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CA´LCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV 2017.2 – Turma M4 (Engenharia Mecaˆnica) – Prof. Joa˜o Alves Gabarito da 1a Avaliac¸a˜o Parcial Suma´rio Questa˜o 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Questa˜o 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Questa˜o 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Questa˜o 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Questa˜o 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Questa˜o 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Refereˆncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1 2 Questa˜o 1. [1,4 pt.] Calcule, caso exista, limn→+∞ an, sendo an igual a (a) (n2 + 3n+ 1)/(4n3 + 2). (b) ∑n k=2(1/3) k. Soluc¸a˜o. (a) lim n→+∞ n2 + 3n+ 1 4n3 + 2 = lim n→+∞ 1/n+ 3/n2 + 1/n3 4 + 2/n2 = limn→+∞(1/n+ 3/n2 + 1/n3) limn→+∞(4 + 2/n2) = 0 4 = 0. (b) n∑ k=2 ( 1 3 )k = n∑ k=0 ( 1 3 )k − 1− 1 3 = 1 1− 1/3 − 1− 1 3 = 3 2 − 4 3 = 9− 8 6 = 1 6 . � Questa˜o 2. [1,5 pt.] Calcule a soma da se´rie ∑+∞ k=0 1/[(4k + 1)(4k + 5)]. Soluc¸a˜o. +∞∑ k=0 1 (4k + 1)(4k + 5) = +∞∑ k=0 (4k + 5)/4− (4k + 1)/4 (4k + 1)(4k + 5) = +∞∑ k=0 [ 1 4(4k + 1) − 1 4(4k + 5) ] = +∞∑ k=0 (bk − bk+1), onde bk = 1 4(4k + 1) . 3 Portanto, trata-se de uma se´rie telesco´pica. Aplicando a fo´rmula: +∞∑ k=0 1 (4k + 1)(4k + 5) = b0 − lim k→+∞ bk = 1 4 · 0 + 1 − limk→+∞ 1 4(4k + 1) = 1 4 − 0 = 1 4 . � Questa˜o 3. [1,7 pt.] Estude a se´rie ∑+∞ k=0 k/(1 + k 4) com relac¸a˜o a con- vergeˆncia ou divergeˆncia. Soluc¸a˜o. Estudaremos esta se´rie por treˆs crite´rios diferentes. (Mas bastaria aplicar apenas um deles.) • Pelo crite´rio da integral: A func¸a˜o real f : R → R dada por f(x) = x/(1 + x4) estende a sequeˆncia {k/(1 + k4)}+∞k=0, e´ deriva´vel (logo cont´ınua) e positiva em R. Vamos estudar seu crescimento/decresci- mento. Derivando: f ′(x) = 1 · (1 + x4)− x · 4x3 (1 + x4)2 = 1− 3x4 1 + x4 . Estudando o sinal da derivada: f ′(x) < 0 ⇔ 1− 3x 4 1 + x4 < 0 ⇔ 1− 3x4 < 0 (pois 1 + x4 > 0) ⇔ x < − 4 √ 1 3 ou x > 4 √ 1 3 . Assim, f ′(x) < 0 para todo x > 4 √ 1 3 (inclusive para todo x ≥ 1). Consequentemente, f e´ positiva, cont´ınua e decrescente em [1,+∞). 4 Podemos enta˜o aplicar o crite´rio da integral.