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Professor: Juiz Juliano Nanuncio ESPÉCIES DE PENA (a partir do art. 32, CP) Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa. Conceito Analítico de Delito: ação ou omissão típica (prevista em tipo penal), antijurídica (ilícito, contrário à lei) e culpável. Infração Penal = delito ou contravenção penal; ontologicamente, analiticamente, não há diferença entre delito e contravenção; o que diferencia um do outro é o fato de que a pena da contravenção é mais branda do que a pena cominada aos delitos; Delito a pena será sempre: De reclusão e multa; De reclusão ou multa; De detenção e multa; De detenção ou multa; Só reclusão; Só detenção; *** apena multa nunca; Contravenção Penal a pena será sempre: Prisão simples e multa; Prisão simples ou multa; Prisão simples; Somente multa. Delito = Crime Ato Infracional = ato cometido por inimputável equiparado a um delito Jurisprudência: várias decisões de tribunais em um mesmo sentido; Súmula: texto editado com base em reiterados julgados com mesma decisão para orientar a decisão em novos casos, segundo o entendimento do tribunal (pode ser emitida pelos TJs, STJ e STF); Súmula Vinculante: súmula editada pelo STF a respeito de certo tema que determina que todos os demais tribunais ou juízes decidam os casos semelhantes conforme seu texto; Regimes de Cumprimento de Pena Privativa de Liberdade (critérios: quantidade da pena; reincidência; e tipo de crime, que, dependendo de qual seja, o regime inicial será sempre fechado: crimes hediondos, lei 8072/1990, ou equiparados) Até 4 anos, inclusive: inicia o cumprimento da pena em regime aberto se não reincidente em crime doloso; se reincidente em crime doloso inicia em regime semi-aberto Acima de 4 anos até 8 anos, inclusive: inicia o cumprimento da pena em regime semi-aberto se não reincidente em crime doloso; se reincidente em crime doloso inicia em regime fechado Acima de 8 anos: regime fechado * Sempre que o crime é cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, não é possível substituir a pena por pena restritiva de direitos; * Reincidentes não podem ser beneficiários de substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; * Substituição de Pena Privativa de Liberdade em regime Aberto para Restritiva de Direitos: Se a pena é inferior a um ano: 1 restritiva de direitos ou 1 multa; Se a pena é superior a um ano: 2 restritivas de direitos ou 1 restritiva de direitos + 1 multa. * A reincidência é calculada a partir do término do cumprimento da pena do 1º crime, pelo período de 5 anos. Após este período, o potencial réu possuirá apenas maus antecedentes e não reincidência. O réu que tem maus antecedentes também é considerado réu primário (com maus antecedentes). DAS PENAS As penas são previstas no Código Penal em três classes: privativas de liberdade, restritiva de direitos e multa. O sistema atual aboliu a distinção entre penas principais e acessórias, constante do texto original do Código de 1940. As penas privativas de liberdade são ainda a grande arma do sistema para combater a prática de infrações penais. Para os crimes ou delitos há duas espécies de penas privativas de liberdade: reclusão e detenção. Essas penas devem ser executadas conforme determinado regime, obrigatoriamente previsto em sentença fundamentada. Os regimes são: fechado (penitenciária de segurança máxima ou média), semiaberto (colônia penal agrícola, industrial ou similar) e aberto (albergue; se não existir albergue na cidade, o condenado cumpre solto a pena, com medidas restritivas de liberdade e/ou prestação de serviços à comunidade). Conforme comportamento do condenado, poderá ele progredir ou regredir de regime. A pena privativa de liberdade pode ainda ser influenciada por dois institutos importantes: a detração penal e a remição. A detração penal é o abatimento na quantidade da pena privativa de liberdade ou medida de segurança, do tempo de prisão provisória de qualquer tipo, ou de internação, efetivamente cumprido, no Brasil ou no estrangeiro. O instituto da remição é previsto no art. 126 da Lei de Execução Penal (7210/1984): o condenado cumprindo pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, pelo trabalho ou estudo, parte do tempo de execução da pena, na razão de 1 dia de pena para 3 de trabalho ou estudo. Reclusão X Detenção: repercussão: Se a pena prevista no tipo penal é de reclusão, o juiz poderá fixar o início de cumprimento da pena nos regimes fechado, semiaberto e aberto; Se a pena é de detenção, o juiz apenas poderá fixar a início de cumprimento da pena nos regimes semiaberto e aberto; Nos crimes com pena de detenção não cabe prisão preventiva (exceção: crimes previstos na Lei Maria da Penha, se necessário alguma medida protetiva de urgência para proteção à mulher ou à família). Abatimentos de Pena: Detração arts. 42 e 41, CP: o indivíduo é preso preventivamente, mas não existe ainda alguma sentença penal condenatória; se o réu é condenado, os dias