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Tributário II yago

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO1 
 
 
Como já exposto, a obrigação tributária nasce com o fato gerador, sendo aquela certa, 
ilíquida e inexigível. Devido a essa iliquidez que o fisco fica impossibilitado de cobrar o tributo 
assim que ocorre o fato gerador, ou seja, a obrigação tributária. Dessa maneira, o lançamento é o ato 
pelo qual se dá liquidez às obrigações tributárias. 
Nesse sentido, o art. 139 do CTN estatui que “O crédito tributário decorre da obrigação 
principal e tem a mesma natureza desta”, assim, o lançamento somente decorre de uma obrigação 
principal, ou seja, daquela relativa a valores pecuniários, mesmo que de multas. Na obrigação 
acessória inexiste a necessidade de lançamento, pela própria natureza dessa obrigação. 
Já o art. 140 do CTN cita que “As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua 
extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua 
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem”. Isso quer dizer que a obrigação 
tributária é independente ao crédito tributário, de forma que situações que excluem o crédito 
tributário, não exclui, necessariamente, a obrigação tributária. Geralmente isso ocorre no caso de 
vícios formais, como um lançamento realizado por autoridade incompetente, o qual será inválido, 
mas a obrigação tributária subsiste, podendo inclusive ocorrer outro lançamento, mas dessa vez, 
realizado por autoridade competente para tal ato. 
Por fim, vejamos o que dispõe o art. 141 do CTN: 
 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou 
tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não 
podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua 
efetivação ou as respectivas garantias.(grifo nosso). 
 
O crédito tributário somente poderá ser modificado ou extinguido, ou ter sua exigibilidade 
suspensa ou excluída, nos casos previstos no Código tributário Nacional (CTN), de forma que, se 
o servidor realiza conduta diversa da prevista no CTN, acarretará em uma responsabilidade 
funcional para ele, visto que o lançamento é uma atividade vinculada e obrigatória. 
 
5.1. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
O art. 142 do CTN demonstra o conceito jurídico do lançamento, o qual cita: 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário 
pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a 
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, 
 
1 Como haviam poucos alunos em sala, ele falou que cobraria algo em prova. Nesse dia, ele deu do art. 139 ao art.142 do 
CTN. 
2 
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor2 a 
aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob 
pena de responsabilidade funcional.(grifo nosso). 
 
“O lançamento é o divisor de águas entre a obrigação e o crédito tributário, pois, antes do 
lançamento não há crédito, devido a iliquidez da obrigação”. Assim, percebe-se que o lançamento 
tem crucial importância para o direito tributário, já que a finalidade desse é arrecadar com o objetivo 
de gerar o bem comum,pois, sem o lançamento, não é possível a cobrança por meio do fisco. 
Além disso, o art. 142 do CTN possui dois questionamentos doutrinárias. O primeiro seria se 
o lançamento é privativo ou exclusivo de autoridade administrativa. O professor mestre Pádua 
Marinho, estatui que isso depende de previsão legal, no sentido que, em regra, o lançamento ocorre 
privativamente por servidor específico de carreira fiscal, de forma que, se realizado por outro 
servidor, o lançamento será inválido, podendo ser posteriormente convalidado. Já se for referente 
aos créditos da União, o lançamento é de competência exclusiva do auditor fiscal da receita federal, 
de forma que se for realizado por outro servidor, o lançamento será nulo, não sendo passível de 
convalidação posterior. 
Assim, o art. 142 do CTN refere-se acerca da legitimação específica para o lançamento, de 
forma que será, em regra, privativa, sendo exclusiva apenas quando a lei assim prevê. 
Outra divergência doutrinária seria se o lançamento é um procedimento3 ou um ato. De 
forma que, de acordo com o professor Mestre Pádua Marinho, o lançamento é um ato, visto que é 
possível haver um procedimento tributário sem lançamento. 
Ainda nesse sentido, reforçando o que já foi dito, o lançamento possui natureza, ou função, 
dúplice, quais sejam4: 
 
● Declaratória - No sentido de dar validade legal a algo já existente. Isso ocorre em 
relação às obrigações tributárias, as quais nascem imediatamente com o fato gerador, 
de forma que o lançamento apenas as declaram - ou seja, refere-se a aspectos 
pretéritos; 
 
● Constitutiva - O lançamento cria o crédito tributário, visto que sem lançamento, não 
é liquidez para a cobrança daquele. 
 
A importância do lançamento pode ser vista no seguinte quadro: 
 
ANTES DO LANÇAMENTO APÓS O LANÇAMENTO 
 
2 Apesar desse artigo fala em propositura, o fiscal NÃO propõe penalidade, e sim, aplica de IMEDIATO, quando essa 
for cabível. 
3 Conjunto de atos tendentes a um resultado final. No procedimento há ausência de lide, visto que é um regime 
inquisitorial, ou seja, sem contraditório. 
4 PROVA 
3 
DECADÊNCIA5 PRESCRIÇÃO 
ANISTIA DA INFRAÇÃO REMISSÃO DA MULTA 
AÇÃO DECLARATÓRIA6 AÇÃO ANULATÓRIA 
MANDADO DE SEGURANÇA 
PREVENTIVO7 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Resta salientar, que após o lançamento, o indivíduo possui 30 (trinta) dias para efetuar o 
pgaento do tributo. 
O caput art. 144 do CTN reporta-se acerca da legislação aplicável ao lançamento tributário, 
citando “O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se 
pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. Isso decorre da 
natureza declaratória do lançamento tributário, mas apenas para leis materiais, ou seja, referentes aos 
aspectos subjetivos de mérito, ou essência, de forma que, nesses casos, a lei aplicável é a vigente na 
data do fato gerador, ainda que na data do lançamento, a lei encontre-se revogada - ultratividade da 
lei tributária - Ou seja, se um fato gerador ocorreu em 2014, e o lançamento somente ocorre em 
2018, em relação à alíquota, base de cálculo, etc, deve-se utilizar a lei do fato gerador (2014), 
mesmo que ela já tenha sido revogada por lei superveniente. 
Nesse sentido, Machado segundo (2017, p.181) cita “[...] O lançamento, embora feito no 
futuro, implica a cobrança de tributos relativos a períodos passados (observado, naturalmente, o 
prazo de decadência), devendo, nesse caso, aplicar as leis vigentes nesse passado” 
 
