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73695444-APOSTILA-COMPLETA-CIENCIA-DO-SOLO

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1. INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO SOLO
1.1) Histórico e Conceito
A HUMANIDADE depende do solo - e até certo ponto, bons solos 
dependem do homem e do uso que deles faz. O solo é o ambiente natural em 
que crescem os vegetais. O homem desfruta e utiliza estes vegetais, quer por 
causa da sua beleza, quer por sua capacidade para fornecer-lhe e a seus 
animais domésticos, fibras e alimentos. Seu padrão de vida é muitas vezes 
determinado pela qualidade de seus solos e pelos tipos e espécies de plantas e 
animais que neles se desenvolvem. 
Solos, porém, significam para o homem mais do que um meio 
ambiental para desenvolvimento de culturas. Apóiam os alicerces de casas e 
fábricas e indicam se tais fundações são adequadas. São usados como leitos 
para estradas e autopistas e exerce grande influência sabre a vida útil destas 
estruturas. Em zonas rurais os solos são, com freqüência, utilizados para 
absorver os rejeitos domésticos mediante sistemas de esgotos assépticos. 
Estão sendo usados cada vez mais como repositórios de outros rejeitos de 
origem animal, industrial e municipal. A decantação do limo indesejável nas 
represas municipais torna a proteção de solos a montante das bacias fluviais 
tão importantes para o habitante da cidade como para o morador da fazenda 
ou da floresta. É evidente, portanto, que os solos e sua utilização assumem 
importância de âmbito social. 
Quase sempre as grandes civilizações dispuseram de bons solos como 
uma de suas principais fontes naturais de produção. As antigas dinastias do 
Nilo só existiram graças à capacidade de produção de alimentos nos férteis 
solos do vale do Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia, e dos rios Indo, Yang-
tse e Huang-ho, na Índia e na China, foram berços de civilizações florescentes. 
Submetidos a freqüentes renovações na sua fertilidade por inundações 
naturais, esses solos asseguraram abundante e continuo suprimento de 
alimentos. Tornaram viáveis comunidades estáveis e organizadas, até mesmo 
cidades, em contraste com as errantes sociedades nômades associadas a 
solos de terras altas e seus concomitantes sistemas de pastoreio. Somente a 
1
partir da descoberta do valor do estrume e dos resíduos de culturas, foi a 
homem capaz de usar extensivamente os solos de terras altas para culturas 
assistidas de subsistência.
A destruição de solo ou exploração desordenada esteve associada à 
queda de algumas daquelas civilizações, cujos solos ajudaram a construí-las. 
O corte de madeira nas bacias desses rios favoreceu a erosão e a perda de 
solo de superfície. Nos vales do Tigre e do Eufrates, os esmerados sistemas de 
irrigação e de drenagem foram negligenciados, o que resultou em acúmulo de 
sais prejudiciais e os solos que eram produtivos, tornaram-se estéreis e inúteis. 
Desintegraram-se as orgulhosas cidades que ocupavam locais privilegiados 
nos vales e o povo emigrou para outras regiões. 
A História fornece lições que o homem moderno nem sempre 
aproveita. Um exemplo é o uso imprevidente dos recursos do solo nos Estados 
Unidos durante o primeiro século de intensiva produção agrícola pelos 
primeiros colonizadores e pelas gerações seguintes. Mesmo atualmente, há 
muitos que não dão o devido apreço aos solos, em termos de exploração em 
longo prazo, o que é, em parte, conseqüência da ignorância generalizada dos 
problemas de solos, do que representavam para as gerações passadas e do 
que significam para as atuais e as futuras. 
a) O que é Solo e Funções do Solo
CONCEITUAÇÃO DE SOLO. A falta de preocupação com o solo é 
principalmente devida a conceitos e pontos de vista diversos em relação a este 
importante produto da natureza. Para o engenheiro de minas, por exemplo, o 
solo é o detrito que cobre rochas ou minerais a serem explorados. É um 
transtorno e deve ser eliminado. Para o engenheiro rodoviário, pode ser o 
material em que vai ser locado o leito da estrada. Se suas propriedades forem 
insatisfatórias, deverá ser substituído por rocha ou cascalho. Para alguns, 
solo vem a ser sinônimo de qualquer parte da superfície da Terra e 
mesmo de outros planetas. É o que se ob serva, por exemplo, quando se 
lê que "devem ser observados sinais de trafego desenhados no solo" ou 
que os astronautas coletaram amostras do "solo lunar". 
2
Geólogos podem entendê-lo como parte de uma seqüência de 
eventos geológicos no chamado "ciclo geológico". Químicos, tal como 
Liebig podem considerá-lo como uma porção de material sólido que pode ser 
analisado em todos seus constituintes elementares. Físicos, normalmente, o 
vêm como uma massa de material cujas características mudam em função de 
variações de temperatura e conteúdo de água. Ecólogos vêm o solo como uma 
porção do ambiente condicionado por organismos vivos e que, por sua vez, 
influencia também esses organismos. 
Para os homens da lei, ele muitas vezes e sinônimo de "torrão natal" 
(como na expressão "solo pátrio"). Para o historiador e arqueólogo, ele é como 
um "gravador do passado". Os artistas e filósofos podem vê-lo como uma 
beleza, muitas vezes mística, relacionada às forças da vida em contraste com 
o lavrador que o vê como meio de sua labuta diária, lidando com suas 
lavouras, de onde tira a sua subsistência. 
O pedólogo encara o solo com atenções diferentes e, antes de tudo, 
como um objeto completo de estudos básico-aplicados, usando método 
cientifico de induções e deduções sucessivas. Para ele, solo é a coleção de 
corpos naturais dinâmicos, que contém matéria viva, e é resultante da ação do 
clima e da biosfera sobre a rocha, cuja transformação em solo se realiza 
durante certo tempo e é influenciada pelo tipo de relevo. 
O limite superior do solo é a biosfera e a atmosfera com as quais 
se entrelaça. Lateralmente, ele pode passar para corpos d' água, rocha 
desnuda, gelo ou areias de praias costeiras ou de dunas movediças. O 
limite inferior é mais difícil de ser estabelecido porque ele passa 
progressivamente a rocha dura ou material inconsolidado, onde quase 
sempre as raízes das plantas nativas perenes estão ausentes. 
As definições de solo, mesmo sob o ponto de vista pedológico, são 
amplas, porque podem abranger as de vários outros campos. Elas 
compreendem a do agricultor, para o qual ele é um meio para o 
crescimento das plantas. Abrange também a do geólogo, engenheiro de 
minas e do engenheiro de obras, mas somente em parte, porque não 
considera o solo como toda a camada da crosta terrestre até a 
profundidade da rocha dura, mas normalmente até onde inexiste vestígio 
da rocha original. 
3
O proprietário comum duma casa emite conceitos sobre solos. É 
favorável se o terreno for bom, poroso e de boa textura. O ponto de vista é o 
oposto, quando o terreno está associado com "argila dura" que resiste a 
preparação de uma boa sementeira para ajardinamento. O construtor pode dar-
se conta das variações do solo, especialmente daquelas relacionadas com a 
sua viscosidade ou tendência de aderir à sola dos sapatos e eventualmente aos 
tapetes. 
O fazendeiro, juntamente com o proprietário comum, considera o solo 
como ambiente para as plantas. Ele vive do solo e assim é forçado a prestar 
mais atenção às suas características. Para ele, o solo é mais do que útil é 
indispensável. 
Como requisito básico para maior conhecimento sobre solo, dever-se-á 
ter noção do que de representa, abrangendo esta noção os pontos de vista do 
engenheiro, do proprietário e do fazendeiro. Ao desenvolver esta conceituação,dever-se-á levar em conta as descobertas práticas e científicas do passado.
b) Funções ecológicas 
A pedosfera funciona como as "fundações" ou "alicerces" da vida 
em ecossistemas terrestres. Plantas clorofiladas precisam de energia 
solar, gás carbônico, água e macro e micro nutrientes. Com raras 
exceções tanto a água como os nutrientes só podem ser fornecidos 
através do solo, que assim funciona como mediador, principalmente dos 
fluxos de água entre a hidrosfera, litosfera, biosfera e atmosfera. Assim, 
pode-se afirmar também que ele, juntamente com o substrato rochoso, 
muito influencia a qualidade da água que usamos. 
Do solo, também pode ser retirado material de construção de 
estradas, barragem de terra em açudes e casas. Influencia tam bém a 
qualidade do ar (principalmente quando dele poeiras são levadas à 
atmosfera) e muitas vezes serve para receber e "pro cessar" dejetos, como 
o lixo das grandes cidades. 
Em relação aos vegetais, suas raízes penetram no solo, que Ihes 
proporciona suporte para manter caules fixos e eretos. Dele elas extraem 
água em mistura com nutrientes. Normalmente, entre todos os fatores 
4
ecológicos, preocupamo-nos mais em estudar os nutrientes, dado o seu 
destaque de atuar como o principal meio para sustentar plantas, que 
representa a diferença entre so brevivência ou extinção da maior parte da 
vida terrestre. 
As plantas, além de consumirem água, oxigênio e gás carbônico, 
retiram do solo quinze elementos essenciais à vida. Desses, seis são 
absorvidos em quantidades relativamente gran des, designados 
Macronutrientes, compreendendo: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, 
magnésio e enxofre . Os outros nove, igualmente essenciais, mas usados em 
quantidades muito pequenas, são denominados Micronutrientes. Eles são: 
boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel, cobalto e zinco. Além 
desses, existem elementos considerados benéficos (silício, sódio, selênio entre 
outros), sendo que um desses, o silício, muitas vezes é encontrado em 
quantidades relativamente elevadas em alguns vegetais, tais como nas 
gramíneas (arroz, por exemplo). 
