser uma força positiva na determinação do desempenho a ser atingido pelo grupo. Por isso, essa visão que acredita que o foco deve ser a administração e resolução positiva dos conflitos, e não a sua promoção. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 88 - Mas Carlos, e qual dessas visões eu devo levar para a prova? - Resposta: TODAS! Se a prova falar que, segundo a visão tradicional, os conflitos são sempre ruins, você deve aceitar. Se ela disser ainda que há uma visão para a qual os conflitos são sempre ruins, também estará correta! Além disso, se ela disser simplesmente que os conflitos podem ser bons ou ruins, também estará certa! -E qual o processo para o surgimento do conflito? - R.: Existem diferentes visões a este respeito. O que importa é que você entenda que, de forma geral, o conflito parte de uma oposição real ou potencial, passando pela sua percepção, pelas atitudes conflituosas, a ação para resolução do conflito e as consequências observadas, que podem ser de melhora ou de piora no desempenho das partes. Quanto à administração dos conflitos, existem diferentes abordagens e técnicas que podem ser utilizadas. Para Chiavenato (2010), são três as abordagens que podem ser utilizadas pelo administrador para gerenciar os conflitos, e dentro de cada uma delas existem diferentes técnicas que podem ser utilizadas. Vamos ver cada uma delas: 1. Abordagem estrutural: Esta abordagem busca administrar os conflitos na organização com base na atuação sobre as condições de diferenciação, recursos limitados e escassos e interdependência de trabalho ± condições antecedentes do conflito. Dentro desta abordagem, as possibilidades de atuação são: a. Reduzir a diferenciação dos grupos - como vimos, grupos especializados e diferenciados tendem a possuir Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 88 interesses conflitantes. Assim, a redução desta diferenciação pode produzir efeitos de coesão que minimizam os conflitos. Reagrupar indivíduos de diferentes áreas em equipes multifuncionais e demonstrar interesses em comum, mesmo que seja a existência de um inimigo comum ou ameaça externa, pode reduzir a diferenciação. b. Interferir nos recursos compartilhados: quando a concorrência por recursos é causadora dos conflitos, uma solução possível é aumentar a quantidade de recursos disponíveis ou estimular o desenvolvimento de soluções ganha-ganha, onde os indivíduos ou grupos não precisam disputar os recursos. c. Reduzir a interdependência: uma grande interdependência pode criar conflitos, então reduzi-la é uma forma de evitar o seu surgimento. Neste sentido, os grupos podem ser separados tanto fisicamente quanto estruturalmente para que sua interdependência seja reduzida. 2. Abordagem de processo: a ideia aqui é que uma das partes em conflito, ou um terceiro, modifiquem o processo causador do conflito. Isso pode se dar de um dos seguintes modos: a. Desativação do conflito: é o comportamento de cooperaçãotomado por uma das partes em conflito, de modo a evitar uma escalada na sua intensidade, favorecendo o surgimento de um comportamento idêntico pela outra parte. b. Confrontação entre as partes, ou catarse: quando já não se pode mais desativar um conflito por meio de uma ³EDQGHLUD�EUDQFD´�GH�XPD�GDV�SDUWHV��UHXQL}HV�SDUD�que as partes conflitantes exteriorizem suas emoções e Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 88 discutam abertamente o conflito, de forma controlada, podem fazer com que soluções ganha-ganha sejam encontradas e o conflito encerrado. c. Colaboração/Integração: ultrapassadas as possibilidades anteriores para resolver o conflito, as partes podem trabalhar em conjunto para solucionar os problemas e diferenças que levam ao conflito, buscando soluções do tipo ganha-ganha. 3. Abordagem mista: trata-se da administração de conflitos que considera tanto a importância de atuar sobre o processo quanto sobre a estrutura para que o conflito possa ser resolvido satisfatoriamente. Apresento as duas maneiras que podem ser utilizadas, nas palavras de Chiavenato (2010): a. Adoção de regras para a resolução de conflitos: utiliza meios estruturais para influenciar o processo de conflito (como a adoção de regras e regulamentos para resolução de conflitos). Determina previamente os procedimentos e os limites para trabalhar o conflito para que este seja contido e controlado, conduzindo as partes para a solução do problema. b. Criação de papéis integradores: Consiste em criar terceiras partes (equipes de papéis integradores) dentro da organização, de modo que elas estejam sempre disponíveis para ajudar na solução do tipo ganhar/ganhar dos conflitos que surgem. Uma parte em conflito pode se comunicar com a outra através dessas equipes responsáveis pela tarefa de comunicação entre as partes FRQIOLWDQWHV�� 6mR�RV� FKDPDGRV� ³SDSpLV� GH� OLJDomR´� IHLWRV� através de pessoal de ligação ou de equipes de trabalho intergrupais, cuja tarefa é coordenar o esforço dos grupos potencialmente conflitantes em direção aos objetivos Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 88 globais da organização. Ao contrário do consultor de processo ou da terceira parte, que são passageiros, os papéis integradores são permanentes na organização. O gerente pode assumir um papel integrador sempre que surja a necessidade de intervir nas condições estruturais e na dinâmica do conflito. Além das técnicas apresentadas acima existem outras que as bancas de concurso podem tirar de qualquer autor do assunto, então você deve manter a mente aberta! É possível, por exemplo, o estabelecimento de meios de mediação de conflitos, através da escolha de um mediador neutro para incentivar as pessoas