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direito penal - Teoria da pena

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1. TEORIA DA PENA
1.1. COMINAÇÃO: O QUE É “PENA”?
Aflitividade
Sempre é a imposição de danos; redução de direitos e expectativas; sofrimento; não podemos perder de vista a dimensão da pena como castigo.
Isto, pois, devido tamanha imposição, necessita de tamanha justificação legal. Não está necessariamente explicita, mas presente no sentido restritivo. As pessoas precisam perceber a pena como dano - dimensão moral - - necessidade de justificação.
• LEP, art. 3º, o preço tem assegurado todos os direitos não atingidos pela sentença condenatória. Vai ser preso; liberdade de locomoção restringida; mas todos os outros estão garantidos.
• Percepção popular -- gozo com sofrimento. Direito penal e sadismo andam lado a lado. Problema quando sadismo é também do juiz; e acontece demais.
Intencionalidade
• Um sofrimento imposto de forma intencional.
Expressividade (“reprovação”)
• Este dano intencional não pode ser gratuito. Tem que ser vinculada a ação do sujeito. O sofrimento intencional recebido na forma da pena tem que estar ligada a ação do sujeito.
• A pena tem que expressar reprovação por um fato. Este vínculo deve existir, senão é uma violência sem sentido.
• Hoje em dia a prisão está sendo tão racionalizada que, não está sendo associada à um crime; mas sim como parte do jogo. Não conseguimos como sociedade estabelecer este vínculo. Estamos falando da criminalidade urbana que reage a uma grande violência do estado; ver tese de doutorado Prof Camila Caldeira Nunes Dias – PCC.
Oficialidade (pelo Estado)
• Só é pena legal caso for estatal.
• O estado tem monopólio da violência coercitiva.
1.2 TEORIAS DE LEGITIMAÇÃO DA PENA (“POR QUE PUNIR?”)
HORIZONTE DA “PENA JUSTA”: Retribuição (teorias absolutas)
• Filosofia da justiça (abstrato)
• Compensação pelo “mal do crime”, como expiação...
• Pena como moeda de troca: “compra e venda”.
- A pena se justifica “em si mesma”; a partir de conceitos que não são palpáveis, metafísicos, a pena implica em uma compensação do mal causado pelo crime. Reequilibra, é um pagamento. Vai pagar pelo que fez, como se o tempo livre (ou a vida no caso de pena de morte) fosse uma espécie de moeda.
• Teorias do “merecimento”...
• Não estão sujeitas a controle empírico, pois “justiça” não é um valor empiricamente controlável!
• Filosofia idealista ocidental: KANT e HEGEL
Kant – Entende que a retribuição tem um caráter moral, tanto por parte do criminoso, que rompe com seu imperativo categórico, quanto por parte da sociedade que tem o dever moral de punir os criminosos. Afastasse assim, o caráter religioso na aplicação da pena.
Hegel - Entende que a pena deve ser vista por um prisma puramente jurídico. Assim, quando alguém pratica um crime, estaria negando o direito. A pena seguiria então como uma negação da negação do criminoso, de modo que este entenda que a norma violada ainda é válida inclusive para ele.
• “Senso comum” popular
• Tradição judaico-cristã: “ritual” de expiação e culpa.
• Cuidar com concepções pejorativas da retribuição: dela deriva, por exemplo, o importante PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE entre a gravidade do fato e a pena aplicada.
HORIZONTE DA “PENA ÚTIL”: Prevenção (teorias relativas) – 4 grupos
• “Utilitarismo”
• Filme – ameaça terrorista; até onde um prisma utilitarista pode ir.
• São mais ousadas; tem obrigação de “mostrar que dar certo”.
Diferente das retributivas que eram filosóficas (crer que expiou a culpa). Não estão sujeitas a controle empírico (olhar para realidade e demostrar que deu certo, ou não).
- “Diferentemente das teorias retributivas, as teorias preventivas estão sujeitas a controle empírico: ou seja, para serem válidas, deve-se demonstrar que “cumprem o prometido”; que produzem efeitos úteis à sociedade, etc.”.
• “Aumentar pena no código, vai reduzir o crime? Tenho um controle estatístico”.
• Nosso direito penal moderno se ancora no direito penal útil, de prevenção.
• É dividido em prevenção geral e especial (vide abaixo)
PREVENÇAO GERAL: atinge toda sociedade
É a forma de prevenir novos delitos utilizando-se da pena como critério (...). Esta forma de prevenção é voltada para a própria coletividade, ela pode ser tanto positiva quanto negativa.
Prevenção Geral Positiva
É a mais moderna das teorias prevencionistas, sendo que sua finalidade não é entrar em condutas criminosas, mas sim estimular condutas conforme o direito. 
Há um resgate da formulação de Hegel, porém com enfoque diferente. 
A teoria parte da premissa de que toda a sociedade tem expectativas normativas. 
Quando um crime é cometido estas expectativas são frustradas, o que podem levar a coletividade a não mais acreditar e seguir aquela norma. 
A pena teria então a função de reafirmar/ reestabelecer às expectativas normativas.
• Funcionalismo Jurídico penal
• A pena teria uma FUNÇÃO dentro de um SISTEMA...
- Vertente mais democrática: Claus Roxin – proteção subsidiária e fragmentária de BENS JURÍDICOS.
- Vertente mais autoritária: Jakobs – estabilização das expectativas normativas da comunidade... A tutela seria apenas da “norma penal”...
• Roxin
- A pena tem papel maior, que transcende o caso individual.
- A missão do direito penal seria proteger um bem jurídico.
Subsidiário - só proteger em última instancia; apenas caso todas as medidas administrativas falharam.
Fragmentário – só proteger os bens mais importantes
• Jakobs
- A pena serviria para estabilizar as expectativas normativas da comunidade.
- Crime é violação da norma penal, e a pena deve proteger a norma penal.
- Desobedeceu ao estado, pune-se.
- A norma penal continua rígida, continua valendo.
- Tende a querer ampliar a punibilidade; perfil mais autoritário de intervenção maior da tutela penal.
Prevenção Geral Negativa
É a forma de prevenção por meio da utilização do medo e da racionalidade humana. 
Um dos principais idealizadores é Fewerlacer, com a criação da Teoria da Coação Psicológica, conjugada em duas premissas: ameaça de pena; aplicação da pena, quando a ameaça não for suficiente.
• Visa desestimular os “não delinquentes” de qualquer possível potencial criminoso através da INTIMIDAÇÃO
- Pela AMEAÇA (plano legislativo)
- Pelo EXEMPLO (aplicação...).
• “Deterrence”: do latim “deterrere” = aterrorizar...
• CRÍTICAS POSSÍVEIS: dificuldade de verificação empírica
• Não alcança crimes de impulso, cometidos com raiva, por paixão, por necessidade, etc.
• Pune-se alguém para mostrar para todo resto da sociedade das consequências do ato
• Questionável: macrossociológico – mudar a lei vai resolver o problema? Não.
• E os Crimes passionais? De impulso? Não serviria para os crimes por impulso, por necessidade. Só funcionaria, em tese, nos crimes premeditados; planejados.
• Ainda assim, temos grandes empresas colocando no orçamento advocacia criminal, e não estamos tratando de crime de ciúmes; crime movido pela necessidade ou por fortes emoções; ou até mesmo pelo usuário de drogas.
• Problema = necessidade vs impulso.
• Geralmente, aumento da pena não influencia nas estatísticas de crimes.
• Finalidade preventiva não teria eficácia nos crimes movidos por impulso.