Para um adequado crescimento dos vegetais, todos os elementos tem 
de estar presentes no solo em quantidades, formas e ambiente adequados. As 
quantidades tem de ser balanceadas, as formas disponíveis e o ambiente em 
padrões favoráveis de temperatura, umidade e aeração. Quando isto ocorre 
diz-se que o solo é fértil e mais especificamente em relação aos nutrientes 
minerais, "quimicamente rico". 
Se qualquer um dos quinze elementos citados estiver ausente, em 
formas não disponíveis para as raízes ou presente em quantidades e/ ou 
proporções inadequadas, limitará o crescimento das plantas. Isto mesmo que 
os demais estejam adequados e haja fornecimento apropriado de gás 
carbônico, oxigênio, água, luz e calor. A idéia de que o crescimento das plantas 
é controlado pelo nutriente existente em menor quantidade vem desde os 
tempos do químico Justus Von Liebig (1840), e é conhecida como Lei do 
Mínimo.
A importância dessa lei para as pesquisas e aplicações práticas 
relacionadas ao uso de adubos na agricultura é bastante grande, e a habilidade 
de um solo em suprir de nutrientes ou "reagir" a adição de determinado 
fertilizante as plantas tem merecido mais estudos do que qualquer outro 
aspecto da ciência do solo. 
5
A maior parte dos nutrientes existentes no solo origina-se dos minerais 
que constituem as rochas, na camada mais externa do globo terrestre 
conhecida como litosfera. Essas rochas, normalmente, não são capazes de 
suportar e sustentar plantas superiores. Por serem em sua maioria endurecidas 
ou consolidadas, não armazenam água e impedem a pene tração das 
raízes. Além disso, os nutrientes nelas contidos não poderiam ser 
absorvidos pelas plantas enquanto estiverem fir memente retidos na 
estrutura cristalina de seus minerais. 
Para que as raízes possam crescer, e os nutrientes contidos na 
rocha desprendidos e disponibilizados, a natureza da início e continuidade, 
aos importantes processos do intemperismo.
c) Geologia
A geologia é a ciência da Terra, de seu arcabouço, de sua composição, 
de seus processos internos e externos e de sua evolução. O campo da 
Geologia é a porção da Terra constituída de rochas, que decorrem de um 
conjunto de fatores físicos, químicos e biológicos. Diferente da Geografia, que 
é a ciência do presente explicada pelo passado, a Geologia é a ciência do 
passado explicada pelo presente.
Muito embora os segredos da litosfera venham sendo resolvidos desde 
o homem pré-histórico, ao procurar o sílex para os seus machados, a argila de 
boa qualidade para seus artefatos de cerâmica e nos dias de hoje, na busca de 
minérios e combustíveis, a Geologia como ciência propriamente dita é 
relativamente nova.
Duas fontes de energia agem sobre a crosta terrestre. Uma delas 
provém do Sol, que age direta ou indiretamente. A segunda fonte provém do 
interior da Terra, formando e modificando sua composição e estrutura. As duas 
fontes agem independentemente, contudo, os efeitos são intimamente ligados 
entre ambas.
Origem da Terra
A Terra é parte integrante do Sistema Solar. Este encontra-se num dos 
braços da grande nebulosa Via Láctea. O Sistema Solar é constituído de 
6
planetas, satélites, asteróides, cometas, meteoritos, poeira e gás girando em 
torno de uma estrela central – o Sol – a qual contém cerca 99% da massa total 
do sistema. Acredita-se que este tenha se formado ao mesmo tempo, 
aproximadamente há 4600 milhões de anos. A matéria-prima que deu origem 
ao Sistema Solar e a outras estrelas, possivelmente deveria ter se originado 
das enormes nuvens de poeira e gás, resultantes da explosão de uma velha 
estrela, a cerca de 5 milhões de anos. 
As teorias modernas a respeito da origem do Sistema Solar 
assemelham-se à velha hipótese nebular de Laplace: a poeira e os gases 
amplamente espalhados no espaço após a explosão estelar, tenderam a 
concentrar-se, reunindo-se em núcleos, nos quais surgiram novas estrelas, 
reiniciando-se as reações termonucleares que passaram a sintetizar elementos 
químicos de peso atômico progressivamente maior. A origem do Sistema Solar 
não é ainda bem conhecida, existindo atualmente três teorias principais, das 
quais a mais aceita é: O Sistema Solar formado a partir da condensação de 
enorme nuvem de poeira e gás com movimento de rotação. Essa nuvem teria 
sido contraída sob ação de sua própria gravidade, tornando a massa central 
suficientemente quente para iniciar as reações termonucleares, originando uma 
nova estrela. - o Sol. Os planetas teriam sido formados a partir de outras 
concentrações originadas no interior da nuvem primitiva, possibilitando apenas 
um aquecimento suficiente para fundir seu interior. 
Nos estágios iniciais do Sistema Solar, a Terra deveria possuir uma 
enorme atmosfera completamente diferente da atual, envolvendo uma massa 
que deveria encontrar-se fundida. Supõe-se que a primitiva atmosfera terrestre 
tivesse sido varrida e perdida no espaço, possivelmente durante um episódio 
solar de alta radiação calorífica. 
Os cientistas referem que o conteúdo de gases nobres presentes na 
atmosfera não concorda com a sua natureza original. A quantidade relativa de 
néon e xênon presente na atmosfera atual é muito menor do que aquela que se 
encontra na mistura dos gases cósmicos. Estaé a razão pela qual eles supõem 
que a atmosfera de hoje foi desenvolvida e modificada progressivamente após 
o desaparecimento do primitivo envoltório gasoso. Não somente a atual 
atmosfera, como também a hidrosfera derivaram-se inteiramente da própria 
7
Terra. Os elementos que as constituem provieram das massas fundidas 
encontradas no interior do planeta. 
Quando se formava a primitiva crosta, enormes quantidades de gases 
desprendiam-se da superfície semifundida, ao mesmo tempo em que se 
iniciava sua solidificação. Admite-se que a crosta primitiva talvez tivesse 
composição basáltica. Ela teria sido fraturada e refundida inúmeras vezes, até 
que surgissem diferenciações minerais originando diferentes tipos de rochas. 
Durante esse processo, mais e mais gases e vapor de água foram injetados na 
atmosfera pelos intensos fenômenos vulcânicos. 
Nesse tipo de atmosfera, pobre em oxigênio e rica em gás carbônico, 
não existia possibilidade alguma para o desenvolvimento da vida atual. 
Contudo, há cerca de 1.900 milhões de anos surgiram formas de plantas 
capazes de sobreviver na presença de oxigênio produzido na sua atividade 
vital pelo processo de fotossíntese. Dessa forma, as plantas contribuíram 
decisivamente para modificar a composição da atmosfera, enriquecendo-a em 
oxigênio e diminuindo consideravelmente o conteúdo de gás carbônico.
Estrutura da Terra
Vista do espaço exterior, a Terra apresenta-se como um globo azulado 
e branco de aspectos variados, dependendo de sua cobertura de nuvens. Os 
conhecimentos a propósito da constituição interna da Terra possibilitam um 
melhor esclarecimento sobre a origem das rochas. 
A Terra a um esferóide achatado nos pólos e dilatado no equador, com 
cerca de 6400 km de raio. O achatamento dos pólos e o crescimento do 
equador devem-se ao movimento de rotação terrestre. Esse achatamento é tão 
pequeno que a diferença entre os diâmetros polares e equatoriais a de apenas 
44 km (diferença entre 12756 e 12712 km).
Considerando que um circulo tem 360 graus e cada grau ao longo de 
seu meridiano equivale a uma distância de 111 km, conclui-se que a 
circunferência da Terra é 360 vezes 111 km, ou seja, aproximadamente 40000 
km. 
Por outro lado, ignorando o achatamento e supondo que a Terra é 
esférica, com um diâmetro de aproximadamente 12700 km, seu volume 
8
corresponderá a aproximadamente 1,08 bilhão de km3, com área equivalente a 
510 milhões de km2. 
A massa da Terra é de aproximadamente 5,6 sextilhões. A densidade, 
conhecidos o volume e a massa, é determinada dividindo-se a massa pelo 
volume. Este cálculo indica uma densidade de 5,52, ou seja, 5,5 vezes mais 
pesada que a água. Visto que as rochas que ocorrem na superfície tem uma 
densidade média entre 2.7 e 3.0, o interior da Terra deve ser bem mais denso. 
A maior parte dos conhecimentos que se tem sobre o interior da Terra 
provem de meios indiretos (Figura 1). Na realidade, dos 6300 km que separam 
a superfície terrestre do seu núcleo, conseguiu-se perfurar pouco mais que 
0,1% (cerca de 7 km). As rochas mais profundas conhecidas provêm de 
erupções vulcânicas, sem que, no entanto se possa afirmar sua exata 
profundidade. Os bolsões magmáticos donde se originam as lavas não se 
encontram a profundidades superiores a 30 km.
Para o estudo do interior do planeta empregam-se métodos indiretos, 
baseados no itinerário e nas diferenças de velocidade de ondas sísmicas que 
atravessam o interior da Terra por ocasião dos terremotos. As ondas sísmicas 
sofrem reflexão, refração e mudanças na velocidade ao penetrarem meios de 
propriedades diferentes permitindo, assim, esclarecer, de certo modo, a 
natureza do interior do planeta. 
9
Figura 1 – Constituição interna do globo terrestre.
Com esse método, foi possível determinar a presença de vários 
envoltórios Iimitados por superfícies de· descontinuidade situadas em diversas 
profundidades. Estas descontinuidades significam que a Terra é constituída por 
uma série de capas concêntricas de materiais diferentes e, em estado físico 
distinto ao redor de um núcleo. 