que ficou preso preventivamente são descontados de sua pena; Detração Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. Remição: benefício obtido pelo condenado que trabalha ou estuda durante o cumprimento da pena, em que sua pena é reduzida à base de 1 dia de pena para cada três dias de trabalho (conforme LEP); a jurisprudência já aceitou o entendimento de que o estudo está equiparado ao trabalho, tendo direito o condenado estudante ao mesmo benefício. Da Remição Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. § 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho. § 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição. § 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministério Público. Penas Restritivas de Direito As penas restritivas do direito são verdadeiros substitutivos para as penas privativas de liberdade que podem ainda ter lugar durante a execução penal. São elas: Prestação pecuniar: a prestação pecuniar consiste no pagamento em dinheiro à vitima, aos seus dependentes ou à entidade publica ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. Perdas de bens e valores: a perda de bens e valores pertencentes ao condenado dar-se-há, ressalvada a legislação especial, em favor do fundo penitenciário nacional e seu valor terá teto com o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por 3º em conseqüência da prática do crime. Prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas: consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, devendo ser cumpridas em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. As tarefas serão atribuídas ao condenado conforme suas aptidões, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de forma a não prejudicar a jornada normal de trabalho. Interdição temporária de direitos: abrange a proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública bem como de mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou oficio que dependam de habilitação especial ou de autorização do poder público; suspensão de autorização ou de habilitação paradirigir veículos; proibição de freqüentar determinados lugares. Limitação de Fim de Semana: consiste na obrigação de permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas diárias em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, período durante o qual poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. A pena de multa é o substitutivo penal clássico para as penas curtas de prisão. Consiste no pagamento ao fundo penitenciário de um certo valor em dinheiro, fixado na sentença. A multa é calculada pelo sistema de dia-multa e será no mínimo de 10 e no máximo de 360 dias-multa. O valor unitário do dia-multa é fixado pelo juiz, motivadamente, podendo variar de 1/30 do maior salário mínimo vigente ao tempo do fato a 5 vezes o valor deste salário. A multa pode ser aumentada até o triplo se, em razão da situação econômica do réu, se mostrar ineficaz. O valor da multa será corrigido monetariamente quando da execução. Fixação da Pena (Sistema Trifásico ou Sistema de Nelson Hungria) Adota-se o sistema trifásico. De conformidade com este sistema, examinam-se primeiramente as circunstancias judiciais do artigo 59 do Código Penal e, em face de todos esses elementos, unitariamente apreciados, é que o juiz terá de fixar o “quantum” da pena-base. Fixada a pena-base, sobre esta, a seguir, terá de versar o aumento ou diminuição decorrente das agravantes ou atenuantes, se houver, respeitados os “minima” e “maxima” da pena cominada ao crime. Se ainda ocorre alguma causa especial de aumento ou de diminuição, versará esta sobre o “quantum” precedentemente fixado. O primeiro cálculo (isto é, o cálculo discricional) é feito tendo-se em vista, necessariamente, a pena “in abstracto”; mas cada aumento ou diminuição subseqüente se fará sobre o “quantum” anteriormente concretizado. 1ª Fase: Circunstâncias Judiciais Análise das circunstâncias judiciais contidas no art. 59, CP, fixando-se a Pena-base, partindo da pena mínima cominada ao crime; Cada circunstância negativa leva ao aumento da pena-base; Cada circunstância positiva leva à diminuição da pena-base; A análise circunstancial é discricionária, porém, deve ser fundamentada pelo juiz; 2ª Fase: Agravantes ou Atenuantes Estão presentes na Parte Geral do Código Penal, nos arts. 61 até 65; A quantidade de aumento ou diminuição da pena ficará a critério do juiz; Quando o Agravante está previsto como qualificadora do crime (ex.: motivo fútil ou torpe no crime de homicídio), não se aplica nesta fase o aumento de pena, evitando que se cometa o “bis in idem”; O resultado da 2ª Fase é a fixação da Pena-provisória, partindo-se da Pena-base fixada, aumentando-a ou diminuindo-a com base nas Agravantes ou Atenuantes; A Súmula 231 do STJ deve ser observada, prevendo esta que a pena não pode ser fixada abaixo da pena mínima cominada ao crime; STJ Súmula nº 231 - 22/09/1999 - DJ 15.10.1999 Circunstâncias Atenuantes - Redução da Pena - Mínimo Legal A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. 