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Informativo 899-STF (03/05/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Informativo comentado: 
 Informativo 899-STF 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
Processo não comentado por não ter sido ainda concluído em virtude de pedidos de vista: ARE 951533/ES. Será 
comentado quando chegar ao fim. 
Julgado excluído por ter não tido o mérito apreciado (houve perda do objeto): SL 883. 
 
 
ÍNDICE 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 Cabe ADI contra Resolução do CNMP. 
 
SIGILO BANCÁRIO 
 Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados abertamente em site oficial. 
 
PODER LEGISLATIVO 
 Parlamentar, mesmo sem a aprovação da Mesa Diretora, pode, na condição de cidadão, ter acesso a informações 
de interesse pessoal ou coletivo dos órgãos públicos. 
 
PODER JUDICIÁRIO 
 Constitucionalidade do art. 6º, I, da Resolução 146/2012-CNJ. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
INQUÉRITO CIVIL 
 O art. 9º-A da Resolução 23/2007, incluído pela Resolução 126/2015, é constitucional. 
 
DIREITO PENAL 
CONTINUIDADE DELITIVA 
 Inexistência de continuidade delitiva entre roubo e extorsão. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
 Constitucionalidade da Resolução 36/2009-CNMP. 
 É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação telefônica durante o plantão 
judiciário ou durante o recesso do fim de ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Informativo 899-STF (03/05/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Cabe ADI contra Resolução do CNMP 
 
A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo 
Conselho no exercício de sua competência constitucional, razão pela qual constitui ato 
normativo primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por ação direta, no Supremo 
Tribunal Federal. 
STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018 (Info 899). 
 
Sem necessidade de comentários adicionais. 
 
 
 
SIGILO BANCÁRIO 
Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem 
ser divulgados abertamente em site oficial 
 
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser 
mantidos sob reserva. 
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio 
da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). 
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899). 
 
A situação concreta foi a seguinte: 
O Congresso Nacional instalou uma CPI para apurar irregularidades nos Correios (“CPI dos Correios”). 
A CPI determinou a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal da empresa Skymaster. 
Esses dados bancário, telefônico e fiscal constaram no relatório final da CPI. 
Até aí, tudo bem. 
O “problema” foi que esse relatório final, com os dados, foi divulgado no sítio do Senado Federal. 
Diante disso, a empresa impetrou mandado de segurança alegando que essa divulgação é indevida. 
 
O STF concordou com o MS impetrado? 
SIM. 
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob 
reserva. 
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra 
de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). 
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899). 
 
 
 
 
 
 
 
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Informativo 899-STF (03/05/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
PODER LEGISLATIVO 
Parlamentar, mesmo sem a aprovação da Mesa Diretora, pode, na condição de cidadão, ter 
acesso a informações de interesse pessoal ou coletivo dos órgãos públicos 
 
Importante!!! 
O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de 
acesso a informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da 
Constituição Federal e das normas de regência desse direito. 
O parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito de 
acesso, via requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a 
gestão pública, desde que não estejam, excepcionalmente, sob regime de sigilo ou sujeitos à 
aprovação de CPI. O fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma 
colegiada, por intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os direitos 
inerentes ao parlamentar como indivíduo. 
STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 899). 
 
A situação concreta, com adaptações, foi a seguinte: 
João, Vereador do Município de Guiricema (MG), formulou requerimento à Mesa Diretora da Câmara 
Municipal pedindo que o Poder Legislativo municipal requisitasse do Prefeito da cidade informações e 
documentos relacionados com determinados contratos assinados pelo Poder Executivo com 
fornecedores. 
Como João era Vereador da oposição e a situação era maioria, a Câmara Municipal não aprovou o pedido. 
Diante disso, João requereu os dados diretamente ao chefe do Executivo, que se negou a prestar as 
informações desejadas. 
João impetrou, então, um mandado de segurança, mas o TJ/MG negou o pedido argumentando que a 
fiscalização dos atos do Poder Executivo deveria ser feita pelo Poder Legislativo como um todo (e não 
isoladamente por parte de um só Vereador). 
O impetrante recorreu, até que a questão chegou ao STF. 
 
O Supremo Tribunal Federal concordou com o pedido de João? O Vereador, enquanto parlamentar e 
cidadão, tem direito de requerer diretamente do chefe do Poder Executivo informações e documentos 
sobre a gestão municipal? 
SIM. 
 
Art. 5º, XXXIII, da CF/88 
A Constituição Federal de 1988 assegura, em seu art. 5º, XXXIII, que TODOS têm direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível 
à segurança da sociedade e do Estado. 
A regra geral num Estado Republicano é a da total transparência no acesso a documentos públicos, sendo 
o sigilo a exceção. 
 
Lei nº 12.527/2011 
O tema foi regulamentado, em nível infraconstitucional, pela Lei nº 12.527/2011, que ficou conhecida 
como “Lei de Acesso à Informação”. 
 
 
 
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Informativo 899-STF (03/05/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 4 
Princípio da colegialidade 
A Constituição Federal, em matéria de fiscalização, inclusive financeira, operacional e orçamentária, 
instituiu o princípio da colegialidade para impessoalizar seu discurso e respeitar a separação de poderes. 
Paraisso, estabeleceu um protocolo mínimo de diálogo entre as instituições. 
O que significa isso? Quer dizer que, em regra, os atos de fiscalização do Poder Legislativo são realizados 
mediante atuação do colegiado (Mesa Diretora, Plenário, Comissões) e não pela atuação individual dos 
parlamentares. Como exemplo, podemos citar o art. 50, caput e § 2º, da CF/88: 
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão 
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à 
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente 
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. 
(...) 
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos 
escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste 
artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de 
trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. 
 
Nesse sentido: 
(...) O poder de fiscalização legislativa da ação administrativa do Poder Executivo é outorgado aos órgãos 
coletivos de cada câmara do Congresso Nacional, no plano federal, e da Assembleia Legislativa, no dos 
Estados; nunca, aos seus membros individualmente, salvo, é claro, quando atuem em representação (ou 
presentação) de sua Casa ou comissão. (...) 
STF. Plenário. ADI 3046, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em 15/04/2004. 
 
