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ESQUEMA - contrato de fianças

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CONTRATO DE FIANÇA - Artigos 818 ao 839 do Código Civil
CONCEITO: Tipo de contrato por meio do qual uma pessoa, (chamada de “fiadora”) assume o compromisso junto ao credor de que ela irá satisfazer a obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. É uma garantia pessoal, fidejussória (são aquelas prestadas por pessoas, e não por bens. Assim sendo, em caso de descumprimento de determinada obrigação, a satisfação do débito será garantida por uma terceira pessoa, que não o devedor).
Art. 818: Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE FIANÇA:
Acessório: Cuja existência depende de outro contrato, como os contratos de garantia. A fiança é um contrato acessório que geralmente garante uma locação principal.
Formal: É um contrato formal pois exige a forma escrita, logo, não é válida a fiança verbal. OBS: A fiança é formal (precisa de forma escrita), mas não é solene, já que não exige escritura pública.
Art. 819: A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Gratuito ou benéfico: Na grande maioria dos casos, a fiança é gratuita. No entanto, é possível que o fiador seja remunerado por esse serviço e, então, o contrato passa a ser oneroso.
Unilateral: Em regra, a fiança gera obrigação apenas para o fiador. Exceção: na fiança remunerada , o devedor tem a obrigação de pagar uma quantia ao fiador por ele ter oferecido esse serviço.
Não admite interpretação extensiva: As cláusulas do contrato de fiança devem ser interpretadas restritivamente. Assim, em caso de dúvida sobre a interpretação das cláusulas, a exegese deverá ser feita em favor do fiador. Isso se justifica porque a fiança, em regra, é um contrato gratuito. Logo, não seria justo que, por meio de interpretações extensivas, o fiador assumisse obrigações que ele não expressamente aceitou no pacto escrito.
Art. 819: A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Subsidiário: Em regra, a fiança é subsidiária porque depende de inexecução do contrato principal. Todavia, é possível que haja a previsão da cláusula de solidariedade na qual o fiador renuncia ao benefício de ordem e assume o compromisso de poder ser diretamente acionado em caso de dívida. OBS: Neste caso, a interrupção do prazo prescricional operada contra o fiador prejudicará o devedor afiançado.
Contrato Definitivo: Em relação às partes contratantes (fiador e afiançado), mesmo tendo a sua produção de efeitos condicionada ao (des)cumprimento da obrigação do contrato principal.
Contrato Personalíssimo: Podemos afirmar que a fiança é sim, um contrato personalíssimo, (são intransmissíveis, suas obrigações não podem ser executadas por outrem), mas que, constituído o dever de pagar (pela inadimplência do devedor da obrigação principal), antes do advento da morte do fiador, esta responsabilidade se transmite a seus herdeiros.
Art.836: A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança”.
Tempo: Quanto ao tempo, é um contrato de duração temporário. A duração pode ser determinada ou indeterminada, na medida em que haja ou não previsão expressa de termo final ou condição resolutiva a limitar a eficácia do contrato.
Função econômica: A fiança é um contrato de prevenção de riscos, pois resguarda a possibilidade de dano futuro e eventual que se refere ao eventual inadimplemento por parte do devedor da obrigação principal.
PARTES DO CONTRATO DE FIANÇA: São partes no contrato de fiança o fiador e o credor. O devedor, enquanto afiançado, não integra o contrato de fiança, sendo que esta pode ser formalizada ainda que sem seu consentimento. 
Art. 820: Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Pressupõe-se a capacidade das partes envolvidas. 
Art. 826: “Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja substituído”.
OBJETOS DO CONTRATO DE FIANÇA: O objeto de todo contrato de fiança é a dívida que se quer garantir. Apenas terá efeito a fiança quando a obrigação principal se tornar exigível, admitindo o legislador, que se possa estipular a garantia fidejussória em face de débito futuro, embora, neste caso, o fiador não seja demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
Art. 821: As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
Não teria sentido a fiança, garantia pessoal prestada por terceiro, superar o valor da obrigação principal. Se assim o fosse, iria causar o enriquecimento sem causa do credor.
Ao garantir a obrigação principal, o fiador a assume de maneira ampla, compreendendo-se os seus acessórios, inclusive as eventuais despesas processuais assumidas pelo credor, desde a sua citação.
Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.