Cada uma dessas capas tem uma condutividade diferente. Como as 
velocidades dependem das propriedades e das densidades dos materiais 
através dos quais passam as ondas, as mudanças de velocidades a diferentes 
profundidades são atribuídas a diferentes composições e densidades e, talvez, 
a diferentes estados, sobretudo no núcleo. 
Natureza e propriedades do núcleo
O núcleo da Terra é formado por materiais submetidos a elevadas 
pressões e altas temperaturas (possivelmente até cerca de 5000º C). Supõe-se 
10
que sua densidade aumente de 9,9 na periferia ate 12 ou mais no centro da 
Terra. Admite-se, em geral, que o núcleo seja composto principalmente de 
Ferro e Níquel, possivelmente associados a elementos menos densos como 
Silício e Enxofre. A análise das ondas sísmicas permite reconhecer no núcleo 
duas partes com propriedades distintas. A central, entre 5000 e 6400 km de 
profundidade, comporta-se como um sólido, enquanto que a parte externa 
entre 2900 e 5000 km apresenta propriedades de fluido. O magnetismo 
terrestre origina-se de correntes que fluem no núcleo externo. 
Manto ou envoltório intermediário
O manto envolve o núcleo sob a forma de camadas de densidade cada 
vez menores em direção à superfície. Situado entre o núcleo e a crosta 
terrestre, inicia-se em media, a 35 km de profundidade e estende-se até 2.900 
km. A estrutura do manto tem sido igualmente estudada através da 
interpretação das ondas derivadas dos abalos sísmicos. 
O manto compreende duas partes cujo limite de separação encontra-se 
a 1000 km de profundidade. Com o aumento da pressão, o manto superior 
apresenta grandes mudanças na composição e na natureza mineralógica. O 
manto inferior, por outro lado, torna-se gradualmente mais denso com a 
profundidade. 
O manto superior tem influência direta e importante sobre a dinâmica 
da crosta terrestre. Supostamente nele estão localizadas as células de 
correntes de convecção, que fazem com que materiais quentes das grandes 
profundidades subam em direção à superfície, espalhando-se lateralmente e 
retornando, posteriormente, às profundidades do manto.
No manto superior, entre as profundidades de 50 e 250 km, situa-se 
uma região muito quente, onde as rochas se encontram próximas do ponto de 
fusão. Esta região é fraca do ponto de vista mecânico, e constitui a fonte dos 
magmas (rochas fundidas móveis) que penetram na crosta terrestre, nas 
intrusões, ou extravasam na superfície terrestre através dos vulcões. 
O manto superior é formado de rochas densas de coloração escura. 
11
A Crosta 
A crosta terrestre é uma camada relativamente fina, com 20 a 30 km de 
espessura, em média. Existem dois tipos fundamentais de crosta: continental e 
oceânica. Trinta por cento (30%) da crosta terrestre é formada por terras 
emersas. A parte emersa é constituída principalmente pela crosta continental, 
enquanto que, nos 70% restantes, predomina a crosta oceânica. 
A crosta continental é mais espessa do que a oceânica. Sua 
espessura, em média, é de 35 a 40 km, podendo, entretanto, atingir de 60 a 70 
km debaixo das grandes cadeias de montanhas. A crosta oceânica possui 
espessura média de 6 km. Esta, em comparação com a continental, é bem 
mais simples, apresentando composição mais uniforme e estrutura disposta em 
camadas, enquanto que a composição química - mineralógicada crosta 
continental é muito variada e de estrutura complexa. 
A camada superior, menos densa, constitui a camada granítico-
metamórfica, com abundância de sílica e alumina, donde sua denominação de 
crosta siálica ou, simplesmente, referida pela sigla SIAL. É formada por 92% de 
rochas ígneas e metamórficas e 8% de rochas sedimentares. Na região central 
existe uma zona de fusão (Figura 2).
A parte inferior da crosta terrestre e formada por rochas mais densas 
ricas em silício e magnésio, sendo conhecida pela sigla SIMA. A composição 
exata da camada inferior da crosta é desconhecida. Supõem-se ser composta 
de anfibolito, gabro e eclogito (Figura 2). 
O SIAL caracteriza os continentes e o SIMA os fundos oceânicos. 
O estudo da estrutura interna da crosta e a determinação de sua 
espessura estão baseadas na interpretação das ondas sísmicas, originadas 
nos terremotos, ou das artificiais, resultantes das explosões produzidas pelo 
homem. Na grande maioria dos casos, a crosta continental consiste de duas 
camadas de densidades diferentes, separadas pela superfície de 
descontinuidade.
Algumas áreas da crosta continental são muito antigas, com idades 
superiores a 3500 milhões de anos. Extensas áreas possuem mais de 1500 
milhões de anos. 
12
No Brasil, as áreas de ocorrência de rochas com cerca de 2000 
milhões de anos encontram-se na Amazônia, no Maranhão e no leste da Bahia. 
No Iitoral catarinense, entre Barra Velha e Itajubá, encontram-se peridotitos e 
anfibolitos com idades de 2000 a 3000 milhões de anos. A idade da crosta 
oceânica não ultrapassa 300 milhões de anos, sendo geralmente inferior a 135 
milhões de anos. 
As rochas que compõem a crosta terrestre constituem blocos e placas 
de maior ou menor espessura com um comportamento como o de flutuação 
sobre o substrato mais denso do manto, onde ficam mais ou menos 
mergulhados, conforme suas espessuras e densidades médias. 
Assim, as altas montanhas, por serem constituídas de rochas mais 
leves e mais espessas, estão menos imersas no manto. Os fundos dos 
oceanos, por sua vez, são constituídos de rochas mais densas como os 
diabásios que afundam mais no manto. Este princípio é denominado Isostasia. 
Desta forma, a crosta terrestre é composta de várias partes ou placas 
que sobrenadam o manto. 
Até uns 250 milhões de anos atrás, a maior parte dos continentes 
estava unida num único. Entretanto, a partir dessa época, os continentes 
começaram a se romper lentamente formando as placas ou blocos 
independentes que, por sua vez, são arrastados por correntes que 
movimentam o manto rígido-viscoso. Nessa movimentação, existem zonas 
onde as placas estão se afastando umas das outras e que são preenchidas por 
novo material proveniente do interior do manto. Em determinadas zonas, as 
placas colidem produzindo deformações, resultando formação de fossas 
tectônicas, dobramento de espessas camadas de sedimentos, falhamentos, 
formação de cordilheiras etc. São os denominados movimentos tectônicos.
A migração dos continentes continua lentamente e, hoje, por meio do 
raio laser e dos satélites artificiais, já está sendo possível determinar a 
velocidade e direção de deslocamento dos mesmos.
13
Figura 2 – Constituição da litosfera (esquemática).
1.2) Formação e Composição Química do Solo e Constituição 
Mineralógica da Litosfera
A análise química das principais rochas existentes na litosfera e o 
cálculo aproximado das proporções em que elas ocorrem, permitem o 
conhecimento da sua composição química média, transcrita na seguinte 
tabela 1.
Tabela 1 - Composição química da crosta terrestre (%)
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA CROSTA TERRESTRE (%)
ELEMENTOS I II III
O 46,6 46,4 91,77
Si 27,7 28,4 0,80
Al 8,1 7,3 0,76
Fe 5,0 5,1 0,68
Ca 3,6 3,7 1,48
Na 2,8 1,9 1,60
K 2,6 2,5 2,14
Mg 2,1 2,4 0,56
I – Segundo Clarck; II – Segundo Leinz; III – Em volume.
Os oito elementos principais combinam-se entre si, formando os 
minerais das rochas mais comuns. A combinação mais importante é a do 
14
silício com o oxigênio e mais um ou outro dos elementos citados na tabela 
anterior, que dá origem ao grupo dos silicatos . O mais abundante deles é 
o feldspato, que forma 60% dos minerais da crosta. Quando a combinação 
é feita com Al e K, tem o nome de ortoclásio mineral característico dos 
granitos. Quando Na, Ca e Al se combinam com o radical SiO 2, o mineral é 
denominado plagioclásio, ocorrendo principalmente nos basaltos. Não 
havendo elemento algum se combinar com SiO 2, este é cristalizado com o 
quartzo, mineral mais freqüente nas rochas sedimentares, ocorrendo na 
proporção de 12% na crosta terrestre. Juntamente com o ortoclásio mais 
uma pequena porcentagem de mica, o quartzo forma as rochas graníticas, 
as mais abundantes do sial. Os minerais citados ricos em silício e alumínio 
são denominados sálicos.
Quando a combinação se dá com o magnésio e ferro, às vezes 
acompanhado de cálcio, tais silicatos recebem a designação de máficos. 
Ocorrem mais comumente nas rochas basálticas, associados aos 
plagioclásios. Constitui o grupo dos anfibólios e piroxênios, formando 16% 
dos minerais. A variedade preta de mica, a biotita, enquadra-se entre as 
máficos por sua riqueza em Fe e Mg, responsáveis pela coloração; a mica 
clara, chamada moscovita (silicato de alumínio e potássio), é um mineral 
sálico. 
Rochas que compõem a litosfera
Como indica o nome grego pedra, a litosfera é formada de rochas, 
agregados naturais de um ou mais minerais que ocorrem de forma 
individualizada em grandes áreas, caracterizando-as geologicamente. As 
rochas são classificadas, segundo a origem, em três grupos: magmáticas, 
sedimentares e metamórficas. 
As primeiras são as mais importantes, constituindo 95% do volume 
de toda a crosta. No entanto, as sedimentares ocupam maior área, ou 
sejam, 75% da superfície terrestre, e poderiam formar uma película de 700 
metros se uniformemente distribuídas. As metamórficas se enquadram 
entre as sedimentares, pois, na maior parte, são derivadas de antigos 
sedimentos.