Apesar do princípio da colegialidade, aquilo que o cidadão pode, o parlamentar também pode 
Ocorre, no entanto, que o fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma 
colegiada, por intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao 
parlamentar como indivíduo, membro do povo, da nação. 
A Constituição da República não restringe (não proíbe) o direito do parlamentar de buscar as informações 
de interesse individual, público ou coletivo, nas hipóteses em que o cidadão comum pode, solitariamente, 
exercer o direito fundamental. Em outras palavras, se o “cidadão comum” pode requisitar as informações 
e documentos, não faz sentido proibir o parlamentar de, sozinho, também requerer estes dados. 
Caso o parlamentar não pudesse requerer tais informações, ele seria transformado em um cidadão de 
segunda categoria. 
O fato de ser parlamentar não o despe de seus direitos de cidadão. 
 
Art. 7º da Lei nº 12.527/2011 
No caso concreto, as informações requeridas pelo parlamentar poderiam ser solicitadas por qualquer 
cidadão, com fundamento no art. 7º, VI c/c art. 10, da Lei nº 12.527/2011: 
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: 
(...) 
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, 
licitação, contratos administrativos; e 
 
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e 
entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a 
identificação do requerente e a especificação da informação requerida. 
 
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Outros dispositivos infralegais que asseguram a publicidade: 
• arts. 4º e 21, § 1º, da Lei nº 8.666/93; 
• art. 8º, § 2º, da Lei nº 7.347/85; 
• arts. 32, § 4º, e 48, §§ 1º e 2º, da Lei de Responsabilidade Fiscal; 
• art. 48-A da Lei Complementar nº 101/2000. 
 
Em suma: 
O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a 
informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição 
Federal e das normas de regência desse direito. 
STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 899). 
 
 
 
 
PODER JUDICIÁRIO 
Constitucionalidade do art. 6º, I, da Resolução 146/2012-CNJ 
 
A Resolução 146/2012 do CNJ dispõe sobre o instituto da redistribuição de cargos efetivos dos 
quadros de pessoal dos órgãos do Poder Judiciário da União. 
O STF entendeu que é constitucional o art. 6º, I, da referida Resolução, que prevê o seguinte: 
“Art. 6º O cargo ocupado somente poderá ser redistribuído se o servidor preencher 
cumulativamente os seguintes requisitos: 
I – tempo mínimo de 36 meses de exercício no cargo a ser redistribuído;” 
O instituto da redistribuição de cargos efetivos tem função de resguardar o interesse da 
Administração Pública e não visa a atender às necessidades do servidor. 
O prazo de 36 meses previsto no referido dispositivo coincide com o prazo estabelecido no art. 
41 da CF/88 relativo à estabilidade do servidor público, de modo a evidenciar a razoabilidade 
e a proporcionalidade da resolução. 
STF. Plenário. ADI 4938/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2018 (Info 899). 
 
Redistribuição de cargos 
Redistribuição é o ato por meio do qual o cargo de provimento efetivo (ocupado ou vago) é deslocado 
para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. 
Não confundir a redistribuição com a remoção. Na remoção, ocorre o deslocamento do servidor enquanto 
que na redistribuição há o deslocamento do próprio cargo (esteja ele ocupado ou vago). 
 
Resolução 146/2012-CNJ 
A Resolução 146/2012 do CNJ dispõe sobre o instituto da redistribuição de cargos efetivos dos quadros de 
pessoal dos órgãos do Poder Judiciário da União. 
Uma Associação de servidores do Poder Judiciário da União ingressou no STF com ADI contra o inciso I do 
art. 6º da Resolução 146/2012, do CNJ, que impede a redistribuição, em reciprocidade, de cargos 
ocupados por servidores com menos de 36 meses de exercício no cargo. Veja o dispositivo impugnado: 
Art. 6º O cargo ocupado somente poderá ser redistribuído se o servidor preencher 
cumulativamente os seguintes requisitos: 
I – tempo mínimo de 36 meses de exercício no cargo a ser redistribuído; 
 
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Informativo 899-STF (03/05/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
Segundo a ação, o ato do CNJ está em desconformidade com a Constituição Federal, pois usurpa a 
competência legislativa exclusiva do presidente da República, prevista em seu art. 61, para inovar na 
ordem jurídica no que diz respeito ao regime jurídico dos servidores públicos. 
De acordo com a autora, a resolução também violaria o inciso I do art. 37 da Lei nº 8.112/90, que 
estabelece os requisitos para a concessão da redistribuição. Destaca que, dentre tais requisitos, não há 
referência a prazo mínimo de permanência no cargo a ser redistribuído. 
 
O STF concordou com o pedido? 
NÃO. O STF julgou improcedente o pedido formulado e afirmou que: 
O art. 6º, I, da Resolução 146/2012 do CNJ é constitucional. 
STF. Plenário. ADI 4938/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2018 (Info 899). 
 
