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INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 1 Meios de Contraste em Tomografia DISCIPLINA: MEIOS DE CONTRASTE HISTÓRICO O primeiro meio de contraste radiológico foi usado na prática clínica em 1923 por Osborne e Rowentree Na década de 70 tivemos um grande avanço com o desenvolvimento dos meios de contraste de baixa osmolaridade MEIO DE CONTRASTE IDEAL NÃO EXISTE, mas teria as seguintes propriedades Hidrossolúvel Inerte Estabilidade química e térmica Baixa viscosidade Hipo ou isosmolar em relação ao plasma Excreção seletiva/renal Seguro e barato TIPOS DE CONTRASTE Quanto a administração Oral – vísceras ocas Contraste positivo = hidrossolúvel Contraste negativo = líquidos gordurosos, água Contraste baritado Contraste baritado diluído Venoso – estruturas vasculares, estruturas parenquimatosas vascularizadas Geralmente, hidrossolúveis à base de iodo Injeção predominantemente venosa, podendo ser arterial Retal – doenças pélvicas Injeção localizada - articulações TIPOS – (venoso) Peso molecular Osmolalidade Iônico monomérico 600 – 800 1500 – 1700 Não-iônico monomérico 600 – 800 500 – 700 Iônico dimérico 1269 560 Não-iônico dimérico 1550 - 1626 300 Viscosidade Osmolalidade CARACTERÍSTICAS Quanto maior a osmolalidade, maior a vasodilatação periférica -- redução aguda da PA -- aumento da FC -- maior consumo de O2 Quanto maior a viscosidade, maior dificuldade terá a solução para se misturar ao plasma e aos fluídos corpóreos DECISÕES ANTES DE INJETAR O CONTRASTE Avaliar risco X benefício Avaliar alternativas Ter certeza precisa da indicação do contraste Estabelecer procedimentos de informação ao paciente Determinar previamente a política de complicações CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ADVERSAS Reações anaflactóides = idiossincráticas Reações não- idiossincráticas Reações combinadas ANAFILAXIAS Reação alérgica aguda, caracterizada pela presença de urticária, angioedema, hipotensão com taquicardia, broncoespasmo e edema de glote REAÇÕES ANAFLACTÓIDES Não são reações anafláticas verdadeiras, pois não apresentam o complexo antígeno-anticorpo, porém apresentam sintomas clínicos indistinguíveis da anafilaxia REAÇÕES NÃO- IDIOSSINCRÁTICAS Efeitos tóxicos diretos Osmotoxicidade Quimiotoxicidade Órgão-específica Reações vasomotoras (vagais) EFEITOS TÓXICOS DIRETOS Podem estar relacionados a dose e concentração Órgão-alvo específico Varia com a velocidade e via de administração OSMOTOXICIDADE Dor e desconforto no local da injeção Alteração na barreira hematoencefálica Hipotensão com bradicardia QUIMIOTOXICIDADE Neutoxicidade Depressão miocárdia Alterações no ECG Lesões tubulares renais e vasculares TOXICIDADE ÓRGÃO-ESPECÍFICA Pele = dor, edema, eritema e pápulas Trato gastrointestinal = náusea, vômito e diarreia SNC = cefaleia, convulsão, tontura e confusão Rins = IRA e hipertensão Sistema respiratório = bronco e laringoespasmo (lembrar dos asmáticos) Sistema cardiovascular = arritmias, hipertensão, alterações no ECG (principalmente coronáriopatia) REAÇÕES VAGAIS São reações que ocorrem durante a administração do contraste ou pela dor do trauma da punção cutânea Sudorese, confusão, palidez, náuseas e liberação esfincteriana QUANTO AO GRAU DE SEVERIDADE Leves Moderadas Graves QUANTO AO TEMPO Agudas = ocorrem durante os primeiros 5 a 20 minutos Tardias = após uma hora ou mais sendo mais freqüente em mulheres As reações tardias podem se apresentar como TVP, sialoadenite, resfriado-like REAÇÕES ADVERSAS IÔNICOS x NÃO-IÔNICOS Iônicos Não-iônicos RA totais 12,66% 3,13% RA graves 0,22% 0,004% RA muito graves 0,004% Próximo de zero Óbitos 1 caso 1 caso Katayama 91 REAÇÕES ADVERSAS IÔNICOS x NÃO-IÔNICOS Iônicos 8176 pacientes 274 reações 3,4% Sendo 96% leves Não- iônicos 3197 pacientes 23 reações 0,7% Levin 1993 REAÇÕES ADVERSAS EXPOSIÇÃO PRÉVIA Pacientes que tiveram reações adversas prévias apresentam maiores índices