envolvidas em um conflito a encontrar uma solução mutuamente benéfica. Outra perspectiva que você deve conhecer é a apresentada por Robbins (2010), para quem a administração de conflitos envolve tanto a resolução de conflitos quanto o estímulo de conflitos, conforme apresentado nos quadros a seguir: Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 88 Técnicas de resolução de conflitos. Resolução de problemas. Encontros entre as partes conflitantes com o propósito de identificar o problema e resolvê-lo por meio de uma discussão aberta. Metas superordenadas. Criação de uma metas compartilhadas que não possam ser atingida sem a cooperação entre as partes conflitantes. Expansão de recursos. Quando o conflito é causado pela escassez de um recurso - por exemplo, dinheiro, oportunidades de promoção ou espaço físico de trabalho -, a expansão desse recurso pode criar uma solução ganha-ganha. Não enfrentamento. Suprimir o conflito ou evadir-se dele. Suavização. Minimizar as diferenças entre as partes conflitantes ao enfatizar seus interesses comuns. Concessão. Cada uma das partes abre mão de algo valioso. Comando autoritário. A administração usa sua autoridade formal para resolver o conflito e, depois, comunica seu desejo às partes envolvidas. Alteração de variáveis humanas. Utilização de técnicas de modelagem comportamental para alterar atitudes e comportamentos que causam conflitos. Alteração de variáveis estruturais. Mudanças na estrutura formal da organização e nos padrões de interação entre as partes conflitantes por meio de redesenho de atribuições, transferências, criação de posições coordenadas, etc. Fonte: adaptado de Robbins (2010) Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 88 Técnicas de estímulo de conflitos. Comunicação. Usar mensagens ambíguas ou ameaçadoras para aumentar os níveis de conflito. Inclusão de estranhos. Incluir nos grupos de trabalho funcionários com históricos, valores, atitudes ou estilos gerenciais diferentes daqueles de seus membros. Reestruturação da organização. Realinhamento dos grupos de trabalho, alteração de regras e regulamentos, aumento da interdependência e outras mudanças estruturais similares que rompam o status quo. Nomear um advogado do diabo. Designar uma pessoa para o papel de crítico que discuta, propositadamente, as posições defendidas pela maioria do grupo. Fonte: adaptado de Robbins (2010) Ainda sobre como agir para administrar os conflitos, uma terceira perspectiva (Thomas), bastante popular em concursos, admite que o indivíduo possa variar em duas dimensões quando busca administrar um conflito: assertividade (o grau no qual se buscam satisfazer os próprios interesses) e cooperação (o grau no qual se buscam satisfazer os interesses da outra parte.). Neste sentido, as pessoas podem ser muito ou pouco assertivas, e muito ou pouco cooperativas, de modo a assumir diferentes estratégias de resolução de conflitos: evitamento, acomodação, competição, colaboração e compromisso/concessão: Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 88 1. Evitamento / fuga / abstenção: acontece quando a pessoa reconhece a existência do conflito, mas prefere evitá-lo, não agindo para satisfazer os interesses próprios nem da outra parte, nem tomando papel ativo na solução das causas para os problemas. É possível que se negue a existência do conflito e se oculte os verdadeiros sentimentos envolvidos. Essa estratégia é comum quando se acredita que o conflito se resolverá sozinho. Exemplos são comumente encontrados nas Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 88 organizações, como quando pessoas evitam o contato com outras com quem possuem conflitos. 2. Acomodação ou suavização: é o estilo onde a pessoa cede alguma coisa de valor para a outra parte, buscando satisfazê- la como forma de acomodar a situação e fortalecer o relacionamento entre as partes. Normalmente está relacionado à objetivos compatíveis entre as partes, mas sem esforços grandes para impor seus objetivos ao outro. Pode acontecer ainda de ser XPD� VLWXDomR� QD� TXDO� R� FRQIOLWR� p� � ³HPSXUUDGR� FRP�D�EDUULJD´��SDUD�TXH�VHMD�VXDYL]DGR�H�QmR�JHUH�SUREOHPDV maiores. 3. Competição ou comando autoritário: trata-se de uma estratégia cujo foco está nos próprios interesses do indivíduo, que busca ganhar no conflito enquanto a outra pessoa perde. É uma atitude adotada para confrontar e dominar a outra parte, especialmente quando a parte que decide pela competição possui autoridade sobre a outra. Geralmente não resolve a situação em definitivo, mas é apropriado em situações emergenciais nas quais o conflito deve ser resolvido rapidamente e uma das partes claramente possui a razão. 4. Colaboração ou solução de problemas: é o estilo que envolve a real solução dos problemas. Sob ele, as partes se importam tanto com a satisfação dos próprios interesses quanto dos interesses dos demais envolvidos, utilizando a negociação e a troca de informações para se buscar uma solução ganha-ganha para todos os envolvidos. 