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Neurofisiologia Módulo 1: 1. Célula Nervosa 2. Divisão Anatômica e Funcional do S.N. – Sistema Nervoso Central e Periférico Bibliografia Básica: DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde. 5ª ed. São Paulo: Robe Editorial, 2002. Cap. 5. GANONG, W. F. Fisiologia Médica. 15ª ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil, 1993. Seção II – Cap. 2 e 4. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 3. KANDEL, E. R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSEL, T. M. Princípios da Neurociência. 4ª ed. São Paulo: Manole, 2003. Seção I – Cap. 2. 1. Célula Nervosa No sistema nervoso, existem 2 classes distintas de células: as células neurais ou neurônios e as células da glia ou gliais. Estima-se que o cérebro humano é formado por cerca de 25 bilhões de neurônios. Um neurônio apresenta 4 regiões morfológicamente definidas: o corpo celular, os denditros, o axônio e suas terminações pré sinápticas. Figura 1: Estruturas Anatômicas do neurônio Fonte: http://jmelobiologia.zip.net/arch2008-05-18_2008-05-24.html O corpo celular (soma) é o centro metabólico da célula. Do corpo celular originam-se dois prolongamentos, os dendritos e o axônio. Os neurônios apresentam diversos dendritos que se ramificam, tendo como principal função à recepção de sinais de outras células neurais. Do corpo celular só origina um axônio, que é a principal unidade condutora do neurônio. É capaz de conduzir sinais elétricos por distancias curtas e longas. Os axônios se dividem em diversos ramos conduzindo informações para diversos alvos. Os sinais elétricos propagados ao longo do axônio são chamados de potenciais de ação, são impulsos nervosos rápidos. Os axônios mais calibrosos são circundados por bainha isolante, chamada de mielina. Essa bainha é interrompida a intervalos regulares, pelos nodos de Ranvier. Próximo à sua terminação, o axônio se divide em ramos muito finos que fazem contato com outros neurônios. O ponto de contato é chamado de sinapse. A célula transmissora de um sinal é designado como célula pré - sináptica, enquanto que a célula que recebe o sinal é a célula pós - sináptica. As dilatações nas extremidades das ramificações axônicas são chamadas de botões sinápticos, estes não se comunicam anatomicamente com outra célula neural. As células neuronais são separadas, por um espaço chamado de fenda sináptica. Os neurônios podem ser classificados, em termos de sua função, em três grandes grupos: sensoriais, motores, e interneurônios. Os neurônios sensoriais ou aferente conduzem informações para o sistema nervoso, tanto para a percepção como para a coordenação motora. Os neurônios motores conduzem comandos para os músculos e glândulas. Os interneurônios formam a maior classe, conduzem informações de uma região cerebral para outra. Figura 2: Classificação dos neurônios Fonte: http://jmelobiologia.zip.net/arch2008-05-18_2008-05-24.html Os corpos celulares neurais e seus axônios são cercados por células da glia. Existem cerca de 10 a 50 vezes mais células da glia do que neurônios no SNC dos vertebrados. As células da glia têm as seguintes funções: 1- Atuam como elementos de sustentação, dando firmeza e estrutura ao cérebro. Separam e isolam grupos de neurônios entre si. 2- Dois tipos de células da glia produzem mielina. 3- Algumas células da glia removem os dendritos após lesão ou morte neural. 4- As células da glia tamponam e mantém a concentração dos íons potássio no espaço extracelular; algumas também captam e removem transmissores químicos liberados pelos neurônios durante a transmissão sináptica. 5- Durante o desenvolvimento cerebral, certas classes de células da glia guiam a migração dos neurônios e dirigem o crescimento do axônio. 6- Certas células da glia participam da criação de um revestimento, especial e impermeável, dos capilares e vênulas cerebrais, criando uma barreira hematoencefálica que impede o acesso de substâncias tóxicas ao cérebro. 