O instituto da redistribuição de cargos efetivos tem função de resguardar o interesse da Administração 
Pública e não visa a atender às necessidades do servidor. 
O prazo de 36 meses previsto no dispositivo impugnado coincide com o prazo estabelecido no art. 41 da 
ConstituiçãoFederal relativo à estabilidade do servidor público, de modo a evidenciar a razoabilidade e a 
proporcionalidade da resolução. 
O normativo em questão foi elaborado com ampla participação da comunidade jurídica interessada, para 
ser discutido, votado e aprovado pelo Plenário do CNJ. Por conseguinte, o texto final passou pelo crivo da 
legitimidade em razão do debate democrático que o procedeu. Logo, não houve extrapolação de 
competência por parte do Conselho. 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
INQUÉRITO CIVIL 
O art. 9º-A da Resolução 23/2007, incluído pela Resolução 126/2015, é constitucional 
 
A Resolução 23/2007-CNMP disciplina, no âmbito do Ministério Público, a instauração e 
tramitação do inquérito civil. 
A Resolução 126/2015-CNMP alterou a Resolução 23/2007 e determinou que, se após 
instaurar o inquérito civil ou o procedimento preparatório, o membro que o preside concluir 
ser atribuição de outro Ministério Público, deverá submeter sua decisão ao referendo do 
órgão de revisão competente, no prazo de 3 dias. 
O STF considerou que esta previsão é constitucional. 
Tratando-se de divergência interna entre órgãos do MP cumpre ao próprio Ministério Público 
decidir quem terá a atribuição para conduzir a investigação. 
O CNMP possui atribuição constitucional para fazer o controle da atuação administrativa do 
MP (art. 130-A, da CF/88). O STF entendeu que essa Resolução se insere no campo da 
estruturação administrativa da instituição. Não viola, portanto, o princípio da independência 
funcional e da unidade, insculpidos no § 1º do art. 127 da CF/88. 
Além disso, o STF entendeu que não compete ao Poder Judiciário envolver-se na gestão interna 
do MP, cabendo, no caso, um juízo de autocontenção. 
STF. Plenário. ADI 5434/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado 
em 26/4/2018 (Info 899). 
 
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Resolução 126/2015-CNMP 
A Resolução 23/2007-CNMP disciplina, no âmbito do Ministério Público, a instauração e tramitação do 
inquérito civil. 
A Resolução 126/2015-CNMP acrescentou o art. 9º-A à Resolução 23/2007 e determinou que, se após 
instaurar o inquérito civil ou o procedimento preparatório, o membro do Ministério Público concluir que 
a atribuição para conduzir esse inquérito ou procedimento é de outro Promotor de Justiça/Procurador da 
República, então, neste caso, ele deverá, antes de declinar para o colega, submeter essa decisão ao 
referendo do “órgão de revisão competente”, no prazo de 3 dias. Veja a íntegra do dispositivo inserido: 
Art. 9º-A Após a instauração do inquérito civil ou do procedimento preparatório, quando o 
membro que o preside concluir ser atribuição de outro Ministério Público, este deverá submeter 
sua decisão ao referendo do órgão de revisão competente, no prazo de 3 (três) dias. 
 
Qual é esse “órgão de revisão competente”? 
No caso do MPE: é o Conselho Superior do Ministério Público estadual (art. 30 da Lei nº 8.625/93). 
No caso do MPF: é a Câmara de Coordenação e Revisão (art. 171, IV, da LC 75/93). 
 
ADI 
A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) ajuizou ADI contra a Resolução 
126/2015-CNMP alegando que esse art. 9º-A viola a independência funcional do membro do Ministério 
Público. 
 
O pedido foi acolhido pelo STF? Há violação ao princípio da independência funcional? 
NÃO. 
O art. 9º-A da Resolução 23/2007, incluído pela Resolução 126/2015, é constitucional. 
Tratando-se de divergência interna entre órgãos do MP, cumpre ao próprio Ministério Público decidir 
quem terá a atribuição para conduzir a investigação. 
O CNMP possui atribuição constitucional para fazer o controle da atuação administrativa do MP (art. 
130-A, da CF/88). O STF entendeu que essa Resolução se insere no campo da estruturação administrativa 
da instituição. Não viola, portanto, o princípio da independência funcional e da unidade, insculpidos no 
§ 1º do art. 127 da CF/88. 
Além disso, o STF entendeu que não compete ao Poder Judiciário envolver-se na gestão interna do MP, 
cabendo, no caso, um juízo de autocontenção. 
STF. Plenário. ADI 5434/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 
26/4/2018 (Info 899). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL 
 
CONTINUIDADE DELITIVA 
Inexistência de continuidade delitiva entre roubo e extorsão 
 
Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em 
conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de 
espécies diversas. 
STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. 
STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 24/4/2018 (Info 899). 
 
Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e o de latrocínio 
porquanto são delitos de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos diferentes. 
STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 06/12/2016. 
 
CONCEITO DE CRIME CONTINUADO 
Ocorre crime continuado quando o agente: 
- por meio de duas ou mais condutas 
- pratica dois ou mais crimes da mesma espécie 
- e, analisando as condições de tempo, local, modo de execução e outras, 
- pode-se constatar que os demais crimes devem ser entendidos como mera continuação do primeiro. 
 
O crime continuado é uma ficção jurídica, inspirada em motivos de política criminal, idealizada com o 
objetivo de ajudar o réu. Ao invés de ele ser condenado pelos vários crimes, receberá a pena de somente 
um deles, com a incidência de um aumento previsto na lei. 
 
EXEMPLO 
Carlos era caixa de uma lanchonete e estava devendo R$ 500,00 a um agiota. Ele decide, então, tirar o 
dinheiro do caixa para pagar sua dívida. Ocorre que, se ele retirasse toda a quantia de uma só vez, o seu 
chefe iria perceber. Carlos resolve, portanto, subtrair R$ 50,00 por dia. Assim, após dez dias ele consegue 
retirar os R$ 500,00. 
Desse modo, Carlos, por meio de dez condutas, praticou dez furtos. Analisando as condições de tempo, 
local, modo de execução, pode-se constatar que os outros nove furtos devem ser entendidos como mera 
continuação do primeiro, considerando que sua intenção era furtar o valor total de R$ 500,00. 
 
Ao invés de Carlos ser condenado por dez furtos, receberá somente a pena de um furto, com a incidência 
de um aumento de 1/6 a 2/3. 
 
PREVISÃO LEGAL 
Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da 
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, 
devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só 
dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto 
a dois terços. 
 
