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ASSESSORIA DE IMPRENSA GERENCIAMENTO DE CRISE FIAM-FAAM-Centro Universitário GERENCIAMENTO DE CRISE CRISE Acidentes, mal-entendidos, denúncias, boatos. Quem se prepara para uma crise não economiza apenas tempo e dinheiro. Previne-se contra perder posicionamento e credibilidade de sua marca no mercado. GERENCIAMENTO DE CRISE É um conceito relativamente novo no mundo corporativo. Começou a ganhar relevância na década de 1970. Os estudos sobre crises nasceram com o nome de Plano de Contingência. Sua finalidade era prever ações de logística para casos de acidentes, calamidade etc. GERENCIAMENTO DE CRISE ACONTECIMENTOS QUE PODEM GERAR CRISES: Desastres industriais - explosões, incêndios, contaminações. Desastres naturais - tempestades, enchentes, desmoronamentos. Falhas em equipamentos - colapso em redes de computadores, defeitos em produções industriais (podem gerar recalls). Fatos de origem criminosa - sabotagem, sequestros, fraudes, vandalismo. Econômicos - greves, boicotes de produtos, desvalorização de ações. GERENCIAMENTO DE CRISE Problemas de informação - boatos, intrigas, acusações de concorrentes. De natureza legal - ações judiciais contra a empresa, pedidos de indenização. De reputação - denúncias de corrupção, vazamento de documentos internos, vazamentos de informações sobre clientes. De relações humanas - sucessão no comando da organização, demissão de altos executivos, denúncias de funcionários. Que envolvem risco de vida - acidentes de trabalho, acidentes de operação que podem causar riscos a terceiros. Problemas regulatórios - criação de obstáculos fiscais, legislação desfavorável. GERENCIAMENTO DE CRISE Sob a óptica da comunicação, é um conjunto de medidas, posturas e consensos capazes de fazer com que ante a uma crise a imagem da empresa, seja, o máximo possível, preservada. A imagem passada ao público por uma organização ou um líder em uma situação de crise é tão importante quanto suas ações. GERENCIAMENTO DE CRISE: PREVENÇÃO O Plano de Gerenciamento de Crises estabelece etapas de ação e indica os responsáveis por cada uma dessas etapas. Mas o plano não é estanque: requer flexibilidade de acordo com as circunstâncias. As crises, em geral, são marcadas por intensa reação ou comoção por parte da opinião pública, pois podem envolver dramas pessoais. As empresas sofrem pressão da sociedade e da mídia, em busca das causas e cobrança em torno das consequências de determinado acontecimento (ex.: indenizações). GERENCIAMENTO DE CRISE Ocorre, então uma exposição negativa da marca. A prevenção deve ser um cuidado permanente: prever as crises antes que aconteçam. Em função dessas “ameaças”, montam-se estratégias. Busca-se identificar os acontecimentos que podem desencadear situações de crise e procurar prever qual seria a repercussão de cada um. Devem ser criados Grupos de Crise e identificadas as responsabilidades de cada um dos participantes. GERENCIAMENTO DE CRISE: ESTRATÉGIAS Pontos básicos da estratégia: Avaliação das crises mais prováveis Treinamento de executivos para lidar com os diversos públicos antes, durante e após uma crise. Manter canais de comunicação com a mídia (notas, comunicados, coletivas de imprensa). Determinar o comando das situações de crise (os responsáveis por cada etapa ou ação) Definição do porta-vozes (quem são os líderes que falam à imprensa, à população etc.) GERENCIAMENTO DE CRISE: ESTRATÉGIAS Determinar uma doutrina ou postura diante da crise (como a organização irá se comportar em cada situação ou questionamento). Levantar base de dados e informações necessárias para os diversos questionamentos (documentação prévia, seguros, manuais de máquinas, pesquisas que possam comprovar as informações divulgadas, dados de segurança etc). Acompanhar a evolução das ações e estratégias por meio de auditorias de imagem e auditoria de opinião sobre a crise. GERENCIAMENTO DE CRISE: RECOMENDAÇÕES