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Processo Civil II - Recursos

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Processo Civil – Recursos e Ação Rescisória
Livro Recomendado: Luiz Rodrigues Wambier, Processo Civil Avançado, editora RT; procurar edição a partir de 2008
Teoria Geral dos Recursos
Princípios:
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: toda decisão em Processo Judicial pode ser revista pelo Poder Judiciário quando causar prejuízo à parte; Duplo juízo implica dizer que o processo poderá ter uma segunda decisão; todos os fatos e fundamentos do processo serão objeto de uma nova análise; Grau não está relacionado com hierarquia, já que não existe subordinação hierárquica entre o juiz de primeiro grau (a quo) e o juiz de segundo grau (ad quem); estas esferas do Poder Judiciário apenas possuem funções diferentes, o primeiro sendo responsável por dar a primeira decisão do processo (sentença) e o segundo sendo responsável por analisar o recurso impetrado e dar a segunda decisão do processo (acórdão); outro fundamento que justifica que Grau não está relacionado com hierarquia é o Recurso Embargo de Declaração, que é julgado pelo próprio juiz prolator da decisão; obs.: uma primeira corrente doutrinária entende que o Direito ao Recurso não está garantido pelo texto constitucional; uma corrente minoritária da doutrina entende que há garantia constitucional (art. 5, LV, e previsão dos órgãos superiores na CF, que, logicamente, possuem a função de julgar recursos); obs.: a importância desta discussão é que, por falta desta garantia constitucional, a legislação infraconstitucional pode extinguir recursos;
Princípio da Taxatividade: somente se podem utilizar os recursos previstos em Lei Federal; o que parece recurso, mas não é a doutrina chama de sucedâneos de recursos (ex.: Ação Rescisória; ex.: art. 475, CPC, que prevê o re-exame necessário em causas contra a Fazenda Pública em algumas circunstâncias; ex.: Pedido de Reclamação no STF contra descumprimento de Súmula; ex.: Correição Parcial, quando a Corregedoria age a partir de reclamação sobre o serviço judiciário);
Princípio da Singularidade ou Unirrecorribilidade ou Unicidade: para cada tipo de decisão (sentença, decisão interlocutória e despacho) haverá apenas um recurso cabível; para sentença, o recurso cabível é o de Apelação, que tem prazo de 15 dias; para decisão interlocutória, o recurso cabível é o de Agravo, que tem prazo de 10 dias; para despacho não cabe recurso;
Exceções:
Embargo de Declaração sobre a sentença obscura ou contraditória; é um recurso cabível antes do Recurso de Apelação;
Sobre Acórdão cabe: Recurso Extraordinário, Recurso Especial (arts. 497 e 498, CPC), Embargos Infringentes, Embargos de Divergência, Embargos de Declaração;
Princípio da Fungibilidade: quando a parte entra com um tipo de Recurso e o Tribunal entende por outro; ocorre entre os Recursos de Apelação e o de Agravo; se forem atendidos os requisitos da fungibilidade, o recurso será aceito, mesmo que feito erroneamente; não é um princípio previsto como artigo do CPC; havia sua previsão como artigo no Código de 1936; na Exposição de Motivos do CPC atual existe a explicação de que foi adotado o Princípio da Fungibilidade, o que ampara sua aplicabilidade;
Requisitos para aplicação do Princípio da Fungibilidade:
Não pode ocorrer dúvida subjetiva (dúvida do próprio advogado, por desconhecimento); estes casos são interpretados como erros grosseiros;
A existência de dúvida objetiva: quando não é claro se a peça do juiz é uma sentença ou uma decisão interlocutória; ocorrem três situações de dúvida objetiva: 1) geradas pela própria lei (ex.: a lei não diz se aquele objeto é sentença ou decisão interlocutória, cabendo neste caso a Apelação ou o Agravo); 2) a doutrina pode induzir à dúvida sobre qual recurso deve ser utilizado em determinado caso (ex.: parte da doutrina trata algo como sentença e parte como decisão interlocutória); 3) o juiz induz ao erro (ex.: alguma peça do juiz nominada como sentença que não menciona em nenhum momento os arts. 267 ou 269, CPC);
