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Programas de Saúde e Segurança do Trabalho completa

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Programas de 
Saúde e Segurança 
do Trabalho
Renato Marco
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Programas de Saúde e 
Segurança do Trabalho, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendiza-
do dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar 
aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 SAÚDE DO TRABALHADOR E SEGURANÇA DO TRABALHO .................................. 7
1.1 Segurança do Trabalho ..................................................................................................................................................7
1.2 Higiene Ocupacional ......................................................................................................................................................8
1.3 Higiene Ocupacional e Outros Ramos de Atividades Afins.............................................................................9
1.4 SESMT ...................................................................................................................................................................................9
1.5 Programas de Saúde e Segurança do Trabalho ................................................................................................10
1.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................10
1.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................10
2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) .......................... 11
2.1 Definição ..........................................................................................................................................................................11
2.2 Estrutura do PPRA ........................................................................................................................................................12
2.3 Desenvolvimento do PPRA .......................................................................................................................................13
2.4 Responsabilidades/Âmbito do PPRA ....................................................................................................................17
2.5 Informações ....................................................................................................................................................................17
2.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................18
2.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................19
3 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) ........... 21
3.1 Responsabilidades Relativas ao PCMSO ..............................................................................................................22
3.2 Desenvolvimento do PCMSO ...................................................................................................................................23
3.3 Atestado de Saúde Ocupacional ............................................................................................................................24
3.4 Planejamento Anual do PCMSO .............................................................................................................................25
3.5 Procedimentos de Avaliação Médica ....................................................................................................................25
3.6 Integração entre PCMSO e PPRA ............................................................................................................................26
3.7 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................27
3.8 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................27
4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) ............................. 29
4.1 Objetivo ............................................................................................................................................................................29
4.2 Constituição ....................................................................................................................................................................29
4.3 Organização ....................................................................................................................................................................30
4.4 Atribuições ......................................................................................................................................................................31
4.5 Funcionamento .............................................................................................................................................................32
4.6 Treinamento....................................................................................................................................................................33
4.7 Processo Eleitoral ..........................................................................................................................................................33
4.8 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................34
4.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................34
5 ERGONOMIA ........................................................................................................................................... 35
5.1 Levantamento, Transporte e Descarga Industrial de Peso ...........................................................................35
5.2 Mobiliário dos Postos de Trabalho .........................................................................................................................36
5.3 Equipamentos dos Postos de Trabalho ................................................................................................................37
5.4 Organização do Trabalho...........................................................................................................................................38
5.5 Condições Ambientais de Trabalho .......................................................................................................................395.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................40
5.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40
6 OUTROS PROGRAMAS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................. 41
6.1 Programa de Conservação Auditiva (PCA) ..........................................................................................................41
6.2 Programa de Proteção Respiratória (PPR) ...........................................................................................................42
6.3 Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) ....................................................................................................43
6.4 O PCMAT na Indústria da Construção ...................................................................................................................43
6.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................44
6.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................44
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................... 45
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 47
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 51
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral da disciplina Programas de Saúde e Segurança do Trabalho é o de lhe oferecer subsí-
dios para a compreensão dos processos de elaboração, planejamento e controle de programas de saúde 
e segurança do trabalho, assim como o entendimento da importância de registros documentais relacio-
nados à saúde e segurança do trabalho para a redução ou eliminação de doenças e acidentes de trabalho 
e a manutenção da saúde e segurança do trabalhador.
O domínio de conceitos básicos de Programas de Saúde determinados pelo governo discutidos 
nesta disciplina será facilitador para o desenvolvimento do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA), da Análise Ergonômica do Trabalho (AET), do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-
nal (PCMSO), de processos relacionados à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), bem como 
outros programas de saúde e segurança do trabalho complementares aos citados.
Ao longo deste estudo, também será ofertada a compreensão das relações entre o PPRA e o PCM-
SO, além de outros programas de SST.
Com base nas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e em outros 
documentos legais, são traçados comentários que facilitarão a compreensão e aplicação dos principais 
itens e subitens da legislação.
Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desta jornada, que esperamos contribua com seu cresci-
mento profissional e avanços das condições de trabalho em favor da melhoria da qualidade de vida para 
todos os indivíduos.
Renato Marco
INTRODUÇÃO
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7
A saúde do trabalhador é parte integran-
te de uma área da Saúde Pública que tem como 
principal objetivo o estudo e a intervenção nas 
relações entre trabalho e saúde. Isso se dá pela 
promoção e proteção do trabalhador através de 
determinadas ações de vigilância de riscos am-
bientais e das condições de trabalho, de agravos 
à saúde do trabalhador e da organização e assis-
tência aos trabalhadores.
SAÚDE DO TRABALHADOR E 
SEGURANÇA DO TRABALHO1
Adentramos, assim, no campo da Higiene 
Ocupacional e da Segurança do Trabalho, temas 
que têm se desenvolvido com evidentes melho-
rias para todos com promoção da qualidade de 
vida dos trabalhadores ao mesmo tempo que se 
dão as melhorias do ambiente de trabalho.
1.1 Segurança do Trabalho
Segurança do trabalho é uma ciência que 
atua na prevenção dos acidentes de trabalho 
causados por fatores de riscos operacionais. E, 
de acordo com o art. 19 da Lei nº 8.213/1991, aci-
dente do trabalho é o que ocorre pelo exercício 
do trabalho a serviço da empresa ou pelo exer-
cício do trabalho dos segurados, provocando le-
são corporal ou perturbação funcional que cause 
a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho.
Sob o ponto de vista de prevenções, aci-
dente de trabalho se torna bem mais abrangen-
te porque alcança também os quase acidentes e 
acidentes que não provocam lesões ou alterações 
orgânicas, mas incidem em perda de tempo ou 
danos materiais.
Existem inúmeras e diferentes situações nos 
ambientes de trabalho que podem causar aciden-
tes de trabalho. São os chamados fatores de risco, 
que, se bem analisados em todas as tarefas e ope-
rações, serão parte fundamental do processo de 
prevenção.
Alguns fatores de risco são muito importan-
tes por sua incidência e periculosidade, tais como: 
eletricidade, incêndios e explosões, máquinas e 
equipamentos, armazenamento, bem como o 
transporte de materiais, manuseio de produtos 
tóxicos, e outros mais.
Renato Marco
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8
Higiene Ocupacional é um termo que foi 
determinado a partir da Conferência Internacio-
nal de Luxemburgo, ocorrida entre 16 e 21 de 
junho de 1986 e que contou com a participação 
de representantes da comunidade Econômica 
Europeia (CEE), da Organização Mundial da Saú-
de (OMS), da Comissão Internacional da Saúde 
Ocupacional (ICOH) e da American Conference of 
Governamental Industrial Hygienists (ACGIH).
Uma das definições mais conhecidas e di-
fundidas para a Higiene Ocupacional é aquela 
proferida pela American Industrial Hygiene Asso-
ciation (AIHA), que afirma ser: 
ciência que trata da antecipação, reco-
nhecimento, avaliação e controle dos 
riscos originados nos locais de trabalho e 
que podem prejudicar a saúde e o bem-
-estar dos trabalhadores, tendo em vista 
também o possível impacto nas comuni-
dades vizinhas e no meio ambiente.
Há uma tendência da Higiene Ocupacional 
reconhecer, avaliar e controlar os agentes am-
bientais passíveis de causarem doenças do tra-
balho, mas também de reconhecer e promover o 
bem-estar e conforto nos ambientes de trabalho 
de maneira ampla.
A NR-9 que institui o Programa de Preven-
ção de Riscos Ambientais (PPRA) é mais restrita 
com relação aos agentes ambientais do que o 
propósito geral da Higiene Ocupacional, como 
veremos em detalhes nos próximos capítulos.
A nona norma regulamentadora classifica 
os agentes ambientais em físicos, químicos e bio-
lógicos como seguem:
Agentes físicos: as diversas formas de 
energia a que possam estar expostos os trabalha-
dores, tais como:
 ƒ ruído;
ƒ	vibrações;
1.2 Higiene Ocupacional
ƒ	pressões anormais;
ƒ	temperaturas extremas (calor e frio);
ƒ	radiações (ionizantes e não ionizantes);
ƒ	infrassom e ultrassom.
Agentes químicos: as substâncias, os com-
postos ou os produtos que possam penetrar no 
organismo pela via respiratória ou que, pela natu-
reza da atividade de exposição, possam ter con-
tato ou ser absorvidos pelo organismo através da 
pele ou por ingestão. Esses agentes são:
ƒ	poeiras;
ƒ	fumos;
ƒ	névoas;
ƒ	neblinas;
ƒ	gases ou vapores.
Agentes biológicos:
ƒ	bactérias;
ƒ	fungos;
ƒ	bacilos;
ƒ	parasitas;
ƒ	protozoários;
ƒ	vírus;
ƒ	entre outros.
Saiba maisSaiba mais
Existem especificações técnicas sobre as apresen-
tações, doses permitidas ou tempo de exposição 
para cada um dos agentes físicos, químicos e bio-
lógicos mencionados. Em Saliba(2010), encon-
tramos esse detalhamento técnico baseado em 
diversos documentos legais.