Suspender a publicidade; Voltar-se para o cliente; Divulgar comunicado à imprensa. Marcar entrevistas coletivas imediatamente; Saber o quê e para quem vai falar; Não privilegiar jornalista ou um só meio de comunicação; Não falar extra-oficialmente. Não economizar esforços para descobrir as causas do acidente etc.; Traduzir a linguagem técnica para que os jornalistas não errem sem querer ou haja mal-entendidos; GERENCIAMENTO DE CRISE: RECOMENDAÇÕES Antecipar-se à imprensa e à concorrência (se for o caso, disponibilizar contas bancárias, contas telefônicas, patrimônio, documentos etc.); Antecipar-se à onda de especulações. Munir-se de informações técnicas e jurídicas para responder aos questionamentos; Não adianta brigar com os fatos: a notícia ruim tende a prevalecer; Cuidado para não ser atropelado pelo tempo da imprensa e ficar sabendo dos fatos depois de publicados. O CASO TYLENOL 1982: Cápsulas do medicamento foram adulteradas com cianeto, matando sete pessoas nos Estados Unidos. A diretoria assumiu a responsabilidade, prestou auxílio às vítimas e aos familiares. O que a Johnson & Johnson fez: foi à imprensa e divulgou que o medicamento fora adulterado. A empresa não sonegou informações à imprensa, pelo contrário, tratou-a como parceira na divulgação dos fatos. Solicitou à população que o uso do Tylenol fosse suspenso. O CASO TYLENOL Recolheu todo o estoque do medicamento dos hospitais, farmácias e demais pontos de venda. Deu subsídio aos hospitais nos casos de intoxicação. Ofereceu aos consumidores a opção de trocar o medicamento em cápsulas que tivessem em casa pela versão em tabletes, mais seguras. Ofereceu prêmio em dinheiro (US$ 100 mil) a quem pudesse dar informações sobre o adulterador. O CASO TYLENOL As investigações determinaram que as cápsulas envenenadas não haviam sido alteradas nas fábricas onde eram produzidas. Alguém havia furtado as caixas das estantes do almoxarifado, trocou as cápsulas por veneno, e as devolveu ao almoxarifado para que então fossem distribuídas nas farmácias e supermercados. A empresa ofereceu prêmio em dinheiro (US$ 100 mil) a quem pudesse dar informações sobre o adulterador. O CASO TYLENOL Antes do escândalo, o Tylenol era um dos medicamentos mais vendidos nos EUA e o mais vendido da Johnson & Johnson. Alguns analistas chegaram a especular que a empresa jamais seria capaz de se recuperar do desastre. No entanto, no espaço de meses, Tylenol voltou às farmácias com embalagens mais seguras. envoltório de segurança. A empresa foi elogiada por ter conduzido bem a crise. No espaço de um ano, a fatia de mercado do Tylenol no mercado se restabeleceu e a imagem da empresas recuperou-se. O CASO TYLENOL Na época do ocorrido, o Tylenol em cápsulas abastecia 35% do mercado norte-americano de analgésicos vendidos em balcão, sem receita médica. As vendas representavam US$ 450 milhões por ano e 15% dos lucros anuais da Johnson & Johnson. Foram recolhidos 31 milhões de unidades, um prejuízo de cerca de US$ 100 milhões com o recall e o relançamento. O responsável, entretanto, nunca foi achado. CASO: TAM VOO 402 Na manhã do dia 31 de outubro de 1996, uma pane elétrica derrubou um avião Fokker-100 da TAM segundos depois de decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Aaeronave caiu a dois quilômetros de distância da cabeceira da pista, atingindo 20 casas. O acidente resultou na morte de 99 pessoas, sendo 90 passageiros, sete tripulantes e duas pessoas que estavam em terra. CASO TAM: AÇÃO DA EMPRESA A empresa suspendeu toda a publicidade em veiculação. Disponibilizou todas as linhas telefônicas, que geralmente recebiam reclamações e sugestões, para atender as famílias das vítimas. Alugou um hotel próximo ao aeroporto para acomodar as famílias das vítimas, que receberam também suporte psicológico da companhia. Enviou uma nota à imprensa informando o ocorrido; Concedeu entrevista coletiva menos de quatro horas depois do acidente. Apurou