15
Já se fez menção da diferença entre a constituição da crosta 
terrestre nas regiões continentais e oceânicas. Naquelas, predominam as 
rochas da família dos granitos; nos fundos oceânicos, as rochas basálticas. 
Das rochas continentais graníticas, a maioria é formada em profundidade, 
em corpos denominados batólitos, caracterizados pelas grandes 
dimensões (centenas de quilômetros quadrados). São relativamente raras 
as rochas de composição graníticas formadas em superfície, sob a forma 
de lava. Por outro lado, considerando-se as rochas de composição 
basáltica, verifica-se o contrário: são raras as formadas em profundidade, 
sendo as de origem vulcânica as mais comuns. 
Sabendo-se que o sima, de constituição basáltica, forma o 
assoalho dos oceanos, e que os blocos continentais siálicos (graníticos) 
flutuam nesse substrato, admite-se que as rochas graníticas tenham 
origem nas basálticas. Por um processo multimilenário de separação 
gravitativa dos minerais ferromagnesianos mais densos, que afundariam, 
deixando por cima um resíduo silicoso mais leve, formar-se -iam as rochas 
graníticas após a consolidação.
1.3) Minerais formadores do solo
a) Mineralogia
É o ramo das Geociências que se dedica ao estudo das variações 
físicas e químicas dos minerais, bem como das suas origens. 
b) Conceito do mineral
Mineral é todo corpo inorgânico, homogêneo, de composiçãoquímica definida 
que se encontra naturalmente na crosta terrestre. Pela definição um elemento 
para ser considerado mineral deve apresentar as seguintes características: 
origem inorgânica, homogeneidade, composição química definida e ser 
encontrado naturalmente na crosta terrestre. Assim, mineral é uma substância 
natural, inorgânica que apresenta composição química mais ou menos definida, 
estrutura cristalina e arranjo atômico típico. Na natureza, o estado físico dos 
16
minerais de um modo geral são sólidos a temperatura e pressão normal com 
exceção da água e do mercúrio que são encontrados no estado líquido. 
c) Principais minerais que formam as rochas
Feldspatos - 60 % 
Anfibólios e Piroxênios - 17 % 
Quartzos - 12 % 
Micas - 4 % 
Outros -7 % 
d) Propriedades físicas para identificação
As propriedades físicas são muito importantes para a determinação 
rápida dos minerais, pois a maioria deles pode ser reconhecida pela vista ou 
determinada mediante ensaios simples. 
1. Clivagem
Diz-se que um mineral possui clivagem quando, aplicando-se uma 
força adequada, ele se rompe de modo a produzir superfícies planas definidas. 
A clivagem é a propriedade que reflete a fraqueza na estrutura 
cristalina do mineral permitindo fraturarem-se em determinadas direções 
segundo planos paralelos possibilitando formação de superfícies pIanas ou 
não. A clivagem pode ser classificada como: 
Perfeita - Micas, Gipsita; 
Boa - Calcita, Feldspatos, Talco; 
Indistinta ou Ausente - Quartzos, Berilo, Apatita. 
2. Fratura 
Observa-se num mineral cristalizado se o plano de clivagem, se rompe 
segundo planos paralelos produzindo superfícies de fratura de natureza, 
diversa, mas irregulares, em vez de superfícies planas de clivagem. 
De acordo com a superfície de rompimento, a fratura recebe diversas 
denominações: 
17
- Conchoidal - quando a superfície de fratura é lisa côncava. Ex: 
Quartzos. 
- Fibrosa ou Estilhaçada – quando o mineral se rompe mostrando 
fibras. Ex: Gipsita, Amianto, Antofilita, Tremolita, Estilbita. 
- Irregular - quando os planos de ruptura são irregulares. Ex: Hematita, 
Calcopirita, Pirita. . 
- Plana - apresenta superfícies planas. Ex: Talco, Calcita, Feldspato, 
etc. 
3. Dureza
O termo refere-se à dureza do risco, isto é, a resistência que um mineral 
oferece ao ser riscado por um material afiado ou por outro mineral. A dureza 
até 2,5 risca-se com a unha, de 5 a 55 com vidro e com canivete de 6 a 6,5. 
Os minerais se agrupam numa escala de dureza dividida em dez graus 
diferentes. Cada mineral, assim ordenado, risca os de dureza inferior e é 
riscado, por sua vez, pelos minerais de dureza mais elevada. Os minerais de 
igual dureza podem riscar-se entre si. Os minerais estão distribuídos na escala 
da seguinte forma em ordem crescente de dureza:
Escala de dureza
1 – Talco: risca-se ligeiramente com a unha; 
2 – Gipso: risca-se com a unha; 
3 – Calcita: risca-se com moeda de cobre; 
4 – Fluorita: risca-se ligeiramente com navalha;
5 – Apatita: não risca com navalha; 
6 – Ortoclásio: risca-se com a lima de aço;
7 – Quartzo: risca o vidro;
8 – Topázio: risca ligeiramente o quartzo;
9 – Coríndon: risca ligeiramente o topázio; 
10 – Diamante: não é riscado pelos outros minerais. 
4. Brilho
É a capacidade de reflexão da luz incidente na superfície de um 
mineral podendo ser metálico e não – metálico. O metálico é o brilho do 
18
mineral com aparência de metal. Ex: Hematita, Magnetita, Pirita, Calcopirita, 
Galena. Os minerais com brilho não – metálico são classificados como: 
Vítreo - Ex. Quartzo, Calcita;
Graxo - Ex. Opala, Talco; 
Sedoso - Ex. Crisotilo, Amianto;
Perolado ou Nacarado - Ex. Gipsita;
Opaco - Ex. Calcedônea. 
5. Cor
A cor dos minerais depende da absorção coletiva da luz, mudança de 
composição, impurezas presentes, etc. A cor é uma propriedade importante 
para a classificação dos minerais, mas deve ser usada com cautela. 
6. Traco
É a cor do pó deixado pelo mineral ao ser atritado numa placa de 
cerâmica bruta. A cor entre as variedades na família dos minerais varia mas o 
traço é normalmente constante. O traço é uma propriedade que não pode ser 
empregado para minerais com dureza maior que sete (7) por ser equivalente a 
dureza da placa da cerâmica bruta empregada. 
7. Magnetismo
Minerais que em seu estado natural são atraídos por um imã. Os dois 
minerais magnéticos são a magnetita e a pirotita.
e) Importância dos minerais
Fonte de matéria - prima de nutrientes minerais que atuam na 
formação dos ossos, dentes, atividades musculares e funcionamento do 
organismo humano e indústrias como: fertilizantes, tintas, vidros, óticas, 
cerâmicas.
 
f) Origem dos minerais
Os minerais podem formar-se de diversas maneiras. Os minerais mais 
conhecidos como o quartzo, o feldspato e as micas se originam de gases e 
19
líquidos em estado de fusão. Podemos dizer que a maior parte dos minerais 
originam-se a partir das misturas líquidas e gasosas no interior da Terra, 
principalmente associados às lavas vulcânicas e pela movimentação interna da 
crosta que provocam dobramentos e falhamentos pelas diferenças de 
temperatura e pressão formam novos minerais pela combinação de diferentes 
elementos que originam novos arranjos atômicos. Outros podem se formar na 
superfície pela alteração ou pelo contato com os gases atmosféricos. Ex: 
Sulfeto de Cobre passa a Carbonato de Cobre e Óxido de Ferro e Alumínio 
passam a Hidróxidos. 
g) Classificação de minerais
Os minerais são agrupados em classes e família levando em 
consideração a composição básica para a devida classificação:
1. Classe dos Silicatos
Corresponde mais de 40% dos minerais conhecidos e são compostos 
predominantemente por Óxido de Silício (SiO2). Devido a grande variedade de 
misturas e características estruturais e atômicas aparece dividida em classe e 
família. 
Família das Sílicas:
Quartzo: Uso: Coloridos como gemas, pedras semipreciosas e ornamentais. 
Indústrias – óticas, eletrônicas e vidro - revestimento, areia, porcelana, etc. 
todos. Calcedônea: Uso: Semipreciosa, preciosa (ônix), ornamental, indústrias: 
vidro, construção e areia. Opala: Uso: vidro, ornamentação e areia.
Família dos Feldspatos: 
Uso: manufatura de porcelana; Indústrias de fertilizantes, cimento, vidro e 
cerâmica refrataria; ornamental (Amazonita).
Minerais Argilosos:
Caolinita e Montmorilonita: uso fixação dos vegetais ao solo, cerâmica, 
artesanato, indústria de giz, pedra de filtro, papel, etc. Talcos: uso 
ornamentação, escultura, tampas de mesa de laboratório, quadros de comando 
elétricos, aparelhos sanitários, revestimento de parede. Maior utilização é em 
20
forma de pó nas indústrias de cosméticos, tintas, borracha, cerâmica, de papel, 
fertilizantes.
Família das Micas
Moscovita, Flogopita. Todas as micas são importantes na formação das argilas 
no solo e como fontes de nutrientes, além de outros usos como na fabricação 
de lantejoulas, glites, purpurinas, etc. 
Família dos Anfibólios
Família dos Piroxênios
Família das Olivinas: importante na formação do solo terra-roxa.
Família dos Silicatos Isolados
Família das Zeólitas
2. Classe dos Carbonatos
Carbonato de Cálcio, Magnésio e Cobre. São facilmente atacados com 
ácido clorídrico efervescente. Calcita (Carbonato de Cálcio) e Dolomita 
(Carbonato de cálcio e magnésio). Uso corretivo de solo como calcário e 
produtos químicos a base de cálcio. 