PREVENÇÃO ESPECIAL: foco é o indivíduo
São teorias que buscam evitar a prática de novos delitos por parte do próprio criminoso. Existem duas modalidades:
Prevenção Especial Positiva
Visa educar, ressocializar o criminoso, para que no futuro ele venha a agir conforme o direito e consequentemente não pratique mais crimes.
Ambiente prisional não é aprovado a ressocialização em sociedade.
• É a preferida dos penitenciaristas
• Discursos do “re... socialização, integração, educação”.
• Visa a evitação da reincidência através da “correção” do delinquente, através de sua “transformação” e sua INCLUSÃO PELO TRABALHO – “ressocialização, reinserção social, etc.”.
• Marcada pela utopia de fazer bem as pessoas através da privação da liberdade. O cárcere seria um lugar de ensinar um ofício, um trabalho, estudar, etc.
• Visa evitar a reincidência através deum escopo quase terapêutico; psicológico.
• “Visa evitar a reincidência através da inclusão do apenado pelo trabalho.”.
- A ideia de inclusão: ligada ao “estado de bem-estar social”.
• Contexto: Estado de Bem Estar Social (“Welfare State”) – ideia de que é possível incluir a todos...
• Não foi verificada empiricamente (bem pelo contrário):
- Não existe o conceito de “ressocialização” – o sujeito se socializa onde ele se encontra;
- Logo, o detento se socializa a comunidade carcerária: 
“processo de prisionização” (Donald Clemer, 1940).
- Ervin Goffman: “processos de mortificação do eu”, através de processos de DESCULTURAÇÃO e ACULTURAÇÃO.
• Declínio do Estado de Bem-Estar... Ideia de que “é possível incluir a todos”...
- Séc. XX: alternativas à prisão – crise...
- 70’ – Robert Martinson – “What Works?”.
Críticas: 
• Não cabe ao Estado impor valor moral, não há como falar em ressocializar sem antes socializar o indivíduo.
• Crítica filosófica “objeção kantiana” – laranja mecânica; estado secularizado.
• Crítica empírica: 
- Não existe conceito de ressocialização para sociologia, só existe o conceito de socialização; ou seja, é um neologismo do direito e da política.
- Absorver determinadas posturas; participar de certos grupos sociais.
- Estar num lugar se socializando para os outros: contrassenso conceitual.
- De outro modo, o sujeito que passa 20 anos na prisão, vai se socializar com a comunidade carcerária, que não tem nada ver com o que existe do lado de fora.
- “Vai reconhecer processos de socialização dentro do cárcere – ‘prisionização’ (Donald Clemme, 1940)”.
- Ervin Goffman:
Instituições totais
Mortificação do eu
Desculturação e aculturação
• Desculturação e aculturação
- Primeiro perde os valores que tinha antes; depois recebe os valores da cultura em que esta.
- O domínio da rotina torna o sujeito inapto para tomar suas próprias decisões. Não só não aprende o que precisa para conviver em sociedades livres; mas também aprende o que ele não precisa para conviver em sociedade.
- Processo de atrofia da própria personalidade
- “Manicômios; prisões e convênios”.
- Crítica definitiva a prisão, válida para qualquer lugar.
• Diante de tudo isso, a prisão perdeu força. A crise da prisão é tão antiga quanto a própria prisão, como pena.
• Século 19 foi o século da penitenciaria; havia ainda algum otimismo da penitenciaria ser capaz de ressocializar ou algo do tipo.
• Século 20 foi o do chamado dos substitutivos penais. Construção do estado de bem-estar social, que se agiganta em vários sentidos, e procura melhorar o preso. Também é conhecido como “correcionalismo penal”- insistência em substitutos penais em torno da prevenção especial positiva.
• 70’- EUA – Robert Martinson – ‘What works?’ – governo do EUA contrata pesquisador para verificar o que funciona. A resposta dele foi “Nothing works” que significou uma virada no discurso da penalogia; mas não foi uma virada do mal. Isto, pois, neste contexto do final do século 20, 1989, tratamos do estado mínimo.
Chega de “bem-estar social”, em prol de liberar o mercado, equilibrar e produzir bem estar para sociedade.
• Quais são os dois líderes políticos que simbolizam esta virada?
Ronald Regan e Margaret Tacher.
• A ideia de ‘neoliberalismo’. O que interessa é: ideia de estado mínimo que não é possível incluir a todos. Não cabe todo mundo.
- Os mais fortes vão se dar bem e os mais fracos vão morrer de fome.
• A pena de prisão sofre impacto muito forte nessa política. Se a pena do bem-estar social não funciona, para que vai servir a pena? De simples incapacitação. É caro, não funciona. Com essa virada, chamada de declínio do “Welfare State”, “Não é possível incluir a todos”, chegamos a ideia de prevenção especial negativa.
Prevenção Especial Negativa
Visa neutralizar/ segregar/ (...) o criminoso, para que ele não pratique mais delitos.
Criticas: após a prisão continuam praticando crimes.
Não existe critério igualitário para segregação.
• Neutralização, incapacitação (seletiva), exclusão... Sempre foi assim, mas a novidade da década de 80’ em diante foi à alçada destas teorias ao mundo do “dever ser”... - Política criminal “atuarial”: cálculos de probabilidade a partir de fatores de risco.
Evitar a reincidência através da neutralização, incapacitação (seletiva), exclusão dos apenados. De preferência gastando o menos possível.
A prevenção esp. Positiva Era uma “mentirinha boa”. Agora a grande novidade que a prevenção especial negativa ganha um caráter normativo. Uma coisa é saber que, no dever-ser, a pena é uma instância de exclusão social. Outra é legitima-la no ser. Isto que surge muito forte nos últimos 20 a 30 anos.
Do ponto de vista descritivo, sempre exerceu algum sucesso.
Mas nunca tinha sido legitimada legalmente.
No nosso caso, com presídios sendo verdadeiros congressos do crime. Não funciona muito.
A principal crítica seria axiológica, ética. Qual tipo de sociedade que tem na sua pena um tipo de exclusão, descarte do ser humano.
No Brasil? Bem ambíguo. Ainda hoje, 20 a 30 anos depois, ninguém nos EUA fala de ressocialização, é um argumento presente num discurso político... O que não quer dizer que de fato está presente.
Política criminal atuarial: cálculos de probabilidade (de reincidência) a partir de fatores de risco. Recebe uma pena desvinculada do fato que cometeu. Isso não é direito penal. Acaba com culpabilidade, teoria do crime, etc.
1.3 TEORIAS CRÍTICAS DA PENA
Garantismo penal
• Modelo normativo que atualiza os princípios do iluminismo penal.
- Mesmos princípios do Beccaria; presunção de inocência; contra ideia de verdade real (verdade formal, se não tiver prova absolve); legalidade; culpabilidade; nada supere evolucionário; 
- Mas defende que isso seja realmente aplicado; “garantismo para parte mais fraca”; que precisaria do direito para auxiliar no momento do crime. "O poder punitivo não precisa de garantias porque ele já tem a espada".
• Principal referência: “Direito e Razão” (Luigi Ferrajoli).
• Hobbesiano: se você tira o controle, todo mundo vai se matar.
- Ele legitima a pena também, porém defende sua aplicação mínima (“minimalismo penal” ou D.P. mínimo): prevenção geral negativa e a evitação da barbárie (vingança privada)
• “Defende a pena, só que defende que ela tem que ser o mínimo possível. Legitima inclusive invocando duas funções da pena – prevenção geral negativa e evitação da vingança privada”
• Vingança privada – sociedade caótica; se tirar direito penal, sociedade vira um caos.