7- Existe evidência de que algumas células da glia, no SN do vertebrado, têm participação na nutrição das células neurais. (KANDEL, E.R., e col.,1997,p.20) Neurotransmissores - Os Mensageiros Químicos Pode-se inicialmente defenir que um transmissor é como uma substância que é liberada numa sinapse por um neurônio e que afeta uma outra célula. A transmissão sináptica química passa pelas seguintes fases: * síntese da substância transmissora; * armazenamento e a liberação do transmissor; * interação do transmissor com o receptor na membrana pós sináptica e * remoção do transmissor da fenda sináptica. O neurotransmissor é aquele que atende os seguintes critérios: * é sintetizado no neurônio; * está presente na terminação pré sináptica afim de exercer uma ação sobre o neurônio pós sináptico; * quando administrada de forma exógena exerce a mesma função do transmissor endógeno; * existe um mecanismo específico para sua remoção do sítio de ação (fenda sináptica). Exemplos de Neurotransmissores: a) Acetilcolina - é o neurotransmissor usado pelos neurônios motores da medula espinhal, é liberado em todas as junções neuromusculares dos vertebrados. No SNA é o transmissor de todos os neurônios pré - ganglionares e também dos neurônios pós - ganglionares parassimpáticos. b) Transmissores catecolamínicos - dopamina, norepinefrina e epinefrina No SNP, a norepinefrina é o transmissor dos neurônios pós - ganglionares simpáticos. A serotonina, a dopamina e a norepinefrina são importantes nos mecanismos subjacentes a algumas das mais comuns e importanttes disfunções mentais e neurológicas: a depressão, a esquizofrenia, a dependência a drogas e a doença de Parkinson. A maioria dos antidepressivos acentua a neurotransmissão nas sinapses cerebrais serotoninérgicas ou adrenérgicas. Acredita-se que defeitos da neurotransmissão cerebral dopaminérgica desempenham um papel importante na esquizofrenia. Uma diminuição acentuada na produção de dopamina é característica da doença de Parkinson, que é tratada pela administração de L - DOPA. c) Aminoácidos - GABA e a glicina são aminoácidos neutros que servem como transmissores inibitórios. Ácido glutâmico são aminoácidos ácidos que agem como transmissores excitatórios. . Divisão Anatômica e Funcional do S.N. – Sistema Nervoso Central e Periférico Todas as atividades humanas são coordenadas e controladas pelo sistema nervoso, que é extremamente complexo e de alta operacionalidade. A função primordial deste sistema é de relacionar o ser com o meio ambiente. Sistema nervoso didaticamente é dividido em critérios anatômicos, embriológicos e funcionais. Divisão Anatômica do Sistema Nervoso O Sistema Nervoso Central (SNC) localiza-se na cavidade craniana e canal vertebral. O Sistema Nervoso Periférico (SNP) localiza-se fora desse esqueleto. O Sistema Nervoso Central é composto por dois órgãos: o encéfalo e a medula espinhal. No encéfalo encontra-se o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo). O Sistema Nervoso Periférico é constituído por: nervos (cranianos e espinhais; sensitivos e viscerais), gânglios (sensitivos e viscerais; cranianos e espinhais) e terminações nervosas (sensitiva e motora). cérebro encéfalo cerebelo mesencéfalo tronco encefálico ponte bulbo S.N.C medula espinhal nervos S.N.P gânglios terminações nervosas Figura 3: Divisão Anatômica do Sistema Nervoso Fonte: http://www.epub.org.br/svol/cerebro.htmlAcompanhe o seguinte exemplo de exercício: O sistema nervoso central (SNC) é uma das divisões do sistema nervoso, sendo composto das seguintes partes: a) medula espinhal e cerebelo b) encéfalo e medula espinhal c) nervos e gânglios d) encéfalo e nervos espinhais e) cérebro e medula espinhal Se você compreendeu a divisão anatômica do Sistema Nervoso, assinalou como alternativa correta a letra b. Pois o Sistema Nervoso Central (SNC) é caracterizado pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é protegido