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NATUREZA JURÍDICA 
Existem três teorias que foram desenvolvidas para tentar explicar a natureza jurídica da continuidade 
delitiva. 
a) Teoria da unidade real: afirma que todas as condutas praticadas que, por si sós, já se constituiriam em 
infrações penais, são um único crime. Segundo essa teoria, para todos os efeitos, Carlos praticou 
apenas um único furto. 
b) Teoria da ficção jurídica: sustenta que cada uma das condutas praticadas constitui-se em uma infração 
penal diferente. No entanto, por ficção jurídica, esses diversos crimes são considerados, pela lei, como 
crime único. Segundo essa teoria, Carlos praticou dez furtos, entretanto, considera-se, ficticiamente, 
para fins de pena, que ele cometeu apenas um. 
c) Teoria mista: defende que, se houver crime continuado, surge um terceiro crime, resultado do próprio 
concurso. Segundo essa teoria, Carlos praticou uma nova categoria de crime, chamada de furto por 
continuidade delitiva. 
 
O Brasil adotou a teoria da ficção jurídica. 
 
REQUISITOS 
Para o reconhecimento do crime continuado, são necessários quatro requisitos: 
1) pluralidade de condutas (prática de duas ou mais condutas subsequentes e autônomas); 
2) pluralidade de crimes da mesma espécie (prática de dois ou mais crimes iguais); 
3) condições semelhantes de tempo, lugar, maneira de execução, entre outras; 
4) unidade de desígnio. 
 
1) Pluralidade de condutas 
O agente deve praticar duas ou mais condutas, ou seja, mais de uma ação ou omissão. 
 
2) Pluralidade de crimes da mesma espécie 
O agente deve praticar dois ou mais crimes da mesma espécie. 
Segundo o STJ e o STF, quando o CP fala em crimes da mesma espécie, ele exige que sejam crimes previstos 
no mesmo tipo penal, protegendo igual bem jurídico. 
Desse modo, para que seja reconhecida a continuidade delitiva, é necessário que o agente pratique dois 
ou mais crimes idênticos (ex.: quatro furtos simples consumados e um tentado). 
Se a pessoa comete um furto e depois um roubo, não há continuidade delitiva. 
Se a pessoa pratica um roubo simples e, em seguida, um latrocínio, igualmente, não haverá crime 
continuado. 
Para que haja continuidade, repita-se, é indispensável que os crimes sejam previstos no mesmo dispositivo 
legal e protejam o mesmo bem jurídico. 
 
Nesse sentido: 
Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em conjunto. 
Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas. 
STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. 
STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
24/4/2018 (Info 899). 
 
 
 
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Importante. Também não se reconhece continuidade delitiva entre roubo e latrocínio: 
Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e o de latrocínio porquanto são 
delitos de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos diferentes. 
STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 06/12/2016. 
 
3) Condições semelhantes de tempo, lugar, maneira de execução, entre outras 
A doutrina afirma que deve haver uma conexão de tempo, de lugar e de execução entre os crimes para 
que se caracterize o crime continuado. 
 
3.1 Conexão de tempo (conexão temporal): 
Significa dizer que, para que haja continuidade delitiva, não pode ter se passado um longo período de 
tempo entre um crime e outro. 
Para os crimes patrimoniais, a jurisprudência afirma que entre o primeiro e o último delito não pode ter 
se passado mais que 30 dias. Se houve período superior a 30 dias, não se aplica mais o crime continuado, 
havendo, neste caso, concurso material. 
Vale ressaltar que, em alguns outros delitos, como nos crimes contra a ordem tributária, a jurisprudência 
admite que esse prazo seja maior. 
 
3.2 Conexão de lugar (conexão espacial): 
Para que haja continuidade delitiva, os crimes devem ter sido praticados em semelhantes condições de lugar. 
Segundo a jurisprudência, semelhantes condições de lugar significa que os delitos devem ser praticados 
dentro da mesma cidade, ou, no máximo, em cidades contíguas. 
 
3.3 Conexão quanto à maneira de execução (conexão modal): 
Para que haja continuidade delitiva, os crimes devem ter sido praticados com o mesmo modus operandi, 
ou seja, com a mesma maneira de execução (mesmos comparsas, mesmos instrumentos etc.). 
 
4) Unidade de desígnio 
Esse quarto requisito não está previsto expressamente no art. 71 do CP. Por isso, alguns doutrinadores 
afirmam que ele não é necessário. Sobre o tema, surgiram duas teorias: 
 
4.1 Teoria objetiva pura (puramente objetiva) 
Segundo esta teoria, os requisitos para a continuidade delitiva são apenas objetivos e estão 
expressamente elencados no art. 71 do CP. Daí o nome: puramente objetiva. 
Não é necessário que se discuta se a intenção do agente era ou não praticar todos os crimes em 
continuidade delitiva. 
No exemplo que demos acima, não interessa discutir se o objetivo de Carlos era praticar um único furto 
de R$ 500,00 dividido em várias vezes ou se sua intenção era ficar subtraindo o dinheiro da padaria por 
tempo indeterminado. 
Essa teoria é minoritária e ultrapassada. 
 
4.2 Teoria objetivo-subjetiva (também chamada de teoria mista) 
De acordo com esta teoria, os requisitos para a continuidade delitiva são de natureza tanto objetiva como 
subjetiva. Daí o nome da teoria: objetivo-subjetiva. 
Os requisitos objetivos estão previstos no art. 71 (mesmas condições de tempo, lugar e forma de 
execução). 
O requisito subjetivo, por sua vez, é a unidade de desígnio, ou seja, o liame volitivo entre os delitos, a 
demonstrar que os atos criminosos se apresentam entrelaçados (a conduta posterior deve constituir um 
desdobramento da anterior). 
 
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Conforme explica Nucci: 
“Somente deveria ter direito ao reconhecimento desse benefício legal o agente criminoso que demonstrasse 
ao juiz o seu intuito único, o seu propósito global, vale dizer, evidenciasse que, desde o princípio, ou pelo 
menos durante o iter criminis, tinha o propósito de cometer um crime único, embora por partes. Assim, o 
balconista de uma loja que, pretendendo subtrair R$ 1.000,00 do seu patrão, comete vários e contínuos 
pequenos furtos até atingir a almejada quantia. Completamente diferente seria a situação daquele ladrão 
que comete furtos variados, sem qualquer rumo ou planejamento, nem tampouco objetivo único.” (NUCCI, 
Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 6ª ed., São Paulo: RT, 2006, p. 405). 
 