• Marca da revolução francesa – garantismo – proteção do réu 
• Coloca isso em “vestes modernas”
• “Como ferramenta de trabalho, o garantismo é uma matriz super importante; visto que o direito não vai mudar tão rápido”.
• Legalização das drogas; professores e ex-presidentes liberais; “quebrando tabu” (documentário, vide youtube); defendendo a legalização das drogas
- Não faz sentido punir pessoas que causam danos a si mesmos.
Teoria negativa [prevenção] / agnóstica [retribuição] (Zaffaroni)
• Rejeita TODAS as teorias de justificação da pena, comparando a pena à “guerra” e a dogmática penal e o direito penal à “Cruz Vermelha”... Ou seja, seu papel não passaria de uma redução de danos.
- Prevenção: nega as teorias preventivas; por isso negativa;
- Retribuição: nega as teorias retributivas; não acredita em nada; metáfora em relação à retribuição; teoria que exige um ato de fé (que aquela pena fez justiça); nada disso é palpável.
	- Zaffaroni entende que o Direito Penal seria próprio de um Estado de Policia enquanto que num Estado de Direito esse ramo deveria ser evitado. Para o autor num Estado de Policia o poder seria exercido verticalmente. Já no Estado Democrático de Direito o poder não deve ser imposto, mas sim exercido de forma horizontal.
Estado (cidadão) de Policia
						Não cria crimes, forma igualitária.
Estado Democrático de Direito
Cidadão 				Estado
Ius Libertatis				Ius Puniendi
	- Ele ainda desenvolve a ideia de que a pena seria absolutamenteilegítima de modo em que sua proposição nega todas as suas funções declaradas e intencionalmente não propõe nenhuma nova.
• A pena não se legitima por nenhuma teoria: mas existe como “fato de poder”; é inevitável; incancelável;
• Direito penal é uma barragem tentando barrar o rio: não consegue parar tudo.
• A pena é comparável a guerra: não consegue justificar a guerra de forma alguma. Mas existe alguma forma de evitar? Não.
• Como a força está sempre antes do direito: fator comum do poder de veto (“bomba nuclear” que confere a um conselho o poder jurídico de vetar)
• A dogmática do delito seria a cruz vermelha: o único sentido de trabalhar com a dogmática; é tentar conter o aparato da violência organizada que seria o poder punitivo.
• O rio violento é o poder punitivista; a barragem é o direito penal. O Ferrajoli fala que é bom passar algo (agnóstico), vai evitar vingança privada, etc. Já Zaffaroni vai dizer que nenhuma agua devia passar; mas está passando, pois, o poder é muito forte. Cabe a nós do direito penal tentar fortificar a barragem.
• “Palavra dos mortos” – Zaffaroni
• Professor: “é necessário acreditar que o direito é um pouco mais do que a cruz vermelha”.
Teoria Materialista / Dialética (Juarez C. dos Santos) 
	– Manutenção das estruturas sociais desiguais.
	- Ele rejeita todas as funções declaradas da pena (retribuição e prevenção). Para o autor, estas seriam apenas funções declaradas, que buscam legitimar a pena escondendo a sua verdadeira função. A pena seria em verdade uma retribuição equivalente (lógica tempo e dinheiro) na qual, dentro do sistema capitalista teria, por função formar seres humanos dóceis e uteis para o trabalho com isso a pena ajudaria a manter as mesmas estruturas sociais (Rusche e Kirchheimer).
Criminologia radical (marxista)
• Vincula a pena de prisão ao modo de produção capitalista e assim, não vislumbra nenhuma possibilidade de abolição da pena a não ser que haja uma revolução.
• Tudo é explicado pela economia; pelo modo de produção. É a superestrutura. Primeiro vem a economia; todo resto é consequência dessa disputa.
• Todo direito estaria a serviço da classe mais dominante.
- Direito civil: voltado para tutela do direito da propriedade.
Valoriza muito mais quem tem o papel, do que quem esta morando.
- Direito trabalho: organiza a exploração; dar direitos ao trabalhador;
- Direito penal: o “pitbull”; pronto para pegar quem sair da linha; ameaçar a propriedade, ETC. O direito penal, principalmente pena de prisão, estaria essencialmente ligado ao modo de produção capitalista; só poderiam ser abolidos por revolução.
• Não é abolicionismo; quer revolução; “por sangue revolucionarás”.
• Leitura que acredita que não vai ser possível mudar o sistema penal, exceto por revolução.
• Poder punitivo: não está necessariamente ligado ao capitalismo em si; antiga união soviética; china; etc.; existem formas de justificação ideológica que legitimam a revolução. Sistema penal punitivo forte nos países de socialismo real.
Abolicionismo penal
• É um modelo que defende a inutilidade da pena, e especialmente da pena de prisão, argumentando que seria possível e benéfico à sociedade viver sem elas.
• Louk Hulsman – Penas Perdidas.
• Em busca das penas perdidas (Zaffaroni): dialoga com penas perdidas do Louk.
• Não precisa de direito penal; existe uma coisa chamada cifra oculta.
• Punir o 1% dá muita dor de cabeça. Abolir a pena que todo mundo vai ser mais feliz.
• Acredita que as pessoas podem conviver umas com as outras sem ameaça da espada.
• Angela Davis: símbolo dos direitos civis; direito dos negros, da mulher, presa política (panteras negras; comunista) – as prisões são obsoletas (da diferença entre o impensável e o impossível).
O que pode ser impensável para mim, não quer dizer que seja impossível para história.
Discurso de Fuga da Pena (PPL) – década 70
- Pena alternativa – prisão
- Lei 9099/95 – juizados especiais
1.4 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SOBRE A PENA
Da legalidade (art. 5o, XXXIX e XL, CF).
Abrange toda e qualquer alteração nas sanções penais, como causas de aumento e diminuição, qualificadoras, alteração de requisitos para benefícios penitenciários na execução penal, etc.
- Importante ressaltar isso; abrange até mesmo L.E.P.; agravamento nos requisitos para ganhar benefícios; não retroage, exceto se, for para beneficiar o réu; teve uma mudança na execução: preso que comete falta grave perde todos os dias remidos (dias compensados por trabalho); 2013 limitou a 1/3 os dias remidos; atingiu todos presos do Brasil; todo mundo que teve todos dias remidos teve de volta 2/3.
- Até mesmo a qualificadora só se aplica para FATOS ocorridos DEPOIS da vigência da lei; o que importa é a DATA DO FATO.
- Obs. Ano passado dois novos qualificadores par homicídio (feminicídio e homicídio praticado contra policial).
• ANTERIORIDADE DA LEI PENAL – “nullum crimen sine lege”
• IRRETROATIVIDADE
Da pessoalidade / intranscendência / da culpabilidade (art. 5o, XLV, CF):
• “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado”...
• AUXÍLIO RECLUSÃO (?)
• REVISTA VEXATÓRIA
• VEDAÇÃO DA RESPONSABILIDADE PENAL OBJETIVA
- Não existe em NENHUMA HIPÓTESE a responsabilidade objetiva
- Responsabilidade sem culpa
- Mesmo que não tenha violação de um dever de cuidado
- Violação de um dever de cuidado OU dolo
- Teoria do domínio do fato – autor de participe; nunca imputação.
Da individualização da pena (art. 5o, XLVI, CR)
• Legislativa
• Judicial (*** - momento aplicativo – sentença condenatória)
• Executória (LEP)
• O princípio da individualização proíbe VEDAÇÕES GENÉRICAS pela lei (por ex: vedação da progressão de regime a todos os condenados por crime hediondo).
Da humanidade das penas (art. 5o, XLVI, XLVII e XLIX).