pela caixa craniana e composto pelo cérebro, cerebelo, ponte e bulbo. A medula espinhal é protegida pela coluna vertebral. Os nervos caracterizam o sistema nervoso periférico. Divisão Embriológica do Sistema Nervoso telencéfalo prosencéfalo cérebro diencéfalo mesencéfalo mesencéfalo metencéfalo cerebelo rombencéfalo mielencéfalo bulbo e ponte Divisão Funcional do Sistema Nervoso O Sistema Nervoso é dividido funcionalmente em Sistema Nervoso Somático (vida de relação) e Sistema Nervoso Visceral (vida vegetativa) O Sistema Nervoso Somático - “vida de relação”, relaciona o organismo com o meio ambiente. Apresenta um nervo aferente que conduz os estímulos sensitivos para o SNC e um nervo eferente que leva ao músculo estriado esquelético o comando motor originado do SNC. O Sistema Nervoso Visceral - “vida vegetativa”, é aquele que se relaciona com a inervação e controle das vísceras. Tem a função de fornecer a manutenção da constância do meio interno. Apresenta um nervo aferente que conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras a áreas específicas do SNC. O nervo eferente leva o impulso originado no SNC até as vísceras, terminando em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco. O nervo eferente (motor) do sistema nervoso visceral é chamado de Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e é dividido em dois nervos: simpático e parassimpático DIFERENÇAS SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO localização dos nervos craniossacral toracolombar localização dos gânglios próximo ou dentro dos órgãos viscerais efetuadores longe dos órgãos viscerais efetuadores Neurotransmissores Noradrenalina adrenalina (luta e fuga) acetilcolina Figura 4: Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático Fonte: http://jmelobiologia.zip.net/arch2008-05-18_2008-05-24.html ORGÃO ALVO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO Coração vasodilatação vasoconstrição Pulmão bronquiodilatação bronquioconstrição Figado a liberação de glicose nenhum efeito Sistema Digestivo ¯ atividade das glândulas e dos músculos lisos peristaltismo e secreção glandular Pupila midríase (dilatação) miose (constrição) Vasos Abdominais constrição dilatação Módulo2 - Sensibilidade 1. Sensibilidade 1.1. Sensibilidade Somestésica ou Geral Bibliografia Básica: DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde, 5ª ed. São Paulo: Robe Editorial, 2002. Cap. 9 e 10. GANONG, W. F. Fisiologia Médica. 15ª ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil, 1993. Seção II – Cap. 7. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 29. 1. Sensibilidade As sensações podem ser viscerais quando oriundas das vísceras e somáticas quando originadas nos demais regiões do organismo. Existem sensibilidade somáticas específicas que estão relacionadas aos órgãos do sentido (visão, audição, paladar e olfato), e sensibilidade geral que está relacionada a sensibilidade somestésica (dor, tato, pressão e temperatura). A classificação fisiológica dos receptores segundo Machado (2000) tem como critério os estímulos que ativam os receptores, estes podem ser classificados como: a) Quimiorreceptores – são receptores sensíveis a estímulos químicos. b) Osmorreceptores - são receptores que detectam a variação da pressão osmótica. c) Fotorreceptores - são receptores sensíveis a luz. d) Termorreceptores - são receptores que detectam frio e calor e) Nociceptores - são receptores sensíveis a dor. f) Mecanorreceptores – são receptores sensíveis a estímulos mecânicos. Os receptores também podem ser classificados conforme a localização (MACHADO,200): a) Exteroceptores – localizam-se na superfície externa do corpo b) Proprioceptores – localizam-se nos músculo, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. c) Interoceptores ou visceroceptores – localizam-se nas vísceras e nos vasos sanguíneos. 