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1/10/2012 1 DISFUNÇÕES ORTOPÉDICAS DE JOELHO Prof. Ms. André Luis Maierá Radl Anatomia DISFUNÇÕES DE JOELHO Tendinopatias Bursopatias Sinovites Lesões Ligamentares Patologias Femoropatelares Lesões de Meniscos Lesões da Cartilagem Fraturas DISFUNÇÕES FÊMORO- PATELARES • Sd. Da Hiperpressão patelar • Condromalácea BIOMECÂNICA FÊMORO-PATELAR • ESTABILIZADORES DINÂMICOS – Vasto lateral – Vasto medial – Vasto intermédio – Reto femoral • ESTABILIZADORES ESTÁTICOS – Tróclea lateral – Retináculo extensor – Trato iliotibial – Tendão quadricipital – Ligamento patelar CONTATO PATELA/FÊMUR DURANTE A FLEXÃO 20 º - Inferior 45 º - Média 90 º - Superior 120 º / 135 º - Súpero lateral e Excedente Cartilagem posterior tem 5 mm espessura. BIOMECÂNICA FÊMORO-PATELAR FUNÇÃO FÊMORO-PATELAR CAPACIDADE DE CONTROLAR AS FORÇAS VETORIAS PLANO SAGITAL PLANO FRONTAL BIOMECÂNICA FÊMORO-PATELAR BIOMECÂNICA PLANO SAGITAL VETOR RESULTANTE POSTERIOR Contração do quadríceps cria força superior que é suportada pela força do tendão infrapatelar. Quanto maior o ângulo de flexão, maior a contração do quadríceps e maior a “força de compressão”. 1/10/2012 2 IMPACTO DA GRAVIDADE NO QUADRÍCEPS Em CCF, durante um agachamento a FDG desloca-se para trás. Na medida em que a flexão a força do quadríceps . Aumento do contato patelofemoral. Atividades em CCF produzem cargas mais fisiológicas. BIOMECÂNICA PLANO SAGITAL IMPACTO DA GRAVIDADE NO QUADRÍCEPS Em CCA a FDG exerce carga máxima do quadríceps em extensão completa. Como a área de contato patela/fêmur diminui com a extensão há maior estresse de contato. BIOMECÂNICA PLANO SAGITAL EXTENSÃO DO JOELHO • Aumento da Força no quadríceps • Tendão patelar encurta • ângulo valgo. • Contração simultânea de quadríceps produz força lateralizante na patela. • Esta tendência é equilibrada dinamicamente pelo VMO. BIOMECÂNICA PLANO FRONTAL ESTRESSE DE CONTATO PATELOFEMORAL • CCA = exercícios entre 15º e 50º de flexão são potencialmente lesivos. • CCF = exercícios abaixo de 50º são mais seguros. BIOMECÂNICA PLANO SAGITAL CONSIDERAÇÕES SOBRE O VASTO MEDIAL • Possui duas porções: – Longa e Superior (VML). – Oblíqua e Inferior (VMO). • Cada porção têm seu próprio suprimento nervoso (n. femoral). • VML : desvio de 18º em relação ao eixo longitudinal do fêmur. • VMO: desvia 55º do eixo . • O VMO é incapaz de estender o joelho,. BIOMECÂNICA PLANO FRONTAL FATORES DETERMINANTES DAS PATOLOGIAS FÊMORO-PATELARES TRAUMÁTICO Sequela de Entorse Trauma direto Esportes de Contato Perda da integridade dos estabilizadores estáticos Displasia de VMO Retração de VL Encurtamento Trato IT Insuficiência de VMO Encurtamento IT MUSCULARES Valgo excessivo. Ângulo “Q”. Anteversão do Colo Femoral. Torção Tibial Externa. Patela Alta. Tipo de patela MAU ALINHAMENTO PATELAR 1/10/2012 3 Joelho Recurvatum. Pronação do Pé. Pé plano. Hiperlordose Lombar. POSTURAL DESAFIO DO TRATAMENTO CONSERVADOR FORÇAS MEDIALIZANTES DA PATELA FORÇAS LATERALIZANTES DA PATELAX VASTO MEDIAL • 20 ml de derrame articular - inibição VM, • VMO - estabilizador dinâmico patelar • VMO é mais exigido ao final da extensão (CCA). • O VMO fraco isoladamente reduz o torque da extensão do joelho pois a instabilidade patelar prejudica a eficiência do quadríceps SÍNDROME DA HIPERPRESSÃO LATERAL DE PATELA • Inclinação lateral da patela por encurtamento (tensão) do retináculo lateral, aumentando a pressão lateral da patela contra o côndilo lateral • Início insidioso em indivíduos entre 15 e 20 anos •Maior incidência em mulheres 24 • O angulo Q é o eixo mecânico do membro inferior, sua variação pode alterar a estabilidade femoro patelar . Hugnston ( 1980 ) valores : • 6 - 9 graus ; VARO • 10 - 15 graus ; NORMAL • acima de 15 graus ; VALGO 25 26TESTES ESPECIAIS Quadro Clínico: • Dificuldade em medializar a patela com o joelho em 20 graus de flexão • Dor peripatelar sem a presença de displasia femoral ou instabilidade patelo femoral • Radiografias axiais (40 graus de flexão) evidenciando a