Art. 5º, XLVI, CF - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
• “Veda penas cruéis”
Art. 5º, XLIX, CF - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Penas permitidas pela CF: Art. 32, CP - As penas são: 
I - privativas de liberdade;	II - restritivas de direitos;	III - de multa.
Penas proibidas pela CF: Art. 5º, XLVII, CF - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
Art. 84, CF - Compete privativamente ao Presidente da República:
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
2. SISTEMA PENAL BRASILEIRO (ART. 32, CP).
Art. 32 - As penas são: 
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
• Penas
- PPL (pena privativa de liberdade)
- PRD (pena privativa de direito)
- Multa
• Medidas de segurança
- Internação
- Tratamento ambulatorial
Quanto à relação entre penas e medidas de segurança, o sistema pena brasileiro HOJE é DUALISTA ALTERNATIVO ou VICARIANTE: relação de alternatividade entre elas.
Desde a edição do CP (1940) até a reforma da parte geral (1984), o sistema foi dualista cumulativo (“doppio binário”). Ou seja, podia ser cumulativo (medida segurança e pena de prisão).
Tentativa de conciliação entre o direito penal clássico e a escola positivista.
Medida segurança – falta de capacidade de imputabilidade.
Pessoa não tem culpabilidade, não sabia o que estava fazendo.
Dialoga com conceito de periculosidade. Culpabilidade remete ao fato, capacidade de compreensão do fato praticado. Direito penal clássico que pune as pessoas pelo que ela fez. Direito penal do fato, ou do ato. Já a medida de segurança se preocupa se o sujeito está em condição de viver em sociedade. É a periculosidade.
2.1. DIREITO PENAL DO FATO (DO ATO)Culpabilidade = relação de proporcionalidade entre o crime cometido e a pena recebida.
“O sujeito é punido pelo que fez”.
Apenas o direito penal do fato é compatível com os princípios do direito penal clássico/iluminista. Perspectiva ligada à teoria retributiva.
2.2. DIREITO PENAL DO AUTOR
Juízo de periculosidade = o que interessa são os prognósticos sobre o comportamento do sujeito, “punido mais pelo que ele é, do que pelo que ele fez”. Influência da criminologia positivista.
Perspectiva ligada às teorias da prevenção especial (positiva e principalmente negativa).
2.3 PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (ART. 33 E SS., CP).
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
§ 1º - Considera-se: 
a) regime fechado à execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observadas os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. 
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
• Cumpridas em regime progressivo / regressivo.
• Há três regimes de cumprimento: fechado; semiaberto; aberto.
- Cumprimento da pena é organizado na teoria geral da prevenção positiva; ir testando o agente para passar etapas mais próximas da liberdade.
- Na medida em que progride, “melhora” o cidadão.
• STJ não permite progressão por salto.
• Se já tem direito do semiaberto, e não tem vaga; teria que esperar em prisão domiciliar.
• RECLUSÃO e DETENÇÃO: não há diferença ontológica – do ponto de vista de sua “essência”. A grande diferença é que a
DETENÇÃO não pode ter regime inicial FECHADO, independentemente da pena. A previsão de penas de detenção sempre vem associada a crimes mais “leves”.
Distinção entre os regimes:
• Bem simples, pelo local de cumprimento.
• Conforme o estabelecimento penal destinado a seu cumprimento (art. 33, §1º, CP).
- Penitenciária (‘bom’, se comparar com local que ficam presos provisórios).
- Semi-aberto – colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
- Aberto – em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. 
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. 
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
Regras do regime semi-aberto
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
Regras do regime aberto
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. 
OBS. Atenção com infrações de menor potencial ofensivo (v. Lei 9.099/95).
SOBRE TRABALHO DO PRESO: v. “Trabalho e Pena” (Aldacy Coutinho)
SOBRE A MULHER: Individualização da pena
Regime especial: 
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
2.4 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Com relação às penas restritivas de direito, trata-se de uma resposta às críticas realizadas durante décadas em relação a pena privativa de liberdade. 
As PRDs têm duas características iniciais: 
São substitutivas: elas não são previstas no próprio tipo penal, que prevê tão somente a Pena privativa de liberdade e/ou multa. Sendo assim, o juiz primeiro deverá fixar a PPL cabível e, caso preenchidos os requisitos legais, promover a substituição; 
São autônomas: uma vez realizada a substituição, elas subsistem por si próprias e, quando integralmente cumpridas , extinguem a pena. 
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: 
Direito Penal II – 1º Bimestre – Universidade Positivo
I - prestação pecuniária; 
II - perda de bens e valores; 
III - limitação de fim de semana. IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
V - interdição temporária de direitos; 
VI - limitação de fim de semana.
Características
• Autonomia e substitutividade (nunca estão expressamente previstas no código penal; tem apenas uma exceção).
• Técnica legislativa sempre prevê a pena de prisão.
• Na sentença o juiz aplica a pena de prisão, em certo valor; depois, na própria sentença, substitui a pena de prisão por uma pena restritiva de direito.
• Única exceção a esta regra? Lei 11.343, art. 28 da lei de drogas.
• PRD será produto de uma substituição na sentença condenatória.
• A PRD pode ser a multa (substituir a pena de prisão por multa)
Requisitos para substituição
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 1o (VETADO)
REQUISITOS 
1. Quantum de pena 
1.1. Doloso - pena menor ou igual de 4 anos; 
1.2. Culposo - não há limite.
2. Sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
Ex. Crime de roubo ou homicídio - Não pode ter direito a substituição. 
3. Não ser reincidente (específico) em crime doloso. 
Ex. Quando pratica exatamente o mesmo delito. Art. 44, $II combinado com o $III. Depois de cinco anos, volta a ser réu primário, se cumprida a pena.
4. As circunstâncias pessoais devem ser favoráveis, inciso III do art. 44.
Juiz substitui a pena (art. 44)
Pena ≤ 1 ano fará substituição por uma pena restritiva de direitos ou multa.
- Prestação de serviços à comunidade > 6 meses
- O condenado não é obrigado a aceitar a PRD ou multa.
Pena > de um ano
- Pode aplicar 2 PRD’s
- Pode aplicar 1 PRD + multa
	Art. 60 – § 2: Com relaçãoà substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos, os critérios são os elencados no artigo 44, parágrafo segundo do código penal. Ocorre que há um conflito com a regra do artigo 60 parágrafo segundo também do código penal. 
O artigo 60, parágrafo segundo prevê que as penas iguais ou inferiores a 6 meses poderiam ser substituídas a penas pela pena de multa. Já o artigo 44, parágrafo segundo trás hipótese mais genérica com a possibilidade de aplicação de pena de multa ou PRD, quando a pena for igual ou inferior a um ano (o que abrange a pena igual ou inferior a 6 meses). Existe duas correntes doutrinárias a cerca da matéria: 
1. Corrente minoritária: diz que ambas as normas deveriam ser conjugadas. 
2. Corrente majoritária: entende que a regra do artigo 60, parágrafo segundo foi tacitamente revogada pela regra do artigo 44, parágrafo segundo, já que esta decorre de uma Lei de 1998 enquanto aquela de uma Lei de 1984. Por fim, a norma do artigo 44, parágrafo segundo seria a mais benéfica ao acusado.
Reconvenção – é a hipótese na qual o apenado deixa de cumprir as condições impostas pela PRD, devendo voltar a cumprir o que falta da sua pena a titulo de PPL.
Atenção: o prazo mínimo para cumprimento da PPL será de 30 dias.