de recorrências, porém se leves ou até moderadas, não contraindicam o uso Pacientes alérgicos e asmáticos também apresentam maiores chances, porém, se fora de crise, estão autorizados (bom senso sempre) MEDIDAS PROFILÁTICAS Hidratação Jejum = pequenas refeições até duas horas antes da utilização de não-iônicos EV não parecem ocasionar prejuízos Pré-teste não adianta Alergia a frutos-do-mar não indica alergia ao contraste ANTIHISTAMÍNICOS E CORTICÓIDES Controverso Comprovadamente reduzem as reações graves Corticóides agem após 6 horas CASO POSITIVO Há outras alternativas diagnósticas? Caso negativo: Administrar solução salina EV (cuidado ICC) Limitar a dose Usar meios não-iônicos Suspender diuréticos Administrar N-acetilcisteína (fluimicil) TRATAMENTO Bom senso sempre Náuseas e vômitos = observar, amtieméticos se necessário Urticária = observar, se necessário, antihistamínicos, corticóides ou até adrenalina TRATAMENTO Broncoespasmo = oxigênio, B2-agonista, adrenalina Edema laríngeo = oxigênio, adrenalina Hipotensão = elevar pernas, oxigênio, infusão EV e, se necessário, adrenalina REAÇÕES ANAFLACTÓIDES Chamar a equipe de ressuscitação Cuidar das vias aéreas Elevar pernas Adrenalina Máscara de O2 Infusão EV B2 agonista na máscara Contrastes paramagnéticos Os agentes de contrastes de RMN, particularmente os baseados no gadolínio, são extremamente seguros e não nefrotóxicos As reações incluem naúseas, cefaléia, perversão do paladar Nefrotóxico em altíssimas doses GADOLÍNIO (Aprovados pelo FDA) 1988 1990 1992 1993 1997 1999 2000 Magn evist Dotar en Proha nce Omni scan Multih anc Gado vist OPtim ark REAÇÕES ADVERSAS Cefaléia 3,6% Náusea 1,5% Perversão do paladar 0,3% Urticária 0,3% INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 33 Definição Substância geralmente líquida injetada ou ingerida pelo paciente para identificação da função pelos Raios-X. Frequentemente são usados durante exames de imagens para destacar partes específicas do corpo com o realce de estruturas, disponibilizam maiores informações diagnósticas. INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 34 Classificação ABSORÇÃO. Positivos e Radiopacos: possuem capacidade de absorver mais radiação do que estruturas vizinhas. Negativos e Radio transparentes: tem capacidade de absorver menos radiação do que as estruturas vizinhas. INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 35 COMPOSIÇÃO QUÍMICA. Iodado: são os que contém iodo como elemento radiopaco, maior viscosidade, utilizados em raios- X e tomografia computadorizada. Não iodado: são os que não contém iodo, mas outros átomos que são elementos químicos, utilizados em raios-X e ressonância magnética (Sulfato de Bário e Gadolínio). INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 36 SOLUBILIDADE. Hidrossolúvel: são aqueles que dissolvem em água. Lipossolúvel: são os que dissolvem em lipídios (gorduras). Isossoluvéis: estes não dissolvem nem na água e nem em gordura. INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 37 Vias de Administração Oral: quando o meio de contraste é ingerido pela boca. Exemplo: Esofagograma Parenteral ou Endovenosa: ministrado por vias venosas ou artérias. Exemplo: Urografia Excretora Intratecal: ministrado pelo canal medular por baixo da duramáter, normalmente utilizado em punções lombares. Exemplo: Mielografia.INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 38 Endocavitária: Ministrado por orifícios naturais que se comunicam com o meio externo, como útero e uretra. Exemplo: Histerossalpingografia. Intracavitária: Ministrado via parede da cavidade em questão. Exemplo: Fistulografia. INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 39 Reações Alérgicas Leve Reação limitada e sem progressão: Náuseas, vômito, tosse, calor, cefaléia, tontura, tremores, alteração do gosto, coceira, palidez, rubor, calafrios, suor, nariz entupido, inchaço facial e ocular, ansiedade. Tratamento: Observação Tratamento