3. Classe dos Sulfetos4. Classe dos Sulfatos
Radiologia médica (líquido branco). Fonte de obtenção do bário; 
empregada na perfuração dos pólos de petróleo e gás, indústrias de papel, 
têxtil, cosméticos e como pigmento de tinta.
5. Classe dos Fosfatos
Pedra preciosa e ornamental.
6. Classe dos Halogenetos
Libera fósforo para as plantas. Cloreto de Sódio, Potássio e Flúor. 
Fertilizantes, medicamentos, perfumes, fogos de artifícios, fotografia, papel e 
vidro.
21
7. Classe dos óxidos
Hidróxido de ferro. Uso obtenção do Estanho. Rochas ígneas e 
Sedimentares.
h) Elementos Nativos
Metais mais comuns: 
Grupo Ouro - ouro, prata, cobre. Grupo Platina - platina. Grupo Ferro - ferro. 
Não - Metais mais comuns: 
Enxofre, Diamante e Grafita.
1.4) Rochas Formadoras do Solo 
Petrografia
É o ramo da Ciência Geológica que se dedica ao estudo das rochas, 
sua constituição, origem e classificação. 
Rocha: Numa definição simples é um agregado natural formado por 
mais de um mineral e que constituem a crosta terrestre. São as rochas que 
juntamente com os fósseis servem para desvendar fenômenos ecológicos 
atuais e do passado. 
Tipos de Rochas: 
1. Rochas ígneas on Magmáticas: 
São as rochas de origem primária, pois resultam diretamente do 
resfriamento e consolidação do magma. As condições geológicas em que se 
formam é expressa pela textura (corresponde o tamanho dos grãos dos 
minerais que constituem as rochas). O modo de ocorrência reflete a posição 
em que ocorre o resfriamento do magma ou consolidação o que influi 
diretamente na textura das rochas ígneas. 
2. Rochas Sedimentares:
São as rochas originarias da deposição de materiais provenientes da 
desagregação de rochas preexistentes e restos de animais e vegetais 
22
soterrados. São rochas que se formam em conseqüência da erosão, do 
transporte bem como do ataque químico e físico que transforma os minerais e 
as rochas. 
3. Rochas Metamórficas: 
São rochas originarias de outras preexistentes que sofreram uma 
recristalização parcial ou total pelo metamorfismo. Metamorfismo - 
transformação sofrida por uma rocha sob ação de temperatura, pressão, fluidos 
de gases e vapor d' água, proporcionando uma recristalização total ou parcial 
da antiga rocha ocorrendo mudanças mineralógicas e novas características 
texturais e estruturais.
HISTÓRICO
• Antigamente  solo era visto apenas como suporte de algo;
- Solos escuros de baixada, produziam mais;
- Heródoto Egito  cheias do Nilo  margens férteis;
- Colunela  1º estudo sobre cor e profundidade  descobriu o 
húmus.
• Idade média  nenhuma contribuição (Sta. Inquisição o progresso foi 
nulo).
• 1563  Bernard Palisy  solo como fonte de nutrientes.
• 1629  Van Helmont  plantas – CO2 e H2O.
• 1840  Justus Van Leibig – teoria dos minerais  plantas se alimentavam 
de minerais e água.
• 1887  Doruchaev – definiu o solo como sendo: corpo natural, organizado, 
resultante da ação dos fatores clima, organismos, atuando sobre a ROCHA.
- Propôs a 1ª Classificação do solo: fatores climáticos: PAI DA PEDOLOGIA.
Clima
23
 SOLOS ZONAIS  MADUROS Podzol – clima temperado
Latossol – clima tropical
SOLOS INTRAZONAIS  EVOLUÍDOS Hidromórficos – presença de 
H2O
Halomórficos – salinos
SOLOS AZONAIS  POUCO EVOLUÍDO Utossolo (Neossolo)
(rocha sobre solo) Regassolo
•  Glinka: solo como uma capa superficial da litosfera até onde penetra a 
ação do intemperismo. Definiu conceito PERFIL DO SOLO (3 m) hoje 1,8 a 
2,0 m.
• 1917  Wiegner – química coloidal – solo corpo ativo – FERTILIDADE;
• 1935  Vageler e Alten – análise física e química no estudo do solo. 
2 GÊNESE DO SOLO
O solo nada mais é do que a resultante da ação conjunta dos agentes 
intempéricos sobre restos minerais depositados e enriquecidos de detritos 
orgânicos. É, portanto, um processo natural de acumulação e evolução dos 
sedimentos minerais, aos quais se vão juntando lenta e progressivamente 
restos e produtos orgânicos, pois a sua formação tem início no momento em 
que as rochas entram em contato com o meio ambiente e começam a sofrer 
transformações. Com uma intensidade que é função do meio, a rocha e seus 
minerais são submetidos à ação dos agentes do intemperismo, rocha esta as 
vezes inicialmente compacta que se transforma lentamente em fragmentos 
cada vez menores, os quais vão se acumular nas encostas, baixadas ou 
mesmo sobre o próprio material de origem. É sobre este material geológico 
alterado, denominado de material parental, que se desenvolve o verdadeiro 
solo, resultante da ação das forças pedogenéticas. 
Na formação do solo, a sua matéria prima tem origem na transformação 
de ordem física e química operada nas rochas da litosfera. Os materiais 
primitivos sofrem inicialmente, processos de hidratação e hidrólise, originando 
24
produtos secundários e conforme o processo evolui, há desaparecimento de 
quase todos os minerais primários, ficando somente em substituição, 
sesquióxidos e silicatos mais ou menos hidratados de formação secundária, os 
quais, se recristalizados, originam argilas fortemente coloidais. 
Não se sabe até que ponto prosseguem os processos geológicos de 
destruição, transporte e deposição dos materiais alterados pelo intemperismo, 
pois os mesmos continuam através dos processos pedogenéticos, criando 
condições ao desenvolvimento da vida orgânica. 
Um solo verdadeiro não pode se formar sem que haja no material, a 
presença e decomposição da matéria orgânica. A simples alteração física e 
química da rocha não deve confundir-se com solo, o que deixa claro, serem 
todos os processos de sua formação, de natureza direta ou indiretamente 
biológica. Ele é então um corpo natural, com características próprias e 
marcantes, diferentes do material de origem. 
O seu aparecimento começa, na realidade, quando aos detritos me-
cânicos acumulados se juntam substâncias coloidais, favorecendo assim a 
instalação e fixação dos organismos vivos. É necessário o aparecimento da 
matéria orgânica, proveniente da vida animal e vegetal da superfície terrestre, 
para que a massa mineral passe a funcionar como solo. Sem isto, qualquer 
rocha finamente pulverizada poderia ser tida como solo, mas na realidade aí as 
plantas não se desenvolvem normalmente.
Não há, por conseguinte, uma nítida separação entre a geologia e a 
pedologia, pois os processos genéticos caminham sem solução de con-
tinuidade através dos processos pedogenéticos, daí se considerar a formação 
do solo em duas fases: a gênese pertencente à geologia, que estuda a 
destruição das rochas, o transporte e a deposição dos materiais alterados; e a 
pedogênese, da alçada da ciência do solo ou pedologia, que engloba os 
conhecimentos referentes aos fatores e as reações que contribuem para a 
transformação da matéria mineral, resultante dos processos genéticos, em solo 
e sua posterior evolução. 
As características que diferenciam a massa mineral do verdadeiro solo, 
são adquiridas lentamente a medida que os processos evoluem e as 
propriedades altamente dinâmicas do solo se fazem sentir gradativamente 
após lento e persistente trabalho da natureza. 
25
A água, pela movimentação através da massa mineral, mantém a 
continuidade dos processos intempéricos e favorece o aparecimento dos 
microorganismos. O marco inicial da formação do solo.
Em última análise a gênese do solo é uma conseqüência da ação da 
biosfera sobre os produtos daintemperização. Na evolução do processo que 
envolve a formação do sistema solo, outros fatores além da biosfera aí estão 
presentes e tem contribuído para a formação do solo. 
Dizia DOKUCHAEV que o solo aparece como conseqüência da ação 
combinada e influência recíproca do material parental, dos vegetais e animais, 
do clima, da idade e da topografia. Estes fatores foram chamados por ele de 
agentes formadores do solo. Assim: 
Solo = f (clima, biosfera, rocha matriz, relevo e tempo)
O que significa ser a formação do solo resultante da ação combinada desses 
fatores, os quais podem agir intensa e concomitantemente.
Modernamente é admitido ser o solo um produto da ação conjugada do 
clima e da biosfera, sobre a rocha matriz, de acordo com o relevo em 
determinado tempo. É admitido que no processo de formação do solo, os 
fatores ativos envolvidos são aqueles tidos como fontes de energia e 
reagentes, enquanto os agentes passivos são representados pelos consti-
tuintes que servem como fonte de material e por alguma condição ambiental 
que Ihe diz respeito. São aqueles que oferecem resistência ou atrasam o 
desenvolvimento normal da ação do clima e da biosfera. Os agentes ativos 
são: o clima e a biosfera; e os agentes passivos: a rocha matriz e o relevo. 
A intensidade dos agentes formadores do solo sobre o material primitivo, 
se faz com maior ou menor intensidade em um curto ou longo espaço de 
tempo, característica esta que é função de cada fator. Assim, nos solos jovens 
ou imaturos, o tempo não foi suficiente para que o perfil tenha atingido a sua 
maturidade genética. Já para os solos maduros esta condição foi alcançada 
devido à ação dos fatores de formação ter se feito sentir por um longo período 
de ação. É necessário também considerar a intensidade destes agentes 
formadores, bem como conhecer o tempo e o histórico de sua atuação.