inclinação lateral da patela 1/10/2012 4 TÉCNICAS CIRÚRGICAS: • LIBERAÇÃO LATERAL (release lateral) - restritores laterais contraturados (Aberta ou artroscópica ) • RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO PATELOFEMORAL MEDIAL • TRANSFERÊNCIA MEDIAL DA TUBEROSIDADE ANT. DA TÍBIA Fisioterapia: •Crioterapia/ laserterapia para controle da inflamação (cistos sinoviais são comuns) •Extensibilidade de quadríceps e IT •Reequilíbrio muscular dos vastos: • melhor recrutamento de VMO •Manobras de reposicionamento patelar 31Isometria- em CCA CCF 32 TRATAMENTO CONSERVADOR Correção da inclinação Correção da lateralização patelar ( Tilt ) , através da patelar ( Glide ) , através de fixação do Taping sobre o uma segunda fita sobre o polo superior , puxando bordo patelar medial, a patela p/ baixo puxando - a medialmente CONDROMALÁCIA •Descrição: • Afecção –amolecimento- da cartilagem articular da patela sem comprometimento do osso subcondral. • Mais frequente em adolescentes do sexo feminino Etiologia e Fisiopatologia: – natureza idiopática – Outros: Hiperpressão patelar, traumatismos, cirurgias prévias, pós-fraturas, alterações anatômicas ou afecções sinoviais CARTILAGEM PATELAR É A DE MAIOR ESPESSURA NO CORPO HUMANO P ro f. A n d ré L u is M a ie rá R a d l c re fi to 3 / 1 8 2 8 9 -f Grau I = amolecimento e inchaço CLASSIFICAÇÃO POR OUTERBRIDGE 1/10/2012 5 Grau II = fragmentação e fissuras numa área de 0,5 polegadas ou menor CLASSIFICAÇÃO POR OUTERBRIDGE Grau III = fragmentação e fissuras numa área de 0,5 polegadas ou maior CLASSIFICAÇÃO POR OUTERBRIDGE Grau IV = erosão da cartilagem expondo o osso são CLASSIFICAÇÃO POR OUTERBRIDGE Grau 0: cartilagem com sinal e contornos normais (A). Grau 1: cartilagem com sinal anormal (B) cartilagem com sinal anormal e contorno abaulado, sem fissuras nem erosões (C). Grau 2: fissura ou erosão condral sem exposição do osso subcondral (D). Grau 3: fissura ou erosão condral com exposição do osso subcondral (E) Fissura ou erosão condral com exposição e alteração do sinal do osso subcondral (F). QUADRO CLÍNICO: –Artrite/ Dor (stress patelar / degeneração basal da cartilagem); –Dor anterior de joelho em atividades como agachar, subir escadas, pedalar; –Crepitações aos movimentos de flexão e extensão; –Mau alinhamento articular; AVALIAÇÃO: –Testes + (compressão patelar, raspagem); –São constatadas em Rx axial (lateralização) e perfil (altura) Displasia troclear associada a condromalácia grau 2 44 CREPITAÇÃO e ADM : Crepitação : Classificação Graus - Suave 0 - 30 graus - Moderada 30 - 90 graus - Intensa 90 - 140 graus ADM - Amplitude - Arco livre de dor ( funcional )TRATAMENTO: –Shaving –Realinhamento proximal e distal –Release lateral (retináculo) –Elevação do tubérculo tibial 1/10/2012 6 FISIOTERAPIA: – Controle do processo inflamatório – Restabelecimento da extensibilidade dos extensores – Reequilíbrio muscular (exercícios em CCF) – Eletroestimulação – Reeducação sensório-motora LUXAÇÃO PATELAR • São frequentes em adolescentes e adultos jovens. • Os deslocamentos ocorrem sempre no sentido lateral. • Ocorre em função da instabilidade crônica ou evento traumático. • Quando a patela se desloca, o quadríceps relaxa e o joelho cede. • Muitas vezes o paciente cai e a luxação reduz-se expontaneamente. Causas PATOLOGIAS DEGENERATIVAS DO JOELHO OSTEOARTRITE Degeneração da cartilagem articular e osso subcondral Articulação mais afetada pela osteoartrose ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA: PRIMÁRIA • Predisposição genética • Enzimas proteolíticas liberadas pelos leucócitos destroem a cartilagem articular. SECUNDÁRIA • Sequelas de Traumatismos prévios. • Sinovites artropáticas (gota e outras) • Artrite reumatóide. • Sequelas de alterações biomecânicas 1/10/2012 7 QUADRO CLÍNICO: – Dor profunda (articular) – Limitação de ADM que melhora com a atividade – Marcha antálgica – Edema generalizado – Deformidade articular (valgo, varo) – Crepitações Radiografias evidenciam a presença de osteófitos, redução do espaço articular e