5. Compromisso ou concessão: é uma solução em que as partes abrem mão de algumas coisas em troca de outras, de modo que todos se vejam em uma situação aceitável de ganhos e perdas. Tem relação com o fato dos objetivos não serem nem totalmente compatíveis nem totalmente Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 88 incompatíveis entre si. Não é exatamente uma solução perfeita para o conflito, mas pode ser utilizada para reduzir diferenças ou para se atingir soluções temporárias. Você deve conhecer ainda as diferentes técnicas de resolução de conflitos de Blake e Mouton: x Retirada estratégica: é uma maneira passiva de tratar do conflito e geralmente não consegue resolvê-lo, pois significa evitar o problema, fugir ou desistir. É uma solução temporária, que deve ser aplicada quando não se pode vencer; para ganhar tempo; para preservar a neutralidade; quando se acha que o problema desaparecerá sozinho; quando o simples fato de atrasar já significa uma vitória... x $SD]LJXDPHQWR� RX� ³3DQRV� TXHQWHV´� trata-se de buscar pontos comuns para o acordo, fugindo dos pontos geradores de desacordo. A ideia por trás dessa técnica é evitar os pontos de conflito para encontrar uma solução provisória, evitando situações de conflitos abertos. Ela é aplicada para manter a harmonia; quando qualquer solução encontrada já serve temporariamente; quando a perspectiva de perda é grande; para ganhar tempo; para criar boa vontade; etc. x Negociação: É uma técnica que objetiva um acordo para resolver o conflito. Ambas as partes buscam obter vantagens, mas aceitam algumas condições do outro. Presume-se que os acordos representam o melhor entendimento possível, mesmo quando estão aquém da situação desejada pelas partes. Os acordos dão um fim definitivo às situações conflituosas. Esta técnica é apropriada quando as duas partes querem muito vencer; possuem a mesma força; quando se acha difícil vencer; etc. Ela serve ainda para manter o relacionamento saudável entre as partes, evitando brigas excessivas. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 88 x Colaboração ou confronto: trata-se da solução objetiva dos problemas, que consiste em delinear o problema e resolvê-lo o mais objetivamente possível. Ela requer comunicação aberta entre as partes, que devem possuir competência técnica e administrativa. Esta técnica provê soluções definitivas para as situações de conflito, podendo chegar até mesmo a resolver o problema em questão. Ela pode ser aplicada: para reduzir custos; em ambientes de confiança; para manter relacionamentos futuros; quando há tempo; etc. x Uso da Força: é o uso do poder para resolver o conflito em DQiOLVH��8PD�GDV�SDUWHV�XVD�R�SRGHU�TXH�SRVVXL�SDUD�³IRUoDU´�D� resolução a seu favor. Neste caso, cria-se uma situação de ³YHQFHGRU�YHQFLGR´�QD�TXDO�XPD�GDV�SDUWHV�VXSHUD�FODUDPHQWH� a outra. Requer pouco tempo para ser implementada, mas deixa sentimentos negativos como consequência. É uma maneira de resolver os conflitos definitivamente, mas o conflito poderá YROWDU� QR� IXWXUR� SRU� FRQWD� GH� VLWXDo}HV� ³PDO� UHVROYLGDV´� GR� SDVVDGR�� FRPR� XPD� HVSpFLH� GH� ³VRPEUD´� GR� FRQIOLWR� DQWHULRU�� Esta técnica pode ser utilizada: quando se tem razão; quando o risco é elevado; quando se é mais forte; para ganhar status e demonstrar poder; em negócios transacionais de curto prazo que não se repetirão; etc. Vamos aos próximos tópicos de hoje! Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 88 3. Administração de cargos, carreiras, remuneração e benefícios. Neste tópico estudaremos a administração de cargos e salários ± que é o que possibilita a adequada remuneração dos profissionais. A administração de cargos, carreiras e salários constitui uma importante função da área de gestão de pessoas de uma organização. O seu objetivo está ligado à melhor aplicação das pessoas ao seu trabalho e a distribuição de recompensas de maneira adequada para os funcionários, de modo que isso contribua como mais um fator a gerar satisfação do mesmo com a organização. Atenção pessoal: o salário recebido está mais ligado à satisfação com a organização como um tododo que com o cargo exercido! A satisfação com o cargo vem dos fatores intrínsecos do cargo, ou seja, das tarefas realizadas! Como nossa discussão é aplicada ao seu concurso público, para facilitar a compreensão dos conceitos, resolvi separá-los em subtópicos: x Cargos: conceitos principais x Carreiras: conceitos principais x Salários: conceitos principais Vamos estudá-los desta forma! Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 88 3.1. Cargos: conceitos principais. 3RGHPRV� GHILQLU� ³FDUJR´� FRPR� R� FRQMXQWR� GH� deveres e atividades relacionadas entre si em uma unidade integrada que ocupa uma posição específica na hierarquia organizacional. Outras definições importantes incluem o conceito de tarefa e função. Tarefas são as atividades desempenhadas, enquanto função é o conjunto de tarefas exercidas pelo ocupante de um cargo. Note, então, que o ocupante de um cargo possui uma função desempenhada através de tarefas. Para que o cargo possa ter significado na organização é preciso, em primeiro lugar, realizar o desenho do cargo, que consiste na organização das tarefas, atributos e procedimentos de um cargo e no correto posicionamento do mesmo na hierarquia organizacional. De forma ampla, Chiavenato (2007) afirma que o desenho dos cargos se fundamenta em dois aspectos centrais: a especialização do ocupante do cargo e a definição do cargo, especificando(p.260): 1. Especialização: relaciona-se ao grau de conhecimento e habilitação requerido pelo cargo. Geralmente, o grau de especialização do ocupante do cargo depende da tecnologia utilizada ou da administração. 2. Definição: refere-se à determinação das responsabilidades e às atribuições do ocupante do cargo em relação ao seu trabalho, a quem ele se reporta, os recursos e pessoas sobre os quais tem autoridade, o trabalho que se espera dele e as relações futuras com outros ocupantes de cargos. (...) Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 88 Na linha de especificar em detalhes a definição dos aspectos do cargo, Chiavenato (2010, p201-202) afirma que desenhar um cargo significa definir quatro condições básicas: 1. O conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deve desempenhar (qual é o conteúdo do cargo). 