26
2.1) Morfologia
Nas ciências naturais, a morfologia é definida como o estudo das 
formas dos objetos, retratando-os com palavras, desenhos e fotos. Em 
princípio, ela era somente aplicada aos estudos de botânica, zoologia e 
medicina, mas, com o passar do tempo, foi adotada pela maior parte das 
ciências naturais. O objetivo principal da morfologia é a descrição padronizada 
dos objetos (Figura 1). 
Figura 1 – Material usado para descrição e coleta de amostras de solo. Da 
esquerda para a direita: martelo; tabela em cores; facas; borrifador 
de água; fita métrica; etiquetas e sacos para embalagem de 
amostras; pá de jardineiro e trado e pá reta.
Morfologia do solo significa o estudo da sua aparência no meio ambiente 
natural, descrição dessa aparência segundo as características visíveis a olho 
nu, ou prontamente perceptíveis. A morfologia corresponde, portanto, a 
"anatomia do solo". O conjunto de características morfológicas constitui a base 
fundamental para a identificação do solo, completada com análises de 
laboratório. 
No início do estudo científico do solo, quando os mesmos eram 
considerados simples corpos estáticos constituídos de produtos de 
decomposição das rochas, os estudos químicos e mineralógicos eram os 
únicos de importância. O ponto de vista agronômico aplicava então os 
27
 
procedimentos da química analítica, estudando o solo como uma massa 
homogênea, constituída de minerais e algumas vezes misturada com húmus, 
envolvendo as raízes das plantas. Depois que o solo foi definido como um 
corpo natural dinâmico e integrado na paisagem, composto de horizontes, é 
que os estudos de morfologia dos solos começaram a se desenvolver. Hoje se 
considera de primordial importância que as formas de um solo sejam 
primeiramente descritas no campo, antes que dele sejam retiradas amostras 
para as diversas análises realizadas nos laboratórios.
Várias características são observadas na descrição morfológica do perfil 
(Figura 2). 
Figura 2 – Pedólogo e seus ajudantes coletando e descrevendo o perfil do solo 
sob densa mata, por meio de amostras retiradas com o trado.
As principais são: cor, textura, estrutura, consistência e espessura dos 
horizontes. Para que seja possível a comparação de descrições, feitas por 
diferentes observadores, entre vários perfis do solo, métodos e termos 
convencionais devem ser seguidos o mais fielmente possível. Contudo, quando 
os termos convencionais (encontrados nos "Manuais Para Descrição do Solo 
no Campo") não forem adequados para expressar fielmente aquilo que está 
sendo observado, anotações adicionais devem ser feitas.
28
2.2) Horizontes do Solo
Definição dos Horizontes
Com o intemperismo, uma rocha, mesmo das mais endurecidas, pode 
transformar-se em um material solto no qual torna-se possível a vida de plantas 
e pequenos animais. Seus restos (como folhas caídas) vão sendo adicionados 
e, decompondo-se, formam o húmus. 
Ao mesmo tempo, alguns dos minerais menos resistentes ao 
intemperismo, vão se transformando em argilas. As águas que se infiltram no 
terreno podem as translocar de uma parte mais superficial para outra um pouco 
mais profunda. 
Assim, pouco a pouco, sob a ação de um conjunto de fenômenos 
biológicos, físicos e químicos, o solo começa a formar-se, organizando-se em 
uma série de "camadas" sobrepostas de aspecto e constituição diferentes. 
Essas camadas são aproximadamente paralelas a superfície, e denominadas 
horizontes.
O conjunto de horizontes, num corte vertical que vai da superfície até o 
material semelhante ao que deu origem ao solo, é o perfil do solo. 
A ação dos processos físicos, químicos e biológicos não é uniforme ao 
longo do perfil. Restos vegetais são adicionados mais na superfície, 
escurecendo-a com o húmus. Certas substâncias sólidas se translocam sob a 
ação da gravidade de uma parte para outra, resultando horizontes 
empobrecidos sobre outros enriquecidos em certos compostos minerais ou 
orgânicos. As transformações e remoções, ocasionadas pelo intemperismo, 
ocorrem com maior intensidade na parte superior do solo (Figura 3). 
29
Figura 3 – O crescimento das raízes no interior das fendas das rochas facilita o 
intemperismo e, conseqüentemente, a formação do solo.
Todos esses fenômenos de adição, transformação, remoção e 
translocação fazem com que aconteça uma organização da estrutura em 
diferentes camadas horizontais, as quais vão se tornando mais diferenciados 
com relação à "rocha - mãe" quanto mais distantes se encontram dela. Estas 
diferentes camadas podem ser mais bem notadas em locais expostos, onde o 
solo mostra os seus perfis, tais como cortes de estrada, trincheiras e outras 
escavações. 
O perfil de um solo completo (Figura 4) e bem desenvolvido possui 
basicamente quatro tipos de horizontes, que costumam ser chamados de 
"horizontes principais" e são convencionalmente identificados pelas letras 
maiúsculas O, A, E, B e C (Figura 5). 
30
Figura 4 – Taludes de estradas expondo o perfil do solo constituem locais úteis 
para o seu estudo.
Figura 5 – Esquema de um perfil de solo mostrando os principais horizontes e 
sub-horizontes. 
Os horizontes principais, por sua vez, são comumente sub divididos e 
identificados, segundo seus diferentes tipos. Para isso se junta aos mesmos 
algarismos e às letras maiúsculas outras minúsculas. Por exemplo, Oo e Od 
31
são diferentes tipos de horizonte O. Já os algarismos arábicos, como A1, A2 e 
A3, indicam sub divisões dentro do horizonte principal, no caso A (Figura 6).O símbolo O denomina o horizonte orgânico relativamente delgado, que 
recobre certos solos minerais. Esse horizonte é constituído principalmente 
pelas folhas e galhos que caem dos vegetais e pelos seus primeiros produtos 
em decomposição. Por isso, praticamente só estão presentes em locais onde 
não é revolvido periodicamente para agricultura, tais como sob vegetação de 
campos nativos, savanas, florestas, ou cultivos especiais. Recebem vários 
nomes populares, tais como: serapilheira, "liteira", "palhada" etc. Na parte mais 
superficial desse horizonte, encontram-se os detritos recém-caídos, não 
decompostos (sub - horizonte Oo), que repousam sobre detritos mais antigos já 
decompostos ou em estado de fermentação (sub-horizonte Od). O material do 
sub - horizonte Od é popularmente conhecido pelo nome "terra vegetal", por 
vezes procurado para cultivo de plantas ornamentais em pequenos vasos. 
Figura 6 – Perfil do solo sendo descrito e amostrado em talude de trincheira, 
tão largo quanto o espaço entre rodas das grandes máquinas 
agrícolas que por ali periodicamente passaram, cultivando e 
modificando os horizontes mais superficiais (Ap).
O horizonte A (Figura 7) é a camada dominantemente mineral mais 
próxima da superfície. Sua característica fundamental é o acúmulo de matéria 
orgânica, tanto parcial como totalmente humificada e/ou perda de materiais 
sólidos translocados para o horizonte B, mais profundo. A parte mais superficial 
do horizonte A é normalmente mais escurecida por conter quantidades 
32
apreciáveis de húmus. Quando o solo é cultivado, esse horizonte é revolvido e, 
se for pouco espesso (20 - 25 cm, profundidade normal dos cultivos) pode ser 
misturado com horizontes subjacentes (A2, E ou mesmo parte do horizonte B). 
Quando isso acontece, essa camada é referida como Ap (p = plowed, em 
inglês, arado). Algumas vezes, este horizonte Ap compreende duas camadas: 
Ap1, recém revolvida e "afofada" e Ap2, logo abaixo desta e, ao contrário, 
compactada pela pressão da parte inferior do arado.
Figura 7 – Dois tipos de Horizonte A: mais espesso e escuro (à esquerda) e 
mais claro e delgado (à direita).
O horizonte E (Figura 8), presente em alguns solos, é aquele que é mais 
claro, onde ocorrem perdas de materiais que foram translocados para o 
horizonte B (argilas e/ou óxidos de ferro e húmus).
33
Figura 8 – Aspecto do perfil com horizonte E (camada mais clara) bem definido.
O horizonte representado pelo símbolo B (Figura 9) situa-se mais abaixo 
do horizonte A ou do E, desde que não tenha sido exposto a superfície pela 
erosão. 
Figura 9 – Horizontes B de várias cores: do vermelho escuro ao 
amarelado.
34
É definido como aquele que apresenta o máximo desenvolvimento de 
cor, estrutura e/ou o que possui acumulação de materiais translocados dos 
horizontes A e/ou E. Nesse ultimo caso são os materiais removidos dos 
horizontes superiores pelas águas que se infiltram no solo, que ficam retidos 
nas camadas mais profundas, formando assim esses horizontes de 
acumulação. 
Abaixo do B, situa-se o horizonte C que normalmente corresponde ao 
saprólito, isto é, a rocha pouco alterada pelos processos de formação do solo 
e, portanto, tem características mais próximas ao material do qual o solo, 
presumivelmente, se formou.
O pedólogo (Figura 10) considera como solo, ou mais propriamente 
solum o conjunto dos horizontes O, A e B. No entanto, o termo solo é também 
usado por alguns estudiosos em sentido mais restrito, para designar somente a 
camada mais superficial, de 20-30 cm de espessura, zona de concentração da 
maior parte das raízes das plantas cultivadas e que, para o pedólogo, pode ser 
apenas parte do horizonte A. No caso deste sentido mais restrito, algumas 
vezes chama-se subsolo o conjunto dos horizontes B e C.