Programas de Saúde e Segurança do Trabalho
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9
Para uma adequada prevenção de doenças 
do trabalho, há a necessidade do envolvimento 
de uma equipe multidisciplinar, uma vez que a 
Higiene Ocupacional interage com diversas ativi-
dades. Destacamos aqui algumas delas:
a) Medicina do Trabalho: ambas devem 
caminhar juntas, uma vez que um bom 
controle médico é fator preponderante 
na identificação da necessidade de con-
trole de riscos e, também, na avaliação 
das medidas tomadas. Isso é previsto 
pela NR-9 que trata do PPRA e prevê o 
PCMSO (NR-7).
b) Meio Ambiente: o meio ambiente 
deve cuidar dos poluentes externos à 
área do estabelecimento enquanto a 
Higiene Ocupacional deve se preocu-
par com o controle dos poluentes inter-
1.3 Higiene Ocupacional e Outros Ramos de Atividades Afins
nos ao ambiente de trabalho. Portanto, 
ambos estão intimamente relacionados 
influenciando-se mutuamente. As me-
didas de controle precisam ter aderên-
cia ao ambiente de trabalho e ao meio 
ambiente simultaneamente.
c) Direito: os laudos técnicos são provas 
em vários ramos do Direito, especial-
mente nas áreas do trabalho, previden-
ciária e civil.
d) Ergonomia: trata-se de um conjun-
to de conhecimentos com o objetivo 
de adaptar as variadas condições de 
trabalho, assim como seus ambientes, 
às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, o que acarreta em má-
ximo conforto, segurança e eficiência. 
Portanto, também caminham juntas, 
ergonomia e higiene ocupacional.
Os Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) 
são obrigatórios em empresas privadas e públicas 
que mantenham empregados regidos pela Con-
solidação das Leis do Trabalho (CLT).
Tais serviços são executados por uma equi-
pe de profissionais composta por engenheiro de 
segurança do trabalho, médico do trabalho, téc-
nico e tecnólogo de segurança do trabalho, enfer-
meiro e auxiliar de enfermagem do trabalho. 
O número de profissionais nessa equipe 
pode variar de acordo com o grau de risco e tam-
bém com o número de empregados do estabele-
cimento.
1.4 SESMT
Saiba maisSaiba mais
A norma regulamentadora que trata dos Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e 
Medicina do Trabalho (SESMT) é a NR-4. Confira 
essa norma na íntegra para conhecer melhor esse 
programa.
Renato Marco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
Nos dias atuais vários programas buscam 
um gerenciamento amplo dos fatores de riscos 
ocupacionais, do meio ambiente e de bem-estar 
e qualidade de vida. Estes são implantados por 
empresas com diferentes características e todos 
eles são regulamentados pela legislação vigente 
em nosso país.
Os programas que mais se destacam são:
 ƒ PPRA – Programa de Prevenção dos Ris-
cos ambientais;
 ƒ PCMSO – Programa de Controle Médico 
de Saúde Ocupacional;
 ƒ AET – Análise Ergonômica do Trabalho;
 ƒ CIPA – Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes;
1.5 Programas de Saúde e Segurança do Trabalho
 ƒ PCMAT – Programa de Condição e Meio 
Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção Civil;
 ƒ PGR – Programa de Gerenciamento de 
Riscos na Indústria de Mineração;
 ƒ PCA – Programa de Conservação Audi-
tiva;
 ƒ PPR – Programa de Proteção Respirató-
ria.
Nos capítulos seguintes, trataremos de cada 
um desses programas com seus objetivos e meca-
nismos de implantação, manutenção e avaliação.
1.6 Resumo do Capítulo
1.7 Atividades Propostas
A Higiene Ocupacional trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos origi-
nados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em 
vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente.
A Higiene Ocupacional caminha ao lado de outras especialidades, como: Medicina do Trabalho, 
Meio Ambiente, Direito e Ergonomia, além da Segurança do Trabalho que atua na prevenção dos aciden-
tes de trabalho causados por fatores de riscos operacionais.
A NR-9 classifica os agentes de riscos ambientais em físicos, químicos e biológicos e nos dá suas 
especificações.
Atualmente, vários programas buscam um gerenciamento amplo dos fatores de riscos ocupacio-
nais, do meio ambiente e de bem-estar e qualidade de vida. Os programas que mais se destacam são o 
PPRA, o PCMSO, o AET, a CIPA, entre outros.
1. O que são Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) 
e quais são os seus objetivos?
2. O que é Higiene Ocupacional?
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11
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS 
AMBIENTAIS (PPRA)2
O Programa de Prevenção de Riscos Am-
bientais (PPRA) é um programa de higiene ocupa-
cional que foi instituído a partir da Portaria nº 25, 
de 29 de dezembro de 1994, determinando uma 
nova redação à NR-9 da Portaria nº 3.214/1978.
A nona norma regulamentadora determina 
a obrigatoriedade a empregadores e instituições 
da elaboração e implementação de um progra-
ma de higiene ocupacional. Até esse momento o 
controle de riscos ambientais nas empresas não 
seguia uma programação previamente elabora-
da e, portanto, ocorria de maneira fragmentada, 
principalmente em ocasiões de atendimento a 
perícias judiciais. Pode-se afirmar, assim, que, a 
partir das novas exigências da NR-9, houve um 
grande avanço nos serviços de higiene ocupacio-
nal empresarial. 
As ações do PPRA devem abranger todos os 
estabelecimentos da empresa e contar com a par-
ticipação dos trabalhadores sob a supervisão do 
empregador. Essas ações devem estar de acordo 
com as características de riscos e de necessidades 
de controle e envolvem a identificação dos agen-
tes ambientais, as características de exposição e 
o monitoramento dos agentes, determinação de 
alternativas para a eliminação ou controle da ex-
posição, implementação e avaliação das medidas 
adotadas.
O PPRA faz parte de um conjunto de me-
didas empresariais que visam à preservação da 
saúde e da integridade dos trabalhadores e deve 
se articular com as demais normas regulamen-
tadoras, especialmente com a NR-7, que é o Pro-
grama de Controle Médico e Saúde Ocupacional 
(PCMSO). Esse programa acabou se tornando um 
documento de extrema importância porque visa 
à comprovação da exposição aos agentes nocivos 
de origem ambiental.
Atualmente, a relação entre o meio ambien-
te e a saúde das populações vem se fortalecendo 
e buscando mudanças nos processos de trabalho 
com potencial lesivo, tanto ao ambiente quanto à 
saúde do trabalhador, o que vem representando 
uma importante associação à sua proteção.
2.1 Definição
O PPRA é um programa que tem por meta 
preservar a saúde e a integridade dos trabalhado-
res, antecipando, reconhecendo, avaliando e con-
trolando possíveis riscos ambientais existentes no 
ambiente de trabalho, levando-se em considera-
ção a proteção do meio ambiente, bem como a 
preservação dos recursos naturais.
Segundo a NR-9, os riscos ambientais po-
dem ocorrer a partir de agentes físicos, químicos 
e biológicos existentes nos ambientes de traba-
lho e que podem causar danos à saúde do traba-
lhador, de acordo com sua natureza, concentra-
ção ou intensidade e do tempo de exposição.
a) Agentes físicos: diversas formas de 
energia a que se submetem os traba-
lhadores, como ruído, vibrações, pres-
sões anormais, temperaturas extremas, 
radiações ionizantes e não ionizantes, 
infrassom e ultrassom.
Renato Marco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
12
b) Agentes químicos: compostos ou pro-
dutos que possam penetrar no organis-
mo pela via respiratória, ou que, pela 
natureza da atividade de exposição, 
possam ter contato através da pele ou 
seremabsorvidos por ingestão, na for-
ma de poeira, fumos, névoas, neblinas, 
gases ou vapores.
c) Agentes biológicos: bactérias, fungos, 
bacilos, parasitos, protozoários, vírus, 
entre outros.
Fica claro que os riscos operacionais, ergo-
nômicos, entre outros, não foram incluídos na 
NR-9, limitando sua aplicação apenas aos riscos 
precitados nos termos de seus subitens 9.1.5.1, 
9.1.5.2 e 9.1.5.3.
Ainda é importante ressaltar que o PPRA 
não deve se confundir com o mapa de risco; o 
primeiro é um programa de higiene ocupacional, 
enquanto o segundo é uma inspeção qualitativa 
realizada pelo próprio trabalhador em seu pos-
to de trabalho, considerando os agentes físicos, 
químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos. 
Entretanto, os mapas de risco devem ser conside-
rados no planejamento e execução do PPRA.
2.2 Estrutura do PPRA
A Nr-9 determina que o PPRA deverá ser re-
gistrado em documento-base contendo todos os 
aspectos estruturais, tais como apresentados em 
seu item 9.2.1. São eles:
Planejamento anual com estabelecimento de 
metas, prioridades e cronogramas
Como meta, compreende-se a situação à 
qual se quer atingir após a implementação do 
PPRA, podendo haver mais de uma conforme o 
que se observou no ambiente de trabalho. Nesse 
caso, é importante priorizar as metas e se estabe-
lecer prazos bem definidos para que se alcance o 
objetivo.