As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança. Qualquer outra causa de nulidade da obrigação principal prejudica a fiança, salvo se o devedor for absoluta ou relativamente incapaz. Visando a protegê-lo, o legislador preferiu manter a fiança. 
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor.
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a menor.
Assim, se um menor de 14 anos (absolutamente incapaz) contrai uma obrigação, esta poderá ser exigível do fiador, que não terá ação regressiva contra ele. Assumiu, pois, o risco de garantir uma dívida alheia sem direito ulterior ao reembolso.
ESPÉCIES DA FIANÇA
 Convencional: A fiança se origina de um acordo entre as partes, estipulada por meio de um contrato; que resulta do contrato escrito, por exemplo, o contrato de locação;
Legal: É a que decorre da lei; A fiança decorre de preceito legal, ou seja, é a própria lei determina que uma pessoa garanta o pagamento da dívida em relação à outra pessoa em virtude uma relação jurídica; a lei pode, então, exigir a fiança para o exercício de determinados atos da vida civil.
Judicial: A fiança decorre de um pronunciamento judicial, após o juiz ter apreciado o caso concreto. Pode ser por iniciativa do próprio juiz (de oficio) ou mediante manifestação das partes.
OBS: A fiança legal e na judicial pode ser estabelecida mesmo que o devedor não concorde, e dessa forma, não resulta de um contrato, sendo pois ato unilateral.
Bancária: É aquela fiança prestada de maneira convencional, ou seja, mediante contrato escrito, e uma das partes é uma instituição financeira.
Criminal: É a fiança admitida para que seja concedida a liberdade provisória para determinadas infrações penais, conforme estipula o art. 321 do Código de Processo Penal. A fiança criminal é modalidade de garantia que não é prestada por pessoas, mas refere-se a valores monetários, sendo pois, pecuniária.
MODALIDADES DA FIANÇA
Fiança simples: O credor tem o direito de exigir, que primeiro execute os bens do devedor. 
Art. 827: O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Fiança Solidária: o fiador abre mão do benefício de ordem.
Art. 828: Não aproveita este benefício ao fiador:
I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
Cofiança ou fiança conjunta: Há diversos fiadores solidários do mesmo nível. Todos respondem simultaneamente pelo débito avençado.
Fiança bancária: Estaé uma modalidade de garantia pela qual os bancos assinam termos de responsabilidade em favor de seus clientes em troca de uma porcentagem sobre o montante afiançado.
EFEITOS DO CONTRATO DE FIANÇA
Relações entre credor e fiador, os quais estão os benefícios dados ao fiador:
Benefício de Ordem: é o que garante que o fiador somente será demandado para arcar com a inadimplência do afiançado após este ter sido executado e seus bens terem sido considerados insuficientes para saldar a dívida. Para que o fiador perca esse benefício, deve renunciar expressamente. Caso seja o devedor declarado falido ou insolvente, não terá o fiador o benefício de ordem.
Benefício de Divisão: Para evitar a execução do total da dívida de um único fiador, pode-se estipular no contrato o benefício de divisão, o qual deve estar expresso no contrato. Dessa forma, cada fiador responderá apenas pela sua quota-parte.
Relações entre afiançado e fiador:
Benefício de Sub-rogação: é a simples substituição do credor, ou seja, o fiador, que pagou as dívidas do afiançado, passa a ser credor deste, que, por sua vez, continua sendo devedor. O devedor deve ressarcir o fiador com juros e indenizá-lo pelos prejuízos decorrentes da fiança.
Co-fiança: é a solidariedade dos fiadores, dessa forma, como é presumível, são necessários dois ou mais fiadores para que aconteça. Por ser uma solidariedade, o credor pode executar o valor total da dívida de qualquer dos fiadores.
*Se a fiança for por prazo indeterminado, o fiador poderá exonerar-se desse posto a qualquer momento, respondendo apenas pelos 60 dias subsequentes à notificação ao devedor.
Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no pagamento.
Diferentemente do que ocorre entre o fiador e o devedor, havendo pluralidade de fiadores, a solidariedade entre eles é presumida, No entanto, pode ser afastada se eles se reservarem o benefício de divisão, isto é, que cada um somente responderá por uma fração da dívida inversamente proporcional ao número de fiadores.
Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado.