Observação: O valor a ser aplicado a multa, é o da data do fato gerador, todavia, em conformidade 
ao art. 106, II, c do CTN, quando tratar de fato não definitivamente julgado, na multa, utiliza-se o 
valor mais benéfico. Assim, se em uma ação estiver sendo discutida o valor do tributo, em relação a 
alíquota e a base de cálculo, serão a do fato gerador, mas a multa, será a que mais beneficiar o 
contribuinte ou responsável tributário. 
 
O art. 143 do CTN é uma decorrência clara do art. 144 do CTN, por conta disso, o professor 
mestre Pádua Marinho, cita que seria mais adequado que o art. 143 fosse o §1º daquele artigo. Por 
esse viés, o art. 143 do CTN cita “Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário 
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamentofar-se-á sua conversão em moeda nacional ao 
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação”. Ou seja, quando o tributo for referente a 
valor em moeda estrangeira, o índice de conversão para a moeda nacional é o do valor da data em 
que ocorreu o fato gerador. Por exemplo, eu importei um ipad de 500,00 dólares em 2014, quando o 
 
5 É a perda do direito de lançar. 
6 Isso ocorre pois o lançamento é constitutivo do crédito tributário, e apenas declaratório da obrigação correspondente. 
7 Quando o contribuinte/impetrante tem receio que lhe seja cobrado tributo inconstitucional. Cabe salientar, que não é 
possível adentrar com mandado de segurança de lei em tese. 
4 
dólar comercial estava a R$ 1,80, se o fisco descobre isso em 2018, em que o dólar está R$ 3,40, 
deve-se utilizar o valor de R$ 1,80, pois, era o valor da data do fato gerador. 
Já o art. 144, § 1º do CTN8, refere-se aos aspectos formais, citando que “Aplica-se ao 
lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha 
instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de 
investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou 
privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a 
terceiros”. Isso quer dizer que quando se referir a aspectos processuais, a lei a ser aplicada NÃO é a 
do fato gerador, mas a em vigência na prática do ato, salvo se referir-se a responsabilidade de 
terceiro, visto que, se há terceiro, a lei está alterando a própria relação obrigacional, assim, para não 
ir contra o princípio da irretroatividade da lei tributária, deve-se observar a lei vigente na data do 
fato gerador. 
Machado Segundo (2017, p. 182) explica bem isso: 
 
Suponha-se, por exemplo, que, nos anos de 2015 e 2016, as leis vigentes em certo Estado 
estabeleciam que: (i) a alíquota do ICMS é 18%; (ii) a penalidade pelo não pagamento desse 
imposto em virtude da não emissão de notas fiscais é de 40% do valor da operação; e (iii) o 
procedimento de fiscalização deve ser feito por três fiscais, que deverão registrar seus atos 
usando formulário a, de cor azul. Em janeiro de 2017 essa legislação é alterada, ficando, a 
partir de então, estabelecido que: (i) a alíquota do ICMS é de 17%; (ii) a penalidade pelo não 
pagamento do imposto por não emissão de nota fiscal é de 30% do valor da operação; e (iii) o 
procedimento de fiscalização deve ser feito por dois fiscais, que deverão registrar seus atos 
usando formulário b, de cor amarela. Nesse contexto, caso, em 2018, sob a vigência dessa 
nova legislação, uma equipe fiscal seja designada para apurar diferenças não recolhidas 
durante o ano de 2015 por determinado contribuinte, o lançamento deverá observar, quanto 
ao imposto, a lei vigente em 2015 (alíquota de 18%); quanto à penalidade, a lei mais benéfica 
(vigente em 2017, de 30%); e, quanto aos aspectos formais do lançamento, também a lei 
vigente em 2017 (equipe de dois fiscais, usando formulário b, amarelo). 
 
O art. 145 do CTN estabelece que: 
 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em 
virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício9; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.(grifo 
nosso). 
 
Nesse sentido, é possível afirmar que o lançamento não notificado pode ser livremente 
modificado, já que, conforme o STJ, o lançamento só é considerado válido, eficaz e exigível, a partir 
da notificação do sujeito ativo. Ou seja, a fiscalização não se confunde com o lançamento, não 
interferindo assim no seu prazo de caducidade, então, se a notificação ocorre após o prazo 
decadencial, mesmo se já houve a apuração do ato, ocorre a decadência. 
 
8 O professor mestre Pádua Marinho diz que seria mais adequado se esse parágrafo fosse um artigo autônomo. 
9 Pelo poder Público, como ocorre nas hipóteses de reexame necessário [vide art. 496, § 3º do CPC]. Apesar de não 
estar expresso no artigo, por óbvio, o recurso voluntário da autoridade fazendária também pode alterar o lançamento. 
5 
Todavia, cabe ressaltar, que o que altera o lançamento, não são as impugnações ou recursos, 
e sim a decisão! 
 