Estratégia e metodologia de ação
Informar a maneira com a qual se preten-
de alcançar a meta no prazo determinado, bem 
como o método de trabalho a ser utilizado.
Forma de registro, manutenção e divulgação 
dos dados
Os dados do PPRA precisam ser preservados 
por 20 anos, portanto se deve resguardar as infor-
mações obtidas a partir de seu desenvolvimento, 
de maneira sistemática e de preferência informa-
tizadas, para sua utilização futura. Para a divulga-
ção, a própria NR determina alguns parâmetros: o 
documento-base e suas alterações e complemen-
tações deverão ser apresentados e discutidos na 
CIPA, quando presente na empresa e deverão ser 
disponibilizados de maneira a propiciar o acesso 
às autoridades competentes e aos trabalhadores 
ou seus representantes.
Periodicidade e forma de avaliação do 
desenvolvimento do PPRA
A NR preestabelece que deverá ser efetua-
da uma análise global do PPRA sempre que hou-
ver necessidade e, pelo menos, uma vez ao ano, 
Programas de Saúde e Segurança do Trabalho
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
visando aos ajustes necessários e ao estabeleci-
mento de novas metas e prioridades.
É importante assinalar que várias empresas 
apresentam distorções do programa apenas com 
a elaboração do documento sem dados técnicos 
de avaliação ambiental ou de medidas de contro-
le, com o propósito único de apresentá-lo às auto-
ridades quando solicitado.
Outro dado interessante é que muitas em-
presas terceirizam a elaboração de seu PPRA, o 
que não faz sentido, uma vez que o cronograma, 
as metas, as formas de divulgação, além de outros 
fatores, devem ser realizados pelo SESMT, junto 
à direção da empresa. A implantação das ações 
depende do orçamento, planejamento, recursos 
financeiros e técnicos e da política da empresa no 
que se refere à saúde do trabalhador e sua segu-
rança.
2.3 Desenvolvimento do PPRA
O desenvolvimento do PPRA é a parte mais 
importante do programa, visto que a análise e 
suas avaliações fornecerão dados para o controle 
dos possíveis riscos ambientais.
Segundo o item 3 da NR-9, deverá incluir as 
seguintes etapas:
 ƒ Antecipação e reconhecimento dos ris-
cos;
 ƒ Estabelecimento de prioridades e me-
tas de avaliação de controle;
 ƒ Avaliação dos riscos e da exposição dos 
trabalhadores;
 ƒ Implantação de medidas de controle e 
avaliação de sua eficácia;
 ƒ Monitoramento da exposição aos ris-
cos;
 ƒ Registro e divulgação dos riscos.
O diagrama (Figura 1) a seguir nos dá uma 
visão geral do desenvolvimento do PPRA.
Renato Marco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
Figura 1 – Diagrama de desenvolvimento do PPRA.
Fonte: Saliba (2006).
Antecipação 
De acordo com a NR-9, a antecipação deve 
envolver a análise de projetos de novas instala-
ções, métodos ou processos de trabalho ou de 
modificações dos já existentes, visando a identi-
ficar os riscos potenciais e introduzir medidas de 
proteção para sua redução ou eliminação.
Na primeira etapa, portanto, a adoção de 
medidas próprias de controle resultará em maior 
economia e eficiência, uma vez que na fase de 
instalação do estabelecimento ou de um novo se-
tor da empresa pode-se prever o isolamento ou a 
eliminação de determinada fonte poluidora.
Reconhecimento
O subitem 9.3.3 da NR-9 determina que o 
reconhecimento dos riscos ambientais deverá 
conter os seguintes itens, quando aplicáveis:
ƒ	a sua identificação;
ƒ	a determinação e localização das possí-
veis fontes geradoras;
ƒ	a identificação das possíveis trajetórias 
e dos meios de propagação dos agen-
tes no ambiente de trabalho;
ƒ	a identificação das funções e determi-
nação do número de trabalhadores ex-
postos;
ƒ	a caracterização das atividades e do 
tipo de exposição;
ƒ	a obtenção de dados existentes na em-
presa, indicativos de possível compro-
metimento da saúde decorrente do 
trabalho;
ƒ	os possíveis danos à saúde relaciona-
dos aos riscos identificados, disponíveis 
na literatura técnica;
ƒ	a descrição das medidas de controle já 
existentes.
Programas de Saúde e Segurança do Trabalho
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
15
Nota-se, portanto, que o reconhecimento 
consiste em uma análise e identificação qualita-
tiva dos riscos ambientais, assim como a verifi-
cação de fontes geradoras e controle. Essa fase 
é fundamental para um programa de gestão de 
riscos e deve ser realizada com muito critério por-
que deve subsidiar o planejamento de avaliações 
qualitativas dos agentes ambientais, além de de-
terminar decisões de medidas de controle em si-
tuações em que se reconheçam riscos de exposi-
ção grave e iminente.
Alguns conhecimentos são fundamentais 
nessa etapa:
ƒ	As diferentes maneiras em que os agen-
tes ambientais podem se apresentar e 
os riscos próprios e característicos de 
cada atividade profissional.
ƒ	A identificação e análise dos produtos 
químicos utilizados e suas proprieda-
des tóxicas. Nesse caso, a consulta da 
Ficha de Informação de Segurança de 
Produto Químico (FISPQ) é de grande 
utilidade para se avaliar o risco, pois 
nela encontraremos informações es-
senciais, tais como: composição quími-
ca, pressão de vapor, ponto de ebulição, 
entre outras.
ƒ	A análise de todas as fases do proces-
so produtivo, desde o tipo de matéria-
-prima e seu recebimento no estabele-
cimento até o produto final, passando 
por possíveis subprodutos indesejados. 
Para isso, é necessário que se estabeleça 
uma sistemática prévia das operações 
para a garantia da melhor percepção 
possível dos riscos ambientais.
Na etapa de reconhecimento, é importante 
definir grupos homogêneos de exposição porque 
fornecerá subsídios para a adoção de estratégia 
de avaliação quantitativa dos riscos.
A partir dessa fase devem-se utilizar plani-
lhas com os dados necessários à documentação 
exigida.
Avaliação quantitativa
Segundo o subitem 9.3.4 da NR-9, a avalia-
ção quantitativa deverá ser realizada sempre que 
necessária para:
ƒ	comprovar o controle da exposição ou 
a inexistência dos riscos identificados 
na etapa de reconhecimento;
ƒ	dimensionar a exposição dos trabalha-
dores;
ƒ	subsidiar o equacionamento das medi-
das de controle.
É uma etapa fundamental em que a avalia-
ção quantitativa se compreende como aquela em 
que o agente possui limites de exposição predefi-
nidos nas normas de higiene ocupacional.
Tanto as avaliações quantitativas quanto asqualitativas dos riscos ambientais devem ser des-
critas na forma de relatórios ou laudos técnicos, 
onde deve ser descrita a metodologia usada nas 
avaliações, os instrumentos, os dados e as con-
clusões sobre a exposição ocupacional aos riscos 
ambientais identificados na etapa de reconheci-
mento. Esses laudos fornecerão subsídios para 
medidas de controle adequadas, exames médi-
cos mais específicos, assim como comprovação 
ou não da exposição ao risco para instruir proces-
sos de aposentadoria especial e a elaboração do 
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).
Medidas de controle
De acordo com o subitem 9.3.5.1 da NR-9, 
as medidas de controle servem para a eliminação, 
minimização ou o controle dos riscos ambientais 
sempre que forem verificadas uma ou mais das 
seguintes situações:
ƒ	identificação, na fase de antecipação, 
de risco potencial à saúde;
ƒ	constatação, na fase de reconhecimen-
to de risco evidente à saúde;
Renato Marco
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16
ƒ	quando os resultados das avaliações 
quantitativas da exposição dos traba-
lhadores excederem os valores dos limi-
tes previstos na NR-15 ou, na ausência 
destes, os valores limites de exposição 
ocupacional adotados pela ACGIH, ou 
aqueles que venham a ser estabeleci-
dos em negociação coletiva de traba-
lho, desde que mais rigorosos do que os 
critérios técnico-legais estabelecidos;
ƒ	quando, através do controle médico da 
saúde, ficar caracterizado o nexo causal 
entre danos observados na saúde dos 
trabalhadores e a situação de trabalho 
a que eles ficam expostos.
Saiba maisSaiba mais
Para os procedimentos de avaliação, também 
devem ser observadas as normas do Fundacen-
tro, National Institute Occupational Safety Health 
(NIOSH), Occupational Safety and HealtH Admi-
nistration (OSHA), International Standard Organi-
zation (ISSO), Associação Brasileira de Normas e 
Técnicas (ABNT), entre outras.
Esta é justamente a etapa mais importante 
do programa, porque objetiva a prevenção de ris-
cos ocupacionais capazes de afetar a saúde dos 
trabalhadores.