1.1. Sensibilidade Somestésica ou Geral A Sensibilidade Geral Somestésica se refere, a dor, tato, pressão e temperatura. A Sensibilidade Geral possui áreas no córtex ,são bilaterais e se encontram no lobo parietal, no giro pós-central (áreas 3, 1, 2 de Brodman ou área de projeção primária sensitiva segundo Lúria). Faz parte também às áreas gnósicas da Sensibilidade Somestésica (áreas 5 e 7 de Brodman ou área de associação secundária sensitiva conforme Lúria) Figura 1: Regiões funcionais do hemisfério esquerdo do córtex cerebral Fonte: http://cassandrasilveira.wordpress.com/2010/10/25/para-que-servem-os-sonhos/ VIAS DA SENSIBILIDADE GERAL: v Propriocepção Consciente, Tato Epicrítico e Sensibilidade Vibratória ü O 1º neurônio sai do proprioceptor e entra por trás da medula. ü Sobe até o bulbo e faz sinapse com o 2º neurônio da propriocepção, onde se cruzam. ü Sobe até o tálamo e faz sinapse com o 3º neurônio. ü O 3º neurônio chega ao Córtex Somestésico (áreas 3, 1, 2 de Brodman). ü Posteriormente enviam fibras de associação para as áreas 5 e 7, gnosia da sensibilidade somestésica (área de associação sensitiva) O neurônio mais importante é o que vai do tálamo até o córtex. Junto com a propriocepção vai uma parte do Tato. O tato fino ou Epicrítico. v Dor e Temperatura ü O 1º neurônio da dor e temperatura entra por trás da medula e faz sinapse com o 2º neurônio. ü Estas vias cruzam-se na medula espinhal. ü 2º neurônio sobe até o tálamo, faz sinapse com o 3º neurônio. ü O 3º neurônio atinge a área somestésica do córtex cerebral (áreas 3, 1, 2 de Brodman). ü Posteriormente enviam fibras de associação para as áreas 5 e 7, gnosia da sensibilidade somestésica (área de associação sensitiva) Junto com a dor e temperatura também sobe uma parte do Tato, o mais grosseiro chamado Protopático. v Pressão e Tato Protopático ü O 1º neurônio da pressão e do tato entra por trás da medula e faz sinapse com o 2º neurônio. ü Estas vias cruzam-se na medula espinhal. ü 2º neurônio sobe até o tálamo, faz sinapse com o 3º neurônio. ü O 3º neurônio atinge a área somestésica do córtex cerebral (áreas 3, 1, 2 de Brodman). ü Posteriormente enviam fibras de associação para as áreas 5 e 7, gnosia da sensibilidade somestésica (área de associação sensitiva) Estes impulsos originados nos receptores de pressão e tato, localizados no tronco e membros, tornam-se conscientes quando chegam ao tálamo. (MACHADO,200). Motrocidade somática Módulo 3 1. Motricidade 1.1. Motricidade Reflexa 1.2. Motricidade Automática - Sistema Extrapiramidal 1.3. Motricidade Voluntária - Sistema Piramidal Bibliografia Básica: DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde, 5ª ed. São Paulo: Robe Editorial,2002. Cáp. 16 e 17. GANONG, W. F. Fisiologia Médica, 15 ed. Rio de Janeiro: Prentice/Halldo Brasil, 1993. Seção III – Cap. 6 e 12. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 26 A e Cap. 30. 1. Motricidade O Sistema Nervoso Central (SNC) funciona de três formas, com relação a motricidade somática: reflexa, automática e voluntária. As duas primeiras formas compreendem atividade motora que independe da nossa vontade. Os movimentos reflexos são respostas motoras estereotipadas frente a um estímulo sensitivo e os automáticos podem ou não exigir aprendizado. Estes movimentos necessitam da ação dos centros medulares e do tronco cerebral. Na motricidade voluntária indispensável à participação do córtex cerebral. 1.1. Motricidade Reflexa A motricidade reflexa é a mais primitiva inicia por volta do 3º mês de vida intra-uterina. A motricidade reflexa é um processo involuntário que ocorre quando um receptor sensorial é estimulado. A base morfológica do reflexo é o arco reflexo, que consta basicamente de um neurônio sensorial que capta o estímulo; de um centro reflexo situado na medula espinhal, onde se recebe a informação transmitida pelo anterior; e um neurônio motor ou eferente (nervo alfa), que provoca a resposta motora reflexa no músculo estriado. Como exemplos de respostas motoras reflexas pode-se citar: o reflexo