∫ +∞ 1 f(x) dx = ∫ +∞ 1 x 1 + x4 dx = lim t→+∞ ∫ t 1 x 1 + x4 dx = lim t→+∞ ∫ t 1 1 2 · 1 1 + (x2)2︸ ︷︷ ︸ 1/(1+u2) · 2xdx︸ ︷︷ ︸ du = 1 2 lim t→+∞ ∫ t2 1 1 1 + u2 du = 1 2 lim t→+∞ [arctanu]t 2 1 = 1 2 lim t→+∞ ( arctan t2 − pi 4 ) = 1 2 (pi 2 − pi 4 ) = pi 8 . A integral converge. Logo, a se´rie converge. • Pelo crite´rio da comparac¸a˜o: Para todo inteiro positivo k, e´ claro que k4 + 1 > k4 > 0 ∴ 0 < 1 k4 + 1 < 1 k4 ∴ k k4 + 1 < k k4 = 1 k3 . Ou seja, para k suficientemente grande (basta ser maior que zero), o k-e´simo termo da se´rie dada e´ menor do que o k-e´simo termo da se´rie∑+∞ k=1 1/k 3, a qual converge, pois e´ uma se´rie harmoˆnica de ordem 3 > 1. Enta˜o, pelo crite´rio da comparac¸a˜o, conclu´ımos que a se´rie∑+∞ k=0 k/(1 + k 4) converge. • Pelo crite´rio do limite: Sejam ak = k/(1+k4) e bk = 1/k3. (A escolha de bk foi baseada na observac¸a˜o de que a parcela 1 no denominador de ak influi muito pouco no valor de ak, de modo que ak aproxima-se de k/k4 = 1/k3 para k grande.) Temos: lim k→+∞ ∣∣∣∣akbk ∣∣∣∣ = limk→+∞ ∣∣∣∣ k1 + k4 · k31 ∣∣∣∣ = limk→+∞ k41 + k4 = lim k→+∞ 1 1/k4 + 1 = 1 0 + 1 = 1. Como a sequeˆncia {|ak/bk|}∞k=1 converge para um nu´mero positivo, o crite´rio do limite nos diz que ou ambas as se´ries ∑ ak e ∑ bk conver- gem, ou ambas divergem. Mas como ∑ bk converge, pois e´ uma se´rie harmoˆnica de ordem 3 > 1, resulta que ∑ ak converge. � 5 Questa˜o 4. [2,0 pt.] Determine o domı´nio da func¸a˜o real f dada por f(x) =∑+∞ n=2 x n/ lnn. Soluc¸a˜o. O domı´nio de f e´ o conjunto de todos os x ∈ R onde a se´rie∑ xn/ lnn converge. Definindo an(x) = x n/ lnn, temos: lim n→+∞ ∣∣∣∣an+1(x)an(x) ∣∣∣∣ = limn→+∞ ∣∣∣∣xn+1/ ln(n+ 1)xn/ lnn ∣∣∣∣ = |x| lim n→+∞ ∣∣∣∣ lnnln(n+ 1) ∣∣∣∣ = |x| lim n→+∞ 1/n 1/(n+ 1) (por L’Hospital) = |x| lim n→+∞ n+ 1 n = |x|. Da´ı, pelo teste da raza˜o, se |x| < 1, enta˜o ∑+∞n=2 xn/ lnn converge. E se |x| > 1, enta˜o ∑+∞n=2 xn/ lnn diverge. Assim, o raio de convergeˆncia desta se´rie e´ R = 1. Isto tambe´m pode ser calculado mais diretamente pela fo´rmula: R = lim n→+∞ ln(n+ 1) lnn = lim n→+∞ 1/(n+ 1) 1/n (por L’Hospital) = lim n→+∞ n n+ 1 = lim n→+∞ ( 1 + 1 n )−1 = [ lim n→+∞ ( 1 + 1 n )]−1 = 1−1 = 1. Resta saber o que acontece quando |x| = 1. Isto e´, quando x = −1 ou x = 1. • x = −1. Nesse caso, ∑ an(x) = ∑(−1)n/ lnn. Esta e´ uma se´rie alternada. A sequeˆncia {1/ lnn} e´ positiva em todos os seus ter- mos, converge para zero (pois limn→+∞ lnn = +∞) e e´ decrescente (pois {lnn} e´ crescente). Enta˜o, pelo crite´rio da se´rie alternada,∑ (−1)n/ lnn converge. • x = 1. Nesse caso, ∑ an(x) = ∑ 1/ lnn. Para estudar esta se´rie, vamos compara´-la com a se´rie harmoˆnica ∑ 1/n, a qual ja´ sabemos que diverge. 