Observação: O art.145 do CTN é uma prova da imutabilidade tributária relativa, visto que todos os 
atos da Administração Pública presumem-se perfeitos e acabados, todavia, podem ser modulados 
consoante o artigo supracitado. 
 
Já o art. 146 do CTN refere-se a hipótese de mudança de critério jurídico: 
 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa 
ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do 
lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a 
fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução 
 
Esse artigo é uma exteriorização da segurança jurídica, visto que, se a Fazenda Pública 
mudar seu entendimento sobre determinado tributo, ela DEVE notifica o sujeito passivo disso, salvo 
se o fato gerador ocorreu posteriormente a modificação de entendimento.10 Por exemplo, se há 
isenção de IPTU para imóveis (edificações) de valor histórico, essa isenção não se estende a área 
que o imóvel se localiza. Então, se em dado período a Fazenda Pública entendia que essa área 
possuía isenção, e a concedia para certos credores, mas acaba mudando de ENTENDIMENTO (ou 
seja, não muda o lançamento ou sua lei, mas apenas a interpretação daquela pelo fisco), esta não 
poderá aplicar seu novo entendimento de imediato para aqueles que estão em gozo da isenção, sendo 
necessária uma prévia notificação, e valendo apenas para IPTU posteriores a essa notificação. Já 
para aqueles nunca beneficiados pela isenção, mesmo que estivessem na mesma situação no período 
da concessão do benefício, não precisarão ser notificados. 
Por fim, isso não confunde-se com erro de fato ou erro de direito, visto que no erro, é 
possível a exigência retroativa. 
 
ESPÉCIES DE LANÇAMENTO: 
 
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO 
 
O lançamento por declaração está previsto no art. 147 do CTN, o qual dispõe: 
 
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, 
quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa 
informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. 
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou 
a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de 
notificado o lançamento. 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício 
pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. 
 
 
10 PROVA. 
6 
No lançamento por declaração, cabe ao sujeito ativo a matéria de direito, e ao sujeito passivo 
a matéria de fato. Via de regra, esse tipo de tributo ocorre em arrecadações poucos significativas, 
como no imposto de importação de bagagem acompanhada, ITBI e ITCD. 
Se a declaração foi errônea pelo sujeito passivo, há duas consequências lógicas: 
 
● Se aumenta a arrecadação, será aceita a retificação, independentemente de data11; 
 
● Se diminui a arrecadação, a retificação deve ocorrer mediante comprovação, e 
somente pode ser realizada até o lançamento definitivo, ou seja, a notificação do 
tributo devido ao sujeito passivo 
 
Em resumo, o lançamento por declaração é aquele em que osujeito passivo informa o valor 
do tributo que considera devido, por meio de uma declaração, e, após isso, o sujeito ativo analisa 
essa declaração, notificando o sujeito passivo para pagar o valor devido, ou apresentar defesa 
administrativa (impugnação). 
 
LANÇAMENTO DE OFÍCIO 
 
Conforme Machado Segundo (2017), o lançamento de ofício é aquele efetuado pela 
autoridade administrativa, independente de qualquer atuação ou participação do sujeito passivo, 
como o IPTU. 
Assim, no lançamento de ofício, o sujeito ativo fica responsável pela matéria de fato e de 
direito, enquanto ao sujeito passivo não cabe qualquer responsabilidade, a não ser o próprio 
pagamento do tributo. 
 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos 
seguintes casos: 
I - quando a lei assim o determine; 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da 
legislação tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do 
inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de 
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o 
preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na 
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no 
exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente 
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com 
dolo, fraude ou simulação; 
 
11 A súmula 436 do STJ cita que “ A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo o débito fiscal constitui o 
crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco”. Ou seja, mesmo que não haja o pagamento, 
se o contribuinte declarou, o tributo é devido. 
7 
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do 
lançamento anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da 
autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito 
da Fazenda Pública. 
 
Em síntese, ocorre o lançamento de ofício quando12: 
 
1. A lei assim exigir; 
2. Por omissão do sujeito passivo; 
3. Por erro, dolo13 ou fraude; 
4. Por falta funcional; 
5. Por fato novo - Observe-se que o fato em si não é novo, mas o Fisco somente teve 
conhecimento a pouco tempo, sendo então, novo para o Fisco. 
 
Apesar dessa diferenciação, todo tributo pode/deve ser lançado de ofício. Ademais, cabe 
salientar que a única obrigação que o sujeito ativo possui com o sujeito passivo é a notificação. 
Assim, o lançamento de ofício pode ocorrer independentemente de qualquer irregularidade, 
ou para notificar acerca de um tributo já lançado, independente da modalidade. Neste caso, ocorre o 
lançamento de ofício revisional, o qual só ocorre quando não houve decaído o direito da Fazenda 
Pública ( parágrafo único do art. 149 do CTN). 
 
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO 
 
Essa espécie está prevista no art. 150 do CTN, o qual cita: 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação 
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade 
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da 
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob 
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. 
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, 
praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do 
saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do 
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, 
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se 
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
Conforme Machado Segundo (2017), o lançamento por homologação é aquele em que os 
atos relativos à liquidação da obrigação tributária, são realizados pelo sujeito passivo. Por conta 
 