2. Como as tarefas ou atribuições devem ser desempenhadas (quais são os métodos e processos de trabalho). 3. A quem o ocupante do cargo deve se reportar (responsabilidade), isto é, quem é o seu superior imediato. 4. Quem o ocupante do cargo deve supervisionar ou dirigir (autoridade), isto é, quem são os seus subordinados ou pessoas que dele dependem para trabalhar. Não confunda o desenho do cargo com a descrição do cargo. Enquanto a descrição busca relacionar brevemente o que faz o cargo, o desenho vai além: estabelece as tarefas, a forma que elas devem ser desempenhadas, e as relações funcionais de hierarquia na organização - posicionando o cargo no organograma. Não tente misturar os conceitos, pois isso só fará você se confundir! Outro ponto importante sobre o gerenciamento de cargos é o enriquecimento de cargos (também chamado de enriquecimento de tarefas ou job enrichment). Este conceito busca reorganizar as tarefas realizadas pelo ocupante de um cargo de modo a ampliar o conteúdo do próprio cargo, proporcionando um maior ajustamento entre as expectativas do ocupante e as tarefas realizadas, para que este possa encontrar maior motivação para o trabalho. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 88 O enriquecimento de cargos pode ser de dois tipos: 1. Enriquecimento vertical: se dá quando são adicionadas tarefas com maior complexidade ao conteúdo do cargo ou novas tarefas administrativas ao mesmo tempo em que tarefas mais simples são transferidas para um cargo de nível inferior. Aumenta-se a complexidade das tarefas e as responsabilidades do cargo, de modo que o funcionário assuma maiores responsabilidade e autonomia. Com isso, espera-se mais satisfação no cargo. 2. Enriquecimento horizontal (também chamado de job enlargement ou expansão do cargo): também chamado de enriquecimento lateral, acontece quando se adicionam tarefas diferentes a um cargo, mas do mesmo nível de complexidade. A contrapartida é a transferência de algumas tarefas do cargo para outros cargos do mesmo nível. Neste caso, busca-se apenas variar as tarefas de um cargo, mantendo-se o mesmo nível de responsabilidades e complexidade das tarefas. Com isso, busca-se aumento da satisfação dos funcionários pela variação de tarefas no mesmo grau de autonomia, complexidade e responsabilidade. Ainda sobre cargos, vamos estudar em maior profundidade o empoderamento, no próximo tópico. 3.1.1. Empowerment O empowerment é uma metodologia utilizada pelas organizações para aumentar o comprometimento dos funcionários com a missão e objetivos da Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 88 organização, tomando-se como base o maior empoderamento dos mesmos sobre suas tarefas. Segundo Chiavenato (2010), empowerment significa: transmitir responsabilidade e recursos para todas as pessoas, a fim de obter sua energia criativa e intelectual, de modo que possam mostrar verdadeira liderança dentro de próprias esferas individuais de competências e também, ao mesmo tempo, ajudar a enfrentar os desafios globais de toda a empresa. Em outras palavras, o empowerment consiste em uma verdadeira estratégia adotada por toda a organização no sentido de empoderar, ou seja, dar mais poder, responsabilidades e recursos para que as pessoas possam executar seus trabalhos com maior criatividade e autoeficácia. Mais do que isso, o empowerment busca que os funcionários se comprometam em contribuir com a organização para melhorar o seu desempenho e suas decisões. Isso se faz, principalmente, através da remoção das barreiras que impedem os funcionários de deterem um poder real sobre os seus trabalhos. Essas barreiras incluem o estilo de supervisão cerrada, a intolerância aos erros, etc. Atenção: Muita gente por ai diz que o empowerment acontece quando um gerente passa mais responsabilidades e poder de decisão para um subordinado. Isso não é Edited with the trial versionof Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 88 empowerment. É apenas a descentralização das competências e do poder de decisão. O empowerment só acontece quando for uma prática adotada por toda a organização. A utilização do empowerment leva à observação de diferentes consequências na organização: x As pessoas deixam de agir como funcionários descompromissados e passam a ser verdadeiras parceiras da organização. x Os funcionários passam a deter o controle sobre suas atividades. x A autoestima das pessoas fica melhorada, melhorando também sua relação com o trabalho. x A qualidade do trabalho é melhorada. x O desempenho do profissional também melhora. Para implementar o empowerment, as organizações precisam estar atentas a diversos fatores. Não basta apenas adotar o discurso de compartilhamento de poder. Organizações que insistem em não compartilhar informações, por exemplo, não vão conseguir dar o verdadeiro poder aos IXQFLRQiULRV�� Mi� TXH� HOHV� FRQWLQXDUmR� ³QR� HVFXUR´� HP� UHODomR� DRV� IDWRV� TXH� envolvem o seu trabalho. Neste sentido, é possível mencionar diferentes requisitos para que o empowerment possa ser implementado nas organizações (Chiavenato, 2010): Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 88 x Deve ser dada a devida importância à competência e experiência dos funcionários. x As informações devem ser abertas e compartilhadas. x As recompensas organizacionais para os funcionários devem ser adequadas. x As pessoas devem ter clareza quanto à missão da organização. x Os erros devem ser tolerados, e não punidos. x Deve ser criado um sentido para o trabalho das pessoas. x A autoridade da hierarquia deve ser questionada. x A organização deve se esforçar para convencer os funcionários quanto à desejabilidade de responsabilidades, criatividade