Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANÁLISE DE BALANÇOS E INDICADORES DE DESEMPENHO Ching sintetiza o interessa de cada um dos usuários das demonstrações financeiras na seguinte tabela: 1. Usuários das demonstrações financeiras Usuário Questões Proprietários Rentabilidade, valor do negócio? Aumentar ou diminuir investimentos? Administradores Que operações devem ser incrementadas/ reduzidas? Fornecedores Aumentar ou diminuir crédito? Bancos Ceder empréstimos? Governo IR calculado corretamente? Funcionários A empresa é lucrativa? Concorrentes Vendas, margens de lucro, rentabilidade? Fonte: Ching, H.Y. Contabilidade & Finanças para não especialistas. Pág. 100 • Podemos acrescentar mais um grupo de usuário: cliente. Rentabilidade? Capacidade de entrega dos produtos / serviços contratados? • Qualquer que seja a necessidade do usuário, a análise das demonstrações financeiras permite avaliar: capacidade de liquidez – situação financeira estrutura patrimonial – origem dos recursos (capital próprio ou de terceiros). rentabilidade do negócio – retorno sobre o investimento realizado 1. Usuários das demonstrações financeiras Balanço Patrimonial 2. Estrutura das demonstrações financeiras Investimento Total Capital próprio Capital de terceiros ATIVO PASSIVO + PL Circulante - até 360 dias Circulante - até 360 dias Disponível Fornecedores a pagar Contas a receber Funcionários a pagar Estoque Impostos a pagar Despesas Antecipadas Empréstimos a pagar Não Circulante Passivo não circulante Realizável a longo prazo Permanente Patrimônio Líquido Investimento Capital Social Imobilizado Reservas Diferido Lucros acumulados • Despesas antecipadas – decorrem de pagamentos antecipados de despesas que gerarão benefícios no exercício futuro. Exemplos: seguros, assinaturas de revistas e jornais etc. • Ativo Diferido – são os ativos intangíveis que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social. Exemplos: gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, gastos pré-operacionais, gastos para implantação de sistemas etc. 2. Estrutura das demonstrações financeiras • Investimentos – i) participações permanentes em outras sociedades ou ii) outros ativos que não se destinam às operações (como obras de arte, terrenos). • Os investimentos são avaliados por um dos 2 métodos: • Custo – os valores de aquisição se alteram somente se há o reconhecimento de perdas permanentes. • Equivalência Patrimonial. • Equivalência patrimonial – os resultados e quaisquer variações patrimoniais de uma coligada ou controlada são contabilizados no momento de sua ocorrência (com base nas demonstrações de resultados das coligadas ou controladas). 2. Estrutura das demonstrações financeiras • Os valores absolutos dificultam a “leitura” das demonstrações financeiras. • Análises horizontal e vertical acrescentam números relativos (%) aos absolutos. • Na análise horizontal verifica-se a evolução – crescimento ou redução – de uma rubrica da demonstração financeira, de um período (mês, ano etc) para outro. A lei das S.A.s obriga que a publicação dos balanços contenha dados de 2 anos, permitindo, assim, analisar a evolução das contas, de um ano para outro. • Na análise vertical verifica-se a participação relativa (%) de cada item - ativo, passivo ou despesa - sobre o total. 3. Análise horizontal e vertical 3. Análise horizontal 3. Análise horizontal 3. Análise vertical 3. Análise vertical 4. Análise através de índices Consiste na relação entre contas ou grupo de contas do Balanço e da Demonstração de Resultado, a fim de se evidenciar a situação da empresa quanto a liquidez, estrutura de capital e rentabilidade. Comparação dos índices no tempo - A comparação de índices de dois períodos diferentes também enriquece a análise das demonstrações financeiras. A comparação com padrões do segmento propicia as melhores conclusões sobre a situação econômico-financeira, visto que, dependendo do negócio, a estrutura de capitais, bem como a liquidez podem assumir características distintas. Inúmeros são os índices possíveis de se calcular. A seguir, apresentamos alguns deles. 5. Índices de Liquidez Indicam a situação financeira de uma empresa, ou seja, a sua capacidade pagar as dívidas. Liquidez Corrente = Ativo Circulante(*) Passivo Circulante (*) (*) O circulante também é chamado de corrente Indica quanto existe de ativo circulante para cada $ 1 de dívida a curto prazo. Quanto maior, melhor é a capacidade de pagamento. 