Figura 10 – Pedólogos participando da 5ª Reunião Brasileira de Correlação de 
Solos examinando longa trincheira que expõe variações, tanto 
verticais como laterais, da morfologia dos horizontes.
35
2.3 Perfil do Solo
O exame duma seção vertical dum solo, conforme encontrado no 
terreno, revela a presença de camadas horizontais mais ou menos distintas 
(Figura 11). Tal seção é denominada perfil e as camadas isoladas são 
chamadas horizontes. Estes horizontes superpostos ao material originário 
recebem a designação coletiva de "solum", termo latino original, que significa 
solo, terra ou fração de terra. 
Figura 11 – Visão no terreno de um corte viário que mostra as camadas 
subjacentes dum solo. A ampliação salienta a seqüência de 
camadas do solo e a característica inconfundível do perfil do 
solo. A camada de superfície é de cor mais escura por causa do 
seu conteúdo mais elevado de matéria orgânica. Um dos 
horizontes de subsuperficie é caracterizado por estrutura 
inconfundível. A existência de camadas como as mostradas, é 
usada para auxiliar na diferenciação entre os solos.
Todo solo bem desenvolvido e inalterado possui suas inerentes 
características diferenciais de perfil, que são utilizadas nas suas próprias 
pesquisas e classificação e assumem grande importância prática. Na avaliação 
de um solo, seu perfil deverá ser considerado como um todo. 
36
HORIZONTES DE SOLO
As camadas superiores de um perfil de solo contém, normalmente, 
quantidades consideráveis de matéria orgânica, via de regra, por causa de tal 
acúmulo, bastante escurecidas. Quando um solo é arado e cultivado, essas 
camadas são incluídas no que se denomina de solo de superfície ou solo de 
tapa, também referido como "camada de aradura" por ser tratar da porção do 
solo revirado ou "cortado" pelo arado. 
As camadas subjacentes (denominadas subsolo) contêm matéria 
orgânica em quantidades comparativamente mais reduzidas do que o solo de 
topo. As diversas camadas de subsolo, especialmente em solos velhos de 
regiões úmidas, geralmente apresentam duas zonas muito "disseminadas”:
a) uma zona superior de transição, caracterizada pela perda de minerais 
e acúmulo parcial de matéria orgânica e 
b) uma zona inferior de acúmulo de compostos, como óxido de ferro e de 
alumínio, argilas, gesso e carbonato de cálcio. 
O "solum" assim descrito se estende por profundidade moderada, abaixo 
da superfície. Uma profundidade de 1 a 2 m é representativa de solos de 
regiões temperadas. Neste caso, o sub solo mais profundo, visivelmente modi-
ficado, mistura-se gradativamente com a parcela menos desagregada do regó-
lito, cuja porção superior esta geologicamente a ponto de constituir parte do 
subsolo inferior e, em conseqüência, do "solum". 
As diversas camadas componentes dum perfil de solo se apresentam 
distintas e bem definidas; a transição de uma para outra é muitas vezes grada-
tiva e sua delimitação torna-se sobremodo difícil. Todavia para qualquer solo 
específico, os horizontes são característicos e exercem influência sobre o 
crescimento de vegetais superiores. 
SOLO DE TOPO E SUBSOLO 
O solo de topo, por estar próximo a superfície, e a zona principal de 
desenvolvimento do raizame. Armazena a maioria dos nutrientes disponíveis 
para os vegetais e supre grande porção da água usada pelas culturas. Além 
disso, como camada arada e cultivada esta sujeita a manipulação e orientação. 
37
Mediante cultivo apropriado e incorporação de resíduos orgânicos, sua condi-
ção física poderá ser modificada. Poderá ser facilmente tratada com 
fertilizantes químicos e calagem, e ser drenada. Em curto prazo, sua fertilidade 
e emmenor grau sua produtividade poderá ser elevada, baixada ou 
satisfatoriamente estabilizada em níveis consentâneos com a produção 
econômica das culturas.
Um grande esforço com investigação e pesquisa de solos tem sido 
despendido na camada da superfície. Na prática, a expressão solo designa 
comumente a camada de superfície, o solo de topo ou em termos práticos, a 
camada de aradura. 
Embora o subsolo não possa ser visto da superfície, existem poucos 
usos da terra que não sejam influenciados pelas características do seu 
subsolo. Por certo a produção agrícola é influenciada pela penetração dos 
raizames no subsolo (Figura 12) e pelo armazenamento de umidade e de 
nutrientes nela contidos. De igual forma, a seleção de locais para construções 
e a locação de rodovias são influenciadas pelas características do subsolo. 
Estas observações assumem importância prática, porque ao contrário do solo 
de topo, o subsolo está sujeito apenas a pequenas modificações humanas, 
com exceção de drenagem. Por conseguinte, decisões quanto ao uso da terra 
dependem mais da natureza do sub solo do que das características do solo de 
topo.
38
Figura 12 – Raízes de uma planta de milho cultivado em um solo profundo. 
Raízes de culturas como alfafa e arbóreas, provavelmente 
penetrem ainda mais profundamente.
COMPOSIÇÃO DO SOLO
1. Dividida em 3 fases  
a) SÓLIDA (ORGÂNICA E INORGÂNICA)
b) LÍQUIDA
c) GASOSA
a) FASE SÓLIDA
• Parte Inorgânica (+ estável)
Constituída de partículas (quartzo, caulinita, óxido de Fé e Al), unitários 
ou originada do intemperismo de rochas.
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• Parte Orgânica (+ variável)
Constituída de matéria orgânica (vegeta e animal) de constante ataque 
de microrganismos.
- 1 a 4%  peso em matéria orgânica;
- Solo orgânico  M.O. > 20%
- Solo mineral  M.O. < 20%
b) FASE LÍQUIDA
Na fase líquida, estão os sais dissolvidos fornecendo água e os 
nutrientes.
c) FASE GASOSA
Presença de ar no solo: porosidade (macro e microporosidade)  
respiração das raízes.
 SOLO MINERAL  50% parte mineral; 25% argila; 20% H2O; 5% 
M.O. 
 SOLO ORGÂNICO  20% parte mineral; 15% argila; 30% H2O; 35% 
M.O.
 SOLO IDEAL  45% parte mineral; 32% argila; 18% H2O + AR; 5% 
M.O.
2. Definições de Solos
a) Definição Geral dos Solos
Todo material da crosta terrestre originado pela destruição natural das 
rochas pelos agentes do intemperismo.
b) Definição Agronômica 
40
Conjunto de corpos naturais, sintetizados em forma de PERFIL, 
composto de uma mistura variável de minerais desintegrados, + matéria 
orgânica em decomposição, que fornece desde que contenha as necessidades 
de AR e H2O, amparo mecânico e subsistência para o desenvolvimento dos 
vegetais.
3. CONSTITUIÇÃO LITOLÓGICA DA CROSTA
 MAGMÁTICAS E METAMÓRFICAS  25% superfície e 75% volume
 SEDIMENTARES  75% superfície e 25% volume
a) MAGMÁTICAS
- Origem magmática por resfriamento e solidificação do magma (baixa 
pressão e temperaturas altas, maiores que 1000º C);
- São de alta dureza, compactas;
- Ausência de fósseis (altas Tº C);
- Ausência de estratificação (camadas);
- Minerais típicos: turmalina (B), apatita (P), hematita (Fe), quartzo (Si), 
feldspato (Na, K).
- Ex: BASALTO (↓ K, ↑ Ca, ↓Si) e GRANITO ( ↑ K, ↑ Si).
b) METAMÓRFICAS
- Alta dureza, compactas, recristalização;
- Formadas por diferenças de Tº C e pressão no decorrer das eras 
geológicas;
- Fósseis distorcidos;
- Pseudo estratificação;
- Minerais típicos: talco, cranita, quartzo, clorita.
- Ex: mármore, gnaisse, ardósia, pedra-sabão.
c) SEDIMENTARES
- Baixa dureza, porosas;
- Intemperismo;
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- Teor de M.O. variável;
- Minerais típicos: argilas.
- Ex: arenito, calcita, dolomita, caulinita.
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO
Durante o desenvolvimento dos PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO 
SOLO, pode-se considerar 4 etapas principais:
1. Formação do Material Originário (intemperização das rochas);
2. Decomposição de resíduos vegetais;
3. Incorporação dos produtos de decomposição ao material mineral 
intemperizado;
4. Diferenciação do perfil do solo em horizontes.
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO: São um conjunto de processos 
físicos, químicos e biológicos condicionados pelos fatores de formação do solo, 
sendo, em parte, uma continuação daqueles.
Segundo Simonson (1959), não haveria ocorrência de processos 
específicos na formação de determinado solo; ao contrario, eles apresentariam 
uma série de propriedades em comum, resultantes de processos variados que 
se manifestariam em grande parte, se não em todos os solos.
Assim, a importância relativa de cada processo, operando na 
diferenciação de horizontes, não seria uniforme em todos os solos e poderia 
variar, também, com o tempo num mesmo perfil.
Os processos pedogenéticos considerados por este autor são: 
ADIÇÕES, SUBTRAÇÕES, TRANSFERÊNCIAS e TRANSFORMAÇÕES.
Estes processos afetam os diversos produtos de intemperização das 
rochas, tanto solúveis como insolúveis, incluindo sais, minerais de argilas e 
óxidos, assim como os diversos produtos orgânicos da decomposição dos 
resíduos vegetais, resultando na formação dos horizontes ou, as vezes, 
retardando a diferenciação do perfil.
42
O balanço entre processos individuais em determinada combinação, 
torna-se a chave da natureza do solo, sendo a importância relativa de cada 
processo na combinação, refletida no caráter do mesmo.