12 PROVA. 
13 Ex: Simulação. 
8 
disso, o lançamento tributário é comumente chamado de “autolançamento”, todavia, essa 
nomenclatura é inadequada, visto que mesmo que caiba ao sujeito passivo a matéria de fato e de 
direito, a competência continua privativa ou exclusiva da Fazenda Pública. Além do que, essa 
“declaração” pelo sujeito passivo não vincula o fisco, que ratifica expressa ou tacitamente. Dessa 
maneira, a autoridade fazendária possui 5 (cinco) anos a contar do fato gerador para examinar se o 
pagamento foi correto, e se inferior, deve ocorrer o abatimento do valor já pago. 
Assim, é possível afirmar que o lançamento por homologação é o inverso do lançamento de 
ofício, de forma que o sujeito passivo antecipa o pagamento do tributo, e após isso, aguarda pela 
homologação da Fazenda Pública, a qual ocorrerá de forma tácita após 5 (cinco) anos da ocorrência 
do fato gerador. Esse é um prazo decadencial especial, que somente é válido para os tributos 
lançados por homologação, pois nas demais espécies de lançamento, ou no caso de fraude, dolo ou 
simulação, os 5 (cinco) anos são contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, CTN). 
Além disso, o valor pago antecipadamente deve ser considerado como crédito na totalidade 
do saldo. Por exemplo, se “X” declara que deve R$ 100,00 (cem reais), e depois a receita percebe 
que o valor devido é R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), “X” só terá uma dívida de R$ 50,00 
(cinquenta reais) para com o fisco. 
 
Observação: A diferença entre o lançamento por declaração e por homologação, é que naquele, o 
sujeito passivo só paga o tributo após o exame realizado pela atividade fazendária, enquanto no por 
homologação, o sujeito passivo declara e paga o tributo no mesmo ato, por isso, a doutrina fala que 
nesse caso há um pagamento antecipado. 
 
CONTROLE DE LEGALIDADE DO LANÇAMENTO 
 
O controle de legalidade realizado pela Administração Pública é chamado de controle 
interno, nesse sentido, observemos que estatui o art. 148 do CTN: 
 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o 
preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo 
regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as 
declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito 
passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação 
contraditória, administrativa ou judicial. (grifo nosso). 
 
O art. 148 do CTN refere-se ao arbitramento, o qual, segundo o professor mestre Pádua 
Marinho (2018), não é um lançamento, mas uma técnica para quantificaros fatos, cuja declaração 
fica a cargo do sujeito passivo. 
Ele deve ser interpretado como medida extrema e excepcional, não sendo-o lícito quando 
tratar-se de um mero vício formal sanável. Assim, ele deve ser motivado e fundamentado. 
9 
Além disso, ele não deve ser interpretado como uma sanção, mas uma busca da 
Administração pela realidade, por isso, deve-se ir de acordo com a legalidade, garantindo o 
contraditório e a ampla defesa, por meio de um processo regular. 
Assim, percebe-se que o ônus de comprovar que o fato não ocorreu conforme arbitrado é do 
sujeito passivo, mas o ônus de comprovar que na escrita há vícios que justifiquem o arbitramento, é 
do Fisco. 
Por fim, cabe salientar que, apesar de no arbitramento haver uma estimativa unilateral pela 
Fazenda Pública, ele não se confunde com arbitrariedade, visto que nesse caso, não há contraditório 
ou ampla defesa. 
 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Inicialmente, é importante salientar que o que se suspende não é o crédito, mas sua 
exigibilidade, de forma que pode haver essa suspensão mesmo sem um lançamento prévio, como por 
meio de uma liminar concedida em mandado de segurança (art. 151, IV CTN). 
Além disso, de acordo com Machado Segundo (2017), as hipóteses de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, também são hipóteses de suspensão do prazo prescricional ( 
princípio da acta nata), mas NÃO do prazo decadencial, visto que esse não sofre suspensão ou 
interrupção. Dessa maneira, de acordo com o STJ, apesar de não ser possível a exigência do crédito, 
é possível haver lançamento nestas hipóteses, para que haja prevenção da decadência do direito de 
lançar, já que, se o fisco não efetua o lançamento em até 5 (cinco ) anos nos termos do art. 173 CTN, 
perderá o direito de fazê-lo. 
As hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme interpretação 
sistemática dos arts. 101 cc. 141 ambos do CTN, estão previstas no art. 151 do CTN de forma 
taxativa e literal (não admitindo interpretação extensiva): 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação 
judicial; 
VI – o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações 
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela 
conseqüentes. 
 
Os incisos I e IV referem-se a matérias reguladas pelo próprio CTN, de forma que 
estabelecerei um tópico específico para estudá-los. 
10 
O inciso II é regulado pelo CPC, já que refere-se a matéria processual tributária, sendo a 
única hipótese que afasta seguramente a incidência de juros. Nesse sentido, a súmula 112 do STJ 
dispõe “O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em 
dinheiro”. Além disso, cita a súmula vinculante nº 28 que “É inconstitucional a exigência de 
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a 
exigibilidade de crédito tributário”, ou seja, o depósito integral não pode ser condição de 
procedibilidade para questionar-se o lançamento, mas faculdade do contribuinte/responsável, de 
forma que se esse optar por essa faculdade, terá o bônus de ter a exigibilidade do crédito suspensa. 
Já o inciso III, refere-se apenas para as leis reguladoras do ente que as instituíram, ou seja, 
não é qualquer lei que pode conceder a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
Por fim, o parágrafo único nos remete que a obrigação tributária acessória é autônoma a 
principal, visto que a suspensão da exigibilidade do crédito oriundo de obrigação tributária principal, 
não suspende a exigibilidade da obrigação acessória, salvo se o juiz expressamente assim dizer14. 
 
Observação: Ao requerer determinada questão na via judiciária, o contribuinte/responsável está 
renunciando a via administrativa, pelo próprio princípio da boa-fé. Ressaltando-se que se o 
contribuinte/responsável for para duas de má fé, deve prevalecer a coisa julgada. 
 