assintomático se necessário INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 40 Maior intensidade dos sintomas e sinais sistêmicos: Taquicardia, bradicardia, hipertensão, eritema difuso ou generalizado, dispnéia, broncoespasmo, chiado, edema laríngeo, hipotensão moderada. Tratamento: Medicamento conforme sintomatologia Monitorização Ver necessidade de acionar a equipe de apoio Moderada INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 41 Grave Edema laríngeo acentuado e progressivo, parada cardiorrespiratória, convulsões, hipotensão acentuada, arritmias com manifestações clínicas. Podem ainda ser classificadas quanto ao tempo de ocorrência: INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 42 Tipos de Injeção INJEÇÃO MANUAL. Utiliza-se quando não for possível o uso da bomba ejetora: Injeção descontínua Velocidade Oscilante Velocidade Máxima INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 43 INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 44 Tipos de Injeção INJEÇÃO COM BOMBA EJETORA Utiliza-se quando necessitamos de fases específicas que não conseguimos adquirir em uma injeção manual. Injeção Contínua Velocidade Programada Adequada via de Acesso Calibre do jelco ideal INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 45 Com administração do meio de contraste por via oral ou endovenosa dentro da tomografia computadorizada, podemos obter estudos do abdome em fases, sendo elas de grande importância para avaliação de diversas patologias com o estudo que se baseia na captação do meio de contraste em cada fase. PRÉ CONTRASTE FASE ARTERIAL FASE PORTAL FASE DE EQUILÍBRIO FASE EXCRETORA INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Fases de Contraste FASE ORAL DE CONTRASTE 46 Fase que antecede a injeção do meio de contraste, sendo de grande importância para programação da fase contrastada, auxiliando no estudo de calcificações. PRÉ CONTRASTE INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 47 Boa opacificação do estômago e delgado FASE CONTRASTE ORAL POSITIVO (+) INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 48 VIA ORAL NEGATIVO (-) Quando a água é usado como contraste oral, tumores gástricos podem aparecer na parede do estômago como espessamento difuso, que pode ser melhor demonstrado e diferenciado de uma parede gástrica normal INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 49 Contrastação onde o meio de contraste circunda pelas artérias. Delay de 25 a 30 segundos. FASE ARTERIAL INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 50 Contrastação, onde observamos o contraste que saiu da artéria voltar para veia porta. Delay 60 a 70 segundos. FASE PORTAL (VENOSA) INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 51 Identificamos nesta essa fase boa contrastação da medula renal, porém ainda não existe excreção do material. Delay de 180 segundos. FASE DE EQUILÍBRIO INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 52 Conseguimos estudo funcional do sistema renal, com ela avaliamos sistema urinário e a mesma só deve ser finalizada com o preenchimento total da bexiga urinária. Delay de 10 minutos ou mais. FASE EXCRETORA INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 53 INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 54 Finalidades Meios de contraste É de uma importância tamanha nos estudos de neoplasias, onde a captação do meio de contraste diferencia cistos de processos expansivos, onde sem este meio não seria possível. INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 55 Auxilia no estudo morfológico INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 56 Auxilia no estudo morfofuncional INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 57 Auxilia no estudo morfofuncional INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 58 Análise de regiões vasculares INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 59 Dissocia os intestinos de órgãos adjacentes 60