O controle pode ser feito através de medi-
das coletivas, ou seja, relativas ao ambiente, admi-
nistrativas ou organização do trabalho e controle 
aplicado aos trabalhadores. As medidas indivi-
duais devem ser utilizadas como complemento 
às ambientais, portanto serão adotadas somente 
quando comprovada a inviabilidade técnica das 
demais medidas, ou quando as medidas admi-
nistrativas ou controle dos trabalhadores forem 
insuficientes.
A adoção das medidas deve seguir uma or-
dem de hierarquia com aquelas de ordem coletiva 
como prioridade, seguidas pelas demais. Segun-
do o subitem 9.3.5.5, no caso de adoção de Equi-
pamento de Proteção Individual (EPI), devem-se 
considerar as normas legais e administrativas em 
vigor e envolver no mínimo:
ƒ	seleção do EPI adequado tecnicamente 
ao risco a que o trabalhador está expos-
to e à atividade exercida, considerando-
-se a eficiência necessária para o con-
trole da exposição ao risco e o conforto 
oferecido segundo avaliação do traba-
lhador usuário;
ƒ	programa de treinamento dos trabalha-
dores quanto à sua correta utilização e 
orientação sobre as limitações de pro-
teção que o EPI oferece;
ƒ	estabelecimento de normas ou procedi-
mentos para promover o fornecimento, 
o uso, a guarda, a higienização, a con-
servação, a manutenção e a reposição 
do EPI, visando a garantir as condições 
de proteção originalmente estabeleci-
das;
ƒ	caracterização das funções ou ativida-
des dos trabalhadores, com a respecti-
va identificação dos EPIs utilizados para 
os riscos ambientais.
Nível de ação
É considerado nível de ação, de acordo com 
a NR-9, o valor acima do qual devem ser iniciadas 
ações preventivas de forma a minimizar a pro-
babilidade de que as exposições a agentes am-
bientais ultrapassem os limites de exposição. As 
ações devem incluir o monitoramento periódico 
da exposição, a informação aos trabalhadores e o 
controle médico. 
Na NR-9, está definido o nível de ação ape-
nas para agentes químicos e ruído. Para os agen-
tes químicos, o nível de ação é a metade do limite 
de exposição e para os ruídos a dose é de 0,5 ou 
50%, o que equivale a 80 dB (A).
Programas de Saúde e Segurança do Trabalho
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17
Monitoramento dos riscos
O subitem 9.3.7.1 afirma que para o moni-
toramento da exposição dos trabalhadores e das 
medidas de controle, deve ser realizada uma ava-
liação sistemática e repetitiva da exposição a um 
dado risco, visando à introdução ou modificação 
das medidas de controle, sempre que necessário.
É preciso definir grupos homogêneos de ris-
co, como comentado anteriormente, estratégias 
de medição e tratamento estatístico dos dados.
Registro de dados
Deve-se manter o registro de dados pelo 
empregador ou pela instituição, estruturado de 
forma a constituir um histórico técnico e adminis-
trativo do desenvolvimento do PPRA e mantido 
por um período mínimo de 20 anos. Esse registro 
deverá estar sempre disponível aos trabalhado-
res ou seus representantes e para as autoridades 
competentes.
2.4 Responsabilidades/Âmbito do PPRA
É responsabilidade do empregador estabe-
lecer, implementar e assegurar o cumprimento 
do PPRA como atividade permanente da empresa 
ou instituição. Este deve assegurar aos trabalha-
dores que eles possam interromper de imediato 
suas atividades caso ocorram riscos ambientais 
nos locais de trabalho que possam colocá-los em 
situação de grave e iminente risco.
Já os trabalhadores devem:
ƒ	colaborar e participar na implantação e 
execução do PPRA;
ƒ	seguir as orientações recebidas nos trei-
namentos oferecidos dentro do PPRA;
ƒ	informar ao seu superior hierárquico di-
reto ocorrências que, a seu julgamento, 
possam implicar riscos à saúde dos tra-
balhadores.
As ações do PPRA devem se desenvolver no 
âmbito de cada estabelecimento dentro da em-
presa e sua abrangência dependerá da caracteri-
zação dos riscos e de suas necessidades de con-
trole.
2.5 Informações
A NR-9 afirma que os trabalhadores interes-
sados terão o direito de apresentar propostas e 
receber informações e orientações a fim de asse-
gurar a proteção aos riscos ambientais identifica-
dos na execução do PPRA.
Os empregadores deverão informar aos tra-
balhadores de maneira apropriada e suficiente 
sobre os riscos ambientais que possam originar-
-se nos locais de trabalho e sobre os meios dis-
poníveis para prevenir ou limitar tais riscos e para 
proteger-se dos mesmos.
As informações dos riscos ocupacionais é 
uma tarefa bastante complexa do PPRA, visto que, 
no Brasil, a exposição ocupacional aos agentes fí-
sicos, químicos e biológicos pode levar ao direito 
do adicional de insalubridade e à aposentadoria 
especial. Isso leva, por sua vez, à contribuição adi-
cional ao INSS. Assim, se as informações não fo-
rem adequadas, poderá acabar em conflitos entre 
empregadores e trabalhadores e, ao mesmo tem-
po, prejudicar as ações do PPRA.
O diagrama (Figura 2) a seguir ilustra as eta-
pas do PPRA.
Renato Marco
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18
Figura 2 – Etapas do PPRA.
Fonte: Saliba (2006).
2.6 Resumo do Capítulo
A elaboração do PPRA atende às exigências da NR-9 e deve ser desenvolvida no âmbito de cada 
estabelecimento da empresa ou instituição. É de responsabilidade do empregador e deve contar com a 
participação dos trabalhadores e sua abrangência e profundidade dependem de dois fatores fundamen-
tais: as características dos riscos e as necessidades de controle.
O PPRA faz parte de um conjunto amplo de iniciativas das empresas no que se refere ao campo da 
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, e deve se articular com o disposto nas demais 
normas regulamentadoras,especialmente com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO).
Para a elaboração do PPRA, são considerados os riscos provenientes de agentes físicos, químicos e 
biológicos existentes no ambiente de trabalho que possam causar danos à saúde do trabalhador segun-
do sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição.
As etapas do PPRA foram discutidas seguindo-se a NR-9 de acordo com a prática experimentada 
nos mais diversos setores produtivos.
Programas de Saúde e Segurança do Trabalho
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19
1. Qual é a importância do PPRA dentro dos Programas de Saúde e Segurança do Trabalho?
2. Quais são as etapas fundamentais na elaboração do PPRA? 
3. De que forma o PPRA se articula com o PCMSO?
2.7 Atividades Propostas
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21
O Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional foi instituído pela Portaria nº 24, de 
29 de dezembro de 1994, que deu nova redação à 
NR-7 da Portaria nº 3.214/1978.
Essa NR estabelece a obrigatoriedade de 
elaboração e implantação do PCMSO pelos em-
pregadores e instituições, e tem como objetivo a 
promoção e preservação da saúde dos trabalha-
dores expostos aos agentes químicos, físicos e 
biológicos determinados pela NR-9 (PPRA). Por-
tanto, podemos afirmar que a NR-7 complementa 
a NR-9 e dessa forma o reconhecimento, a avalia-
ção e o controle dos riscos ambientais apenas de-
monstrarão sua eficiência com base nos exames 
médicos. 
Além disso, o PCMSO deve ser articulado 
com as exigências das demais normas regulamen-
tadoras, uma vez que faz parte de um conjunto 
maior da saúde do trabalhador, que tem o contro-
le dessa saúde assegurado pelo art. 168 da CLT e 
é respaldado na Convenção 161 da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), respeitando prin-
cípios éticos, morais e técnicos estabelecidos.
De acordo com os subitens 7.2.2 e 7.2.3, o 
PCMSO deverá considerar as questões incidentes 
sobre o indivíduo e a coletividade de trabalha-
dores, privilegiando o instrumental clínico-epi-
demiológico na abordagem da relação entre sua 
saúde e o trabalho e também deverá ter caráter 
de prevenção, rastreamento e diagnóstico preco-
ce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, 
inclusive de natureza subclínica, além da consta-
tação da existência de casos de doenças profissio-
nais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalha-
dores.
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE 
SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO)3
Ainda é importante lembrar que, segundo o 
subitem 7.2.4, o PCMSO pode ser alterado a qual-
quer momento, em seu todo ou em parte, sem-
pre que o médico detectar mudanças nos riscos 
ocupacionais decorrentes de alterações nos pro-
cessos de trabalho, novas descobertas da ciência 
médica em relação a efeitos de riscos existentes, 
mudança de critérios de interpretação de exames 
ou ainda reavaliações do reconhecimento dos ris-
cos.
No mesmo subitem, acima citado, temos 
que o PCMSO não é um documento que deve ser 
homologado ou registrado nas Delegacias Re-
gionais do Trabalho, sendo que o mesmo deverá 
ficar arquivado no estabelecimento à disposição 
da fiscalização.
Salientamos que a NR-7 e suas modificações 
também se aplicam ao trabalhador rural.