 
MORATÓRIA 
 
Moratória é um favor legal (decorre da lei) consistente da dilação do prazo de pagamento de 
determinado tributo, já vencido ou ainda para vencer, por circunstâncias excepcionais, decorrentes 
de fenômenos naturais15, sociais16 ou econômicos17. 
A moratória possui 2 (duas) espécies, quais sejam, geral e específica: 
 
● Geral - É uma lei que concede moratória a todos que se insiram em determinada 
situação, não havendo distinção pessoal. Todavia, deve haver um padrão isonômico. 
Além disso, a moratória geral dispensa garantias pelo beneficiário. Ex: Moratória 
dada a todos os aposentados e pensionistas de Sobral, que não receberam seu 
benefício previdenciário entre os meses de janeiro e maio de 2018. Além disso, a 
moratória geral gera direito adquirido, de forma que se vinher uma lei posterior que a 
revogue, não afetará quem já está em gozo da moratória. Ainda nesse sentido, a 
moratória geral pode ser autônoma, em que o próprio ente tributante a concede, ou 
 
14 Essa exceção foi dita pelo professor mestre Pádua Marinho, mas eu não a vi em livro ou lei. 
15 Como enchentes. 
16 Como greves. 
17 Como crise financeira. 
11 
heterônoma, de forma que a União pode, em condições excepcionalíssimas, conceder 
sobre todos os tributos18. 
 
● Individual - É uma lei que autoriza a concessão de moratória, a qual depende de 
comprovação de condições (ônus) e requisitos (características), concedida por 
despacho de autoridade administrativa competente. Na moratória individual, é 
possível exigir garantia para a concessão de moratória individual, desde que haja 
autorização legal e não seja condição para a continuidade da moratória já concedida. 
Além disso, ela não gera direito adquirido. 
 
 
 
Caso seja comprovado dolo, fraude ou simulação, a moratória será anulada ou cassada, 
devendo o contribuinte ressarcir o que deve atualizado monetariamente, com juros, além de multa, e 
ainda, nesse caso, haverá uma desconsideração da prescrição entre a data da concessão do benefício 
e a descoberta do fato doloso/fraudulento/simulado. Se o fisco perceber que a moratória não era 
devida, mas o contribuinte estava de boa-fé, esse deverá restituir o que deve, desde que não tenha 
havido prescrição. Nesse sentido, vejamos os favores fiscais19 previstos no art. 155 do CTN: 
 
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será 
revogado20 de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de 
satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão 
do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: 
 
18 Alguns autores consideram que esse dispositivo fere o pacto federativo. 
19 PROVA. 
20 O professor mestre Pádua Marinho critica a nomenclatura utilizada pelo CTN, visto que, por não haver conveniência 
ou oportunidade da Administração Pública, o correto deveria ser anulado, ou cassado, quando a moratória tornou-se 
inválida pelo discurso do tempo. 
12 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou 
de terceiro em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entrea concessão da 
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do 
crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o 
referido direito. (grifo nosso). 
 
Assim, o que acima disposto vale para os favores fiscais, os quais são: moratória; isenção; 
anistia21; remissão; parcelamento. 
Por fim, resta salientar que há divergência se o parcelamento é uma espécie de moratória 
(MACHADO SEGUNDO, 2017), ou não. Para o professor mestre Pádua Marinho (2018), a 
moratória parcelada é diferente do parcelamento, conforme quadro abaixo22: 
 
MORATÓRIA PARCELADA PARCELAMENTO 
Circunstâncias excepcionais. É uma espécie de política fiscal. 
Independe de já ter havido o 
lançamento. 
Somente pode ocorrer se o tributo já 
tiver sido lançado. 
De acordo com a interpretação do 
art. 138 do CTN pelo STJ, não há juros ou 
multa. 
Em regra, há incidência de juros, 
multa e atualização monetária. 
 
Resta salientar, que apesar da moratória tratar-se de uma hipótese em que o fisco não cobra 
tributos em um determinado período de tempo, ela NÃO é uma hipótese de perdão, justamente por 
isso, está inserida nas suspensões do crédito tributário, e não nas extinções ou exclusões. 
 
5.4.2 PARCELAMENTO 
 
No parcelamento, diferente da moratória parcelada, é possível a incidência de juros. O 
parcelamento está previsto no art. 155-A, o qual cita: 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei 
específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a 
incidência de juros e multas. 
 
21 A diferença entre anistia e isenção, é que a anistia é o perdão da infração antes do lançamento, enquanto a remissão é 
o perdão do crédito tributário já lançado. 
22 Imagino que o posicionamento do Hugo de Brito Machado II deve ser o mais aceito, visto que o item a seguir de um 
concurso para juíz (2016) foi considerado falso “II - A moratória tributária e o parcelamento tributário têm previsões 
distintas no Código Tributário Nacional pelo fato de possuírem natureza jurídica e regime jurídico distintos.” 
13 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à 
moratória23. 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do 
devedor em recuperação judicial. 
 § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação 
das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não 
podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal 
específica. (grifo nosso). 
 
O § 4ª refere-se ao fato de quando trata-se de recuperação judicial, deve haver uma lei 
específica que estabeleça uma quantidade de parcelamento maior, e caso não exista essa lei, deve 
utilizar-se da lei federal mais favorável apenas referente ao parcelamento, sendo possível então, 
nesse caso, utilizar-se de duas leis, sendo uma apenas para o parcelamento. Ex: Simples Nacional 
em 2006. 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
A extinção do crédito tributário está prevista no art. 156 do CTN, o qual cita: 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no 
artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita 
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre 
a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 
144 e 149. 
 