3ª Fase: Majorantes ou Minorantes Majorantes: causas gerais ou especiais de aumento de pena; Minorantes: causas gerais ou especiais de diminuição de pena; Quando a lei estabelece uma fração de aumento ou de diminuição da pena trata-se de Majorantes ou Minorantes; * Qualificadora é uma nova pena cominada ao crime, um novo patamar de pena; ex.: art. 155, § 4º, CP; não confundir Qualificadora com Majorante; Nesta fase é possível que se fixe a pena abaixo do mínimo ou acima do máximo cominado ao crime; A 3ª Fase fixa a Pena-definitiva, partindo-se da Pena-provisória fixada, aumentando-a ou diminuindo-a com base nas Majorantes ou Minorantes. * Sempre que houver a inobservância de uma norma constitucional, haverá Nulidade Absoluta no ato, sendo este não sanável; se a questão infringida for de ordem infraconstitucional haverá Nulidade Relativa, devendo o juiz verificar o prejuízo do ato para considerá-lo válido ou inválido. * Pena de tentativa (art. 14, parágrafo único, CP) Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. O critério para o juiz diminuir a pena de um a dois terços é o iter criminis percorrido; quanto mais perto da consumação do crime o acusado estiver, menor será a diminuição. Concurso de Delitos Conceito: quando o agente, por meio de uma ou mais ações ou omissões, pratica dois ou mais delitos; Concurso Material ou Real: dois ou mais crimes praticados mediante mais de uma conduta; divide-se nas seguintes espécies: Homogêneo: crimes idênticos; Heterogêneo: crimes diversos. Concurso material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. Concurso Formal ou Ideal: dois ou mais crimes praticados mediante uma só conduta; divide-se nas seguintes espécies: Perfeito ou próprio: quando há unidade de desígnios; unidade de comportamento e unidade interna da vontade; art. 70, caput, 1ª parte, CP; Imperfeito ou impróprio : quando os desígnios do agente eram autônomos, desejando este praticar ambos os crimes; unidade de comportamento e multiplicidade de desígnios; art. 70, caput, 2ª parte, CP; Concurso formal Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos (queria somente uma coisa, mas pouco se importava se ocorresse outro delito – dolo eventual), consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. Crime Continuado ou continuidade delitiva: sempre será mediante mais de uma ação ou omissão em crimes da mesma espécie; no crime continuado vigora a regra da exasperação (o juiz aplica a pena do crime mais grave e a aumenta de 1/6 a 2/3, segundo o número de crimes praticados); Natureza jurídica: Teoria da unidade real: unidade de intenção que se reflete na unidade de lesão; consciência do agente em estar praticando um crime continuado; * Teoria da ficção jurídica: unidade delitiva como criação da lei, já que foram praticados mais de um delito; adotada pelo art. 71, CP; Teoria da unidade jurídica ou mista: unidade de crimes como realidade jurídica e não mera ficção. Teorias: Teoria subjetiva: para esta teoria há consideração da unidade de desígnio (elemento subjetivo); Teoria objetivo-subjetiva: exigência de requisitos objetivos e unidade de desígnio; * Teoria objetiva: desconsideração do elemento subjetivo e relevância das condições objetivas; teoria adotada pelo CP. Requisitos: Pluralidade de condutas; Pluralidade de crimes da mesma espécie; Nexo da continuidade delitiva. Crime continuado específico: art. 71, parágrafo único, CP; ex.: assassinato em série. Crime continuado Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhea pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. Sistemas de Aplicação da Pena: Cúmulo Material: determina a soma das penas aplicadas a cada um dos crimes; Cúmulo Jurídico: a pena aplicada deve ser superior às cominadas a cada um dos crimes. A pena aplicável não é a soma das concorrentes, mas é de tal severidade que atende à gravidade dos crimes cometidos; Absorção: considera que a pena aplicada ao delito mais grave absorve a pena do delito menos grave. Tem o defeito de permitir que o agente rodeie o crime mais grave de infrações de menor gravidade, que ficariam impunes; Exasperação: prevê a aplicação da pena mais grave, aumentada de um determinado quantum. Sistemas Adotados pelo Código Penal Brasileiro: Cúmulo Material: Concurso Material (art. 69, CP); Concurso Formal Imperfeito (art. 70, caput, 2ª parte, CP); Exasperação: Crime Continuado (art. 71); Concurso Formal Perfeito (art. 70, caput, 1ª parte, CP). Resultado diverso do pretendido Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Conceito: Consiste Aberratio Delicti no desvio do resultado em que é atingido bem jurídico de outra espécie. Ex.: A quer atingir com uma pedra B, mas por inabilidade atinge uma vidraça ali existente. Nesta hipótese o agente responderá pelo crime a título de culpa se prevista a modalidade culposa Havendo pluralidade de resultados: se o agente além de atingir o bem jurídico de natureza diversa obtém também o resultado pretendido, responderá por ambos os delitos, desde que existente previsão culposa para a conduta imprudente. Assim, se A arremessa uma pedra contra a balconista de uma loja e termina apenas por quebrar a vitrine do estabelecimento, não responderá por nenhum delito, uma vez que não existe previsão culposa para o crime de dano. Mas, se tenciona tão somente quebrar a vitrine e acaba lesionando a balconista, responderá por ambos os fatos (dano e lesão corporal culposa). 