Renato Marco
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22
Do empregador
A NR-7 afirma que compete ao empregador 
a garantia de elaboração e efetiva implementa-
ção do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia, 
além de custear, sem ônus para o empregado, 
todos os procedimentos relacionados ao PCM-
SO. Também é sua competência indicar, entre os 
médicos dos Serviços Especializados em Enge-
nharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
(SESMT), da empresa, um coordenador responsá-
vel pela execução do PCMSO.
Caso a empresa esteja desobrigada de man-
ter médico do trabalho, de acordo com a NR-4, 
deverá o empregador indicar médico do trabalho, 
empregado ou não da empresa, para reordenar o 
PCMSO e, inexistindo médico do trabalho na lo-
calidade, o empregador poderá contratar médico 
de outra especialidade para coordenar o PCMSO.
O custeio do programa (incluindo avalia-
ções clínicas e exames complementares) deve ser 
totalmente assumido pelo empregador, e, quan-
do necessário, deverá ser comprovado que não 
houve nenhum repasse desses custos ao empre-
gado.
Essas responsabilidades estão descritas no 
subitem 7.3.1.
Médico coordenador
Ainda no subitem 7.3.1 temos que o mé-
dico coordenador do programa deve possuir, 
obrigatoriamente, especialização em Medicina 
do Trabalho, isto é, aquele portador de certifica-
do de conclusão de curso de especialização em 
Medicina do Trabalho em nível de pós-graduação, 
ou portador de Certificado de Residência Médica 
em área de concentração em saúde do trabalha-
dor, ou denominação equivalente, reconhecida 
pela Comissão Nacional de Residência Médica do 
Ministério da Educação, ambos ministrados por 
3.1 Responsabilidades Relativas ao PCMSO
universidade ou faculdade que mantenha curso 
de Medicina, conforme item 4.4 da NR-4, com re-
dação da Portaria DSST nº 11, de 17 de setembro 
de 1990.
Os médicos do trabalho registrados no Mi-
nistério do Trabalho até a data da publicação da 
Portaria nº 11, anteriormente citada, ou registra-
dos no respectivo conselho profissional têm seus 
direitos assegurados para o exercício da Medicina 
do Trabalho, conforme art. 4º da mesma portaria, 
e ainda nos termos da Portaria SSMT nº 25, de 27 
de junho de 1989.
O coordenador deve ser indicado entre os 
profissionais do SESMT da empresa. No caso da 
inexistência do SESMT, o médico do trabalho 
coordenador poderá ser profissional autônomo 
ou filiado a entidades, sindicatos, associações, en-
tre outras.
De acordo com o subitem 7.3.2, é compe-
tência do médico coordenador:
ƒ	Realizar os exames médicos previstos 
no item 7.4.1, ou encarregar os mes-
mos a profissional médico familiariza-
do com os princípios da patologia ocu-
pacional e suas causas, bem como com 
o ambiente, as condições de trabalho 
e os riscos a que está ou será exposto 
cada trabalhador da empresa a ser exa-
minado.
ƒ	Encarregar dos exames complementa-
res previstos nos itens, quadros e anexos 
dessa NR profissionais e/ou entidades 
devidamente capacitados, equipados e 
qualificados.
Programas de Saúde e Segurança do Trabalho
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23
O subitem 7.4.1 nos indica que o PCMSO 
deve incluir, entre outros, a realização obrigató-
ria dos exames médicos admissional, periódicos: 
do retorno ao trabalho, de mudança de função e 
demissional. É importante salientar que existem 
muitas inconsistências que envolvem os exames 
médicos ocupacionais e entre elas a maioria está 
nos exames periódicos, seguidos imediatamente 
pelos exames admissional e demissional.
ƒ	Exame admissional: deve ser reali-
zado antes da contratação do traba-
lhador para a avaliação de suas apti-
dões físicas e mentais. Consiste em 
preenchimento de questionário pelo 
candidato seguido da anamnese clí-
nico-ocupacional, além de exame de 
aptidão física e mental. Havendo ne-
cessidade, exames complementares 
poderão ser solicitados.
ƒ	Exames periódicos: devem ser rea-
lizados em tempos preestabelecidos 
para todos os colaboradores da empre-
sa. O objetivo desse tipo de exame é 
diagnosticar precocemente eventuais 
agravos à saúde do trabalhador. Os in-
tervalos de tempo podem ser maiores 
ou menores, dependendo dos riscos 
ocupacionais próprios do ambiente de 
trabalho.
ƒ	Exame do retorno ao trabalho: deve 
ser realizado em situações em que o 
colaborador esteve afastado por pe-
ríodo igual ou superior a 30 dias, por 
motivo de doença ou acidente, de na-
tureza ocupacional ou não, ou, ainda 
no retorno após o parto. O objetivo é 
diagnosticar se o trabalhador recupe-
rou sua capacidadefísica e mental após 
a enfermidade ou acidente e se já está 
em condições de reassumir seu posto 
de trabalho. Deve ser realizado obriga-
3.2 Desenvolvimento do PCMSO
toriamente no primeiro dia de volta ao 
trabalho.
ƒ	Exame de mudança de função: deve 
ser realizado antes da mudança de fun-
ção ou setor sempre que haja alteração 
de riscos ocupacionais a que possa se 
expor. Tem por objetivo avaliar se o tra-
balhador possui aptidão para exercer 
a nova função e se seu exercício não 
pode trazer prejuízos à sua saúde.
ƒ	Exame demissional: deve ser realiza-
do até a data da homologação, mas é 
muito importante que seja realizado 
antes da efetivação da demissão. Tem 
por objetivo avaliar as condições físicas 
e mentais do trabalhador, observando-
-se se ocorreu algum agravo à saúde do 
mesmo no período em que trabalhou 
na empresa devido ao trabalho desen-
volvido.
Saiba maisSaiba mais
O Quadro I da NR-7 apresenta os Parâmetros para 
Controle Biológico da Exposição Ocupacional a 
Alguns Agentes Químicos e o Quadro II apresenta 
os Parâmetros para Monitorização da Exposição 
Ocupacional a Alguns Riscos à Saúde. É muito im-
portante a consulta a esses dois quadros.
O subitem 7.4.2 afirma que os exames de 
que trata o item 7.4.1 compreendem:
ƒ	Avaliação clínica, abrangendo anamne-
se ocupacional e exame físico e mental;
ƒ	Exames complementares, realizados de 
acordo com os termos especificados 
nessa NR, e seus anexos.
Renato Marco
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24
As avaliações clínicas são realizadas no pró-
prio consultório pelo médico e os exames com-
plementares devem ser realizados em laborató-
Para cada exame médico realizado, o mé-
dico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional 
(ASO), em duas vias, segundo o subitem 7.4.4, e 
a primeira via do ASO ficará arquivada no local de 
trabalho do trabalhador, inclusive frente de traba-
lho ou canteiro de obras, à disposição da fiscaliza-
ção do trabalho. A segunda via do ASO será obri-
gatoriamente entregue ao trabalhador, mediante 
recibo da primeira via (subitens 7.4.4.1 e 7.4.4.2).
O ASO trouxe uma melhoria de detalha-
mento técnico à Medicina do Trabalho e perdeu 
a característica genérica que apresentava até o 
momento de sua determinação. Também acabou 
por representar uma pressão sobre empresas e 
instituições através da exigência do registro dos 
fatores de risco e os diferentes tipos de exame 
ofertados aos trabalhadores, como citado ante-
riormente.
O ASO faz parte do ato médico por se tra-
tar do fechamento de um processo de diagnós-
tico médico-ocupacional e determina o destino 
profissional do indivíduo a partir de então. Esse 
ato pode apresentar consequências positivas ou 
negativas segundo a habilitação e a intenção 
de quem o pratica. Assim, o Médico do Trabalho 
deve estar atento às implicações éticas e de res-
ponsabilidade civil e penal quando emite e assina 
um ASO.
De acordo com o subitem 7.4.4.3, o atesta-
do deve conter no mínimo:
ƒ	Nome completo do trabalhador, o nú-
mero de registro de sua identidade e 
sua função;
ƒ	Os riscos ocupacionais específicos exis-
tentes, ou a ausência deles, na ativida-
de do empregado, conforme instruções 
3.3 Atestado de Saúde Ocupacional
técnicas expedidas pela Secretaria de 
Segurança e Saúde no Trabalho (SSST);
ƒ	Indicação dos procedimentos médicos 
a que foi submetido o trabalhador, in-
cluindo os exames complementares e a 
data em que foram realizados;
ƒ	O nome do médico coordenador, quan-
do houver, com respectivo CRM;
ƒ	Definição de apto ou inapto para a fun-
ção específica que o trabalhador vai 
exercer, exerce ou exerceu;
ƒ	Nome do médico encarregado do exa-
me e endereço ou forma de contato;
ƒ	Data e assinatura do médico encarrega-
do do exame e carimbo contendo seu 
número de inscrição no CRM.
Para o ASO, serve qualquer modelo ou for-
mulário, desde que traga as informações mínimas 
previstas na NR.