e poder de decisão. x A arbitrariedade deve ser eliminada. x A alta direção deve utilizar o empoderamento como base do seu pensamento. x Deve haver clareza sobre o que significa o empowerment. x A organização deve proporcionar autonomia para os funcionários, dentro de certos limites. x As equipes autogerenciadas devem ser preferidas. Como o empowerment enfoca o comprometimento do funcionário com uma melhoria da organização, é preciso entendermos também que Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 88 existem dois tipos básicos de comprometimento, sendo que apenas um se relaciona diretamente com o empowerment. No comprometimento externo, o funcionário não consegue controlar o seu destino. Nele, as atividades e os comportamentos que devem ser adotados pelo funcionário são definidos por outras pessoas. As metas e sua importância são definidas também desta forma. É típico das organizações que funcionam sob o modelo tradicional de obediência-autoridade. No comprometimento interno, conceito relacionado com as organizações pós-modernas, os funcionários possuem capacidade de decidir sobre seus próprios trabalhos. Nele, os próprios indivíduos é quem definem suas atividades e os comportamentos que deverão adotar. Eles se juntam aos gerentes para definir metas desafiantes e estabelecem sozinhos a importância dessas metas. Como você já deve ter notado, o comprometimento interno é que está diretamente ligado com a implementação do empowerment na organização, já que os funcionários passam a contar com uma maior autonomia em seu trabalho. Assim, é importante que a organização busque estimular este comprometimento interno para que o programa de empoderamento seja bem sucedido. Ainda sobre cargos, é importante que você saiba distinguir a análise e a descrição de cargos, o que será feito no próximo tópico. 3.1.2. Descrição e análise de cargos. A análise e descrição de cargos são processos de aplicação de pessoas na organização. Muitas vezes ele são tratadas como uma só coisa, Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 88 mas representam dois conceitos distintos. Enquanto a descrição do cargo está ligada aos aspectos intrínsecos ao cargo, a análise está ligada aos aspectos extrínsecos ao cargo. Os aspectos intrínsecos tratados pela descrição de cargos são os métodos de trabalho adotados. Os aspectos extrínsecos, típicos da análise de cargos, dizem respeito às características individuais que os ocupantes dos cargos devem possuir para poder exercê-lo. Neste sentido, Boas e Andrade (2009) apontam como elementos que compõem a descrição e fatores que estão incluídos na análise dos cargos os seguintes: Elementos da Descrição de Cargos: x O que faz? Tarefas e atividades a executar. x Quando faz? A periodicidade é diária, semanal, mensal, anual ou esporádica. x Como faz? Através de pessoas, máquinas e equipamentos, materiais, dados e informação. x Quem faz? Local e ambiente de trabalho. x Por que faz? Objetivos do cargo. Metas e resultados a atingir. Fatores de Especificação na Análise de Cargos: x Requisitos mentais: instrução necessária; experiência anterior; iniciativa e aptidões; competências e habilidades. x Requisitos físicos: esforço físico; concentração visual e mental; destrezas ou habilidades, etc. x Responsabilidade por: supervisão de pessoas; material, equipamentos e ferramentas; dinheiro, títulos e documentos; contratos internos e externos. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 88 x Condições de trabalho: ambiente físico de trabalho; riscos de acidentes. Percebe-se que, em outras palavras, a descrição do cargo é responsável por entender mais sobre o cargo em si, descrevendo-o e respondendo às perguntas: o quê? Quando? Como? Quem? e Por quê?. Recomendo que você memorize isso! A descrição do cargo apresenta o título do cargo, as atividades a serem desempenhadas, suas principais responsabilidades, etc. Chiavenato ������� DILUPD� TXH� HOD� ³UHODFLRQD� de maneira breve as tarefas, deveres e as UHVSRQVDELOLGDGHV�GR�FDUJR´� Memorize isso: A análisedo cargo, por sua vez, busca analisar o cargo em relação à pessoa que deverá ocupá-lo. Isso inclui os requisitos para ocupá-lo (mentais e físicos), as responsabilidades que o cargo impõe ao ocupante e as condições de trabalho às quais que o ocupante deverá se adequar. Chiavenato (2010) apresenta um modelo adaptado de Ivancevich (1995), que afirma que são seis as etapas para a análise dos cargos: 1. Exame da estrutura organizacional total e de cada cargo. 2. Definição de quais as informações requeridas para análise dos cargos. 3. Seleção dos cargos a serem analisados. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 88 4. Reunir os dados necessários para a análise dos cargos; 5. Preparar as descrições de cargos; 6. Preparar as especificações dos cargos. Para que se possa executar a análise e descrição dos cargos, é necessário que a pessoa responsável realize um levantamento de dados. Estes dados podem ser levantados basicamente por três meios: x Entrevistas: neste caso podem ser entrevistados funcionários, grupos de funcionários ou supervisores sobre os diversos aspectos relacionados ao cargo. x Questionários: são aplicados ao ocupante do cargo ou ao supervisor de quem o ocupa de modo a obter informações escritas. A vantagem principal sobre os outros métodos é que os questionários são de rápida aplicação e baixo custo. A principal desvantagem é que não é tão fácil quanto parece elaborar um questionário bem estruturado. x Observação in loco: trata-se de uma terceira opção, na qual uma pessoa observa o trabalho do ocupante de um cargo para que possa entender este último. É mais aplicável a cargos simples e cujas tarefas são repetitivas, como os cargos no nível operacional da organização. É possível ainda que a organização opte por utilizar qualquer combinação metodológica possível entre os três métodos apresentados acima, o fundamental é que ela esteja buscando utilizar a metodologia que melhor se ajuste às suas necessidades em cada caso! Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 88 Entendendo tudo isso, você precisa saber ainda que juntas, a descrição e análise do cargo formam a estruturação dos cargos na organização: uma tarefa contínua de definir e redefinir os cargos para que eles estejam sempre adequados às necessidades organizacionais. Para Boas e Andrade (2009), esta estruturação funciona seguindo as seguintes etapas: 1. Exame detalhado da estrutura organizacional, inclusive missão, visão, valores, objetivos e estratégia. 2. Definição das informações requeridas para proceder à análise e descrição dos cargos. 3. Seleção dos cargos que serão descritos e analisados. Se forem poucos, é recomendável que este processo seja aplicado à todos. 4. Confronto dos dados para elaborar a descrição e análise dos dados, evitando assim a sobreposição de tarefas. 5. Elaboração da descrição dos cargos. 6. Elaboração da análise dos cargos. 7. Montagem de um manual de cargos que contenha as fichas de descrição e análise de todos os cargos e disponibilização para que todos possam consultar sobre a estrutura de cargos da organização. - Carlos, já falamos de análise e descrição de cargos, o que são e como elas servem para a estruturação dos cargos da organização. Agora você poderia explicar para que fazer tudo isso? Para que serve a descrição e análise de cargos? - R: Claro! A análise e descrição de cargos servem de subsídio para diferentes atividades de recursos humanos dentro da organização. Elas Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 88 orientam o trabalho do dia-a-dia, servem de base para resolução de conflitos interfuncionais, servem de base para o recrutamento e seleção de pessoal, etc. De uma forma mais estruturada, permito que Chiavenato (1996, apud Chiavenato, 2010) responda, já que a Banca poderá cobrar exatamente o que ele disse!!!!!: Os principais objetivos da análise e descrição de cargos são os seguintes: 1. Subsídios ao recrutamento. Definição do mercado de RH onde se deverão recrutar dados para a elaboração de anúncios ou técnicas de recrutamento. 2. Subsídios à seleção de pessoas. Perfil e características do ocupante do cargo, requisitos exigidos, definição da bateria de provas e testes de seleção etc. 3. Material para o treinamento. Conteúdo dos programas de treinamento, conhecimentos e habilidades exigidos ao ocupante e atitudes perante o cliente. 4. Base para a avaliação e classificação de cargos. Fatores de especificações para serem utilizados como fatores de avaliação de cargos, escolha de cargos referenciais para pesquisa de salários etc. 5. Avaliação do desempenho. Definição de critérios e padrões de desempenho para avaliar os ocupantes, metas e resultados a serem alcançados etc. 6. Base para programas de higiene e segurança. Informações sobre condições de insalubridade e periculosidade comuns a determinados cargos. 7. Guia para o gerente. Informações sobre o conteúdo dos cargos e desempenho dos ocupantes. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 88 Agora que entendemos os principais aspectos sobre os cargos, vamos entender como se estruturam as carreiras nas organizações. 3.2. Carreiras: conceitos principais. Carreiras podem ser definidas como o conjunto de cargos ou funções ocupados por um determinado indivíduo ao longo de sua vida profissional. Se, por um lado, os indivíduos buscam construir suas carreiras, por outro, as organizações buscam disponibilizar carreiras a serem percorridas pelos seus funcionários como forma de mantê-los motivados para o trabalho e evitar sua saída da organização, construindo também uma capacidade de substituição nos postos-chave no futuro, através do planejamento sucessório. Os planos de carreira são resultado do planejamento feito pela organização para que as competências necessárias para o futuro organizacional sejam desenvolvidas sendo, por isso, uma função estratégica de RH na organização para composição de seus quadros profissionais. Existem três tipos básicos de estruturas de carreira que a organização pode buscar desenvolver: 1. Estruturas em linha: são as estruturas verticais nas quais o individuo começa nos níveis mais baixos (comotécnico, analista júnior, estagiário, etc.) e pode crescer verticalmente, ocupando posições hierárquicas superiores na mesma linha de autoridade. O ponto mais relevante aqui é que as pessoas não possuem alternativas ao progredirem nas carreiras, devendo crescer apenas verticalmente para exercer o cargo de seus chefes, na mesma área de atuação; 2. Estruturas em rede: são estruturas que possibilitam alternativas às pessoas no desenvolvimento de suas carreiras. O Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 88 indivíduo pode crescer para cima, mas também para ocupar outras posições que não a do seu superior imediato. De qualquer forma, os requisitos para ocupar os cargos são pré- estabelecidos pela organização. Assim, há uma maior flexibilidade do que nas estruturas em linha, mas a liberdade de desenvolvimento na carreira não é total. 