Dessa forma, conforme o CTN, o rol é taxativo, mas de acordo com a jurisprudência é 
possível a utilização de institutos do direito privado para a extinção do crédito tributário, mas em 
hipóteses específicas, como novação de bens imóveis. Por exemplo, de acordo com o STF, a dação 
em pagamento de bens móveis não pode existir por ferir a necessidade de licitação para a 
Administração Pública adquirir bens móveis24. 
Com exceção do pagamento, todas as espécies necessitam de lei. 
 
23 Isso refere-se ao art. 155 do CTN, o qual é aplicado além da moratória, para o parcelamento, isenção, anistia e 
remissão. 
24 PROVA 
14 
O inciso I refere-se ao pagamento, que é a forma mais importante de extinção de crédito para 
o Estado (não para o Fisco), visto que é decorrente desse que ele arrecada e consegue realizar suas 
atividades coletivas. Por conta disso, essa é a forma de extinção mais regulada pelo CTN 
Os incisos II a V estão regulados pelo CTN, sendo melhor discorridos mais adiante. 
O inciso VI refere-se ao fato de o depósito judicial colocado em garantia em recurso judicial 
ser convertido para a Fazenda Pública quando o contribuinte perde a ação judicial. 
Já o inciso VII trata acerca da homologação tácita que ocorre após 5 (cinco) anos do fato 
gerador. 
A consignação em pagamento prevista no inciso VIII ocorre raramente na prática, sendo uma 
hipótese de ação judicial tributária. 
Para os incisos IX e X apenas paras as decisões que beneficiem o contribuinte. 
 
5.5.1 PAGAMENTO 
 
De acordo com Machado (2016), pagamento é “a entrega ao sujeito ativo, pelo sujeito 
passivo ou qualquer outra pessoa em seu nome, da quantia correspondente ao objeto do crédito 
tributário”. 
O art. 157 do CTN dispõe que o pagamento apenas da penalidade (multa) não isenta o 
contribuinte de pagar o valor total, isso, pois o auto de infração, a dívida é composta pelo valor 
principal + multa + juros. 
O art. 158 do CTN cita: 
 
 Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: 
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; 
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 
 
Assim, o CTN afasta as disposições do direito privado, e reforça o dever do contribuinte de 
guardar os comprovantes de pagamentos do tributo e demais documentos contábeis até que ocorra a 
prescrição desse tributo. 
O art. 159 do CTN tornou-se obsoleto com os avanços tecnológicos, visto qu atualmente é 
possível o pagamento de tributos até sem sair de casa, via internet. 
Vejamos o que dispõe o art. 160 do CTN: 
 
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do 
crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do 
lançamento. 
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do 
pagamento, nas condições que estabeleça. 
 
Assim, se a legislação tributária for omissa em relação a data de vencimento do tributo, essa 
será considerada de 30 (trinta) dias após a notificação do lançamento. Segundo o professor mestre 
15 
Pádua Marino, o parágrafo único do art. 160 do CTN está equivocado, visto que apenas lei pode 
conceder desconto, e não a legislação tributária, na qual também está inserida atos infralegais, 
todavia, Machado Segundo (2017) cita que a própria lei pode delegar essa competênciapara atos 
normativos inferiores. 
O art. 161 do CTN informa que o atraso enseja em multa e juros independentemente de dolo 
ou justificativas, apesar de a jurisprudência às vezes amenizar a responsabilidade no caso de culpa 
concorrente, como na hipótese de não emissão do boleto por conta do sistema estar fora do ar. Já o 
seu §1º cita que em caso de omissão, o juros de mora serão de 1% ao mês. O § 2º trata acerca de 
processo administrativo tributário. 
O art. 162 é auto explicativo, o qual cita: 
 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por 
cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento 
em moeda corrente. 
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. 
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, 
ressalvado o disposto no artigo 150. 
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não 
dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou 
naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. 
§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em 
estampilha. 
 
Todavia, em relação ao cheque, a obrigação somente extingue-se com o resgate deste pelo 
sacado. 
Já o art. 163 do CTN trata acerca de hipóteses de quando o contribuinte não têm recursos 
para pagar todas as dívidas tributárias, devendo então pagar nas seguintes ordens subsidiárias: 
 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito 
passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a 
diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade 
administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, 
obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes 
de responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. (grifo nosso). 
 
O inciso I cita então que o devedor de tributos deve primeiramente pagar os débitos 
tributários que ele tem como contribuinte, e depois como responsável. Todavia, se ele for 
contribuinte ou responsável em todas as dívidas, inciso II cita que ele deve pagar primeiro as 
contribuições de melhoria, depois as taxas, e por fim os impostos. No entanto, se todas as dívidas 
decorrerem o devedor for contribuinte ou responsável, e não haver diferentes espécies de tributo 
16 
(como ele só dever impostos, por exemplo), o inciso II diz que deve ser pago primeiro as dívidas 
tributárias que estão mais perto de prescrever. Por fim, se todos os débitos tributários se vencerem 
no mesmo período de tempo, deve ser pago o que maior dívida tributária primeiro. 
Caso o devedor tributário não se utilize dessa ordem, pode a autoridade imputar a quantia 
recebida ao pagamento daquele que deveria ser pago segundo a ordem acima descrita25. Todavia, 
conforme entendimento do STJ, apenas é possível a autoridade importa a quantia em tributo diverso, 
se esse for exigível, ou seja, créditos parcelados, por exemplo, não podem ocorrer essa imputação 
por falta de exigibilidade. 
O art. 164 do CTN dispõe acerca da consignação em pagamento tributária, o qual é o 
instituto cabível quando o devedor quer pagar, mas a Administração Pública não quer receber, ou 
ainda, quando mais de um ente reclamam pelo mesmo tributo: 
 