patelar, que provoca a extensão da perna em conseqüência do estiramento do tendão da rótula; a tosse; o ato de piscar; os reflexos posturais, com os quais se mantém o equilíbrio do corpo em condições estáticas e dinâmicas; o tônus muscular; o rubor e a palidez. Figura 1: Arco Reflexo Fonte: http://www.clickescolar.com.br/os-reflexos.htm 1.2. Motricidade Automática - Sistema Extrapiramidal A motricidade automática se vincula ao funcionamento do sistema extrapiramidal, através de representações corticais e dos núcleos da base O movimento automático atua incessantemente no comando da musculatura esquelética, atua sinergicamente no sistema motor voluntário e tônus muscular e postura. O automatismo do movimento inclui estruturas do córtex cerebral e do subcórtex (núcleos da base). Considera-se como áreas da motricidade automática áreas 6 e 8 de Brodman, essas áreas constituem a região pré-motora (área de associação 2ª motora de Lúria) O automatismo primário, ou seja, a motricidade automática primária são movimentos relacionados à sobrevivência, como por exemplo: sucção, deglutição, mastigação. Inicia por volta do 6º mês de vida intra-uterina, quando muitas vezes a mulher pode observar durante o exame de ultrasonografia, o bebê chupando o dedo. O automatismo secundário são movimentos aprendidos ao longo da vida. Inicia ao nascer e necessita do córtex e do subcortex (núcleos da base). E do nervo gama para que a motricidade automática seja executada no músculo estriado. Figura 2: Núcleos da Base Fonte:http://br.monografias.com/trabalhos3/concepcoes-bale-recurso-terapeutico- fiosioterapia/concepcoes-bale-recurso-terapeutico-fiosioterapia2.shtml 1.3. Motricidade Voluntária - Sistema Piramidal No homem os movimentos voluntários são comandados fundamentalmente pelo córtex da área motora (área 4 de Brodman ou área de projeção primária motora para Lúria), situada no giro pré-central. Os axônios desta área descem pelo trato corticoespinal em direção ao subcórtex, passando pela cápsula interna em direção ao tronco encefálico, na parte interna do bulbo (pirâmide) cruzam os tratos corticoespinais. Descem em direção a medula espinhal onde farão sinapse com o nervo alfa, que levará a motricidade voluntária ao músculo estriado. (Imagen adaptada Guía Neuroanatomía UFRO) Figura 3: Motricidade Voluntária Fonte: http://www.med.ufro.cl/Recursos/neuroanatomia/archivos/15_vias_eferentes_archivos/Page342.htm MÓDULO 4 - CEREBELO 1. Anatomia e Fisiologia 2. Divisão Filogenética 3. Vias Cerebelares 4. Funções do Cerebelo 5. Engramas do Movimento 6. Síndromes Cerebelares Bibliografia Básica: DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde. 5 ed. São Paulo: Robe Editorial, 2002. Cap. 17. GANONG, W. F. Fisiologia Médica. 15ª ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil, 1993. Seção III – Cap. 12. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 22 e 30. 1. ANATOMIA E LOCALIZAÇÃO: Ø Parte posterior do tronco encefálico e abaixo do lóbo occipital; Ø Está preso ao tronco encefálico pelos pedúnculos cerebelares; Ø Possui 2 lobos ou hemisférios (D e E); Ø É todo formado por lâminas ou folhas cerebelares. Fonte: http://www.anatomiahumana.ucv.cl/efi/modulo21.html 2. DIVISÃO FILOGENÉTICA Ø ARQUICEREBELO: surge com o aparecimento dos vertebrados mais primitivos. ü Ligado à manutenção do equilíbrio. ü Relacionado com motricidade reflexa. Ø PALEOCEREBELO: surge mais recentemente. ü Recebe informações que o ajudam na regulação do tônus muscular e da postura. ü Relacionado com motricidade automática. Ø NEOCEREBELO: surge com os mamíferos que desenvolvem movimentos mais delicados e assimétricos. ü Coordena os movimentos voluntários, comparando a intenção e a execução dos mesmos, podendo ajustá-los se necessários. ü A função de coordenação dos movimentos feita pelo cerebelo chama-se TAXIA. Figura 2: Divisão Filogenética do Cerebelo Fonte: http://embriologiasistemanervoso.wordpress.com/encefalo/ 3. VIAS CEREBELARES Ø Área 4 no córtex: saem os tratos corticoespinais que vão aos músculos. Ø Ponte: os tratos se dividem e o Trato Ponto Cerebelar avisa ao cerebelo da intenção do movimento. Ø Proprioceptores: através dos Tratos Espinocerebelares avisam da execução do movimento. Ø Cerebelo: compara a intenção e a execução do movimento. Ø Ajuste do movimento: se necessário é feito pelo Trato Cerebelo - Tálamo - Córtex. 