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PROCESSAMENTO DE MATERIAL HISTOLÓGICO UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE Professora. Claudenice Rodrigues PROCESSAMENTO Introdução O procedimento mais utilizado no estudo dos tecidos ; É a preparação de cortes histológicos que podem ser examinados com o auxílio de um microscópio. Este processo consiste numa série de etapas que busca a obtenção de um corte que preserve ao máximo as características da estrutura viva, além de uma longa vida útil. ETAPAS DO PROCESSAMENTO Obtenção de amostras (Eutanásia) Fixação Desidratação Diafanização Impregnação Inclusão Microtomia Coloração Montagem Coleta de amostras Eutanásia e retirada de órgãos Intervalo entre óbito e processamento: entre 2h e 6h, quanto maior o tempo mais as células se degradam e mudam sua estrutura; Dimensão do fragmento: na amostra em 3 dimensões, uma das superfícies precisa ter no máximo 5mm, para que a peça consiga receber a substancia a qual foi mergulhada para conseguir ser conservada; Formato: reto; Instrumento de corte: lamina de bisturi; Limpeza do fragmento; Cuidados durante a manipulação; Acondicionamento e identificação: cacete, plástico, vidro; Coleta de amostras Fixação Função: Preservação de uma amostra de material biológico o mais próximo do seu estado natural por meio de um fixador adequado. Fixadores são substancias químicas que mantém a integridade do tecido após a morte do animal. As finalidades básicas dos fixadores são: ▪ Evitar alterações da constituição química celular, fixar proteínas, inativar enzimas proteolíticas responsáveis pelos fenômenos de autólise e permitir o estudo da célula como se estivesse in vivo. ▪ A característica da fixação é o endurecimento do tecido. ▪ O fixador usual é o FORMOL A 10% NEUTRALIZADO. ▪ O formol é uma mistura homogênea composta por água e pelo menor aldeído existente, o metanal. Propriedades de um bom fixador Facilidade de penetração; Atuação sobre enzimas intracelulares; Ação sobre microrganismos; Capacidade de insolubilizar constituintes celulares; Efeitos sobre a peça: encolhimento/dilatação, enrijecimento, distorção da arquitetura, ligação a corantes. Fixadores Comumente Utilizados Formalina a 10% tamponada Ácido pícrico Bicromato de potássio Ácido acético Álcool etílico absoluto Clorofórmico Glutaraldeido Tetróxido de ósmio ▪ Combinações de agentes fixadores (mistura fixadora) ➢ Bouin ➢ Helly ➢ Zenker ➢ Carnoy CUIDADOS ESPECIAIS DURANTE A FIXAÇÃO Relação volume de fixador/ volume de amostra: usar um volume 20 vezes maior de formol do que o tamanho da peça; Tempo de exposição de fixador: mínima de 24h; Imersão completa do fragmento: ao ser imerso na substancia vários fragmentos, devido à baixa densidade ou a presença de ar, pode ter parte de sua amostra absorvido o fixador ou não; Espessura do tecido; Descalcificação Definição: remoção dos sais de cálcio que se encontram depositados nos tecidos orgânicos sem alteração da sua estrutura celular. Justificativa: A descalcificação, por remover os sais de cálcio, se faz necessária para tecidos mineralizados, pois os cristais cálcio destroem o fio da navalha, criando dentes que impedem a confecção de bons cortes e levam ‡ formação de artefatos técnicos, impedindo a análise histológica adequada. Agentes descalcificadores: ➢ Nítrico, ➢ Fórmico, ➢ Tricloacético, ➢ Clorídrico, ➢ Pícrico, ➢ EDTA, ➢ Sulfossalicílico. Escolha do descalcificador: A escolha do método de descalcificação depende da urgência, do grau de mineralização, do interesse da investigação, das técnicas de coloração que se pretende empregar e do tipo de fixador utilizado. Quanto mais rápida for a ação de um descalcificador, pior será a preservação morfológica do tecido. Desidratação Definição: A desidratação consiste na remoção da água dos tecidos, pois as substâncias previamente utilizadas para inclusão em parafina não se combinam homogeneamente com a água. Soluções empregadas: ➢ Álcool ➢ Acetona ➢ Éter ➢ Clorofórmio ➢ Óxido propileno Cuidados especiais: Uso de reagentes de qualidade confiável: se a amostra continuar com presença de água, todo o procedimento será prejudicado; Respeito aos períodos adequados: 6h à 24h dependendo do tamanho da peça. Procedimento: submersão sucessiva de concentrações crescentes de álcool. Relação volumétrica: O volume de álcool utilizado deverá ser de 10 a 20 vezes maior que o volume da peça. Turvação do solvente Prolongamento do tempo de exposição: de 1h à 6h dependendo do volume. Riscos de manipulação e destinação dos reagentes. Impregnação Definição: preenchimento interno da amostra com parafina liquida. ➢ Parafina penetra nos vasos, nos espaços intercelulares e no interior das células, impregnando o tecido e tornando mais fácil a obtenção dos cortes. Cuidados especiais • Com a estufa: ajuste e verificação da temperatura (60º C), frequência de abertura; • Com a parafina: filtração e fusão completa; • Com o fragmento: identificação e temperatura da estufa . • Processamento automático ou manual Inclusão Definição: A inclusão se baseia em colocar, os tecidos que foram previamente infiltrados em parafina no interior de um molde que já contém parafina líquida com a superfície a ser seccionada (a ser cortada ao micrótomo) para baixo Cuidados especiais: • Posicionamento da amostra no bloco • Identificação da amostra • Resfriamento progressivo do bloco • Conservação em baixa temperatura • Reciclagem da parafina Microtomia Definição: Para permitir a análise dos tecidos ao microscópio de luz, eles devem ser seccionados em fatias bem finas e uniformes. A espessura ideal varia de acordo com o objetivo de estudo; Recomenda -se a espessura de 4 a 5 mm na rotina dos laboratórios. O instrumento capaz de confeccionar cortes com tal precisão é o micrótomo. Considera-se, ainda, que em alguns modelos possua duas manivelas, uma manivela de ajuste e outra de corte. Tipos de micrótomo: rotativo, corrediça, ultramicrotomo, e congelamento. MICROTOMIA Coloração Definição: A utilização de corantes é fundamental para visualizar os tecidos ao microscópio de luz. Após a microtomia, as células e o material extracelular são habitualmente transparentes e os corantes melhoram a visualização das estruturas teciduais. Corantes: Corantes são compostos orgânicos aromá ticos formados pelo cromógeno e autódromo e coram seletivamente os componentes teciduais, como as células e a matriz extracelular. De acordo com a carga única, os corantes podem ser ácidos, básicos ou neutros. As colorações podem se caracterizar segundo a ação: • Diretas: quando o corante penetra no interior dos tecidos sem tratamento intermediário com mordente. • Indiretas: quando é necessário um tratamento intermediário com uma solução mordente para o corante se ligar ao tecido durante a coloração. Podem ser classificadas segundo o Tempo: Progressiva: a coloração é feita gradualmente sem a necessidade de se proceder sua diferenciação, isto é, que seja retirado o excesso do corante. Regressiva: hipercora-se o tecido e posteriormente remove-se seu excesso pela diferenciação para melhor visualização dos elementos teciduais. Passos pré e pós Coloração • Captação do corte distendido e distensão complementar; • Desparafinização e hidratação; • Coloração; • Desidratação e diafanização finais; • Montagem Montagemdos cortes • Preparo das laminas e lamínulas: lavagem, conservação e secagem; • Preparo e aplicação da substancia adesiva; • Montagem da lamínula.