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito 
passivo, nos casos: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de 
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem 
fundamento legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico 
sobre um mesmo fato gerador. 
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. 
 § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância 
consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, 
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
Na prática, raramente é utilizada, até porque o pagamento pelo devedor tributário é realizado 
em instituições bancárias, de forma que o Fisco nem tem a oportunidade de recusa. 
O STJ tem permitido a consignação em pagamento quando o contribuinte achar que o valor 
devido é inferior ao cobrado pelo fisco, por isso, esse ecusa-se a aceitá-lo, mas o depósito deve ser 
realizado na integralidade, e não apenas no valor que o devedor acha devido, assim, se procedente, 
devolve-se a diferença. 
Apenas a ação de consignação julgada procedente extingue o crédito tributário (art. 164, § 2º 
CTN). 
Resta salientar a diferença entre o depósito suspensivo previsto no art. 151 do CTN, da ação 
de consignação em pagamento, conforme a tabela abaixo: 
 
DEPÓSITO SUSPENSIVO CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
25 De acordo com o STJ, o ônus da prova é da Fazenda Pública. 
17 
O contribuinte/responsável não quer 
pagar, por considerar o tributo indevido. 
O contribuinte/responsável quer pagar, 
mas a Fazenda Pública não quer receber. 
O depositado é no montante 
INTEGRAL. 
O valor consignado é aquele que o 
devedor acha devido. 
Não incide juros. Incide juros e multa sobre o que não for 
pago. 
Suspende o crédito tributário. Se procedente, extingue o crédito 
tributário. 
PAGAMENTO INDEVIDO 
 
Dispõe o art. 165 do CTN que o pagamento indevido deve ser restituído, independentemente 
do motivo, mas ele deve ser comprovado. 
 
 
 
 
- INCOMPLETO- 
 
 
 
 
 
OUTRAS MODALIDADES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
COMPENSAÇÃO 
 
A compensação ocorre quando o contribuinte ou responsável deve o Fisco, e esse também 
deve ao contribuinte o responsável. Nesse sentido, vejamos o que cita o art. 170 e 170-A, amos do 
CTN: 
 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em 
cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários 
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda 
pública. 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os 
efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior 
que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data 
da compensação e a do vencimento. 
 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de 
contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão 
judicial. 
 
18 
A compensação tributária pode ocorrer sobre obrigações vencidas ou vincendas (ainda para 
vencer). Nas vincendas, poderá haver, por meio de lei, uma redução da dívida em até 1% por mês 
adiantado ao vencimento, conforme previsão legal. Ex: Faltam 6 (seis) meses para a dívida tributáriase vencer, então a lei pode dar até 6% de desconto ao Fisco. 
Consoante ao art. 170-A do CTN, a Súmula nº 212 do STJ estabelece que “a compensação 
de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou 
antecipatória”. Isso significa que a compensação não pode ser dada quando o tributo ainda está 
sendo objeto de questionamento, como o juiz em uma liminar. 
A compensação extingue o crédito tributário, sob condição resolutiva de ser homologada, 
enquanto isso não ocorre, o sujeito passivo tem direito, inclusive, a certidão negativa de débito. Caso 
posteriormente o Fisco discorde da compensação, ele deve comunicar ao sujeito passivo, o qual 
pode apresentar manifestação de inconformidade, suspendendo assim o crédito tributário. 
Ressalta-se ainda a diferença entre compensação no direito civil, para a do direito 
tributário:26 
 
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA COMPENSAÇÃO CIVIL 
Somente pode ocorrer por meio de LEI. Ocorre por meio da vontade das partes 
Pode incidir sobre obrigações vencidas e 
VINCENDAS do particular contra a 
Fazenda Pública. 
Somente pode existir para créditos líquidos, 
certos e VENCIDOS. 
 
TRANSAÇÃO 
 
A transação tributária são concessões mútuas realizadas pelo Fisco e pelo contribuinte ou 
responsável fiscal. Ela é prevista no art. 171 do CTN, o qual cita: 
 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da 
obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em 
determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada 
caso. (grifo nosso). 
 
Por ser uma forma de extinção do crédito tributário, somente pode se realizada por meio de 
lei. 
Além disso, ela só pode existir se houver uma certeza jurídica quanto à existência do crédito 
a ser utilizado pelo sujeito passivo. 
 
26 PROVA, DE COM FORÇA. 
19 
Por fim, resta salientar que para o STJ, a concessão de reduções tributárias condicionadas à 
desistência de ações judiciais NÃO configura transação. 
 
5.5.2.3 REMISSÃO 
 
A remissão trata-se de um perdão da dívida já lançada. As hipóteses de remissão estão 
previstas no art. 172 do CTN, todavia, trata-se de um rol exemplificativo que dispõe: 
 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho 
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do 
caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 
O inciso II não deve ser confundido com desconhecimento do tributo ou lei tributária, visto 
que isso não é hipótese de não incidência, ou de remissão. 
Diferente da anistia, na remissão é possível o perdão de multa já lançada. Além disso, a 
remissão não precisa ser total, podendo ser parcial. 
Por fim, resta salientar que a lei pode remir com base na equidade, todavia, a autoridade 
administrativa não pode, somente baseada na lei! 
 
DECADÊNCIA 
 
É a perda do direito potestativo da Fazenda Pública de efetuar o lançamento, por conta disso, 
para alguns autores como Hugo de Brito Machado (2016), a decadência deveria ser hipótese de 
exclusão do crédito tributário, e não de extinção. 
A decadência possui dois prazos gerais previstos nos incisos do art. 173 CTN, e um prazo 
específico, previsto no art. 150, § 4º, CTN, o qual foi estudado em lançamento por homologação. O 
art. 173 CTN cita: 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 
(cinco) anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o 
lançamento anteriormente efetuado. 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o 
decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do 
crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória 
indispensável ao lançamento. 
 