4. FUNÇÕES DO CEREBELO Ø Função básica é coordenar os movimentos. ü Coordena: l Força l Harmonia l Rítmo l Seqüência l Sinergismo l Antagonismo Ø Principais Funções Cerebelares: ü MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO E DA POSTURA l Feitas basicamente pelo arquicerebelo e pela zona medial. l Promovem a contração adequada dos músculos dos membros, de modo a manter o equilíbrio e a postura normal. l A influência do cerebelo é transmitida aos neurônios motores pelos tractos vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal. ü CONTROLE DO TÔNUS MUSCULAR ü CONTROLE DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS l O controle dos movimentos envolve duas etapas: Ø planejamento do movimento (via córtico-ponto- cerebelar) Ø correção do movimento já em execução ( via interpósito-tálamo-cortical) 5. ENGRAMAS DO MOVIMENTO (Aprendizagem motora) Ø Sempre que executamos um movimento com determinada finalidade, registramos a impressão que ele proporciona às áreas sensoriais. Ø Essa impressão memorizada denomina-se “engrama sensorial do movimento”. Ø Quando desejamos reproduzir a mesma ação: ü a área motora aciona os efetores ü as áreas sensoriais começam a captar as impressões proprioceptivas desencadeadas pelo movimento. ü Essas impressões são confrontadas com os engramas correspondentes e a área motora é avisada se o movimento está correto ou necessita de correção. 6. SÍNDROMES CEREBELARES Ø SÍNDROME DO ARQUICEREBELO ü Ocorre com certa freqüência em crianças de menos de 10 anos. ü Causa: Tumores que comprimem o nódulo e o pedúnculo do flóculo. ü Sintomas: l Perda de equilíbrio. As crianças não conseguem ficar em pé. - DISTASIA l Não há alteração do tônusmuscular l Deitadas, a coordenação dos movimentos é praticamente normal. Ø SÍNDROME DO PALEOCEREBELO ü Ocorre no homem como conseqüência da degeneração do córtex do lobo anterior (Ex.: alcoolismo crônico). ü Sintomas: l Perda do equilíbrio – DISTASIA. l Paciente anda com a base alargada – DISBASIA. l Ataxia dos membros inferiores. Figura 3: Ataxia Fonte:http://criancadiferente.blogspot.com/2008/01/o-que-ataxia-o-que-ataxia-extrado-da.html Ø SÍNDROMES DO NEOCEREBELO ü As lesões do neocerebelo causam como sintoma fundamental uma incoordenação motora (Ataxia), que pode ser testada por vários sinais. ü DISMETRIA: execução defeituosa de movimentos que visam atingir um alvo, pois o indivíduo não consegue dosar exatamente a ‘quantidade’ de movimentos necessários para isso. l quando ultrapassamos o ponto desejado ao fazermos um movimento. ü DECOMPOSIÇÃO - movimentos complexos que normalmente são feitos simultaneamente por várias articulações. l São decompostos, ou seja, realizados em etapas sucessivas por cada uma das articulações ü DISDIADOCOCINESIA - dificuldade de fazer movimentos rápidos e alternados l Exemplo: tocar rapidamente a ponta do polegar com os dedos indicador e médio, alternadamente. ü ADIADOCOCINESIA: incapacidade de efetuar rapidamente um movimento seguido de seu inverso. ü RECHAÇO: verifica-se esse sinal mandando o paciente forçar a flexão do antebraço contra uma resistência que se faz no pulso. l Indivíduo normal: resistência retirada, a flexão pára l Doente: músculos custam a agir e o movimento é violento. ü TREMOR - característico que se acentua ao final do movimento ou quando o paciente está prestes a atingir um objetivo l Exemplo: apanhar um objeto (tremor intencional) ü NISTAGMO - movimento oscilatório rítmico dos olhos, que ocorre especialmente em lesões do sistema vestibular e do cerebelo.