6 – Crite´rio da comparac¸a˜o: A func¸a˜o g(x) = x− lnx e´ positiva em x = 1 e possui derivada g′(x) = 1−1/x positiva para todo x > 1. Logo, n > lnn e enta˜o 1/ lnn > 1/n pra todo n ∈ N∗. Da´ı, pelo crite´rio da comparac¸a˜o, conclu´ımos que ∑ 1/ lnn diverge. – Crite´rio do limite: lim n→+∞ 1/ lnn 1/n = lim n→+∞ n lnn = lim n→+∞ 1 1/n (por L’Hospital) = lim n→+∞ n = +∞. Isto mostra que as somas parciais da se´rie ∑ 1/ lnn crecem muito mais ra´pido do que as da se´rie ∑ 1/n. Portanto, ∑ 1/ lnn di- verge. Assim, o domı´nio de f e´ o conjunto de todos os x tais que |x| < 1 ou x = −1. Ou seja, o domı´nio e´ o intervalo [−1, 1). � Questa˜o 5. [1,5 pt.] Determine os valores de x para os quais a se´rie ∑+∞ n=1 e nx e´ convergente. Soluc¸a˜o. Para cada valor de x, a se´rie ∑ enx e´ uma se´rie geome´trica de raza˜o ex. Como tal, diverge se |ex| ≥ 1 e converge se |ex| < 1. Como ex e´ sempre positivo, a afirmac¸a˜o da frase anterior equivale a dizer que a se´rie diverge se ex ≥ 1 e converge se ex < 1. Isto pode ser confirmado pelos crite´rios da raza˜o e da raiz, por meio dos limites lim n→+∞ ∣∣∣∣an+1(x)an(x) ∣∣∣∣ = limn→+∞ ∣∣∣∣e(n+1)xenx ∣∣∣∣ = limn→+∞��enxex��enx = limn→+∞ ex = ex e lim n→+∞ n √ |an(x)| = lim n→+∞ n √ |enx| = lim n→+∞ n √ (ex)n = lim n→+∞ ex = ex, onde an(x) = e nx. Portanto, ∑ enx converge se e somente se x < 0. � 7 Questa˜o 6. [1,9 pt.] Determine o domı´nio da func¸a˜o f dada por f(x) = limn→+∞ fn(x), onde fn(x) = enx. Esboces os gra´ficos de fn (para os primei- ros valores de n) e de f . Soluc¸a˜o. Para cada valor de x, {enx}∞n=0 e´ uma progressa˜o geome´trica de raza˜o ex. Como tal, converge para −1 < ex ≤ 1 e diverge para ex ≤ −1 ou ex > 1. Como ex e´ sempre positivo, isto equivale a dizer que a sequeˆncia converge para ex ≤ 1 e diverge para ex > 1. Ouseja, converge para x ≤ 0 e diverge para x > 0. Enta˜o o domı´nio de f e´ o intervalo I = (−∞, 0]. A convergeˆncia e´ para zero se x < 0 e e´ para 1 se x = 0. Portanto, f e´ iden- ticamente nula em (−∞, 0), mas tem descontinuidade em x = 0, assumindo o valor 1 nesse ponto. Os gra´ficos de f0, f1, f2, f3 e f sa˜o mostrados na Figura 1. � Refereˆncias [1] Guidorizzi, H.L., Um Curso de Ca´lculo, vol. 4, 5a ed., 2002. LTC, Rio de Janeiro – RJ 8 Figura 1. Gra´ficos das func¸o˜es f0, f1, f2, f3 e f da Questa˜o 6. Observe que o gra´fico de f e´ a parte negativa do eixo x unida com o ponto (0, 1). Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Referências
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