Essa é a teoria adotada pelo STJ e STF: 
(...) O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão no sentido de que para caracterizar a continuidadedelitiva é necessária a demonstração da unidade de desígnios, ou seja, o liame volitivo que liga uma 
conduta a outra, não bastando, portanto, o preenchimento dos requisitos objetivos (mesmas condições 
de tempo, espaço e modus operandi). 
2. No caso, observa-se que o Tribunal a quo, ao aplicar a regra do art. 71 do Código Penal, adotou a teoria 
puramente objetiva, deixando de valorar os aspectos subjetivos. (...) 
(REsp 421.246/SP, Rel. Min. Og Fernandes, Sexta Turma, julgado em 15/12/2009) 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação telefônica 
durante o plantão judiciário ou durante o recesso do fim de ano 
 
Importante!!! 
A Resolução 59/2008 do CNJ disciplina e uniformiza o procedimento de interceptação de 
comunicações telefônicas e de sistemas de informática e telemática nos órgãos jurisdicionais 
do Poder Judiciário. 
Foi proposta uma ADI contra esse ato normativo. 
O STF decidiu que essa Resolução é constitucional, com exceção do § 1º do art. 13, que prevê o 
seguinte: “§ 1º Não será admitido pedido de prorrogação de prazo de medida cautelar de 
interceptação de comunicação telefônica, telemática ou de informática durante o plantão 
judiciário, ressalvada a hipótese de risco iminente e grave à integridade ou à vida de terceiros, 
bem como durante o Plantão de Recesso previsto artigo 62 da Lei nº 5.010/66”. 
Em relação ao § 1º do art. 13 da Resolução 59/2008, o CNJ extrapolou sua competência 
normativa, adentrando em seara que lhe é imprópria. Essa previsão violou: 
a) a competência dos Estados para editar suas leis de organização judiciária (art. 125, § 1º, da 
CF/88); 
b) a competência legislativa na União para a edição de normas processuais (art. 22, I); 
c) a norma constante do art. 5º, XXXV, da CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição. 
STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 26/4/2018 (Info 899). 
 
 
 
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Resolução 59/2008-CNJ 
O CNJ editou, em 2008, a Resolução 59, que disciplina e uniformiza o procedimento de interceptação de 
comunicações telefônicas e de sistemas de informática e telemática nos órgãos jurisdicionais do Poder 
Judiciário. 
Vou fazer abaixo um resumo do que prevê essa Resolução. Se você estuda para concursos do Magistratura, 
acho muito importante ler. Se não, pule esta parte e vá direto para o que decidiu o STF. 
 
RESUMO DA RESOLUÇÃO 59/2008 
Sobre o que trata a Resolução 
A Resolução 59/2008 estabelece as rotinas em caso de interceptação de comunicações telefônicas, de 
sistemas de informática e telemática. 
 
Envelope lacrado 
Os pedidos de interceptação de comunicação telefônica, telemática ou de informática devem ser 
encaminhados ao protocolo em envelope lacrado contendo o pedido e documentos necessários. 
Na parte exterior do envelope a que se refere o artigo anterior será colada folha de rosto contendo 
somente as seguintes informações: 
I - “medida cautelar sigilosa”; 
II - delegacia de origem ou órgão do Ministério Público; 
III - comarca de origem da medida. 
 
É vedada a indicação do nome do requerido, da natureza da medida ou qualquer outra anotação na folha 
de rosto. 
Outro envelope menor, também lacrado, contendo em seu interior apenas o número e o ano do 
procedimento investigatório ou do inquérito policial, deverá ser anexado ao envelope lacrado. 
O Distribuidor e o Plantão Judiciário não poderão receber os envelopes que não estejam devidamente 
lacrados. 
 
Rotina de recebimento dos envelopes pela serventia 
Feita a distribuição por meio do sistema informatizado local, a medida cautelar sigilosa será remetida ao 
Juízo competente, imediatamente, sem violação do lacre do envelope. 
Recebido o envelope lacrado pela serventia do Juízo competente, somente o Escrivão ou o responsável 
pela autuação do expediente e registro dos atos processuais, previamente autorizado pelo Magistrado, 
poderá abrir o envelope e fazer conclusão para apreciação do pedido. 
 
Deferimento da medida cautelar de interceptação 
IMPORTANTE. Na decisão que deferir a medida, o juiz deverá mencionar expressamente: 
I - a autoridade requerente; 
II - o relatório circunstanciado da autoridade requerente; 
III - os indícios razoáveis da autoria ou participação em infração criminal apenada com reclusão; 
IV - as diligências preparatórias realizadas, com destaque para os trabalhos mínimos de campo, com 
exceção de casos urgentes, devidamente justificados, em que as medidas iniciais de investigação sejam 
inviáveis; 
V - os motivos pelos quais não seria possível obter a prova por outros meios disponíveis; 
VI - os números dos telefones ou o nome de usuário, e-mail ou outro identificador no caso de 
interceptação de dados; 
VII - o prazo da interceptação, consoante o disposto no art. 5º da Lei 9.296/1996; 
VIII - a imediata indicação dos titulares dos referidos números ou, excepcionalmente, no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas; 
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IX - a expressa vedação de interceptação de outros números não discriminados na decisão; 
X - os nomes de autoridades policiais e de membros do Ministério Público responsáveis pela investigação, 
que terão acesso às informações; 
XI - os nomes dos servidores do cartório ou da secretaria, bem assim, se for o caso, de peritos, tradutores 
e demais técnicos responsáveis pela tramitação da medida e expedição dos respectivos ofícios, no Poder 
Judiciário, na Polícia Judiciária e no Ministério Público, podendo reportar-se à portaria do juízo que 
discipline a rotina cartorária. 
 
