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2016. Área de atuação: cível e preferencialmente questões financeiras e bancárias. Localização: Rua 83 n°407, Setor Sul, Goiânia-Goiás. CEP: 74083-020. Contato: (62) 3218-5050. Responsáveis técnica: Lívia Márcia Borges Marques Grama e Patricia de Lima Marques Alves. - MEDIALLE CÂMARA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO Ato: Credenciamento, de 17 de março de 2017. Área de atuação: Cível, Família, entre outros, âmbito público e privado. Localização: Av. Anhanguera, nº 5674, Sala 503, 5º andar, Ed. Palácio do Comércio, Centro, Goiânia - GO. CEP:74043906. Contato: (62) 3996-6969. Responsáveis técnica: Stephanie de Andrade Matos e Mariana Sabbac Barroso Valency. 25 MEDIAÇÃO INTRODUÇÃO A palavra mediação antes de derivar de uma palavra latina (medium, medius, mediator) terá aparecido na enciclopédia francesa em 1694, cujo aparecimento é identificado no arredores do século XIII., para designar a intervenção humana entre duas partes. A raiz ”medi” parece ter sido utilizada pelos Romanos que a terão recebido, por associação de ideias do nome deste país desaparecido, a Media, (para resumir), um país vizinho das terras da antiga Persa que se tornou o Irã. Antes de qualquer coisa é preciso afastar determinados preconceitos que os operadores do Direito tem em relação à mediação : Esse negócio de mediação, negociação... Isso é coisa de psicólogo. Negociação? Isso é coisa de administrador, comerciante... Ensino Jurídico - processo dialético Guerra, briga, disputa, adversidade, adversariedade... A mediação baseia-se na arte da linguagem para permitir a criação ou recriação da relação. Implica a intervenção de um terceiro interveniente neutro, imparcial e independente, o mediador que desempenha uma função de intermediário nas relações. Operacionaliza a qualidade da relação e da comunicação. Existem contudo concepções e aplicações muito diversas da mediação. Estas decorrem da simples intervenção pedagógica na transmissão de saberes até à aplicação em todos os domínios de dificuldade e de bloqueios relacionais. A mediação permite o confronto das diferenças através de uma terceira parte facilitadora. Hoje a mediação se encontra regulamentada pela recente Lei 13.140/2015, de 26 de junho de 2015, que entrará em vigor 25 de dezembro de 2015, que trata da mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. Preocupações Normais das Pessoas: “Usar a mediação sugere que estarei assumindo responsabilidade por tudo que aconteceu” “Não tenho tempo para essas coisas” “Esse processo diminui minha autoridade” “Não me interessa a reconciliação com essa pessoa” “Serei forçado a aceitar uma solução que eu não quero” “Eu não tenho autoridade para resolver este assunto” “O que é isso?... Uma nova moda do momento?” 26 “Se o mediador não vai dizer o que tenho que fazer, para que devo participar?” Conceito É a vertente alternativa na qual um terceiro (mediador), intervém na pendência das partes, objetivando que componham o litígio sem intervenção no mérito. Atuará como uma espécie de facilitador. Sua função é a de tentar estabelecer um ponto de equilíbrio na controvérsia, aproximando as partes e captando os interesses que ambas têm em comum, com a finalidade de objetivar uma solução que seja a mais justa possível para as mesmas. Aplicação e Diferenças com outras vertentes Tem maior aplicação no Direito Comercial, Internacional Público ou Internacional Privado, exemplos: conflitos de vizinhança, separação, divórcio, conflitos trabalhistas, direito de recesso do sócio etc. A diferença entre mediação e negociação é simples: o negociador é uma parte envolvida. Representa os interesses de uma das partes. Isto implica que o negociador vai procurar alcançar uma solução que satisfaça a parte que representa. O mediador não se encontra envolvido. Acompanha a reflexão das duas partes permitindo-lhes encontrar um acordo. Tal acordo é definido de várias formas, ou seja baseando-se das abordagens da negociação ou como acima indicado de forma que seja o mais satisfatório possível ou também o menos insatisfatório possível entre as duas partes. A diferença entre mediação e conciliação reside no papel do terceiro interveniente. Basicamente a terceira parte mediadora apoia as partes na sua reflexão e na sua decisão: faz emergir a decisão das mesmas, em conciliação, a terceira parte conciliadora propõe uma solução às partes no processo A diferença entre mediação e arbitragem reside no facto do árbitro tomar uma decisão que impõe às partes que optaram pela arbitragem. Uma prática ainda marginal desenvolveu-se nomeadamente nos Estados Unidos, (no âmbito das Alternatives Disputes Resolution), associando a intervenção de um mediador que, quando não consegue fazer emergir uma solução, pode tornar-se árbitro através de convenção prévia com as partes ou com o acordo das partes às quais o propõe ou que lho pedem. Este método é então nomeado med-arb. Características: • Intervenção de um terceiro, neutro quanto ao litígio • Existência de controvérsia entre 2 ou mais pessoas • Necessidade do elemento volitivo (intenção de promover o acordo) pondo fim ao conflito – aceitabilidade • Não necessidade de chegar a um acordo • O terceiro não pode intervir no mérito da disputa (não é autoritária) • Não é compulsória, tem o caráter voluntário; • Funda-se no diálogo e na comunicação. • O poder dispositivo das partes, respeitando o princípio da autonomia da vontade, desde que não contrarie os princípios de ordem pública; • A complementariedade do conhecimento; • A credibilidade e a imparcialidade do Mediador; • A competência do Mediador, obtida pela formação adequada e permanente; • A diligência dos procedimentos • A flexibilidade, a clareza, a concisão e a simplicidade, tanto na linguagem quanto nos procedimentos, de modo que atenda à compreensão e às necessidades do mercado para o qual se volta; • A possibilidade de oferecer segurança jurídica, em contraponto à perturbação e ao prejuízo 27 que as controvérsias geram nas relações sociais Princípios Básicos Princípio da Neutralidade e Imparcialidade de Intervenção; Princípio da Aptidão técnica; Princípio da Autonomia de Vontades ou Consensualismo Processual; Princípio da Decisão Informada; Princípio da Confidencialidade; Princípio Pax est Querenda; Princípio do Empoderamento; Princípio da Validação; Princípio fundamentais dos juizados especiais (Informalidade, Simplicidade, Economia Processual, Celeridade, Oralidade, Flexibilidade Processual) A Lei 13.140/2015, em seu art. 2º, relaciona os seguintes princípios: I - imparcialidade do mediador; II - isonomia entre as partes; III - oralidade; IV - informalidade; V - autonomia da vontade das partes; VI - busca do consenso; VII - confidencialidade; VIII - boa-fé. Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação. Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação. REQUISITOS A Lei 13.140/2015, em seu art. 3º, determina que pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.