2º BIMESTRE Suspensão Condicional da Pena (sursis) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA Requisitos da suspensão da pena Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de freqüentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa (deve ser paga em 10 dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória). Revogação obrigatória Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. Revogação facultativa § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Prorrogação do período de prova § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. Cumprimento das condições Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. É a suspensão parcial da pena privativa de liberdade de curta duração por determinado prazo, cumpridas certas condições e observados os requisitos do artigo 77 do Código Penal. Natureza jurídica: direito público subjetivo do réu pela doutrina preponderante; apresenta caráter nitidamente sancionatório, sobretudo após a reforma de 1984. Sursis Simples: cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz sendo que no primeiro ano do prazo impõe-se a prestação de serviços à comunidade ou a limitação de fim de semana; Sursis Especial: permite a substituição das condições previstas no parágrafo 1º do artigo 78 do Código Penal por outras menos rigorosas, se preenchidos os pressupostos objetivos e subjetivos do artigo 77 e reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo. Exige que sejam favoráveis ao condenado as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal. Sursis Etário: destina-se a condenados com idade superior a 70 anos à época da condenação cuja pena não ultrapasse 4 anos, os quais se submeterão a um período de prova de 4 a 6 anos; Sursis por Razões de Saúde: suspende a pena privativa de liberdade não superior a 4 anos durante um período de prova de 4 a 6 anos por razões de saúde do condenado; Livramento Condicional DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Requisitos do livramento condicional Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. Soma de penas Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento. Especificações das condições Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. Revogação do livramento (previamente se realiza uma audiência de justificação do não cumprimento das condições) Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. Revogação facultativa Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. Efeitos da revogação Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. Extinção Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. A extinção ocorre mesmo que o condenado não tenha cumprido as condições estipuladas no livramento condicional. O Estado perde o direito de punir o condenado. Ação Penal Conceito: Consiste na faculdade de exigir a intervenção do Poder Jurisdicional do Estado para a investigação de sua pretensão punitiva no caso concreto. Por meio da ação penal instaura-se o processo penal, vale dizer, a instrução judicial contraditória, que invoca-se a aplicação da pena, se verificada a procedência da acusação em face da verdade real. Espécies de Ação Penal Considerando o sujeito que pode promover a ação penal, pode-se classificá-la em Pública e Privada. Dispõe o Código Penal que a ação penal será Pública, salvo quando a lei, de modo expresso, declará-la Privativa do ofendido. A Ação Penal Pública subdivide-se em Incondicionada, quando independe da manifestação de vontade de quem quer que seja para ter início; e Condicionada, que é a espécie de Ação Penal subordinada à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça. Como identificar a espécie de Ação Penal: Se o Tipo Penal não prevê alguma espécie, a Ação Penal é Pública e a denúncia será oferecida pelo Ministério Público (representante da sociedade); Se no Tipo Penal está previsto que “Somente se procede mediante representação”, trata-se de Ação Penal Pública Condicionada; Representação é a exteriorização da vontade da vítima dando conta de que ela realmente quer que o agente do fato criminoso seja processado; nestes casos, o Ministério Público apenas oferecerá a denúncia mediante representação expressa do ofendido; a regra do Código Penal sobre a retratação da representação é possível, desde que ainda não tenha sido oferecida a denúncia, com a seguinte exceção: nos casos previstos pela Lei Maria da Penha é possível a retratação até o recebimento da denúncia; passado o prazo de retratação é como que se a ação se tornasse Exclusivamente