A decisão judicial será sempre escrita e fundamentada. 
Fica vedada a utilização de dados ou informações que não tenham sido legitimamente gravados ou 
transcritos. 
 
Obrigações das operadoras de telefonia 
Recebido o ofício da autoridade judicial, a operadora de telefonia deverá confirmar com o Juízo os 
números cuja efetivação fora deferida e a data em que efetivada a interceptação, para fins do controle 
judicial do prazo. 
Semestralmente, as operadoras indicarão em ofício a ser enviado à Corregedoria Nacional de Justiça os 
nomes das pessoas, com a indicação dos respectivos registros funcionais, que, por força de suas 
atribuições, têm conhecimento de medidas de interceptações telefônicas deferidas, bem como os dos 
responsáveis pela operacionalização das medidas, arquivando-se referido ofício em pasta própria na 
Corregedoria Nacional. 
 
Pedidos de prorrogação de prazo 
A formulação de eventual pedido de prorrogação de prazo pela autoridade competente deverá observar 
os estritos termos e limites temporais fixados no art. 5º da Lei nº 9.296/96, apresentando-se, também, os 
áudios (CD/DVD) com o inteiro teor das comunicações interceptadas, as transcrições integrais das 
conversas relevantes à apreciação do pedido de prorrogação e o relatório circunstanciado das 
investigações com seu resultado, de modo a comprovar a indispensabilidade da prorrogação da medida 
excepcional.Comprovada a indispensabilidade da prorrogação, o magistrado deverá proferir nova decisão, sempre 
escrita e fundamentada, observando o disposto no art. 5º da Lei nº 9.296/96. 
Sempre que possível, os áudios, as transcrições das conversas relevantes à apreciação do pedido de 
prorrogação e os relatórios serão gravados de forma sigilosa, encriptados com chaves de conhecimento 
do Magistrado condutor do processo criminal. 
 
Transporte de autos para fora do Poder Judiciário 
O transporte dos autos para fora das unidades do Poder Judiciário deverá atender à seguinte rotina: 
I - serão os autos acondicionados em envelopes duplos; 
II - no envelope externo não constará nenhuma indicação do caráter sigiloso ou do teor do documento, 
exceto a tipificação do delito; 
III - no envelope interno serão apostos o nome do destinatário e a indicação de sigilo ou segredo de justiça, 
de modo a serem identificados logo que removido o envelope externo; 
IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido mediante recibo, que indicará, necessariamente, 
remetente, destinatário e número ou outro indicativo do documento; e 
V - o transporte e a entrega de processo sigiloso ou em segredo de justiça serão efetuados 
preferencialmente por agente público autorizado. 
 
 
 
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Obrigação de sigilo e responsabilidade dos agentes públicos 
No recebimento, movimentação e guarda de feitos e documentos sigilosos, as unidades do Poder 
Judiciário deverão tomar as medidas para que o acesso atenda às cautelas de segurança, sendo os 
servidores responsáveis pelos seus atos na forma da lei. 
No caso de violação de sigilo de que trata esta Resolução, o magistrado responsável pelo deferimento da 
medida determinará a imediata apuração dos fatos. 
 
Informação a terceiros ou à imprensa 
Não será permitido ao Magistrado e ao servidor fornecer quaisquer informações, direta ou indiretamente, 
a terceiros ou a órgão de comunicação social, de elementos sigilosos contidos em processos ou inquéritos 
regulamentados por esta Resolução, ou que tramitem em segredo de Justiça, sob pena de 
responsabilização nos termos da legislação pertinente. 
 
Prestação de informações sigilosas às corregedorias-gerais 
Mensalmente, os Juízos investidos de competência criminal informarão, por via eletrônica, em caráter 
sigiloso, a quantidade de interceptações em andamento, bem como de pedidos de prorrogação de 
intercepção deferidos. 
 
ADI CONTRA A RESOLUÇÃO E DECISÃO DO STF 
Foi proposta uma ADI contra esta Resolução. 
O STF entendeu que a Resolução 59/2008 é constitucional, com exceção do § 1º do art. 13. Este dispositivo 
proibia que o juiz prorrogasse a interceptação telefônica durante o plantão judiciário ou durante o recesso 
do fim de ano, salvo em situações excepcionais. Veja: 
Art. 13. (...) 
§ 1º Não será admitido pedido de prorrogação de prazo de medida cautelar de interceptação de 
comunicação telefônica, telemática ou de informática durante o plantão judiciário, ressalvada a 
hipótese de risco iminente e grave à integridade ou à vida de terceiros, bem como durante o 
Plantão de Recesso previsto artigo 62 da Lei nº 5.010/66. 
 
Quanto aos dispositivos em geral: a Resolução é constitucional 
O CNJ, ao editar a Resolução 59/2008, não ultrapassou os limites de sua atuação, tendo apenas 
disciplinado as obrigações que incumbem aos agentes do Poder Judiciário nas rotinas e trâmites cartoriais 
de pedidos de interceptação telefônica. 
O CNJ é órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da magistratura, possuindo 
natureza meramente administrativa. No âmbito de sua competência normativa, é possível que ele regule 
as rotinas cartorárias do Poder Judiciário, desde que isso não implique estender, para além da reserva 
legal, as hipóteses legalmente autorizadas de interceptação das comunicações. Por outro lado, o CNJ não 
pode criar obrigações que se estendam a órgãos estranhos ao Poder Judiciário. 
A Resolução 59/2008 respeita esses limites, com exceção do § 1º do art. 13. Neste dispositivo, o CNJ 
adentrou em seara que não poderia. 
Em relação ao § 1º do art. 13 da Resolução 59/2008, o CNJ extrapolou sua competência normativa, 
adentrando em seara que lhe é imprópria. Essa previsão violou: 
a) a competência dos Estados para editar suas leis de organização judiciária (art. 125, § 1º, da CF/88); 
b) a competência legislativa na União para a edição de normas processuais (art. 22, I); 
c) a norma constante do art. 5º, XXXV, da CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição. 
STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
26/4/2018 (Info 899). 
 