Cumulativos:
1) Pena aplicada < 4 anos (se crime doloso) o (Qualquer pena aplicada – se crime culposo)
2) Ausência de violência ou grave ameaça à pessoa
Não pode: roubo; lesão corporal; estupro; 
O Tráfico de drogas: sim (é ausente a violência e grave ameaça...). Mas o próprio legislador na lei de drogas estabeleceu a vedação da substituição (mesmo em penas menores de 4 anos). 
- Vedação genérica. 
- É violado princípio da individualização da pena. 
- Caiu a vedação no STF/SENADO.
3) Não reincidência em crime doloso – porém, cf. o art. 44, §3o, mesmo se for reincidente pode haver a substituição:
Art. 44, § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
Se a medida for “socialmente recomendável” – “diante dos malefícios do cárcere; comprovado efeito criminológico; nenhuma hipótese pode-se considerar socialmente recomendável mandar para prisão”. Defesa “sociedade versus indivíduo”? 
Se não se tratar de “reincidência específica” – crimes idênticos
4) Subjetivo: análise de condições pessoais 
Critérios para aplicação
Art. 44, § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
PENA ATÉ 1 ANO:
• MULTA ou
• 1 PRD
PENA SUPERIOR A 1 ANO
• 1 PRD e MULTA ou
• 2 PRD
Conversibilidade em prisão
Art. 44, § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
“A PRD é conversível em PPL no caso de descumprimento. Aplica-se o princípio da detração penal” – já existe uma pena prevista na sentença.
Outras Observações
• Detração penal
- Computa na pena de prisão o tempo já cumprido na PRD.
• Fiscalizado pela “VEPMA” em Curitiba
• §5o – caso receber nova pena de prisão; o juiz decide.
Art. 44, § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
• Dispositivos legais que falam sobre cada uma das modalidades de PRD: arts. 45 ao 48, CP.
CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
PRDS EM ESPÉCIE
Pena de prestação pecuniária (art. 45, §1): 
Natureza indenizatória; destinada a vítima ou entidades sociais; pode ser substituída por prestação de outra natureza. Se houver condenação cível, o valor já pago aqui será deduzido do valor a ser indenizado.
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. 
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. 
Perda de bens e valores (art. 45, §3): 
• Em favor do FUPEN
• Chamado confisco
• De algum modo aquilo foi produto de atividade criminosa.
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime. 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE OU A ENTIDADES PÚBLICAS
Problema: falta de organização do estado e dificuldade de aceitação por parte da sociedade.
Boa ou má vontade da sociedade civil e dos órgãos públicos para implantar.
Cálculo: 1 hora de tarefa por dia de condenação; de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.
PENAS DE INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA
Novidade 2011 – proibir de inscrever-se em concurso
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
IV – proibição de frequentar determinados lugares. 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame público.
LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
DA PENA DE MULTA
Dosimetria da pena-bifásico
Conceito: Consiste numa prestação em pecúnia (dinheiro), que é pago ao fundo penitenciário (nacional, ou, quando houver, estadual).
Em relação à fixação do valor da pena de multa, deverá o juiz utilizar-se de um sistema bifásico quando da dosimetria da pena: 
1ª fase – Fixação da quantidade de dias-multa (d.m.):
O juiz deverá fixar entre dez e 360 d.m. Considerando que, para chegar nessa fase, o juiz já optou pela condenação do acusado, dez diasd.m. já são certos. O que sobra é uma variação de 350 d.m. Para proceder à análise, deverá o juiz se utilizar das oito circunstâncias judiciais previstas no artigo 59, CP, atribuindo um valor para cada uma delas. Para chegar neste cálculo, basta dividir a variação de 350 d.m. por oito, chegando assim a 43,75 d.m. para cada circunstancia que o juiz considerar desfavorável. Desta forma, partindo o magistrado de dez d.m., bastará ir somando o valor obtido por cada uma das 8 circunstâncias que considerar, fundamentadamente, desfavoráveis.
Quantidade dias-multa varia de no mínimo 10 a 360 dias multa.
350 divide por 8 (circunstâncias crime) (art.59)
=43 seria o valor de cada circunstancia aumenta para cada circunstancia negativa partindo dos 10.
10 d.m. a 360 d.m.
 Variação: 350 d.m.
	Art. 59, CP – 8 circunstâncias judiciais / 43,75 d.m.
2ª fase – Fixação do valor de cada dia multa:
No segundo momento, o juiz estipulará um valor especifico para cada d.m., tomando por base a situação econômica do acusado. Este valor será de no mínimo 1/30 do salário mínimo e no máximo 5 vezes o seu valor. Chegando ao final da fixação do valor de cada d.m., bastará ao juiz multiplicar este valor pela quantidade de d.m. obtida na fase anterior.
1/30 a 5x = salário mínimo (situação econômica do acusado).
Observação: Se ao final de tudo o juiz ainda considerar o valor obtido ineficaz por conta da situação econômica do acusado, poderá aumentar até o triplo deste valor (art. 60, §1, CP).
788 30= 26,26 
Mínimo de 10x 26,26=262,60
Máximo 788x360= 283.680,00
Prazo para pagamento: 
10 dias depois de transitado em julgado;
Pode dividir em quantas vezes quiser;
Aplicada isoladamente;
Aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
Concedia a suspensão condicional da pena;
O desconto nos vencimentos (salário) apenas quando está em liberdade;
O desconto deve garantir o mínimo existencial;
O não pagamento de pena de multa implica tão somente no cadastro em dívida ativa, não sendo possível a conversão por pena privativa de liberdade, nem por pena restritiva de direito. Art. 114 / art. 52.
A prescrição da pena de multa, quando for única, ocorrerá em dois anos (se tiver menos de 21 anos, é um ano).
Modo de conversão.
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Art. 51. Após o T em J, perde a natureza penal e passa a ser “obrigação fiscal” – dívida de valor – o inadimplemento NÃO PERMITE a conversão em PPL.
Cálculo e dosimetria da pena de multa: art. 49, CP: duas fases: 
a) cálculo do valor do dia-multa (conforme capacidade econômica do réu);
b) cálculo do número de dias-multa (conforme proporção à gravidade do fato).
A pena de multa é pena só até transitado em julgado. Depois passa ser obrigação com o fisco. Obrigação tributária.
O inadimplemento, jamais, pode ser convertido em prisão. Perde a natureza penal após o transito em julgado.
Execução fiscal.
Discricionariedade – um atuar livre dentro de um limite imposto por lei (aplicado hoje).
3. APLICAÇÃO DA PENA (DOSIMETRIA)
3.1. ROTEIRO SEGUIDO EM UMA SENTENÇA CONDENATÓRIA
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
Critérios especiais da pena de multa
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. 
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
Como calcular a pena correta em cada caso. 
Estamos falando da elaboração da sentença (ou acórdão) condenatório.
a) Escolha da pena a ser aplicada, se houver possibilidade de escolha.
Art. 59, I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
b) Quantidade da pena a ser aplicada (59, II – dosimetria: v. art. 68, CP)
Art. 59, II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
Cálculo da pena
c) Regime inicial
Art. 59, III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observadas os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
d) Análise da possibilidade de substituição por PRD.
Art. 59, IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
e) E ainda: análise da possibilidade de suspensão condicional da pena
Requisitos da suspensão da pena
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. 
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. 
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
f) E ainda: aplicação dos efeitos secundários da condenação.
3.2. PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
Secularização da pena
Expressa a premissa segundo a qual o direito penal não tem legitimidade para punir escolhas (i) morais, individuais, etc; mas sim a lesão a terceiros, e sempre em último caso.
Significa também que a pena deve ser dosada segundo o FATO, e não segundo o AUTOR, e seu “MODO DE VIDA”, etc.