É importante salientar que os dados ob-
tidos nos exames médicos, incluindo avaliação 
clínica e exames complementares, as conclusões 
e as medidas aplicadas, deverão ser registrados 
em prontuário do médico coordenador do PCM-
SO, segundo o subitem 7.4.5. Esses registros de-
verão ser mantidos por período mínimo de 20 
anos após o desligamento do trabalhador. Isso é 
importante porque expressiva parte das doenças 
ocupacionais tem tempo de latência prolongado, 
podendo chegar até a 40 anos em alguns casos, e 
é necessária, em alguns casos, a recuperação da 
história profissional do trabalhador.
O arquivamento dos prontuários médicos 
deve garantir o sigilo por conter informações con-
fidenciais de saúde dos indivíduos e é de respon-
sabilidade do coordenador.
rios por profissionais específicos, uma vez que tais 
exames exigem equipamentos, técnicas e instru-
mentos especiais. 
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25
3.4 Planejamento Anual do PCMSO
O PCMSO deverá obedecer a um plane-
jamento em que estejam previstas as ações de 
saúde a serem executadas durante o ano, deven-
do ser objeto de relatório anual (subitem 7.4.6) 
e esse relatório deverá discriminar, por setores 
da empresa, o número e a natureza dos exames 
médicos, incluindo avaliações clínicas e exames 
complementares, estatísticas de resultados anor-
mais, assim como o planejamento para o próximo 
ano, tomando como base o modelo proposto no 
Quadro III da NR-7 (subitem 7.4.6.1).
Dando prosseguimento, o subitem 7.4.6.2 
determina que o relatório anual deverá ser apre-
sentado e discutido na CIPA, quando existente na 
empresa, de acordo com a NR-5, sendo sua cópia 
anexada ao livro de atas daquela comissão. Deve-
-se lembrar de que grande parte ou a maioria dos 
problemas que envolvem o PCMSO se relaciona 
com a avaliação anual, mas os parâmetros mí-
nimos na execução do PPRA e PCMSO podem e 
devem ser ampliados a partir de negociação cole-
tiva de trabalho.
3.5 Procedimentos de Avaliação Médica
A NR-7, em seu subitem 7.4.7, cita os pro-
cedimentos a serem adotados pelo médico coor-
denador do PCMSO, dispõe que sendo verificada, 
através da avaliação clínica do trabalhador e/ou 
dos exames constantes do Quadro I da presente 
NR, apenas exposição excessiva (EE ou SC +) ao 
risco; mesmo sem qualquer sintomatologia ou si-
nal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do 
local de trabalho, ou do risco, até que esteja nor-
malizado o indicador biológico de exposição e as 
medidas de controle nos ambientes de trabalho 
tenham sido adotadas.
Ainda de acordo com o subitem 7.4.8, te-
mos que sendo constatada a ocorrência ou agra-
vamento de doenças profissionais, através de 
exames médicos que incluem os definidos nessa 
NR, ou sendo verificadas alterações que revelem 
qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema 
biológico, através dos exames constantes dos 
quadros I (apenas aqueles com interpretação SC) 
e II, e do item 7.4.2.3 da presente NR, mesmo sem 
sintomatologia, caberá ao médico coordenador 
ou encarregado:
ƒ	Solicitar à empresa a emissão da Comu-
nicação de Acidente do Trabalho (CAT);
ƒ	Indicar, quando necessário, o afasta-
mento do trabalhador da exposição ao 
risco, ou do trabalho;
ƒ	Encaminhar o trabalhador à Previdên-
cia Social para estabelecimento de 
nexo causal, avaliação de incapacidade 
e definição da conduta previdenciária 
em relação ao trabalho;
ƒ	Orientar o empregador quanto à neces-
sidade de adoção de medidas de con-
trole no ambiente de trabalho.
E, por fim, a NR-7 determina que todo esta-
belecimento deverá estar equipado com mate-
rial necessário à prestação de primeiros socorros, 
considerando-se as características da atividade 
desenvolvida; manter esse material guardado em 
local adequado, aos cuidados de pessoa treinada 
para esse fim (subitem 7.5.1).Renato Marco
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26
3.6 Integração entre PCMSO e PPRA
O fluxograma a seguir (Figura 3) nos leva a 
compreender a importância da integração ente o 
PCMSO e o PPRA. Os riscos ergonômicos não fa-
zem parte dos riscos ambientais descritos na NR-9 
(PPRA), mas são inseridos nesse fluxograma como 
forma de uma preocupação preventiva. É critério 
do médico coordenador do PCMSO a definição 
da melhor forma de identificação das doenças 
ocupacionais.
Figura 3 – Fluxograma de integração PCMSO e PPRA.
Fonte: Moraes (2011).
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27
O PCMSO tem por objetivo a promoção e a preservação da saúde dos trabalhadores e faz parte 
de um conjunto de iniciativas mais amplo, obrigatório por parte de empresas e instituições, na área da 
saúde dos trabalhadores.
O PCMSO se integra e complementa o PPRA (NR-9) e foi instituído pela NR-7, uma vez que o reco-
nhecimento, a avaliação e o controle dos riscos ambientais apenas demonstrarão sua eficiência com base 
nos exames médicos. 
Além disso, o PCMSO deve ser articulado com as exigências das demais normas regulamentadoras, 
uma vez que faz parte de um conjunto maior da saúde do trabalhador, que tem o controle dessa saúde 
assegurado pelo art. 168 da CLT e respaldado na Convenção 161 da OIT, respeitando princípios éticos, 
morais e técnicos estabelecidos.
Para o desenvolvimento do PCMSO é necessário um médico do trabalho coordenador que tem, 
entre muitas funções, o desenvolvimento de diversos exames médicos, tais como o admissional, os pe-
riódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função e o demissional, assim como a emissão do ASO.
3.7 Resumo do Capítulo
3.8 Atividades Propostas
1. Explique os diversos tipos de exame que são de responsabilidade do médico coordenador no 
desenvolvimento do PCMSO.
2. Explique a importância do ASO e a responsabilidade do médico que o emite.
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29
Desde o advento da Revolução Industrial, 
ocorrida entre o final do século XIX e início do sé-
culo XX, evidenciou-se a importância e até mes-
mo uma necessidade de se criarem instrumentos 
que associassem as participações ativas tanto de 
empregados quanto de empregadores, com o 
objetivo de prevenção de acidentes de trabalho e 
de doenças ocupacionais.
A OIT já demonstrava preocupação com o 
tema no início dos anos 1920, quando recomen-
dou que todos os estabelecimentos industriais 
com, pelo menos, 25 trabalhadores regulares 
possuíssem um comitê de segurança.
No Brasil, através de Decreto-Lei nº 7.036, 
de 10 de novembro de 1944, foi instituída a obri-
gatoriedade de as empresas brasileiras constituí-
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO 
DE ACIDENTES (CIPA)4
rem comissões internas para a prevenção de aci-
dentes de trabalho, unindo esforços conjuntos de 
trabalhadores e empregadores.
Nos dias atuais, os artigos 163 e 164 da CLT, 
regulamentada pela NR-5 da Portaria nº 3.214, 
com nova redação dada pela Portaria nº 8, de 23 
de setembro de 1999, traçam a obrigatoriedade 
de constituição da CIPA. A NR-5 estabelece as re-
gras dessa constituição, bem como a organização, 
a atribuição, o funcionamento, entre outros. Au-
sentando-se a obrigatoriedade, a empresa deverá 
considerar um funcionário, denominado membro 
designado, para cumprir as obrigações dessa nor-
ma regulamentadora.
4.1 Objetivo
4.2 Constituição
O objetivo da CIPA, de acordo com a NR-5, 
disposto no item 5.1, é a prevenção de acidentes 
e doenças decorrentes do trabalho, de modo a 
Segundo o item 5.2 da NR-5, devem cons-
tituir a CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em 
regular funcionamento as empresas privadas, 
públicas, sociedades de economia mista, órgãos 
da administração direta e indireta, instituições 
beneficentes, associações recreativas, cooperati-
vas, bem como outras instituições que admitam 
trabalhadores como empregados.
Portanto, a CIPA é obrigatória apenas para 
trabalhadores com vínculo empregatício regido 
pela CLT. No entanto, os servidores públicos tam-
bém deverão constituir a CIPA através de seus es-
tatutos contendo a determinação de sua obriga-
toriedade.
tornar compatível permanentemente o trabalho 
com a preservação da vida e a promoção da saú-
de do trabalhador.
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A CIPA deverá ser composta por represen-
tantes do empregador e dos empregados, de 
acordo com o dimensionamento previsto no 
Quadro I da NR-5, sendo que os representantes 
dos empregadores, titulares e suplentes, serão 
por eles designados enquanto os representantes 
dos empregados, titulares e suplentes, serão elei-
tos em escrutínio secreto, do qual deverão partici-
par exclusivamente os empregados interessados.
AtençãoAtenção
Consulte o Quadro I da NR-5 para verificar o di-
mensionamento de CIPA.
O número de membros se dará em função 
do grau de risco e do número de empregados do 
estabelecimento, levando-se em consideração 
a ordem decrescente de votos recebidos, como 
previsto no Quadro I da NR-5, com ressalvas de 
atos normativos determinados por setores eco-
nômicos específicos.