Por exemplo: a movimentação de sesquióxidos de ferro dos horizontes 
superiores para os inferiores (transferência) é muito mais importante na 
diferenciação dos horizontes dos podzólicos que dos latossolos. 
ADIÇÕES
Referem-se a tudo aquilo que entra no perfil do solo, vindo do mundo 
exterior, por qualquer mecanismo. 
Exemplos:
 Adições normais: 
- Resíduos vegetais (folhas, ramos e seus produtos de 
decomposição incluindo o húmus); 
- Ácidos carbônico e nítrico (pela chuva) e
- Poeiras e precipitação radioativa.
 Adições normais, se em pequena quantidade de forma que possam 
ser incorporados rapidamente pelo solo em formação: 
- Produtos de erosão – materiais aluviais (rios ou mares); 
- Materiais eólicos (ventos);
- Materiais glaciais e cinzas vulcânicas (vulcões ativos).
Resíduos vegetais
São as adições normais de maior importância, pois convertem o material 
mineral intemperizado em solo.
A principio, as adições de matéria orgânica formam uma capa distinta 
na parte superior do perfil do solo. Porém, conforme tem lugar a decomposição 
e incorporação, a matéria orgânica penetra lentamente no material de partida 
(produtos minerais), principalmente mediante a atividade dos animais do solo.
Produtos de Erosão
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São constituídos por materiais aluviais, eólicos, glaciais, vulcânicos. 
Estes produtos quando depositados em grande quantidade sobre a superfície 
do terreno, dão origem a solos acumulativos que se desenvolvem sobre os 
formados anteriormente.
SUBTRAÇÕES OU PERDAS
Consiste na completa eliminação de uma ou mais substancias do perfil 
do solo. O processo afeta, principalmente, os sais simples e outras substâncias 
solúveis em água ou que passam rapidamente ao estado de dispersão coloidal 
ou suspensão, em cujo estado podem passar entre as partículas do solo e 
serem eliminadas através da água de drenagem.
O agente de remoção é a água natural e, o processo denomina-se 
LIXIVIAÇÃO, ELUVIAÇÃO OU LAVAGEM.
A remoção completa somente ocorre quando a precipitação é maior 
que a evapotranspiração potencial e, quando a quantidade de água que 
penetra no perfilé maior que a necessária para a saturação completa.
Em resumo, o processo de subtração:
- Denomina-se LIXIVIAÇÃO OU ELUVIAÇÃO;
- Tem como agente a água natural;
- Ocorre em condições de O > ET e drenagem livre;
- Afeta principalmente: bicarbonatos, cloretos e sulfatos, de elementos 
alcalinos e alcalinos terrosos e sílica.
As remoções progressivas seguem a série de Polinov (velocidade 
relativa ou facilidade de remoção por lixiviação).
Cl > SO4 > Ca > Na > Mg > K > SiO2 > Fe2O3 > Al2O3
TRANSFERÊNCIAS OU REDISTRIBUIÇÕES
Compreende-se a remoção de materiais da parte superior do perfil do 
solo e sua deposição nos horizontes ou vice-versa.
44
Novamente a água natural constitui-se no agente principal e o processo 
pode ser considerado como de Lixiviação, diferindo apenas por ser mais lento e 
restritivo.
A restrição da lixiviação pode ser atribuída a precipitação inadequada ou 
à presença de algum obstáculo que reduza a velocidade de percolação e a 
eliminação de água por drenagem.
As transferências, no interior do perfil do solo, constituem a causa 
principal da diferenciação dos horizontes.
Entre as substâncias que são transferidas ou redistribuídas, encontram-
se: Carbonatos de cálcio, magnésio, sulfato de cálcio, que formam manchas 
brancas e/ou linhas em diferentes profundidades na zona de deposição.
Entre outros compostos que são transferidos estão os compostos de 
alumínio e ferro, os quais se transferem em forma de quelatos (compostos 
organo-metálicos), desde a capa orgânica superior do perfil do solo, até 
horizontes mais inferiores.
A Argila é uma das substâncias mais importantes entre as que sofrem 
transferência da parte superior do perfil e se redepositam na parte inferior.
A matéria orgânica do solo também pode ser transferida da capa 
orgânica à parte inferior do perfil, onde pode ser depositada em forma de uma 
capa cerosa, de cor negra, no horizonte B.
As acumulações de óxidos de ferro, argila e matéria orgânica 
transportadas com freqüência formam capas endurecidas, as quais podem 
impedir parcial ou completamente a drenagem interna do perfil.
As raízes das plantas também atuam como agentes importantes na 
transferência de materiais, não na direção comum, mas sim de baixo pra cima. 
As raízes absorvem substâncias nutritivas solúveis, as quais chegam até 
as folhas pela corrente de transpiração, sendo posteriormente reincorporadas 
ao solo com a queda das mesmas.
Em resumo, o processo de transferência ou de redistribuição:
 Denomina-se lixiviação limitada ou translocação;
 Tem como agente principal a água natural;
 Ocorre em condições de precipitação deficiente e drenagem 
impedida;
45
 Afeta principalmente: carbonatos de cálcio e magnésio, sulfato de 
cálcio, compostos de ferro e alumínio (quelatos), argila e matéria 
orgânica.
TRANSFORMAÇÕES
Afetam principalmente os minerais do solo e a matéria orgânica e tem, 
como os outros processos, a água natural como agente principal.
Assim, os minerais primários das rochas (ou fragmentos da rocha 
matriz) que estão no perfil do solo e são susceptíveis ao intemperismo, 
transformam-se em diversas classes de minerais de argila como montmorilonita 
e caulinita.
INTEMPERISMO
As rochas da litosfera, se expostas à atmosfera, sofrem a ação direta 
do calor do sol, da umidade das chuvas, e do crescimento de organismos, 
dando início a processos dos quais decorrem inúmeras modificações no 
aspecto físico e na composição química dos minerais. A esses processos dá-se 
o nome de intemperismo ou meteorização, fenômeno responsável pela 
formação do material semi consolidado que dará início à formação do solo. 
Processos envolvidos no intemperismo, agindo mais no sentido de 
alterar o tamanho e formato dos minerais, são denominados intemperismo 
físico ou desintegração. Outros, modificando a composição química, são 
referidos como intemperismo químico, ou, mais simplesmente, 
decomposição. A rocha, depois de alterada, recebe a nome de regolito ou 
manto de intemperização, porque forma uma camada que recobre as que 
estão em vias de decomposição. É na parte mais superficial do regolito que se 
dá a formação do solo. 
A maior parte das rochas origina-se em grandes profundidades e sob 
condições de temperatura e pressão elevadas. Quando da exposição das 
mesmas a atmosfera, elas se tornam instáveis, uma vez que estão sujeitas a 
condições de pressão, temperatura e umidade muito diferente daquelas do 
meio de onde se originaram. Assim, a diminuição da pressão faz com que 
46
surjam fendas e a oscilação de temperatura do dia para a noite, e do inverno 
para o verão provoca dilatação nas épocas de calor e contração nos períodos 
mais frios. Como a maior parte das rochas é constituída de mais de um 
mineral, que tem coeficientes de dilatação diferentes, essas variações de 
volume provocam a aparecimento de inúmeras rachaduras, que abrem 
caminho para o intemperismo químico, através da água e organismos que pe-
netram por essas fendas. 
O intemperismo químico é provocado principalmente pela água, com a 
gás carbônico nela dissolvido. Sua intensidade de ação é diretamente 
proporcional ao aumento de temperatura. Assim, quanta mais úmido e quente 
for o clima, mais intensa será a decomposição dos minerais que compõem as 
rochas. Em regiões onde a água é escassa, como, por exemplo, nos desertos 
as rochas sofrem mais intemperismo do tipo físico que químico, acontecendo o 
oposto nas regiões úmidas e quentes. 
Nunca essa água é pura (como a água destilada). Sempre nela estão 
dissolvidas certas quantidades de oxigênio, gás carbônico, e algumas 
substâncias orgânicas provenientes tanto do ar como da respiração de 
organismos. Isso auxilia na decomposição dos minerais que se processa com 
reações químicas produtoras de outros novos, denominados minerais 
secundários. Eles são de menor densidade que as minerais primários das 
rochas, destacando-se os argilominerais. 
As reações químicas provocam, na maior parte dos minerais, 
transformações que desmantelam o arranjo original dos cristais e, em 
conseqüência, desprendem alguns dos elementos químicos que estavam 
retidos na sua estrutura inicial. As reações químicas mais importantes são: 
a) Hidrólise - ataque, pela acidez da água, nas estruturas dos cristais.
b) Oxidação - desintegração de minerais mais comumente que possuem 
ferro mais solúvel (Fe2+) e móvel, transformando-o em óxidos pouco 
solúveis.
c) Redução - O oposto da oxidação: o ferro no estado menos solúvel 
(Fe3+), é dissolvido. 
d) Solubilização - dissolução completa (como, por exemplo, a da rocha 
calcária, que pode formar cavernas).
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 Oxidação e Redução
O oxigênio tem a máxima importância como agente de decomposição 
das rochas, especialmente por seus efeitos sobre os minerais de ferro. Os 
compostos ferrosos e manganosos se oxidam facilmente e passam a férricos e 
manganicos. Quando reduzidos, os compostos de ferro apresentam-se negros; 
esverdeados ou cinzas, enquanto que os férricos aparecem amarelos, 
brunados ou vermelhos. 
Não somente sobre as rochas se faz sentir a ação do intemperismo, mas 
também sobre os solos. Neles é necessário distinguir a zona de oxidação da 
zona de redução. Na primeira o contato com o oxigênio do ar promove 
fenômenos de oxidação que, em geral, são favoráveis para converter o solo em 
suporte para as plantas superiores. Na zona de redução, geralmente mais

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