Pública; quanto tempo a vítima tem para representar: regra geral, 6 meses, a contar da data em que a vítima toma conhecimento de quem é o autor do fato criminoso, após o que decai o seu direito; Na hipótese de o Ministério Público não oferecer a denúncia nos casos de Ação Penal Pública, o ofendido faz, através de advogado, queixa-crime, em que se configura a Ação Penal Privada Subsidiária da Pública; Ação Penal Exclusivamente Privada e Ação Penal Privada Personalíssima, após a modificação pelo CC/2002 da maioridade civil, confundiram-se na mesma espécie; a Ação Penal Privada ocorre quando no tipo penal está previsto que “somente se procede mediante queixa”; tecnicamente a queixa é conhecida como delação criminosa (delatio criminis); a queixa, nestes casos é oferecida por advogado; tempo para oferecer a queixa: até 6 meses depois de conhecido o autor do fato criminoso, após o que decai o direito de queixa; * nos crimes complexos (vários crimes menores que configuram o maior; ex.: roubo): se um dos crimes é de Ação Penal Pública, o oferecimento da denúncia será pelo Ministério Público; A ação penal no crime complexo Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. * decadência do direito de queixa ou de representação Decadência do direito de queixa ou de representação Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. Ação Penal Privada Cabendo a iniciativa da Ação Penal o ofendido ou a quem legalmente o represente, será a Ação Penal de natureza Privada. Parte legítima para promovê-la não será o Ministério Público, mas o particular. Contudo, o direito de punir continua pertencendo ao Estado, que apenas concede ao ofendido a titularidade para fazer o ius persequendi em juízo. A Ação Penal Privada subdivide-se em Ação Penal Exclusivamente Privada, Ação Penal Privada Personalíssima e Ação Penal Privada Subsidiária da Pública. Na Ação Penal Privada, e somente nela, são possíveis os seguintes elementos: Renúncia (expressa ou tácita): quando o ofendido, antes do oferecimento da queixa, expressamente declara que não quer que o ofensor seja processado ou quando não exercido o direito de queixa ou representação no tempo (tácito); Perdão do ofendido: depois do oferecimento da queixa, não mais é possível renunciá-la; nestes casos, a vítima pode, durante a persecução da Ação Penal, perdoar o ofensor; o perdão exige aquiescência da parte contrária; concordando querelante e querelado sobre o perdão, extingue-se a Ação Penal; não concordando o querelado sobre o perdão, o processo segue até o julgamento. Prescrição A Prescrição corresponde à perda do direito de punir pela inércia do Estado, que não o exercitou dentro do lapso temporal previamente fixado. A contagem do prazo prescricional obedece à regra do artigo 10 do Código Penal, ou seja, computa-se o dia do começo. A regra geral da prescritibilidade de todas as infrações penais não é absoluta. De acordo com a CR/1988, são imprescritíveis a prática do racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, XLII e XLIV, da CR). Espécies de Prescrição: Prescrição da Pretensão Punitiva: verifica-se antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória; Prescrição da Pretensão Executória: ocorre após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória; *** Os conceitos de Prescrição e Decadência são invertidos no Direito Civil e no Direito Penal. Prescrição da Pretensão Punitiva Produz-se antes de a sentença penalcondenatória galgar foros de definitividade. O reconhecimento da pretensão punitiva encontra-se, de modo geral, lastreado na pena máxima abstratamente cominada (prescrição da pretensão punitiva abstrata). Não obstante, é possível que a prescrição anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória tenha por base a pena concreta (prescrição superveniente e prescrição retroativa). Prescrição da Pretensão Punitiva Abstrata Quando a prescrição da pretensão punitiva baseia-se na pena em abstrato, deve-se considerar, para efeito de contagem do prazo prescricional, o limite máximo previsto para a pena privativa de liberdade cominada ao delito perpetrado (art. 109, CP). Prescrição antes de transitar em julgado a sentença Art. 109 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em três anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. Prescrição das penas restritivas de direito Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. § 1º - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo em nenhuma hipótese ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. Modificação de 2010, pela lei 12234 Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. Prescrição da multa Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. Redução dos prazos de prescrição Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. Causas impeditivas da prescrição Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. Causas interruptivas da prescrição Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. Rehabilitação Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. Penas