5. Índices de Liquidez Liquidez Corrente = Ativo Circulante(*) Passivo Circulante (*) (*) O circulante também é chamado de corrente Se: Denota: Liquidez Corrente > 1 Capital Circulante Líquido Positivo Liquidez Corrente = 1 Capital Circulante Líquido Nulo Liquidez Corrente < 1 Capital Circulante Líquido Negativo 5. Índices de Liquidez Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoque – Despesas Antecipadas Passivo Circulante O índices revela o percentual das dívidas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez. Exemplo: Se o índice de Liquidez Seca for igual a 1,10, entende- se que, para cada $ 1,00 de dívidas circulantes (curto Prazo), a empresa mantém $1,10 de ativos monetários circulantes. 5. Índices de Liquidez Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoque – Despesas Antecipadas Passivo Circulante Quanto maior, melhor é a capacidade de pagamento. Se o índice de liquidez seca é ruim mas a empresa possui estoques de produtos acabados (não obsoletos ou deteriorados) em condições de venda rápida, pode indicar uma boa situação financeira. 5. Índices de Liquidez Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a longo prazo Passivo Circulante + Exigível a longo prazo Retrata a saúde financeira da empresa de curto e longo prazo. Revela, para cada $ 1,00 de dívidas totais, quanto a empresa registra de ativos de mesma maturidade. Também é usada como uma medida de segurança financeira da empresa a longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos seus compromissos. Quanto maior, melhor é a capacidade de pagamento. 5. Índices de Liquidez Liquidez Imediata = Disponível Passivo Circulante Reflete a porcentagem, das dívidas a curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de reduzida rentabilidade. Pouco significado apresenta para os analistas externos. 35.581,004.724,00 Capacidade de Pagamento a Curto Prazo Qual valor da Liquidez Corrente? Capacidade de Pagamento a Curto Prazo Qual valor da Liquidez Seca? Capacidade de Pagamento em Prazo Imediato Qual valor da Liquidez Imediata? Capacidade de Pagamento a Longo Prazo Qual valor da Liquidez Geral? Análise dos índices Para uma ampla e correta análise de liquidez da empresa é aconselhável o estudo dos 4 índices de forma simultânea e comparativa, sempre observando quais são as necessidades da empresa, qual o ramo do mercado em que ela está inserida e quais as respostas que os gestores procuram ao calcular estes índices. Um balanço patrimonial bem estruturado com a correta classificação das contas pela contabilidade irá gerar índices de qualidade para uma melhor tomada de decisão dos gestores. 6. Análise de Rotatividade / Atividade Utilizados para medir a velocidade de renovação de estoques, o recebimento de clientes ou o pagamento de fornecedores. Prazo médio de estocagem Tempo necessário para completar a renovação dos estoques. Prazo médio de pagamento de fornecedor Revelao tempo que a empresa leva para quitar suas dívidas com os fornecedores. Prazo médio de cobrança Revela o tempo que a empresa dispõe para receber suas vendas realizadas a prazo. 7. Índices de Endividamento e Estrutura de capital Relação de CT/CP = Exigível Total* ...................Patrimônio Líquido *Capital de terceiros: Passivo Circulante mais Exigível a longo prazo. Indica a relação entre capital de terceiros e capital próprio. Quanto menor, melhor, pois menor é a dependência do capital de terceiros para a manutenção da operação e, consequentemente, menor é o nível de despesas financeiras. Entretanto, se o juro pago pelo capital de terceiros for menor do que lucro sobre o capital próprio, é vantajoso para a empresa (conceito de alavancagem financeira). Relação de CT/Ativo Total= Exigível Total* Ativo Total *Capital de terceiros: Passivo Circulante mais Exigível a longo prazo. Mede a porcentagem dos recursos totais da empresa que se encontra financiada por capitais de terceiros. Para cada $1,00 de recursos investidos em seus ativos, representa quanto provém das fontes de financiamento não próprios. 