Secularização tem relação com laicidade (não se ter religião); mas não só isso, o estado não tem legitimidade para impor certas condutas, posturas e morais. O indivíduo tem uma esfera de livre escolha que deve ser respeitada; e o estado não tem legitimidade para questionar isso, muito menos para punir.
Vedação do bis in idem
Proibição de se punir, causar prejuízo, sancionar, mais que uma vez pelo mesmo motivo/fundamento. Exemplo: Súmula 241/STJ.
Atenção aos ELEMENTOS DO TIPO OU QUALIFICADOORAS (que não poderão depois agravar ou majorar a pena)
ATENÇÃO!!
Maioria das situações de erro de fundamentação de sentença.
Se é o mesmo fato gerador; mesmo motivo, argumento qualquer que seja não pode ser usado na dosimetria mais de uma vez.
Quando tiver possibilidade de aplicar mais de uma vez o mesmo fato; vai permanecer a situação mais específica.
Dever de motivação / fundamentação
O juiz tem livre convencimento motivado. Em outras palavras, o livre convencimento precisa “ser explicado”. Isto, pois na medida em que na dosimetria da pena temos inúmeros espaços de discricionariedade, deve-se fundamentar o porquê do aumento da pena.
Dosimetria malfeita pode ser caso de nulidade de toda sentença.
Fazer uma dosimetria para cada réu e para cada delito (individualização da pena)
3.3. CRITÉRIO TRIFÁSICO
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-seao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
1ª fase: pena base – definição de um ponto de partida entre o mínimo e o máximo, com base no art. 59, caput, CP (circunstâncias judiciais);
2ª fase: pena provisória – circunstâncias legais – agravantes atenuantes (art. 61 a 66)
3ª fase: Pena definitiva – causas de especial aumento (majorantes) e diminuição (minorantes) de pena. Podem estar previstas na parte geral ou na parte especial, estão sempre em forma de fração.
Qualificadora: novo patamar – impõe um novo patamar de pena (nova pena mínima e máxima) o mesmo vale para a privilegiadora com a diferença que na qualificadora a pena é mais alta e na privilegiadora é mais baixa.
Agravante 5%: Impõe sempre um aumento de pena, sem que esse aumento esteja previsto em lei (percentual do aumento) o mesmo ocorre com atenuante, sendo que a pena deverá ser diminuída, mas o legislador não menciona quanto.
Causas de aumento ou diminuição: Impõe aumento ou diminuição da pena com percentual previsto em lei. Art. 59 – grau de censurabilidade da conduta.
PRIMEIRA ETAPA DA DOSIMETRIA = PENA-BASE
“O juiz ou juíza analisarão as circunstâncias judiciais (art. 59, caput, CP) e definirão a PENA BASE entre o patamar mínimo e máximo previstos no tipo penal.”
ATENÇÃO: AS QUALIFICADORAS 
São elementos que alteram o próprio tipo penal – alteram a pena mínima e a pena máxima – e, portanto, são levadas em conta ANTES MESMO dessa fase – elas alteram o próprio enquadramento típico da conduta.
São 8 circunstancias judiciais do art. 59, CP:
• CULPABILIDADE	
• ANTECEDENTES
• CONDUTA SOCIAL
• PERSONALIDADE DO AGENTE
• MOTIVOS
• CIRCUNSTANCIAS
• CONSEQUENCIAS
• COMPORTAMENTO DA VÍTIMA
a) CULPABILIDADE
Já é elemento do crime – critério obsoleto, pois já deve ter sido analisada – na práxis jurisprudencial, é comum que sirva como parâmetro de comparação entre situações mais e menos graves (“culpabilidade normal para o fato, ou intensa, etc”).
Elemento do fato punível; não dá pena.
b) ANTECEDENTES
“Bons antecedentes”? – Testemunhas abonatórias
“Maus antecedentes”: não confundir com conceito de reincidência (que é agravante – 2ª etapa – prevalece a reincidência) - Súmula 241/STJ.
Súmula 444/STJ: “é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base” a Discussão no STF.
São considerados como mal antecedentes somente aqueles processos criminais com trânsito em julgado, desde que sejam no mínimo 2 processos com condenação (uma delas) e configura reincidência os outros antecedentes, bem como a aplicação de medidas sócio educativas a adolescentes. 
Em ambos os casos, estes efeitos duram 5 anos após o término do cumprimento da sanção.
O que seriam maus antecedentes, então?
• Estamos falando de uma situação anterior ao cometimento do fato (o qual está sendo acusado)
Qual a diferença de mau antecedente e reincidente?
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
• Reincidente é aquele que, quando prática o fato, já tem uma condenação definitiva (transito em julgado anterior a prática do fato) por crime anterior.
• Mau antecedente: prática o crime antes, e acaba recebendo condenação posterior a prática do fato (mas antes da sentença).
• Na prática do fato não tinha ocorrido condenação definitiva, mas, antes da sentença.
Supondo que inquérito não poderia ser mau antecedente, o que restaria? *discussão STF.
• SOMENTE condenações definitivas por crime anterior, MAS que não constituam reincidência.
• Se for por fato posterior; com transito em julgado, não pode ser considerado numa ação penal por fato anterior, que ainda esteja em andamento.
Ato infracional quando adolescente pode ser considerado?
• Reincidência: óbvio que não (apenas crime)
• Tem autores que dizem que sim.
c) CONDUTA SOCIAL
• Princípio da secularização recomenda que o juiz não coloque princípios pessoais no julgamento da pena
• Evitar julgamentos morais e suas projeções sobre a pena.
• Exemplos comuns o Aumento da pena base porque o condenado é viciado em drogas ou alcoólatra; 
- Porque não preenche os estereótipos do “homem honesto” ou da “mulher honesta” (aumenta a pena por conta do horário do crime, porque não é “postura de mulher decente”, etc.).
- O juiz vai analisar a vida pregressa não criminosa do acusado, ou seja, são analisados fatos sociais como comportamento com a família, responsabilidade com os filhos, conduta perante o meio social que o cerca (condomínio, bairro, igreja, escola, etc.).
Testemunha abonatória: favorável ao réu no processo.
Se for parente, será informante.
d) PERSONALIDADE
• Muito comum, na prova de sentença, na hora de valorar, colocar “não há elementos para valorar a personalidade do réu”.
• “Recomenda-se, hoje, simplesmente indicar a ausência de elementos para basear qualquer tipo de análise”.
• O juiz analisa se a pessoa tem a personalidade voltada para prática de crimes ou não. Verifica se tem uma personalidade agressiva.
e) MOTIVOS DO CRIME
Pode valorar negativamente os motivos do crime quando ele se apresenta como algo que extrapola a motivação inerente ao dolo; ao “normal” da conduta.
• Podem ser valorados negativamente quando significa um extrapolar do que é inerente ao dolo; senão, é bis in idem.
Se faltar aquela motivação; não teria dolo? Continua sendo crime?
Se sim, ok. Algo a mais, que permite aumento da pena base. Se tirando aquela intenção, deixamos de ter o crime, significa ser inerente ao tipo; ao dolo.
• Exemplo: aumentar pena de crime de furto, por obter lucro fácil. Isto é inerente do crime, não pode aumentar a pena.
f) CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME
• Do mesmo modo, elas não podem ser ÍNSITAS ao próprio resultado típico.
• Exemplo: ter deixado cinco órfãos; ter sofrido bastante tempo em coma antes da morte.
g) CONSEQUÊNCIAS DO CRIME
• Aumentar pena base do homicídio, pois a pessoa morreu? Não pode.