Restritivas de Direitos Aplicam-se às Penas Restritivas de Direitos os mesmos prazos prescricionais previstos para as penas privativas de liberdade. Causas de Aumento e de Diminuição de Pena As causas gerais ou especiais de aumento ou de diminuição de pena incidem no prazo da prescrição da pretensão punitiva. Se a causa de aumento ou de diminuição tem limites variáveis, incide aquela que importa em maior aumento ou em menor diminuição. Qualificadoras Agravantes e Atenuantes Para efeito de cômputo do prazo prescricional, inclui-se o aumento da pena relativa à forma qualificada do delito. Por outro lado, as circunstâncias agravantes e atenuantes não são consideradas no cômputo do prazo da prescrição da pretensão punitiva abstrata. * divisor de águas da prescrição < Trânsito em julgado da sentença penal condenatória >. Antes deste marco se fala em “Prescrição da Pretensão Punitiva”. Após este marco se fala em “Prescrição da Pretensão Executória”. A Prescrição da Pretensão Punitiva apaga todos os efeitos de eventual futura sentença condenatória. * ex. de cálculo de prescrição punitiva em abstrato: Crime de Furto (art. 155), pega-se o máximo da pena aplicável ao crime e verifica-se o enquadramento no art. 109 (neste caso, oito anos). * ex. de cálculo de prescrição da pretensão punitiva retroativa: a partir do dia da sentença condenatória passa-se a verificar o prazo prescricional pela pena concreta; no ex. anterior, se a condenação for para pena de 2 anos, o prazo prescricional é de quatro anos, conforme art. 109; assim, se verificado que a prescrição ocorreu no decorrer do processo, configura-se a prescrição da pretensão punitiva retroativa, não tendo efeitos a sentença condenatória. * se a pena cominada ao tipo penal for apenas a Multa, a prescrição é sempre de dois anos. Nos casos em que a pena de Multa estiver juntamente com a pena privativa de liberdade no mesmo tipo penal, a prescrição das duas é calculada da mesma forma. * pode ser que o acusado seja, na época do fato, menor de 21 anos; nesta circunstância, o réu possui o benefício do art. 115 do Código Penal, que reduz o prazo prescricional à metade. * ex. de cálculo da prescrição da pretensão executória: após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória o prazo prescricional calculadopela pena concreta passa a valer para a pretensão executória. Passado o prazo prescricional, a pena é extinta pelo juiz e não pode mais ser executada, porém, os seus efeitos são mantidos (antecedentes e reincidência). A partir do momento que foi declarada extinta a pena começa a contar o período de reincidência. * ex. de cálculo da prescrição da pretensão punitiva superveniente: entre a sentença condenatória e o julgamento do recurso; se este lapso de tempo é maior do que o prazo prescricional, ocorre a prescrição da pretensão punitiva superveniente, pois ainda não houve o trânsito em julgado da sentença. * nos casos de crime continuado, concurso de crimes, calcula-se o prazo prescricional de cada um dos crimes isoladamente; não são somadas as penas; verifica-se a prescrição de cada um dos crimes, conforme art. 119. Súmula 497 do STF: “quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.” Outras causas de extinção da Punibilidade além da Prescrição, da Decadência, da Renúncia do Direito de Queixa e do Perdão do Ofendido: Morte do agente: nenhuma pena passará da pessoa do condenado; art. 5, XLV, CR; Anistia: é o ato do Congresso Nacional cujo objeto preponderante são os crimes políticos, podendo excepcionalmente se estender aos crimes comuns; Graça e indulto: são atos privativos do Presidente da República. Ambos, porém, não se confundem, já que o indulto apresenta caráter coletivo e a graça individual. A graça é solicitada e o indulto é espontâneo; Perempção: após o início da ação penal privada, a inatividade do querelante gera a perempção, extinguindo a punibilidade do querelado; Perdão judicial: previsto no art. 120 do Código Penal; ver também a Súmula 18 do STJ; o juiz poderá deixar de aplicar a pena se as conseqüências da infração atingirem o agente de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária. Perdão judicial Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. * Medida de Segurança: se comprovada a materialidade e autoria do fato delituoso pelo réu, sendo ele inimputável, o juiz absolve-o, mas aplica-lhe a medida de segurança; a isso se dá o nome de Absolvição Imprópria. * Aplicação de Penas: antes de 1984 prevalecia o Sistema Duplo Binário (aplicava-se pena + medida de segurança); atualmente prevalece o Sistema Vicariante (apenas se aplica a pena ou a medida de segurança). * Não existem penas acessórias; apenas existem as penas principais. * Perda do tempo para propor a ação penal privada: decadência. * Prescrição da pena de multa isoladamente: 2 anos. Quando estiver conjunta com pena privativa de liberdade o tempo de prescrição é o desta.
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