7. Índices de Endividamento e Estrutura de capital Imobilização de PL = Ativo Permanente recursos permanentes Exigível a Longo prazo + Patrimônio Líquido Indica quanto do capital próprio está investido no ativo permanente. Quanto menor, melhor. Quando menor do que 100%, significa que o capital próprio, além de financiar os investimentos em ativo permanente, ainda gera recursos para o capital circulante. Logo, indica uma folga financeira. Em empresas de capital intensivo, como siderúrgicas, hidroelétricas etc, é normal que esse índice seja superior a 100%, ou seja, há necessidade de recursos de terceiros para investimento. 7. Índices de Endividamento e Estrutura de capital 8. Índices de rentabilidade Giro do ativo = Receita Líquida Ativo Total Indica quanto a empresa vendeu para cada $ de investimento total (próprio e de terceiros). Quanto maior, melhor. Indicam o retorno dos investimentos realizados. Giro do PL = Vendas Líquida PL Margem Líquida = Lucro Líquido Vendas Líquidas Indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos. 8. Índices de rentabilidade Margem Operacional Total= Lucro Operacional após o IR Vendas Líquida Indica quanto a empresa vendeu para cada $ de investimento próprio. Indica quanto a empresa vendeu para cada $ de investimento próprio. Quanto maior, melhor. 8. Índices de rentabilidade Qual foi a taxa de rentabilidade obtida pelo Capital Próprio investido na empresa, isto é, quanto a empresa ganhou de lucro líquido para cada real de Capital Próprio investido. Interpretação : Para cada $ 1,00 de recursos próprios (PL) investidos na empresa, quanto os proprietários auferem de retorno. Retorno sobre PL (ROE) = Lucro Líquido Patrimônio Liquido Médio Patrimônio Líquido médio = (PL Inicial + PL Final) ÷ 2 8. Índices de rentabilidade Retorno do Ativo (ROA) = Lucro Operacional (Liq. IR) Ativo Total Médio Ativo Total Médio = (AT Inicial + AT Final) ÷ 2 Pode ser interpretado como o custo financeiro máximo que uma empresa poderia incorrer em suas captações de fundos. Quanto maior, melhor. 8. Índices de rentabilidade Retorno sobre o investimento (ROI) = Lucro Operacional (Liq. IR) Investimento Médio Investimento médio = (I Inicial + I Final) ÷ 2 É usado para avaliar o retorno produzido pelo total de recursos aplicados por acionistas e credores nos negócios. Investimento equivale aos recursos deliberadamente levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. Quanto maior, melhor. 9. Indicadores de análise de ações Avaliam os reflexos do desempenho do empresa sobre suas ações. Lucro por Ação (LPA) = Lucro Líquido Número de Ações Emitidas Ilustra o lucro auferido por cada ação emitida pela empresa. 9. Indicadores de análise de ações Índice Preço Lucro (P/L) = Preço de mercado de aquisição da ação Lucro por ação (LPA) Indica o número de anos (exercícios) que um investidor tardaria em recuperar o capital aplicado na ação. As ações com alto (P/L) transmitem geralmente menos riscos e também menos lucratividade esperada, se comparadas com papéis com P/L mais baixos. Exercício do Livro – 1 Questão A razão principal de calcular o índice P/L é tornar comparável para os investidores duas ou mais ações de empresas de diferentes setores. Se uma ação tiver um P/L duas vezes maior do que de uma outra ação, este provavelmente é um investimento menos atrativo. Quanto mais baixo for o índice, mais alto é o seu risco. P/L mais alto revelam menor risco ao investidor O índice ilustra o benefício auferido por ação emitida pela empresa, ou seja, o resultado líquido obtido em determinado período. Exercício do Livro – 2 Questão Investimento Total = $25,7 Bi Dívida Onerosa = $ 15 Bi Vendas Líquidas = $28,3 Bi Margem Líquida = 15 % Margem Líquida = LL/Vendas = 0,05 LL/28,3 = 0,15 LL = 4,245 Patrimônio Líquido = Investimento Total – Dívida Onerosa PL= 25,7 – 15 = 10,7 ROE= LL/PL ROE = 4,245/ 10,7 = 39,67% Exercício do Livro – 3 Questão Liquides Corrente = AC/PC LC = 15000/13300 = 1,13 Liquides Seca = AC – Estoque /PC LC = 15000 – 11500/13300 = 0,26 O resultado deste índice será invariavelmente menor ao de liquidez corrente, sendo cauteloso com relação ao estoque para a liquidação de obrigações. Maior que 1: Resultado que demonstra folga no disponível para uma possível liquidação das obrigações. Se igual a 1: Os valores dos direitos e obrigações a curto prazo são equivalentes Se menor que 1: Não haveria disponibilidade suficientes para quitar as obrigações a curto prazo, caso fosse preciso. Exercício do Livro – 4 Questão d) A eficácia do Giro do Ativo
Compartilhar