O subitem 5.6.4 determina que o estabeleci-
mento que não se enquadrar no Quadro I deverá 
designar um responsável pelo cumprimento dos 
objetivos da NR, podendo ser adotados mecanis-
mos de participação dos empregados, através de 
negociação coletiva.
Já o item 5.7 estabelece que o mandato dos 
membros eleitos da CIPA terá a duração de um 
ano, permitida uma reeleição.
Saiba maisSaiba mais
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
do Trabalho Rural (CIPATR) é estabelecida pela 
NR-31 e apresenta diferenças significativas com a 
NR-5. Vale a pena conferir.
4.3 Organização
Garantias dos membros da CIPA
Dentro da organização determinada pela 
NR-5 existem algumas garantias dadas aos mem-
bros da CIPA que são muito importantes. Entre 
elas encontra-se disposta no subitem 5.8 a deter-
minação de que é vedada a dispensa arbitrária ou 
sem justa causa do empregado eleito para cargo 
de direção de Comissões Internas de Prevenção 
de Acidentes, desde o registro de sua candidatu-
ra até um ano após o final de seu mandato. Essa 
garantia também está estabelecida na CLT e na 
Constituição Federal de 1988.
Outra garantia que apresenta grande im-
portância aos membros da CIPA é a de que não 
se descaracterizem suas atividades normais na 
empresa, vedando a transferência para outro es-
tabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o 
disposto nos parágrafos primeiro e segundo do 
artigo 469, da CLT, segundo o subitem 5.9.
O empregador designará entre seus repre-
sentantes o presidente da CIPA, e os representan-
tes dos empregados escolherão entre os titulares 
o vice-presidente.
Os membros da CIPA, eleitos e designados, 
serão empossados no primeiro dia útil após o tér-
mino do mandato anterior.
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O subitem 5.16 da NR-5 determina que a 
CIPA tenha por atribuições:
a) Identificar os riscos do processo de tra-
balho, e elaborar o mapa de riscos, com 
a participação do maior número de tra-
balhadores, com assessoria do SESMT, 
onde houver;
b) Elaborar plano de trabalho que possi-
bilite a ação preventiva na solução de 
problemas de segurança e saúde no 
trabalho;
c) Participar da implementação e do 
controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da 
avaliação das prioridades de ação nos 
locais de trabalho;
d) Realizar, periodicamente, verificações 
nos ambientes e condições de trabalho 
visando a identificação de situações 
que venham a trazer riscos para a segu-
rança e saúde dos trabalhadores;
e) Realizar, a cada reunião, avaliação do 
cumprimento das metasfixadas em seu 
plano de trabalho e discutir as situações 
de risco que foram identificadas;
f ) Divulgar aos trabalhadores informa-
ções relativas à segurança e saúde no 
trabalho;
g) Participar, com o SESMT, onde houver, 
das discussões promovidas pelo em-
pregador, para avaliar os impactos de 
alterações no ambiente e processo de 
trabalhos relacionados à segurança e 
saúde dos trabalhadores;
h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou 
ao empregador, a paralisação de má-
quina ou setor onde considere haver 
risco grave e iminente à segurança e 
saúde dos trabalhadores;
i) Colaborar no desenvolvimento e im-
plementação do PCMSO e PPRA e de 
outros programas relacionados à segu-
rança e saúde no trabalho;
j) Divulgar e promover o cumprimento 
das Normas Regulamentadoras, bem 
como cláusulas de acordos e conven-
ções coletivas de trabalho, relativas à 
segurança e saúde no trabalho;
4.4 Atribuições
k) Participar, em conjunto com o SESMT, 
onde houver, ou com o empregador, da 
análise das causas das doenças e aci-
dentes de trabalho e propor medidas 
de solução dos problemas identifica-
dos;
l) Requisitar ao empregador e analisar 
as informações sobre questões que te-
nham interferido na segurança e saúde 
dos trabalhadores;
m) Requisitar à empresa as cópias das CAT 
emitidas;
n) Promover, anualmente, em conjunto 
com o SESMT, onde houver, a Semana 
Interna de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho - SIPAT;
o) Participar, anualmente, em conjunto 
com a empresa, de Campanhas de Pre-
venção da AIDS.
Podemos fazer algumas análises a partir da 
transcrição do dispositivo legal. Constatamos que 
essa norma deu ampla atribuição à CIPA na área 
de segurança e saúde dos trabalhadores como 
segue:
A CIPA deve elaborar o mapa de risco a par-
tir da identificação dos riscos no processo de tra-
balho, com participação do maior número de tra-
balhadores possível e assessoramento do SESMT. 
Isso para que o próprio trabalhador identifique os 
riscos a que ele se expõe e sugira o controle, uma 
vez que não há ninguém melhor que o próprio 
indivíduo exposto para perceber o risco. Como já 
vimos anteriormente, a elaboração do mapa de 
risco é importante no reconhecimento e na pre-
venção dos riscos ocupacionais que constam do 
PPRA de acordo com a NR-9.
No entanto, essa finalidade da NR-5 é dis-
torcida muitas vezes por grande número de em-
pregadores ou, às vezes, pelos profissionais do 
SESMT, já que a empresa acaba realizando o mapa 
de risco através de programas de computadores e 
sem a participação dos trabalhadores ou da CIPA.
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O mapa de risco não pode ser confundido 
com o PPRA já que o mapa é parte integrante 
e importante da etapa de reconhecimento do 
PPRA. A avaliação quantitativa dos riscos não é 
atribuição da CIPA e sim a avaliação qualitativa. 
Além disso, somente os agentes físicos, quími-
cos e biológicos são considerados no PPRA e no 
mapa de risco também se leva em conta os agen-
tes ergonômicos e mecânicos.
A CIPA tem ainda outro papel fundamental, 
que é o de divulgar e promover as normas regu-
lamentadoras relativas à segurança no trabalho e 
saúde do trabalhador.
Vale lembrar ainda que, de acordo com o 
subitem 5.17, cabe ao empregador proporcionar 
aos membros da CIPA os meios necessários ao de-
sempenho de suas atribuições, garantindo tempo 
suficiente para a realização das tarefas constantes 
do plano de trabalho.
4.5 Funcionamento
Reuniões ordinárias
De acordo com o disposto na NR-5 nos 
subitens 5.23 a 5.26, deve-se considerar que as 
reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas du-
rante o expediente normal da empresa e em lo-
cal apropriado e deverão ter atas assinadas pelos 
presentes com encaminhamento de cópias para 
todos os membros. Essas atas ficarão no estabe-
lecimento à disposição dos Agentes da Inspeção 
do Trabalho (AIT).
Reuniões extraordinárias
Reuniões extraordinárias (subitem 5.27) de-
verão ser realizadas quando:
 ƒ Houver denúncia de situação de risco 
grave e iminente que determine aplica-
ção de medidas corretivas de emergên-
cia;
 ƒ Ocorrer acidente do trabalho grave ou 
fatal; 
 ƒ Houver solicitação expressa de uma das 
representações.
Decisões da CIPA
Entre os subitens 5.28 e 5.29, encontramos 
determinações sobre as decisões da CIPA. Essas 
decisões devem ocorrer preferencialmente por 
consenso. Porém, se não haver consenso, e frus-
tradas as tentativas de negociação direta ou com 
mediação, será instalado processo de votação, 
registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
É importante salientar que das decisões da 
CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante 
requerimento justificado, que será apresentado à 
CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será 
analisado, devendo o presidente e o vice-presi-
dente efetivar os encaminhamentos necessários.
Perda de mandato
Perderá o mandato o membro titular que 
faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem 
justificativa e será substituído por suplente se-
gundo o subitem 5.30. 
Havendo afastamento definitivo do vice-
-presidente, o empregador deverá indicar o subs-
tituto, em até dois dias úteis, com preferência aos 
membros da CIPA.
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Se houver afastamento definitivo do vice-
-presidente, o substituto será escolhido pelos 
membros titulares da representação dos empre-
gados, entre seus titulares, também em até dois 
dias úteis.
4.6 Treinamento
A empresa terá a obrigação de promover 
treinamento aos membros da CIPA antes da pos-
se, segundo o disposto no subitem 5.32. Esse trei-
namento deverá ser realizado no prazo máximo 
de 30 dias a partir da data de posse.
A carga horária será de 20 horas com, no 
máximo, 8 horas por dia e deverá ser realizada 
durante o expediente normal da empresa. 
A CIPA será ouvida sobre o treinamento a 
ser realizado, inclusive quanto à entidade ou pro-
fissional que o ministrará, constando sua mani-
festação em ata, cabendo à empresa escolher a 
entidade ou profissional que ministrará o treina-
mento (subitem 5.36).
O subitem 5.37 assegura que quando com-
provada a não observância ao disposto nos itens 
relacionados ao treinamento, a unidade descen-
tralizada do Ministério do Trabalho e Emprego 
determinará a complementação ou a realização 
de outro, que será efetuado no prazo máximo de 
30 dias, contados da data de ciência da empresa 
sobre a decisão.