20 
Assim, em regra, a decadência do direito de lançar é de 5 (cinco) anos a contar do exercício 
seguinte ao que o lançamento deveria ser efetuado, salvo se ao longo do ano anterior for tomada 
alguma medida preparatória para o lançamento, pois, nesse caso, os 5 (cinco) anos iniciam-se na 
data dessa medida, sendo isso chamado de regra antecipatória de contagem do prazo. 
Para Machado Segundo (2017), o art. 173, II do CTN trata de uma hipótese de abertura de 
um novo prazo de caducidade, visto que a decadência não se suspende ou se interrompe. Assim, se 
houver um vício formal, o Fisco possui um prazo decadencial de 5 (cinco) anos para corrigi-lo, a 
partir da sentença que anulou o crédito tributário. Todavia, conforme esse autor, esse prazo é apenas 
para corrigir os vícios formais, não sendo possível utilizá-lo para exigir outras quantias não lançadas 
previamente. 
Machado Segundo (2017) cita ainda que o inciso II do art. 173 do CTN é inconstitucional, 
visto que permite que o Fisco beneficie-se de sua própria torpeza. O professor mestre Pádua 
Marinho concorda com esse posicionamento. 
Ademais, cabe salientar que após a notificação do lançamento pelo Fisco, não existe mais 
prazo decadencial, apenas prescricional. 
 
PRESCRIÇÃO 
 
A prescrição somente ocorre quando há uma violação do direito, sendo de 5 (cinco) anos a 
contar da constituição definitiva do crédito tributário (perfeito e acabado), o qual, para o STJ, é 
quando não cabe mais recurso na esfera judicial, ou após o transcurso do prazo para sua interposição 
na esfera administrativa. 
Todavia, em lançamentos por homologação, a prescrição inicia-se do vencimento da dívida 
declarada, mas não paga. 
Conforme o art. 174 do CTN, a prescrição se interrompe, ou seja, seu prazo reinicia: 
 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da 
data da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do 
débito pelo devedor. (grifo nosso). 
 
Um exemplo do inciso IV é o lançamento, o qual também é uma hipótese de suspensão do 
crédito tributário. 
Por fim, resta salientar que conforme o art. 146, III, b, CF, a prescrição é matéria reservada à 
lei complementar. 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
21 
 
De acordo com Machado Segundo (2017), a exclusão do crédito tributário são hipóteses que 
impedem que esse seja constituído. No CTN há duas previsões de exclusão do crédito tributário, 
quais sejam: anistia e isenção. 
 
ISENÇÃO 
 
De acordo com STJ, a isenção é uma mera dispensa legal do pagamento de um tributo, 
havendo assim crédito tributário. Mas há divergência doutrinária nesse sentido. 
Como já estudado, a obrigação acessória, em matéria tributária, é autônoma a obrigação 
principal, nesse sentido,a isenção do crédito tributário da obrigação principal não gea isenção 
automática da acessória, continuando essa a existir. 
Nesse sentido, vejamos o que dispõe o art. 179 do CTN: 
 
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova 
do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou 
contrato para sua concessão. 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste 
artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus 
efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a 
continuidade do reconhecimento da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando 
cabível, o disposto no artigo 155. 
 
Assim, a isenção pode ser geral ou individual. A geral origina direito adquirido, já a 
individual não, salvo se ela for concedida contratualmente por um certo período de tempo, ou seja, 
mesmo se a lei for revogada, a isenção vigorará enquanto perdurar o contrato. 
Há as chamadas isenções onerosas ou contratuais, as quais além da lei conceder há 
especificações contratuais. 
O art. 177 do CTN cita: 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
Na verdade, o professor mestre Pádua Marinho cita que salvo disposição de lei em contrário, 
a isenção não é extensiva a NADA, visto que sua interpretação é literal. Assim, esse artigo seria 
mais uma sugestão do legislador para que não se dê isenção sobre essa matéria, apesar dele não 
proibir isso. 
 
ANISTIA 
 
22 
A anistia trata acerca do perdão de uma infração, todavia, não é possível haver anistia de 
multa já lançada, apenas das não cobradas. Caso a Administração queira perdoar multa já lançada, o 
instituto adequado é a remissão. 
É possível conceder anistia condicionada a uma ação, como o pagamento até determinado 
dia. 
Nesse sentido, vejamos o que dispõem os arts. 180 a 182 do CTN: 
 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência 
da lei que a concede, não se aplicando: 
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por 
terceiro em benefício daquele; 
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais 
pessoas naturais ou jurídicas. 
 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas 
ou não com penalidades de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela 
peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja 
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
 
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova 
do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua 
concessão. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 
 
Por fim, quadro esquemático abaixo dispõe acerca das hipóteses de suspensão, extinção e 
exclusão do crédito tributário: 
 
SUSPENSÃO27 – art. 151 
CTN 
EXTINÇÃO28 – art. 156 
CTN 
EXCLUSÃO29 – art. 175 
CTN 
Recurso administrativo Decadência Anistia 
Depósito judicial integral Prescrição Isenção 
 
27 Bizu: REDE E COCO PARA MIM. 
28 Bizu: O que não for suspensão ou exclusão. 
29 Bizu: AI AI. 
23 
Concessão de liminar em 
mandado de segurança e 
tutela antecipada provisória 
Dação em pagamento de 
bens imóveis. 
 
Parcelamento Decisão administrativa 
irrecorrível e decisão judicial 
 
Moratória Remissão 
 Compensação

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