esclerose cortical 57 AVALIAÇÃO 58 •FORÇA/ TROFISMO •ADM •POSTURA •MARCHA •PROPRIOCEPÇÃO •QV Tratamento: • repouso inicial e redução da descarga de peso • Imobilizadores funcionais podem ser utilizados para minimização da sinovite • Antiinflamatórios não esteroidais e injeções intra- articulares de cortisona (uso frequente acelera a degeneração cartilaginosa) Dor e incapacidade persistentes que não melhoram com o tratamento conservador, apresentam indicação cirúrgica (osteotomia, desbridamento artroscópico, artrodese, prótese), Cirurgia: idade, atividade física, nivel de incapacidade. FISIOTERAPIA DEVE SER INDICADA EM ESPECIAL, NAS CRISE AGUDAS E INCAPACITANTES A funcionalidade é o principal critério para avaliar a necessidade de terapia. FISIOTERAPIA: Controle do processo inflamatório (dor/edema) Manutenção ou restabelecimento da ADM Manutenção ou restabelecimento da força e extensibilidade muscular Reeducação postural (se relacionado) Reeducação da marcha (se antálgica, por períodos prolongados) Orientações de avd, auxiliares de marcha e exercícios domicialiares CONTRA-INDICADA QUALQUER FORMA DE MODALIDADE TÉRMICA!!!! ? 1/10/2012 8 PÓS-OPERATÓRIO: Analgesia e normalização do edema Otimização do processo cicatricial Restabelecimento da adm Restabelecimento da força e extensibilidade muscular Reeducação postural Reeducação da marcha • A patologia tem caráter crônico e progressivo (CARTILAGEM NÃO REGENERA). • A proteção articular é atribuição da musculatura. • A morbidade é inversamente proporcional a aspectos individuais: – Obesidade – Condicionamento físico – Tolerância à dor BURSITES Descrição: Inflamação de bolsas ao redor da articulação do joelho (pré-patelar, infrapatelar, poplítea e anserina) Etiologia • movimentos repetitivos, • compressão e/ou traumas (ex. traumas diretos em quedas, posição ajoelhada, posição agachada, subir e descer escadas com frequência). A mais frequente é a bursite pré-patelar Quadro clínico: • Edema localizado • Dor local à palpação ou compressão • Movimentos promovem dor • hiperemia;/ hipertermia TRATAMENTO: • repouso inicial e afastamento das atividades causais. • Drenagem e aspiração da bolsa • Infiltrações • Remoção cirúrgica 1/10/2012 9 FISIOTERAPIA: • Controle da reação inflamatória/ / dor (laser IV/ crioterapia) • Normalização da tensão muscular • Reeducação de postura • Reeducação de marcha TENDINOPATIAS Descrição: • Inflamação local das inserções musculares e tendinosas (tendão infrapatelar, isquiotibiais, trato iliotibial, pata de ganso) Etiologia e fisiopatologia: • excesso de uso, sobrecarga • trauma direto, • estiramento. • Predisponentes: Alterações anatômico- estruturais, gesto repetido e constante, sedentarismo, início tardio de atividades (após 35-40 anos), encurtamentos musculares. • A disfunção está relacionada à estrutura especificamente solicitada. AUMENTO DA DEMANDA DO TENDÃO REPARO INADEQUADO Produção Inadequada de Colágeno e Matriz REPARO ADEQUADO Morte dos Tenócitos Redução na Produção de Colágeno Predisposição a Novas Lesões DEGENERAÇÃO ADAPTAÇÃO Falha na adaptação da matriz celular à sobrecarga. FISIOPATOLOGIA • Não é inflamatória, mas apresenta períodos inflamatórios. • É degenerativa, portanto com alteração na síntese de colágeno. FISIOPATOLOGIA Tendinose por Overuse, Não Tendinite The physician and sportmedicine may 2000 Tendinose • Comum • Aguda: 6 –10 sem • Crônica: 3-6 M • Resultado:80% • Tto.Conservador: – Síntese, maturação e fortalecimento do colágeno. Tendinite • Rara • Aguda: até 2 sem. • Crônica: 4-6 sem. • Resultado:99% • Tto. Conservador: – Modalidades anti- inflamatórias e drogas Quadro clínico: • Dor local à palpação e ao esforço • Manifesta-se aos testes de força muscular • Sinais flogísticos raros • Geralmente relacionadas à atividades esportivas, de repetição ou de sobrecarga CLASSIFICAÇÃO • Grau 1: Dor após a atividade • Grau 2: Dor ao início e ao final da atividade (não interfere) • Grau 3: Dor durante e após a atividade (interfere e limita) • Grau 4: Ruptura 1/10/2012 10 82 AVALIAÇÃO • Palpação • Testes de força • Limitações funcionais • Exames complementares descartam outras patologias articulares Tratamento: • Repouso e antiinflamatórios • Prevenção: alongamentos, aquecimento, início gradual das atividades, escolha adequada de equipamentos e ambiente de atividades. • Cirurgia quando tratamento conservador fracassa Fisioterapia: • Recursos analgésicos e antiinflamatórios • Reequilíbrio muscular e extensibilidade • Adequação da condição músculo-esquelética à atividade exercida pelo paciente • Reeducação postural e de marcha, quando relacionados à causa. “Existem evidências que o treinamento excêntrico contribui no processo de reparação das tendinoses de tendão patelar.” Robin, A., Physical Therapy, 2006 OSGOOD SCHLATTER Descrição: Inflamação na inserção tibial do tendão patelar e desintegração e desinserção óssea parcial. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA: • Periostite de tração devido ao excesso de uso na infância e adolescência, do sexo masculino • A tensão muscular de quadríceps (encurtamentos e alterações posturais) agrava o problema podendo ser a causa, quando associado ao excesso de uso. Quadro clínico: Dor localizada no tendão infrapatelar em seu ponto de inserção tibial, que piora ao esforço (contração de quadríceps contra a resistência) e à palpação. Edema e hipersensibilidade na inserção do tendão infrapatelar 90 O exame radiológico pode evidenciar fragmentação óssea e alterações inflamatórias na tuberosidade anterior da tíbia. 1/10/2012 11 Tratamento: • Inicialmente, repouso e afastamento das atividades causais. • Casos graves podem necessitar cirurgia Fisioterapia: • Analgesia • Resolução do processo inflamatório • Normalização da tensão muscular • Reeducaçãode postura • Reeducação de marcha PLICA SINOVIAL Descrição: • Resquícios dos septos intra-articulares embrionários, que na 12a semana de gestação iniciam sua involução, podendo apresentar-se com forma e tamanho variáveis. • Geralmente em mulheres com faixa etária na 2a e 3a década. • 50 a 60% da população normal possuem plicas sinoviais, porém, em sua maioria, assintomáticas. Etiologia e fisiopatologia: • A plica sinovial normal reage a uma agressão, hipertrofiando-se pelo espessamento do tecido frouxo e perdendo a elasticidade. • Inicia-se, então, o atrito com as estruturas vizinhas, gerando uma sinovite. Quadro clínico: • Dor e edema localizado (infra, médio ou supra-patelares) • Dores que pioram com a flexão do joelho ou longos períodos com o joelho fletido. • Geralmente com sintomas desencadeados por traumas prévios • Presença de cordão doloroso à palpação (médio patelar) • Ressalto local audível e palpável ao movimento de flexão entre 30 e 60 graus. • Bloqueios articulares durante movimentos de flexão. Tratamento: • Inicialmente, repouso e utilização de antiinflamatórios • Excisão cirúrgica da plica sinovial via artroscopia Fisioterapia: • Analgesia e recursos antiinflamatórios • Extensibilidade muscular do aparelho extensor Pós-operatório: Descarga total de peso após aproximadamente 10 dias Analgesia e recursos antiinflamatórios Otimização do processo cicatricial Extensibilidade muscular e reequilíbrio muscular Restabelecimento da adm em casos de restrição 1/10/2012 12 CISTO DE BACKER 101 Descrição: Tumefação dolorosa em fossa poplítea Etiologia: Originado da distensão da bolsa do semimembranoso (acredita-se ser devido à fricção contra a cadeira) Em adultos, geralmente é secundária a outras afecções no joelho (artrose, lesões meniscais, sinovites, etc) Cisto de Baker (cisto poplíteo) Características: 1. Geralmente unilateral, podendo ser bilateral 2. Geralmente desaparecem espontaneamente 3. Pode crescer a ponto de se romper, espalhando o líquido aos tecidos adjacentes 104 AVALIAÇÃO 105 Tratamento: Excisão cirúrgica do cisto FISIOTERAPIA no pós operatório Analgesia Processo de cicatrização Restabelecimento de força, extensibilidade (quando reduzidos) Reeducação de marcha Orientações ergonômicas
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