• Objeto do furto não foi devolvido; inerente ao crime; não pode aumentar o crime.
h) COMPORTAMENTO DA VÍTIMA
• “Expressa à ideia da vitimologia tradicional de que eventual “facilitação” do cometimento do crime por conta da vítima justificaria uma menor reprovação do condenado.”.
• Críticas feministas: problema dos crimes sexuais.
MÉTODO DE DEFINIÇÃO DA PENA-BASE (proposta):
a) Ponto de partida no mínimo legal. Caso o conjunto de circunstâncias judicias seja favorável ou equilibrado, mantem-se a pena base no mínimo legal.
b) Caso o conjunto de circunstâncias judiciais seja medianamente desfavorável, definir a pena base entre o mínimo legal e o termo médio.
c) Caso o conjunto seja efetivamente desfavorável, definir a pena base no TERMO MÉDIO. Cada circunstância judicial poderia aumentar em 1/8 (um oitavo) do espaço entre a pena mínima e o termo médio.
Termo médio: (PENA MÍNIMA + PENA MÁXIMA) /2
Há outras posições, por exemplo, defendendo que cada circunstância judicial poderia aumentar em 1/8 (um oitavo) do espaço entre a pena base e o termo médio.
Outros criticam o que tal aplicação equivaleria uma “cultura do mínimo legal”, e que deveria ser possível chegar até a pena máxima, se for o caso.
PENA MÁXIMA (Cf. Lei) – 20 ANOS
TERMO MÉDIO – 12 ANOS
PENA MÍNIMA (MÍNIMO LEGAL – Cf. Lei) – 4 ANOS
FIXAÇÃO DA PENA BASE
8 circunstâncias
A partir da pena mínima – 3 meses
									Lesão corporal	
Variação da pena – 9 meses 8 circunstâncias 
						Peso de cada circunstância – 1 mês
 		1 mês e 4 dias
Estupro de vulnerável - 8 a 15 anos
Pena mínima – 8 anos l 52 m. e 15 dias.
Variação da pena – 7 l 84 meses 		 10meses e 15 dias
Resultado: 12 anos, 4 meses e 15 dias.
5 circunstancias desfavoráveis: 40 anos, 4 meses e 15 dias.
Latrocínio – 20 a 30 anos
Pena mínima – 20 anos
Variação: 10
Pena será de 25 anos
10 (variação) 8 circunstancias = 1,25 		1 ano e 3 meses para cada circunstancia
12 meses x 10 (variação) = 120 meses 8 = 15 meses 	
R: 5 anos + 20 (pena mínima) = 25 anos		1 ano e 3 meses x 4 desfavoráveis = 5 anos
SEGUNDA ETAPA DA DOSIMETRIA = PENA PROVISÓRIA
A partir da pena base, o juiz faz incidir sobre ela as circunstâncias agravantes e atenuantes, todas previstas na parte geral e de forma genérica.
Questão polêmica: entende-se, majoritariamente, que as atenuantes não podem conduzir a pena provisória para abaixo do mínimo legal (súmula 231/STJ).
Dosimetria da Pena
1° passo – ver se há qualificadora ou privilegiadora (novo patamar da pena)
2° passo – analisar a pena base (circunstâncias judiciais – art. 59, CP). Método: subtrair o máx. da pena pelo mínimo, alcançando como resultado a variação da pena. Dividir este resultado por 8 (são 8 circunstâncias judiciais). O resultado da divisão é o peso de cada circunstância. Por fim, basta analisar uma a uma, toda vez que uma for desfavorável, somar à pena mínima. Nesta fase, a pena não pode ser fixada aquém ou além dos limites legais.
3° passo – analisar as circunstâncias legais (agrav. e atenuantes). Para cada uma, a pena base deve ser aumentada ou diminuída em cerca de 1/6. É possível compensar agravantes e atenuantes, mas é preciso cuidado e o art. 66 do CP. Chega-se à pena provisória, que não pode ser fixada além ou aquém dos limites legais (arts. 61 a 66, CP).
4° passo – Partindo da pena provisória é analisado as causas de especial aumento ou diminuição da pena (majorantes ou minorantes). O patamar é indicado na lei, mas não há delimitação em um único artigo (estão “espalhados” no CP.). Na ultima fase, a pena pode ser fixada aquém ou além dos limites legais.
5° passo – tendo em vista a pena fixada, fixar também o regime de cumprimento da pena. Art. 33, CP.
6° passo – verificar se há possibilidade de substituir essa pena por “P.R.D.”. Art. 44, CP.
Ordem de preferência
1° Qualificadora
2° Causa de especial aumento ou diminuição.
3° Agravantes e atenuantes
4° Circunstancias judiciais.
Circunstâncias agravantes
• Agravantes não se aplicam aos crimes culposos, salvo a reincidência, nos termos abaixo colocados.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível à defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 
Reincidência
“O CP brasileiro adota um conceito genérico de reincidência – o conceito específico (reincidência pelo mesmo crime) aparece em situações pontuais”.
Só é reincidente, quando no MOMENTO DO CRIME já tinha uma condenação com trânsito em julgado.
• Contravenções penais não geram reincidência.
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
• Crimes culposos? Admite-se, a princípio, a reincidência por crime culposo. Porém, praticamente todos os efeitos (obstáculos) da reincidência só são aplicados quando a reincidência é por crime doloso.
• “Prescrição”: cinco anos.
- Art. 64, I: “prazo prescricional” de 5 anos após o qual o sujeito volta a ser primário.
• Art. 28 gera status de reincidente (tese STJ)?
- E o art. 28 da Lei de Drogas? Alegação com base no princípio da proporcionalidade, em comparação às contravenções penais (que não geram reincidência).
- Argumento defensoria: proporcionalidade em relação às contravenções penais (art. 28, na sua essência, é mais leve que elas).
“Critica criminológica – reconhece os efeitos criminógenos do contato com o sistema prisional. Cirino dos Santos: deveria ser atenuante.” – Sistema que produz reincidência.
“Critica jurídica (constitucional): seria violação do princípio do bis in idem.”
• Individualização da pena – não diferenciar a punição do réu primário de alguém reincidente. Mesmo argumento, desconsiderar o atenuante do réu primário.
• Se declaramos inconstitucional? Todos reincidentes, teriam que retroativamente rever as decisões (não é um bom argumento).
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; 
II - o desconhecimento da lei; 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
• Lembrar-se da polêmica envolvendo a Súmula 231/STJ.
• Rol aberto (não taxativo) por conta do art. 66, que é chamado de ATENUANTE INOMINADA.
As demais estão previstas no art. 65 do CP:
II – “DESCONHECIMENTO DA LEI”: ler em conjunto ao art. 21 do CP: de um lado, afirma que o desconhecimento da lei é “inescusável”; por outro lado, prevê-se a possibilidade de ERRO DE PROIBIÇÃO. A atenuante está a “meio caminho”, aplicável desde que não chegue a ser caso de erro de proibição.
 Mesmo que ela tenha negado a prática do delito na fase policial de investigação (afinal, em juízo, trata-se do interrogatório!) a polêmica jurisprudencial a VER SÚMULA 545/STJ;
SÚMULA nº. 545 STJ: “Quando a confissão for utilizada para a formação o convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.”.
 Mesmo que tenha sido caso de prisão em flagrante, também questãopolêmica;
 POLÊMICA se a confissão é da prática da ação ou da “inocência”: por exemplo, se a pessoa confessa que atirou, mas alega ter sido em legítima defesa, e é condenada, aplica-se a atenuante?
* paralelo da CONFISSÃO com a DELAÇÃO PREMIADA.
CONCURSO DE AGRAVANTES E ATENUANTES: 
Método de compensação.
