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O filme Obrigado por Fumar

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FACULDADE MILTON CAMPOS
RESENHA APRESENTADA A DISCIPLINA DE PORTUGUÊS INSTRUMENTAL DO PROFESSOR ALEXANDRE VELOSO DE ABREU
 
FIAMA TOMAZIA VICENTINA DA SILVA 
NOVA LIMA
2018
O filme Obrigado por Fumar, e resignado nos EUA, em 2005, dirigido por Jason Reitman, nos leva a reflexão de diversos temas polêmicos como a liberdade de escolha, a importância da argumentação, a influencia da mídia ao consumo e formação de opinião, a responsabilidade social, flexibilidade da moral, valores, o interesse do capital, o relacionamento entre pais e filhos. 
 
Nick Naylor (Aaron Eckhart), o protagonista do filme, separado de sua mulher e preocupado com a educação de seu filho de 12 anos. E o representante de uma grande organização de produtores de tabaco, a Academia de Estudos do Tabaco, atuando com relações publicas, gerando um raciocínio rápido e uma poderosa argumentação com o propósito de defendê-la. 
 Nick Naylor representa a indústria tabagista e inicia uma desavença contra diversas entidades e segmentos da sociedade liderados pelo influente senador Ortolan Finistirre (William Macy) que aprovar uma Lei que obriga a indústria tabagista a incluir em seus rótulos o símbolo de uma caveira e argumentam em programas de TV e jornais sobre os problemas causados pela produção e distribuição de seu produto. 
Para defender a tese de que os problemas provocados não são tão prejudiciais a saúde e gerando a idéia de beneficio e prazeres que levam as pessoas á consumir o produto. Nick Naylor participa de programas de debates em TV, faz palestras em escolas, promove campanhas publicitárias e se desdobra para fazer com que cada vez mais o Maximo de pessoas consuma o tabaco, argumentando de forma persuasiva, que as pessoas têm o direito a livre escolha, desprezando a ética e manipulando informações, mas em outro lado, se preocupa em ser um bom exemplo para seu filho pré- adolescente Joey. 
Nick promove encontros freqüentes com outros indivíduos, Polly (Maria Bello) uma representante das corporações de bebidas e Bobby Jay (David Koechner) das indústrias de armamentos e se autodenominam os “Mercadores da Morte”, com o objetivo de verificar argumentações e ajustar planejamentos estratégicos, não muito éticos, em uma das cenas do filme, há uma placa na parede do bar onde eles estão, lê-se ironicamente: 
 “orgulhe-se América, temos o melhor governo, o dinheiro 
 pode tudo”.
Nick ao mesmo tempo em que planeja uma campanha contra o tabagismo entre adolescentes, cria a estratégia de recolocar a imagem do cigarro nas telas dos cinemas, vista a grande influencia, mas não investe apenas nesta área, leva pessoalmente uma maleta cheia de suborno ao ex interprete do Cowboy Marlboro, Lome Lutch (Sam Elliott), diagnosticado com câncer, para que se cale diante da mídia. 
A cena onde Nick esta passeando com o filho em Los Angeles,durante uma conversa, fala: 
 “E o meu trabalho, sou lobista.
 Eu sei, mas, estudou pra fazer isto? – responde o filho Joey.
 Não, aprendi no decorrer das coisas.
 Então qualquer um pode fazer isso? – pergunta o filho.
 Não, isso precisa de uma flexibilidade moral, do qual as 
 “Pessoas carecem muito.”
Nick sofre um seqüestro, em que vários adesivos de nicotina são aplicados nele, para que morra, pelo produto causador de milhares de mortes ao ano, portanto por ser fumante e ter desenvolvido uma tolerância a nicotina, ele sobrevive. Na qual ele conhece a repórter Heaher Holloway (Katie Holmes), bem sedutora, acaba se envolvendo e contando-lhe todo o processo das praticas lobistas, incluindo das corporações de bebidas e armamentos, alem de contar-lhe o suborno ao ex cowboy e o plano de divulgação da imagem do cigarro na indústria cinematográfica. 
Com a divulgação de seus segredos e manipulações, foi detestado pela sociedade, alem de ser acusado pela jornalista de distorcer o caráter de seu filho, induzindo seu filho a adotar um comportamento antiético e imoral, o que lhe leva a demissão do seu cargo. 
Deprimido e sem rumo, em seu filho encontra o apoio para se reerguer e retomar o seu lugar nas empreitadas corporativistas, durante uma entrevista coletiva, num excesso de moral promete arrumar o mal provocado nas pessoas afetadas com a divulgação da reportagem, ate menciona o seu relacionamento coma a repórter e afirma que vai comparecer a reunião do senado, na qual devido a sua eximia oratória e a argumentação sobre a inutilidade da imagem fixada nos maços e clamando a liberdade individual, consegue reverter o quadro desfavorável a indústria do tabaco, com a reprovação da Lei de autoria do senador Finistirre. 
Com isso acaba sendo chamado de volta ao seu antigo cargo, que não a aceita dando prioridade ao seu filho ao pai presente e operando em outras frentes, como dar assessoria a futuros Naylores, o que rende uma ótima cena ao final do filme.
Quanto aos “Mercadores da Morte”, continuam se reunindo no mesmo bar, na mesma mesa, agora com mais três lobistas de diferentes áreas. Ao final aparece a repórter Heaher Holloway cobrindo uma tempestade tropical, adequadamente rebaixada de posto. 
A colocação no UOL de Marcelo Hessel e interessante, na qual se escreve “E de se condenar essa moral maleável? Há momentos em que Jason Reitman vende a idéia de que liberdade de escolha existe sim o seu lobista chega perto de se heroificar”. 
Tem momentos, no filme, que você julga as formas de atuação de Nick Naylor e outros que torcer por ele, ai fica a pergunta como torcer por um manipulador? Talvez o motivo esteja escrito naquela placa pendurada no bar onde os lobistas se reuniam. O poder do capital se manifesta das formas mais diversas, comportarem meios habilidosos, constantemente amorais e sem o menor sentido de responsabilidade social. 
A ética por varias vezes e colocada de lado, quando o interesse e o capital, que motiva a influencia da mídia ao consumo e a formação de opinião, na qual se você fumar, você tem classe e se fumar uma marca determinada você “encontra o sabor a mais, o sucesso ou um estilo de vida”. 
Referencias 
De Buckley, Christopher. Obrigado por fumar. São Paulo: Companhia das letras. 1996. P 309.

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