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O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

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O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, por meio de se representante que esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, nos termos do dos arts. 24 e 41 do CPP, com base no inquérito policial de número em epígrafe (anexo), vem, respeitosamente, perante V.Sas. oferecer DENÚNCIA em face de Ricardo Nardoni, brasileiro, desempregado, natural de São Paulo, filho de Joaquim Nardoni da Silva e Lourdes Maria Nardoni, portador da cédula de identidade RG nº 18.360.163 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 125.549.348-23 e residente na Rua Marcantonio Cesti, 81 – Jd. São Bernardo- CEP 04844-320 – São Paulo/SP, pela infração penal a seguir descrita:
 
O denunciado Ricardo Nardoni, declarou que conheceu a vítima Raquel Albuquerque, em meados de 1.996 em uma festa de amigos em comum, nessa época ele era noivo e a vítima casada, mas a vida conjugal de ambos não estava indo bem. O denunciado pediu seu telefone sendo que a partir de então começaram se falar. Informa que o casal se encontrou pessoalmente, iniciando-se um relacionamento entre ambos. Após cerca de um ano e meio a vítima achou por bem se afastar do réu, não se sentindo confortável esse relacionamento extraconjugal e resolveu retomar seu casamento, que lhe proporcionava uma vida confortável, com muitas viagens, restaurantes caros, roupas de grifes, apesar do marido descobrir alguns casos extraconjugais dela. Enquanto o denunciado se encontrava em uma fase financeira deplorável, sempre em grandes dificuldades financeira.
A cerca de 10 meses o réu localizou a vítima em uma rede social instagram, ocasião que começaram a se falar novamente. O réu por diversas vezes enviava mensagens e insistia em um novo encontro (conforme anexa), mas a vítima sempre achava melhor que não. Por algum tempo ela não respondia suas mensagens e não atendia ligações do denunciado. Só que ele começou a ir aos lugares que a vítima frequentava, lhe causando constrangimento. Para sanar essa situação ela resolveu atender uma de suas ligações, e o denunciado implorava um último encontro, que se ela comparecesse nunca mais lhe incomodaria.
 
DOS FATOS
Consta do incluso inquérito policial que aos dias 29 de setembro de 2.018, por volta das 17h30min, o réu marcou com encontro com a vítima, na Av. João Paulo, altura do nº 2.110, mas devido à dificuldade o taxi não consegui chegar ao local, por ser uma ladeira íngreme e esburacada a vítima desceu e seguindo o restante do caminho a pé. Chegando ao local encontrou o denunciado, encostado em um muro de um cemitério que parecia estar abandonado, mal se avistavam casas ou pessoas, só haviam algumas crianças brincando de roda. 
O réu foi conduzindo a vítima para dentro do cemitério com a alegação que lá era um lugar ermo e que ninguém os veriam e não queria que ela se arriscasse, pois, a vítima era casada. E que lá era o lugar onde seus entes queridos estavam enterrados e lhe mostraria o pôr do sol mais lindo do mundo. A contragosto a vítima seguiu andando pela longa alameda do cemitério totalmente abandonado, a anos ninguém era sepultado ali. O mato já havia invadido os túmulos. A vítima falou que estava cansada e que havia esfriado e que era hora de voltar, mas o denunciado disse que já estavam próximos ao jazigo de sua família e que queria lhe mostrar a foto de sua prima que havia falecido aos 15 (quinze) anos e que foi a única criatura que lhe amou.
Chegando ao jazigo semi obscuro o réu abriu a portinhola e desceu a escada e começou a indicar onde tinha retrato e inscrição falando que era essa a gazeta onde estava os seus restos mortais de sua Mãe, se direcionou a outro indicando que seria da gazeta de sua priminha e que lembrava bem o dia que havia tirado aquele retrato e que sua beleza estava em seus olhos. Com esses argumentos convenceu a vítima a descer, lhe ofereceu um fósforo para que tivesse uma visão melhor da inscrição e foi se afastando com subterfúgio que lá era um lugar exíguo. A vítima lhe indagou:
- Mas esta não poderia ser sua ser namorada, pois morreu há mais de cem anos. E esse jazigo nunca foi de sua família, foi quando a vítima escutou um baque metálico e o réu trancou e foi se afastando. Deixando a vítima clamando pelo seu nome insistentemente e implorando para tira-la de lá.
O homicídio foi praticado por motivo torpe, visto que o denunciado praticou por ter ficado descontente por ter sido desprezado pela vítima.
O denunciado além disso, agiu de forma surpreendentemente e inesperada, por meio de tortura e execução empregado de forma lenta gradativa, até produzir o resultado morte após grave sofrimento. Vítima foi presa sem lhe oferecer bebida ou comida para que morresse de sede e fome; manteve a vítima presa em um local aberto para que morresse de insolação e de frio. 
O crime, por fim foi praticado por razões de a vítima ser do sexo feminino, envolvendo violência doméstica e familiar, haja, vista que o denunciado teve um relacionamento extraconjugal por cerca de 1 ano e meio.
Diante do exposto, denuncio RICARDO NARDONI com incurso no artigo 121, §2º, incisos I, II, IV e VI, 2§. A, I, artigo 211 ambos do CPP, conforme os artigos 5º III da Lei nº 11.340/2006, sob as diretrizes da Lei nº 8.072/90, requerendo que, autuada e recebida esta, seja instaurado o devido processo penal, com a citação do denunciado para apresentação de defesa, prosseguindo nos demais atos processuais de acordo com o previsto no artigo 406 e seguintes do Código Processo Penal até a decisão de para ao final, ser julgado culpado e condenado pelo Egrégio Tribunal do Júri.
Testemunhas:
Luis Gustavo Ferreira (condutor), lotado no Destacamento da Policia Militar de São Paulo;
João Carlos, lotado no lotado no Destacamento da Policia Militar de São Paulo;
Júlio Cesar Romero (taxista), residente na Rua Caraíbas, 75 – apto. 11 – Jabaquara. 
Maria do Carmo Vieira (vizinha), residente na Rua Correia de Faria, 116 – Jd. Vila Formosa.

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