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
Como calcular a pena provisória:
• A jurisprudência construiu o parâmetro da fração de 1/6 da pena base por circunstância agravante ou atenuante (pelo fato de 1/6 ser a menor fração prevista como majorante ou minorante na terceira etapa)
Exemplo1: pena-base em 12 anos. Há um agravante. Pena provisória ficaria no máximo de 14 anos.
• Problema: situações agravantes / atenuantes preponderantes.
- Metáfora da “balança”
- Caso haja concurso de circunstâncias com PESO IGUAL, há a sua COMPENSAÇÃO (uma anula a outra).
- Caso haja desequilíbrio, é preciso calcular o que prevalece.
- Pode-se adotar a premissa de que UMA preponderante equivaleria a DUAS não preponderantes.
- Há algumas circunstâncias “mais pesadas” que as outras, são preponderantes:
• Motivos determinantes do crime
• Personalidade
• Reincidência
Dentro da personalidade do réu temos duas:
• Idade
• Confissão (uns dois anos para cá, foi interpretada como traço positivo da personalidade) - por isso preponderante também.
Agravante preponderante + atenuante fraca = sugestão.
“Pode-se adotar a premissa de que uma preponderante equivaleria a duas não preponderantes.”.
E o caso da idade?
ATENÇÃO: a atenuante da MENORIDADE é considerada
PREDONDERANTE mesmo em face de agravantes preponderantes.
TERCEIRA ETAPA DA DOSIMETRIA = Pena Definitiva
• Aplicação das causas de aumento (majorantes) e diminuição
(minorantes)
• Estão espalhadas na parte geral e na parte especial
• Sempre aparecem na forma de FRAÇÃO a pode ser na forma
FIXA ou VARIÁVEL.
• Há exemplos na parte geral: tentativa (art. 14, II,CP), arrependimento posterior (art. 16, CP), atc.
• E muitos na parte especial: furto noturno, homicídio privilegiado, crimes sexuais, etc.
• As majorantes / minorantes da parte geral são de aplicação obrigatória.
• Atenção ao artigo 68, CP, parágrafo único: se houver PLURALIDADE de causas de aumento ou diminuição da parte especial, o juiz pode escolher uma causa de aumento ou uma causa de diminuição (a que mais aumenta e a que mais diminui).
REGRAS/ FORMA DE CÁLCULO:
NOS CASOS DE CONCURSO DE MAJORANTES/MINORANTES:
• Várias MAJORANTES: soma simples.
• Várias MINORANTES: cálculo é EM CASCATA/SUCESSIVO.
• MAJORANTES e MINORANTES: cálculo é EM CASCATA/SUCESSIVO. 
- Não se admite a compensação.
- FAZ UM POR VEZ (APLICA-SE a FRAÇÃO SOBRE RESULTADO; “JUROS COMPOSTOS”).
- Não há ÓBICE à pena definitiva ficar ABAIXO do mínimo legal.
3.4. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA
• A partir da pena definitiva, na etapa seguinte, o juiz fixará o regime INICIAL de cumprimento da pena privativa de liberdade.
• Ele deve obedecer a parâmetros LEGAIS e JURISPRUDENCIAIS, que limitam a sua discricionariedade:
Parâmetros (legais e jurisprudenciais)
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observadas os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código
Igual ou inferior a 4 ANOS
[ABERTO se PRIMÁRIO]
Se reincidente: SÚMULA 269 / STJ
• É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
Superior a 4 anos, inferior ou igual a 8 anos
[SEMIABERTO se PRIMÁRIO]
Se reincidente: FECHADO
Acima de 8 ANOS
[FECHADO]: SEMPRE
• Súmulas 440 e 269 do STJ
- Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
- É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judicias.
• Súmulas 718 e 719 do STF
- 719 - A imposição de regime (...) – motivação idônea.
- 718 – Opinião do julgador não constitui motivação idônea
• Motivação idônea – o caso concreto, especialmente as circunstâncias judiciais.
- Ver circunstâncias do art. 59 (1ª fase da dosimetria)
• As sumulas dos tribunais superiores pedem uma relação de harmonia e coerência entre a análise das circunstancias judicias (art. 59, primeira etapa da dosimetria) e a fixação do regime inicial, com base também no art. 33, §3º, do CP.
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE.
1º Morte - A extinção pela morte do agente se dá pela impossibilidade de punir o criminoso em função de sua morte. O juiz, em posse da certidão de óbito decretará a extinção da punibilidade.
2º Anistia (situação política), Graça (perdão presidencial), Indulto (periódico e circunstancias). 
- A Anistia ocorre quando uma lei extingue o crime e seus efeitos, beneficiando todas as pessoas que tenham praticado o determinado crime.
- O Indulto resulta da concessão pelo Presidente da República ou por seus delegatários do perdão de determinado crime à determinada categoria ou grupo de pessoas.
	
3º Abolitio Criminis é a descriminalização de certa conduta até então considerada criminosa, extinguindo todos seus efeitos, antes ou após condenação, de forma retroativa.
4º Decadência, perempção e prescrição.
- A Decadência só ocorre nos crimes de Ação Penal de iniciativa privada e nos crimes em que a Ação Penal é de iniciativa pública condicionada à representação. A decadência é a perda do direito da vítima de oferecer a queixa ou representação pelo transcurso do prazo decadencial de seis meses.
- Perempção corresponde à sanção de perda do direito de prosseguir com a ação imposta ao autor da Ação Penal de iniciativa Privada pelo abandono ou inércia na movimentação do processo por trinta dias, pela morte do querelante (quando não houver habilitação dos herdeiros em sessenta dias), pelo não comparecimento sem justificativa aos atos processuais, pela não ratificação do pedido de condenação nas alegações finais ou pela extinção da pessoa jurídica (quando esta for vítima de crimes) sem sucessor.
- A Prescrição é o não exercício da Pretensão Punitiva ou Executória do Estado no período de tempo determinado pela lei, assim o mesmo perde o direito de ver satisfeitos os dois objetos do processo.
5º Pela renúncia ou perdão aceito - A Renúncia ocorre quando a vítima abre mão de seu direito de oferecer a queixa crime (Nos crimes da Ação Penal de Iniciativa Privada), antes do recebimento da mesma, independente da anuência do agente.
Quando o ofendido (vítima) perdoa o agente criminoso pela ofensa praticada contra ele, extingue-se o prosseguimento da ação penal se esta for de Iniciativa Privada. O perdão oferecido a um dos agentes estender-se-á aos demais. No caso de várias vítimas, o perdão oferecido por um deles, não prejudicará o direito dos demais continuarem a ação.
6º Arrependimento - Existirá Retrataçãodo agente quando este assumir que o crime por ele praticado se fundou em erro ou ausência de verdade, como na Difamação e na Calúnia (Crimes contra a honra objetiva). Assim, se o agente afirmar que o fato imputado à vítima é errôneo e falso terá ele se Retratado.
Se a vítima se casar com o réu, a punibilidade se extinguirá desde que o casamento se realize antes que a ação transite em julgado. Neste caso, a extinção se estenderá aos coautores e partícipes.
7º O Perdão judicial consiste no perdão concedido pelo Estado ao réu, deixando o juiz de aplicar a pena, embora este reconheça a prática da infração penal. Esta modalidade de extinção da punibilidade só pode ser aplicada em hipóteses expressamente previstas em lei (Artigos 107, IX e 120 do Código Penal).						Incondicionada
			Pública 		Condicionada – representação do 
			MP Denúncia	ofendido ou representante legal
(6 meses contatos do conhecimento do fato
Ação penal 					- Requisição do Ministério da Justiça
			Privada Vítima (ofendido)

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