Conforme o art. 823, do Código Civil,( Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.), o contrato de fiança pode estabelecer limites para a garantia que não alcança toda a amplitude da obrigação principal. Os limites mais frequentes dizem respeito ao valor garantido e ao prazo da garantia nos contratos de trato sucessivo. Se houver mais de um fiador, cada qual poderá estabelecer os limites de sua responsabilidade.
EXONERAÇÃO DA FIANÇA: Primeiramente, deve-se analisar se o contrato foi assinado por tempo determinado ou indeterminado, se determinado, a fiança se extingue no momento em que se dá por encerrado o prazo contratado. Se for indeterminado, o fiador pode dela se exonerar.
Se a fiança não tiver limite temporal, isto é, vigorar por prazo indeterminado, poderá o fiador dela se exonerar se assim lhe convier, não obstante, se responsabiliza por todos os efeitos dela decorrentes, ficando obrigado até sessenta dias após a notificação ao credor.
Art. 835: O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
EXTINÇÃO DA FIANÇA
Art. 837. O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao devedor principal, se não provierem simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor.
A fiança pode ser extinta, pois se o contrato principal for extinto, automaticamente extingue-se a fiança, considerando se tratar de um contrato acessório em relação ao principal. Não existe nenhuma possibilidade de a fiança persistir se o contrato principal for extinto.
Nos artigos 838, incisos I a III e 839, também apresenta quatro hipóteses de extinção da fiança por liberação do fiador, por motivos inerentes à sua própria natureza, afastando a responsabilidade do fiador, ainda que tenha assumido a condição de devedor solidário com o principal.
Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;
O inciso I é a moratória concedida pelo credor ao devedor, sem o consentimento do fiador, isto é, o credor concede novo prazo ao devedor para que cumpra a obrigação após o vencimento desta.
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências;
A segunda causa seria se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências.
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção.
A fiança se extingue se o credor aceitar do devedor um bem como pagamento da dívida.
Art. 839. Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada.
Se trata da demora do credor na execução em que se alegou benefício de ordem.
DIREITOS E DEVERES DAS PARTES NO CONTRATO DE FIANÇA
Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros.
O fiador que pagar integralmente a dívida sub-roga-se nos direitos do credor e pode cobrar do devedor, além da quantia paga, perdas e danos (Art.832) e juros (Art.833). A sub-rogação dos direitos do credor inclui as garantias reais que tenham sido oferecidas pelo afiançado. Não há sub-rogação nos direitos do credor, se o pagamento não for integral. O fiador não poderá demandar outro fiador por valor superior à cota devida pelo demandado ainda que este tenha assumido a responsabilidade em caráter solidário junto ao devedor.
Art. 832. O devedor responde também perante o fiador por todas as perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da fiança.
O dispositivo obriga o devedor principal a indenizar ao fiador, prejuízos que este vier a sofrer em razão da fiança. Desse modo, se o fiador vier a ser desapossado de bem necessário ao desempenho de atividades econômicas, faz jus a percepção de lucros cessantes, que poderá cobrar do afiançado.
Art. 833. O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa estipulada na obrigação principal, e, não havendo taxa convencionada, aos juros legais da mora.
Os juros podem ser legais ou convencionais. Mesmo que o contrato não preveja a incidência de juros, tem o fiador o direito de aplicar os juros legais sobre os valores efetivamente desembolsados para o pagamento da dívida.
Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o andamento.
O fiador tem interesse em que o credor receba do devedor a dívida. Que o devedor cumpra a obrigação espontaneamente ou, se não o fizer, que o credor faça uso da execução forçada. A demora do credor em cobrar o que lhe é devido pode permitir que o afiançado venha a se tornar insolvente, agravando a responsabilidade do fiador. Em razão disso, se o credor não cobrar do devedoro que lhe é devido após o vencimento da obrigação, fica caracterizada a moratória e esta acarreta a exoneração do fiador nos termos do Art. 838, inciso I: O fiador,ainda que solidário, ficará desobrigado: I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor; 
O fiador embora tenha interesse, não possui legitimidade para iniciar a cobrança do devedor em benefício do credor. Uma vez iniciada a cobrança por este, no entanto, fica o fiador, autorizado a promover o andamento, caso o credor não faça, em razão do interesse que tem no pagamento da dívida pelo devedor afiançado.

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