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INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
Constitucionalidade da Resolução 36/2009-CNMP 
 
É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que dispõe sobre o pedido e a utilização de 
interceptações telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei nº 9.296/96. 
A norma foi editada no exercício das atribuições previstas diretamente no art. 130-A, § 2º, I e 
II, da CF/88. 
A Resolução apenas regulamentou questões administrativas e disciplinares relacionadas ao 
procedimento de interceptação telefônica, sem adentrar em matéria de direito penal, 
processual ou relativa a nulidades. 
Não foram criados novos “requisitos formais de validade” das interceptações. Tanto isso é 
verdade que a inobservância dos preceitos contidos na resolução não constitui causa de 
nulidade, mas sim motivo para a instauração de procedimento administrativo disciplinar 
contra o agente público infrator, pois consistem em regras ligadas aos deveres funcionais de 
sigilo na atuação ministerial. 
A independência funcional do MP foi preservada. A resolução não impõe uma linha de atuação 
ministerial, apenas promove a padronização formal mínima dos ritos adotados nos 
procedimentos relacionados a interceptações telefônicas, em consonância com as regras 
previstas na Lei nº 9.296/96. 
STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018 (Info 899). 
 
Resolução 36/2009-CNMP 
O CNMP editou, em 2009, a Resolução 36, que disciplina o pedido e a utilização das interceptações 
telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei nº 9.296/96. 
Vou fazer abaixo um resumo do que prevê essa Resolução. Se você estuda para concursos do Ministério 
Público, acho muito importante ler. Se não, pule esta parte e vá direto para o que decidiu o STF. 
 
RESUMO DA RESOLUÇÃO 36/2009 
Observância obrigatória pelos membros do MP 
O membro do MP, ao requerer a interceptação de comunicação telefônica, telemática ou de informática 
e, ao acompanhar o procedimento de interceptação feito pela autoridade policial, deverá observar o que 
dispõe a Resolução 36/2009. É o que prevê o art. 1º da Resolução. 
 
Envelope lacrado 
O MP deverá encaminhar, em envelope lacrado, o pedido de interceptação ao setor de distribuição 
processual do Judiciário. 
 
Requisitos mínimos do requerimento 
O pedido pelo membro do MP deverá conter, no mínimo:I - a fundamentação e a documentação necessária; 
II - a indicação dos números dos telefones a serem interceptados, e/ou o nome do usuário, a identificação 
do e-mail, se possível, no caso de quebra de sigilo de informática e de telemática, ou, ainda, outro 
elemento identificador no caso de interceptação de dados; 
III - o prazo necessário da interceptação requerida; 
IV - a indicação dos titulares dos referidos números; 
V - os nomes dos membros do Ministério Público, também responsáveis pela investigação criminal, e dos 
servidores que terão acesso às informações. 
 
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É possível pedido verbal? 
SIM. O membro do Ministério Público poderá, excepcionalmente, formular o pedido de interceptação 
verbalmente, desde que presentes os requisitos acima, que deverá ser reduzido a termo. 
 
Concessionárias de serviço público 
O membro do Ministério Público poderá requisitar os serviços e os técnicos especializados às 
concessionárias de serviço público, nos termos do art. 129, incisos VI, VIII e IX, da Constituição Federal. 
 
Pedido de prorrogação 
O membro do Ministério Público, ao formular pedido de prorrogação do prazo, deverá apresentar os 
áudios (CD/DVD) com o inteiro teor das comunicações interceptadas, indicando neles os trechos das 
conversas relevantes à apreciação do pedido de prorrogação e o relatório circunstanciado das 
investigações que está a proceder, com o seu resultado. 
 
Se o pedido foi formulado por autoridade policial 
O membro do Ministério Público deverá acompanhar o procedimento de interceptação telefônica feito 
em inquérito policial quando, necessariamente, deverá ser cientificado, nos termos do art. 6º da Lei nº 
9.296/96, devendo manifestar-se, expressamente, sobre a legalidade do pedido. 
Nos inquéritos policiais, em que houver quebra de sigilo de comunicações deferida na forma da lei, 
necessariamente, o membro do Ministério Público deverá manter o controle sobre o prazo para sua 
conclusão, devendo, esgotado o prazo legal do inquérito policial, requisitar da autoridade policial 
responsável a remessa imediata dos autos ao juízo competente. 
 
Movimentação dos autos 
No recebimento, movimentação, guarda dos autos e documentos sigilosos, quando recebidos em carga, 
mediante recibo, o membro do Ministério Público deverá tomar as medidas cabíveis para que o acesso 
aos dados atenda às cautelas necessárias à segurança das informações e ao sigilo legal. 
 
E se houver violação do sigilo? 
Havendo violação do sigilo, o Ministério Público deverá requisitar as medidas destinadas à sua apuração, 
e, caso o fato tenha ocorrido no âmbito do Ministério Público, comunicará à respectiva Corregedoria-Geral 
e ao Procurador-Geral. 
 
Informação a terceiros ou à imprensa 
É proibido que o membro do Ministério Público ou qualquer servidor forneça direta ou indiretamente, a 
terceiros ou a órgãos de comunicação social, elementos contidos em processos ou investigações criminais, 
tais como gravações, transcrições e respectivas diligências, que tenham o caráter sigiloso, sob pena de 
responsabilização. 
 
Necessidade sempre de autorização judicial 
É proibido que o membro do Ministério Público ou qualquer servidor da Instituição realize interceptações 
de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebre o segredo da Justiça, sem 
autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei, sob pena de responsabilidade criminal. 
 