3. Estruturas paralelas: são as estruturas de carreira que se desenvolvem em paralelo, permitindo ao funcionário que se desenvolva através de uma das linhas paralelas, sendo que uma se refere a cargos de natureza mais técnica e outra a cargos de liderança, ou gerenciais. Deste modo, as pessoas podem se desenvolver enquanto técnicos ou enquanto gestores, podendo ocupar níveis similares em cada uma das linhas paralelas. O modelo de estrutura paralela mais comum é o de estrutura em é o de estrutura em Y, na qual a base é comum (o individuo entra na organização ocupando cargos na base da pirâmide) e conforme se desenvolve ele opta por seguir uma das duas trilhas do Y - ocupando cargos gerenciais ou cargos mais elevados de natureza técnica. Além de poder crescer para cargos superiores (por meio da mobilidade vertical), as pessoas também podem se desenvolver para ocupar cargos no mesmo nível que o atual, só que em outra área de trabalho (mobilidade horizontal). Importante destacar um conceito mais moderno que vai além da mobilidade vertical e horizontal: a mobilidade radial. Este último tem relação com a capacidade do funcionário possuir mais ou menos influência nos processos decisórios da organização. Diz-se que quanto maior a influência do funcionário, maior sua expansão radial. Nada disso deve ser confundido com os conceitos de promoção vertical e horizontal, os quais tratarei agora. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 88 A promoção vertical é aquela na qual o individuo é promovido para cargos de complexidade superior, recebendo aumento salarial como consequência. A promoção horizontal é aquela que acontece por mérito dentro do mesmo cargo. É quando o profissional passa a receber um salário maior no mesmo cargo que ocupa como consequência do seu desempenho. No serviço público, é comum falar-VH� HP� ³SURJUHVVmR´� (como promoção horizontal) e ³SURPRomR�YHUWLFDO´�� É importante que cada pessoa assuma a responsabilidade pelo desenvolvimento de suas carreiras, através do processo de autogerenciamento de carreira. Com isso, o indivíduo pode direcionar o seu desenvolvimento para a realização de atividades e a busca de cargos futuros que lhe sejam interessantes. Apesar disso, é importante que a organização também ofereça um direcionamento para a carreira de seus funcionários, já que ela precisa realizar um planejamento da sucessão dos cargos da organização. Planejamento da sucessão, ou planejamento sucessório, nada mais é do que o conjunto de atividades desempenhadas pela gestão de pessoas no nível estratégico, buscando direcionar o desenvolvimento da carreira de seus funcionários de modo que as competências necessárias sejam desenvolvidas para que os funcionários possam ser utilizados na sucessão de profissionais de nível mais elevado, caso estes venham a se aposentar ou a sair da empresa por qualquer motivo. Uma vez estudado o planejamento de carreiras, vamos para o próximo tópico da aula! Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 88 3.3. Remuneração e benefícios: conceitos principais. Inicialmente vamos entender o conceito mais amplo de remuneração para que possamos falar um pouco mais sobre salários. A remuneração total de um funcionário são as recompensas que ele recebe da organização em troca do trabalho que oferece para que a organização possa atingir seus objetivos. Essas recompensas podem ser divididas em três componentes gerais da remuneração de um funcionário: 1. Remuneração básica fixa: representa o salário fixo recebido pelo funcionário. Pode ser por dia de trabalho, por mês, etc. É componente da remuneração direta pelo trabalho. 2. Remuneração variável ou incentivos salariais: são os bônus, participação nos lucros, etc., que um funcionário recebe como forma de remuneração vinculada ao seu desempenho ou da organização e suas partes. Também é tido como parte da remuneração direta. 3. Remuneração indireta / benefícios: são os benefícios que os funcionários recebem para trabalhar na organização, como plano de saúde, auxílio-refeição, refeitórios subsidiados, seguro de vida, etc. Normalmente estão descritos no plano de serviços e benefícios sociais da organização, mas comumente são definidos por cláusulas de convenções coletivas de trabalho. Percebam que o salário básico é apenas parte da remuneração total! Apesar disso, em tese, uma remuneração pode ser paga de diferentes maneiras, como por exemplo: x Apenas parcela fixa. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 88 x Apenas variável. x Remuneração mista (fixo+variável). x Remuneração por tarefa executada. x Remuneração por utilidade, ou in natura (baseada em bens e utilidades para recompensar o trabalhador). Sobre a administração dos salários, é importante saber que ela possui diferentes objetivos para a organização. Sobre este assunto, Chiavenato (2010, p.288) afirma que os principais objetivos desta administração são: 1. Atrair e reter talentos na organização. 2. Motivação e obtenção de engajamento comprometimento (sic) do pessoal. 3. Aumento da produtividade e qualidade no trabalho. 4. Controle de custos laborais. 5. Tratamento justo e equitativo às pessoas. 6. Cumprimento da legislação trabalhista. 7. Ajudar no alcance dos objetivos organizacionais. 