rapidamente as causas do acidente: o problema de falha técnica foi detectado uma semana depois do acidente. A TAM não divulgou a lista com os nomes das vítimas, sem antes informar e confortar todos os familiares. CASO: TAM Para conter boatos, a empresa divulgava boletins oficiais a cada 12 horas, mesmo que tivesse que repetir 100% o conteúdo do anterior. Apesar de toda a assistência oferecida pela TAM às famílias das vítimas, algumas ainda brigam na justiça por uma indenização maior. Mesmo com o ocorrido, a empresa participou da concorrência para a escolha da companhia aérea que transportaria o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, como ação institucional e venceu. Resultados: em julho de 1997, recebeu o prêmio Melhores e Maiores da revista Exame, pela habilidade de lidar com a crise. CASO: PETROBRAS – BLOG FATOS E DADOS Criado pela Petrobras em 2009 para divulgação de notícias institucionais, comunicados e principalmente, para prestar esclarecimentos sobre informações divulgadas pela imprensa. Ganhou destaque a partir de 2014, com o início da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. CASO: PETROBRAS – BLOG FATOS E DADOS CASO: PETROBRAS – BLOG FATOS E DADOS CASO: PETROBRAS – BLOG FATOS E DADOS CASO: SPOLETTO X PORTA DOS FUNDOS Resposta com humor https://www.youtube.com/watch?v=Un4r52t-cuk https://www.youtube.com/watch?v=ebe-3s4TLfQ CASOS ENVOLVENDO DIVERSOS ATORES E INSTITUIÇÕES Burger King: terceirizados https://www.youtube.com/watch?v=ADUzhOc7TU8&t =4s https://www.youtube.com/watch?v=DWHqqP_gf5s Voo TAM 3054 – 17/7/2007 (Porto Alegre- São Paulo) 199 mortos Pano de fundo: “Apagão” aéreo no Brasil Envolvidos: TAM e ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) Voo Gol 1907 - 29/9/2006 (Manaus-RJ via Brasília) 154 mortos Pano de fundo: “Apagão” aéreo no Brasil Envolvidos: Gol, Embraer, controladores aéreos brasileiros, National Transportation Safety Board (NTSB), agência americana de segurança aérea, Justiça brasileira e dos EUA CASOS ENVOLVENDO DIVERSOS ATORES E INSTITUIÇÕES Voo Air France 447 – 1/6/2009 (RJ- Paris) 228 mortos Envolvidos: Air France, controladores de tráfego aéreo do Brasil e do Senegal, Ministério dos Transporte da Franca, Ministério da Defesa do Brasil, Força Aérea Brasileira, Marinha Brasileira, agência do governo francês para investigação de acidentes aéreos, BEA. CASOS ENVOLVENDO DIVERSOS ATORES E INSTITUIÇÕES Samarco – Rompimento da Barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana (MG), no dia 5 de novembro de 2015. O maior desastre ambiental do país e maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos – 19 mortos; 1.265 desabrigados; a contaminação por lama tóxica atingiu o Rio Doce, cuja bacia hidrográfica abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Envolvidos: Samarco Mineração S.A.; controladoras: Vale S.A (brasileira) e BHP Billiton (anglo-australiana). CASOS ENVOLVENDO DIVERSOS ATORES E INSTITUIÇÕES CASOS ENVOLVENDO DIVERSOS ATORES E INSTITUIÇÕES Campanha institucional da Samarco lançada no intervalo do Fantástico “É sempre bom olhar para todos os lados” – 3 meses após o acidente https://www.youtube.com/watch?v=oaZYpRMr2C 0&t=1s Crítica: “É sempre bom olhar o nosso lado” https://www.youtube.com/watch?v=lCbLu0no7K8 BIBLIOGRAFIA FALCO, Luiz Eduardo. “Vencendo a turbulência.” In: ROSA, Mário. A era do escândalo: lições, relatos e bastidores de quem vivenciou as grandes crises de imagem. São Paulo: Geração, 2003. FORNI, João José. Comunicação em tempo de crise. In: DUARTE, Jorge. Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: teoria e técnica. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. NEVES, Roberto Castro. Crises Empresariais com a Opinião Pública. Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2002. ROSA, Mário. A Síndrome de Aquiles: como lidar com as crises de imagem. São Paulo, Editora Gente, 2001.
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