Após ser cumprida a medida 
Cumprida a medida, o membro do Ministério Público encaminhará ao Juiz o resultado da interceptação, 
acompanhado de relatório circunstanciado, que deverá conter o resumo das diligências e procedimentos 
adotados, com as medidas judiciais consequentes a este meio de prova. 
O membro do MP deverá requerer ao Juiz a inutilização da gravação que não interessar à prova. 
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Comunicação à Corregedoria 
O membro do Ministério Público deverá comunicar, mensalmente, à Corregedoria-Geral, 
preferencialmente, em caráter sigiloso, a quantidade de interceptações em andamento, bem como 
aquelas iniciadas e findas no período, além do número de linhas telefônicas interceptadas e de 
investigados que tiveram seus sigilos telefônico, telemático ou informático quebrados. 
 
ADI CONTRA A RESOLUÇÃO E DECISÃO DO STF 
Foi proposta uma ADI contra esta Resolução, mas o STF julgou improcedente o pedido e decidiu que: 
É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que dispõe sobre o pedido e a utilização de 
interceptações telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei nº 9.296/96. 
A norma foi editada no exercício das atribuições previstas diretamente no art. 130-A, § 2º, I e II, da CF/88. 
A Resolução apenas regulamentou questões administrativas e disciplinares relacionadas ao 
procedimento de interceptação telefônica, sem adentrar em matéria de direito penal, processual ou 
relativa a nulidades. 
Não foram criados novos “requisitos formais de validade” das interceptações. Tanto isso é verdade que 
a inobservância dos preceitos contidos na resolução não constitui causa de nulidade, mas sim motivo 
para a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra o agente público infrator, pois 
consistem em regras ligadas aos deveres funcionais de sigilo na atuação ministerial. 
A independência funcional do MP foi preservada. A resolução não impõe uma linha de atuação 
ministerial, apenas promove a padronização formal mínima dos ritos adotados nos procedimentos 
relacionados a interceptações telefônicas, em consonância com as regras previstas na Lei nº 9.296/96. 
STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018 (Info 899). 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
Julgue os itens a seguir: 
1) (DPE/TO 2013 CESPE) Segundo entendimento do STF, não cabe ação direta de inconstitucionalidade contra 
resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que não dispõe de poder para editar ato normativo 
primário. ( ) 
2) Segundo o Supremo Tribunal Federal, é possível que os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, 
telefônico e fiscal no bojo de Comissão Parlamentar de Inquérito sejam divulgados na página do Senado Federal na 
internet em virtude da necessidade de controle social sobre os trabalhos do Poder Legislativo. ( ) 
3) O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a informações 
de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e das normas de 
regência desse direito. ( ) 
4) Após a instauração do inquérito civil ou do procedimento preparatório, quando o membro que o preside concluir 
ser atribuição de outro Ministério Público, este deverá submeter sua decisão ao referendo do órgão de revisão 
competente, no prazo de três dias. ( 
5) Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em conjunto. ( ) 
6) (Delegado de Polícia – MT/2017 CESPE) Admite-se a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e de latrocínio. ( ) 
7) É constitucionalResolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação telefônica durante o plantão 
judiciário ou durante o recesso do fim de ano. ( ) 
8) É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que dispõe sobre o pedido e a utilização de interceptações 
telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei nº 9.296/96. ( ) 
 
Gabarito 
1. E 2. E 3. C 4. C 5. C 6. E 7. E 8. C 
 
B
uscador Dizer o Direito - w
w
w
.buscadordizerodireito.com
.br
D
isponibilizado para: W
enner M
elo Prudêncio de Araújo | Wennermelo@
hotmail.com | CPF: 040.273.433-52
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 899-STF (03/05/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 18 
JULGADO NÃO COMENTADO 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – SUSPENSÃO DE LIMINAR 
Vencimentos de servidores públicos e parcelamento - 3 
Diante da edição da Lei Complementar 15.045/2017, do Estado do Rio Grande do Sul, que assegurou aos 
servidores públicos estaduais o pagamento das prestações em atraso, com correção monetária, e de 
indenização pelo atraso no recebimento de vencimentos, o Plenário, em conclusão de julgamento, julgou 
prejudicado o pedido de suspensão de liminar e extinguiu o feito, sem resolução de mérito, por perda 
superveniente de objeto (Informativos 793 e 800). 
O requerente havia pleiteado a suspenção de todas as decisões liminares que obrigavam o Estado-membro 
a efetuar o pagamento dos servidores até o último dia de cada mês, com base no art. 35 da Constituição do 
Rio Grande do Sul. 
SL 883, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 26.4.2018. (SL-883) 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
 
Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos Julgamentos por meio 
eletrônico* 
 Em curso Finalizados 
Pleno 25.4.2018 26.4.2017 0 7 93 
1ª Turma 24.4.2018 — 7 60 160 
2ª Turma 24.4.2018 — 2 12 70 
 
* Emenda Regimental 51/2016-STF. Sessão virtual de 20 a 26 de abril de 2018. 
 
 
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS 
23 A 27 DE ABRIL DE 2018 
Lei nº 13.654, de 23.4.2018 - Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 dezembro de 1940 (Código Penal), para 
dispor sobre os crimes de furto qualificado e de roubo quando envolvam explosivos e do crime de roubo 
praticado com emprego de arma de fogo ou do qual resulte lesão corporal grave; e altera a Lei nº 7.102, de 
20 de junho de 1983, para obrigar instituições que disponibilizem caixas eletrônicos a instalar 
equipamentos que inutilizem cédulas de moeda corrente. Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 78, p. 1, 
em 24.4.2018 
Lei nº 13.655, de 25.4.2018 - Inclui no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro), disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação 
do direito público. Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 80, p. 1, em 26.4.2018 
 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
23 A 27 DE ABRIL DE 2018 
Decreto nº 9.354, de 25.4.2018 - Regulamenta o art. 1º do Decreto-Lei nº 2.398, de 21 de dezembro de 
1987, que dispõe sobre foros, laudêmios e taxas de ocupação relativas a imóveis de propriedade da União, 
e o art. 11-B da Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998, que dispõe sobre a regularização, a administração, o 
aforamento e a alienação de bens imóveis de domínio da União. Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 80, 
p. 14, em 26.4.2018 
 
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