O subitem 5.33 determina que o treinamen-
to para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os 
seguintes itens:
a) Estudo do ambiente, das condições de 
trabalho, bem como dos riscos origina-
dos do processo produtivo;
b) Metodologia de investigação e análise 
de acidentes e doenças do trabalho;
c) Noções sobre acidentes e doenças do 
trabalho decorrentes de exposição aos 
riscos existentes na empresa;
d) Noções sobre a Síndrome da Imunode-
ficiência Adquirida - AIDS, e medidas de 
prevenção;
e) Noções sobre as legislações trabalhis-
tas e previdenciária relativas à seguran-
ça e saúde no trabalho;
f ) Princípios gerais de higiene do trabalho 
e de medidas de controle dos riscos;
g) Organização da CIPA e outros assuntos 
necessários ao exercício das atribuições 
da Comissão.
4.7 Processo Eleitoral
Compete ao empregador convocar eleições 
para escolha dos representantes dos empregados 
na CIPA, no prazo mínimo de 60 dias antes do tér-
mino do mandato em curso (subitem 5.38).
A empresa estabelecerá mecanismos para 
comunicar o início do processo eleitoral ao sindi-
cato da categoria profissional (subitem 5.38.1).
O presidente e o vice-presidente da CIPA 
constituirão entre seus membros, no prazo míni-
mo de 55 dias antes do término do mandato em 
curso, a Comissão Eleitoral (CE), que será ares-
ponsável pela organização e acompanhamento 
do processo eleitoral (subitem 5.39).
Nos estabelecimentos onde não houver 
CIPA, a CE será constituída pela empresa (subitem 
5.39.1).
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O processo eleitoral observará as seguintes 
condições (subitem 5.40):
a) Publicação e divulgação de edital, em 
locais de fácil acesso e visualização, no 
prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) 
dias antes do término do mandato em 
curso;
b) Inscrição e eleição individual, sendo 
que o período mínimo para inscrição 
será de quinze dias;
c) Liberdade de inscrição para todos os 
empregados do estabelecimento, inde-
pendentemente de setores ou locais de 
trabalho, com fornecimento de com-
provante;
d) Garantia de emprego para todos os ins-
critos até a eleição;
e) Realização da eleição no prazo mínimo 
de 30 (trinta) dias antes do término do 
mandato da CIPA, quando houver;
f ) Realização de eleição em dia normal 
de trabalho, respeitando os horários de 
turnos e em horário que possibilite a 
participação da maioria dos emprega-
dos. 
g) Voto secreto;
h) Apuração dos votos, em horário normal 
de trabalho, com acompanhamento de 
representante do empregador e dos 
empregados, em número a ser definido 
pela comissão eleitoral;
i) Faculdade de eleição por meios eletrô-
nicos;
j) Guarda, pelo empregador, de todos os 
documentos relativos à eleição, por um 
período mínimo de cinco anos.
Havendo participação inferior a 50% dos 
empregados na votação, não haverá a apuração 
dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar 
outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de 
10 dias (subitem 5.41).
Em caso de empate, assumirá aquele que ti-
ver maior tempo de serviço no estabelecimento, 
de acordo com o subitem 5.44, e os candidatos 
votados e não eleitos serão relacionados na ata 
de eleição e apuração, em ordem decrescente 
de votos, possibilitando nomeação posterior, em 
caso de vacância de suplentes, segundo o subi-
tem 5.45.
4.8 Resumo do Capítulo
4.9 Atividades Propostas
A quinta norma regulamentadora trata da CIPA e determina a obrigatoriedade das empresas, sejam 
elas públicas ou privadas, em organizar e dar continuidade a uma comissão interna constituída por repre-
sentantes dos empregados e do empregador.
Os representantes do empregador serão por ele indicados, enquanto os representantes dos em-
pregados serão eleitos entre os próprios empregados.
A CIPA tem por objetivo dispor atividades, sugestões e recomendações, com vistas à melhoria das 
condições do meio ambiente do trabalho e também à participação direta dos trabalhadores no processo 
que previne e melhora as condições de trabalho.
A organização, atribuições e funcionamento da CIPA encontram-se bem delineados na NR-5, per-
mitindo ações efetivas sobre seus objetivos.
1. Em que se baseiam a necessidade e o estabelecimento da CIPA nas empresas?
2. Aos membros da CIPA são dadas algumas garantias. Comente-as.
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Ergonomia é o título da décima sétima nor-
ma regulamentadora e tem por objetivo estabe-
lecer critérios e métodos de trabalho que sejam 
adequados, permitindo uma adaptação dos pro-
cessos às características psicofisiológicas dos tra-
balhadores, de tal maneira que propiciem mais 
conforto, segurança e desempenho eficientes 
resultando em qualidade de vida no trabalho e 
saúde. Esses aspectos resultarão em melhor pro-
dutividade e redução de faltas dos trabalhadores.
A ergonomia é o estudo da engenharia hu-
mana que se volta ao planejamento do trabalho, 
conciliando a produtividade que cresce a cada dia 
com limitações individuais dos trabalhadores.
ERGONOMIA5
Cada vez mais existe uma mecanização e 
automatização dos trabalhos manuais, gerando 
acréscimos significativos do ritmo de trabalho, 
mas ainda existem muitos trabalhos realizados 
manualmente com grande utilização de esforço 
físico.
Muitas doenças ocupacionais são resultan-
tes de relações inadequadas entre o trabalhador 
e os métodos de trabalho dentro dos processos 
produtivos. Sobrecargas da estrutura óssea ou 
muscular são bons exemplos, que resultam, mui-
tas vezes, em lesões na coluna ou nas articula-
ções e disfunções musculares. Ou temos ainda o 
estresse ocupacional resultando em úlceras no 
sistema disgestório e disfunções cardíacas.
O subitem 17.2.2 da NR-17 dispõe que não 
deverá ser exigido nem admitido o transporte 
manual de cargas, por um trabalhador cujo peso 
seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua 
segurança. Essa determinação é decorrente do 
fato de que quanto maior o peso da carga ergui-
da ou transportada pelo trabalhador, maiores são 
as chances de comprometimentos à sua saúde, 
como os problemas de coluna vertebral e lombal-
gias determinadas por esforço excessivo. 
Existem várias disposições da NR-17 acerca 
do levantamento, transporte e descarga indus-
trial de peso, porém aqui destacaremos apenas 
algumas, como:
17.2.3. Todo trabalhador designado para 
o transporte manual regular de cargas, 
5.1 Levantamento, Transporte e Descarga Industrial de Peso
que não as leves, deve receber treina-
mento ou instruções satisfatórias quanto 
aos métodos de trabalho que deverá uti-
lizar, com vistas a salvaguardar sua saúde 
e prevenir acidentes.
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o 
transporte manual de cargas deverão ser 
usados meios técnicos apropriados.
17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores 
jovens forem designados para o trans-
porte manual de cargas, o peso máximo 
destas cargas deverá ser nitidamente in-
ferior àquele admitido para os homens, 
para não comprometer a sua saúde ou a 
sua segurança.
17.2.6. O transporte e a descarga de ma-
teriais feitos por impulsão ou tração de 
vagonetes sobre trilhos, carros de mão 
ou qualquer outro aparelho mecânico 
deverão ser executados de forma que o 
esforço físico realizado pelo trabalhador 
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seja compatível com sua capacidade de 
força e não comprometa a sua saúde ou 
a sua segurança.
17.2.7. O trabalho de levantamento de 
material feito com equipamento mecâni-
co de ação manual deverá ser executado 
de forma que o esforço físico realizado 
pelo trabalhador seja compatível com 
sua capacidade de força e não compro-
meta a sua saúde ou a sua segurança.
Saiba maisSaiba mais
A National Institut for Occupational Safety and 
Health (NIOSHI), órgão do governo americano, 
desenvolveu uma equação com a qual se pode 
calcular o limite e o peso recomendável, consi-
derando-se diversos fatores. Sugerimos conferir 
a tradução da Nota Técnica (NTP 477) elaborada 
pelo Centro Nacional de Condiciones de Trabajo 
da Espanha, que trata dessa equação.
O trabalho manual pesado e contínuo é 
muito prejudicial por submeter o trabalhador aos 
limites de capacidade de resistência física, por-
tanto o uso da força-motriz que o substitui auxilia 
na redução desses riscos.
Quando existir um trabalho pesado e inten-
so, haverá a necessidade de um planejamento 
que adeque o ciclo de trabalho e descanso para 
que se evite a fadiga e a consequente exaustão. 
Porém, ao se planejar uma tarefa, o limite do peso 
recomendado vai depender de alguns fatores, 
tais como a frequência de levantamento de car-
ga, a altura da carga relacionada ao solo e, ainda, 
o tamanho e a forma da carga.
5.2 Mobiliário dos Postos de Trabalho
Postura em pé
O subitem 17.3.1 da NR-17 determina que 
sempre que o trabalho puder ser executado na 
posição sentada, o posto de trabalho deve ser 
planejado ou adaptado para essa posição.
Compreende-se que a postura mais ade-
quada ao trabalhador seja aquela que ele escolha 
e que pode variar ao longo do tempo.
A posição do trabalho em pé oferece algu-
mas desvantagens:
ƒ	acúmulo

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