8. Proporcionar um ambiente amigável e impulsionador detrabalho. Perceba que a administração dos salários pode parecer algo simples, mas envolve a organização como um todo e pode ser um importante ponto para que a mesma atinja os seus resultados. Na definição dos salários dos cargos da organização, é importante que o analista de cargos e salários tenha em conta como deseja equilibrar a política de remuneração interna e externamente para que não haja percepção de injustiça pelos funcionários, o que pode afetar a sua motivação. Vamos ver o Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 88 que significam cada um dos conceitos que mencionei e que devem ser gerenciados: x Equilíbrio interno: trata-se da comparação remuneratória entre funções e habilidades dentro de uma mesma organização, sejam ou não do mesmo nível hierárquico. É importante que a estrutura salarial esteja ajustada aos cargos e à sua complexidade. Não faz sentido, por exemplo, que um gerente geral receba remuneração inferior a um analista da mesma área. x Equilíbrio externo: trata-se, neste caso, da comparação entre as remunerações oferecidas em relação a outras organizações. A competitividade com o mercado costuma ser bem vinda para que os funcionários não percebam a situação como sendo injusta por conta da organização oferecer remunerações diferentes do mercado. Milkovich e Boudreau (2000) afirmam que a remuneração deve levar em consideração quatro políticas principais: 1. Competitividade externa: remuneração considerada em relação a várias empresas. 2. Alinhamento interno: diz respeito às comparações entre funções ou habilidades dentro de uma organização. 3. Contribuições dos empregados: trata-se da ênfase dada ao desempenho e/ou antiguidade das pessoas que executam as mesmas tarefas ou possuem as mesmas habilidades. 4. Gerenciamento/implantação: trata-se da maneira como sistema de pagamentos será operacionalizado. Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 88 Chiavenato (2010, p.284-286), por sua vez, vê a existência de 9 critérios básicos para que um plano de remuneração seja bem construído: 1. Equilíbrio interno x equilíbrio externo: o equilíbrio interno obedece um modelo de justiça distributiva, enquanto o equilíbrio externo obedece um modelo de mercado de trabalho. É preciso balancear os dois tipos de equilíbrio para manter uma boa consistência salarial. 2. Remuneração fixa ou remuneração variável: o uso de salários fixos reduz os riscos para empregador e empregado. A remuneração variável, por sua vez, costuma ser uma opção para cargos elevados e para melhorar a parceria entre organização e funcionário. É uma forma de estimular o desempenho mutuamente benéfico. 3. Desempenho ou tempo de casa: o foco da remuneração na carreira pode estar ligado ao desempenho (seja do indivíduo ou do grupo) ou ao tempo de casa. A cultura organizacional é que costuma guiar a decisão. 4. Remuneração do cargo ou remuneração da pessoa: o sistema remuneratório pode ter como foco a contribuição do cargo para o sucesso organizacional ou a contribuição da pessoa para este sucesso. A remuneração com base no cargo costuma funcionar bem quando "os cargos não mudam, a tecnologia é estável, a rotatividade é baixa, os colaboradores recebem treinamento intensivo para aprender as tarefas, os cargos são padronizados no mercado e as pessoas desejam crescer através de promoções na carreira". A remuneração com base nas competências das pessoas, por sua vez, "é indicada quando a força de trabalho é educada e possui capacidade e vontade de aprender novas tarefas, a tecnologia e a estrutura organizacional mudam constantemente, as oportunidades para mobilidade vertical são limitadas, a participação e o espírito de Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 88 equipe são encorajados na organização e os custos de rotatividade e absenteísmo em termos de perda de produção são elevados". 5. Igualitarismo ou elitismo: enquanto o igualitarismo é uma proposta para incluir o maior número de trabalhadores sob um mesmo sistema remuneratório, o elitismo propões que haja diferentes planos de remuneração para diferentes níveis hierárquicos ou grupos de funcionários. O elitismo é mais utilizado em organizações mais velhas, que valorizam a hierarquia. Atualmente, sistemas igualitários tendem a ser preferidos por incentivar cooperação e integração entre os vários níveis de cargos na organização. 6. Remuneração abaixo ou acima do mercado: essa escolha afeta os custos da organização e também o nível de satisfação dos empregados com sua remuneração. Organizações pequenas, jovens, promissoras, com muitos funcionários do sexo feminino ou minorias comumente decidem por uma remuneração abaixo do mercado. Já organizações que desejam reter e motivar seus colaboradores, minimizando seus custos de rotatividade e absenteísmo tendem a utilizar remuneração acima do mercado. 7. Prêmios monetários ou não monetários: os monetários reforçam o alcance individual de objetivos e os não monetários reforçam o compromisso com a organização. Os monetários são mais comuns em mercados mais dinâmicos onde o funcionário tem menos estabilidade no emprego e nas que valorizam maior quantidade de vendas e a competitividade entre os funcionários. Os não monetários costumam ser o foco em empresas que buscam o comprometimento do funcionário com o longo prazo da organização, valorizando a qualidade no atendimento ao cliente para o sucesso organizacional. Entre os prêmios não Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Administração Geral, Pública e Gestão de Pessoas p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 11 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 88 monetários incluem-se trabalho interessante, reconhecimento, desafios, ações da empresa, planos de aposentadoria, etc. 8. Remuneração aberta ou confidencial: todos sabem o salário de todos ou cada um só sabe o seu? O salário aberto apresenta as seguintes vantagens: os gerentes não precisam ficar preocupados com vazamentos; as pessoas entendem o sistema remuneratório, não se sentindo sub-recompensadas (o que costuma acontecer quando não sabem quanto os colegas ganham). Apesar disso, o custo de decisões erradas dos gerentes sobre seu pessoal pode ter um custo social mais alto, por isso os gerentes terminam inovando menos. Remuneração aberta geralmente está ligada
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