Prazo: existem duas correntes: 1) diz que a fungibilidade deve ter o prazo próprio do recurso (se estou fazendo Agravo, o prazo é de 10 dias; se estou fazendo Apelação, o prazo é de 15 dias); 2) os Tribunais tem adotado o menor prazo dentre os recursos em que gerou a dúvida;
Princípio da Dialeticidade: este princípio impõe que o recorrente deve fazer o recurso na forma discursiva (introdução, desenvolvimento e conclusão); há que se fundamentar o recurso, de forma a demonstrar as razões pelas quais o recurso está sendo impetrado; os Tribunais podem deixar de admitir recursos por não atenderem ao Princípio da Dialeticidade;
Princípio da Voluntariedade: segundo este princípio, o recorrente deve demonstrar vontade de recorrer;
Obs.: o re-exame necessário previsto no art. 475, CPC, contra a Fazenda Pública não se trata de recurso, já que falta vontade de recorrer; o recurso foi para o Tribunal apenas em virtude da Lei; a Natureza Jurídica do re-exame necessário é apenas um requisito legal para validar a sentença que foi proferida contra a Fazenda Pública, configurando-se como uma medida protetiva; não existe recurso “ex offício”;
 Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
 I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
 II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).
 § 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.
 § 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.
 § 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.
Princípio da Complementariedade: segundo este princípio, o recurso deve ser apresentado de forma completa, inclusive com as suas razões do recurso; toda a documentação deve ser protocolada na mesma oportunidade;
Exceções ao Princípio da Complementariedade:
Nos Juizados Especiais, quando se faz um Recurso Inominado as custas podem ser recolhidas em até 48 hs. após a impetração do recurso;
Art. 511, CPC, ato de preparo (custas do recurso); em seu § 2º é previsto que se o recolhimento não foi da totalidade, o recorrente será intimado em 5 dias para complementar o recolhimento;
 Art. 511. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
 § 1o São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
 § 2o A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo no prazo de cinco dias.
Art. 519, CPC, preparo no recurso de apelação (custas do recurso); se as custas não foram pagas por um motivo justificável e legítimo, o juiz pode conceder novo prazo para recolhimento destas custas;
 Art. 519. Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo.
 Parágrafo único. A decisão referida neste artigo será irrecorrível, cabendo ao tribunal apreciar-lhe a legitimidade.
Princípio da Consumação: segundo este princípio, uma vez proposto o recurso, consumado está o direito de praticar o ato, não podendo a parte alterá-lo ou complementá-lo; trata-se de preclusão consumativa;
Princípio da Irrecorribilidadeem Separado das Decisões Interlocutórias: princípio ligado ao Recurso de Agravo; segundo este princípio, o fato de o recorrente impetrar Recurso de Agravo, como regra geral, não interrompe o curso normal do processo (não ocorre o efeito suspensivo);
Exceção:
Art. 558, CPC, quando o recorrente pede, no recurso, efeito suspensivo e o relator o concede;
 Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara.
Princípio da Non Reformatio In Pejus: segundo este princípio, como regra geral, o julgador não pode piorar a situação do recorrente; o julgador julga o recurso nos limites do que é pedido;
Exceção:
Nos casos em que o juiz reconhece defeitos de ordem pública; matérias de ordem pública podem ser revistas em qualquer tempo ou grau de jurisdição mesmo que não abrangidas nos pedidos do Recurso (art. 267, § 3º); ex.: o Tribunal reconhece falta de condição da ação, por ser o autor parte ilegítima, anulando toda a sentença;
Obs. 1: nas situações em que há recursos de ambas as partes (autor e réu) pode ocorrer reforma em prejuízo para alguma das partes; neste caso não se trata de exceção ao princípio da não reforma em prejuízo;
Obs. 2: reforma para melhor, como regra geral, também não é possível; o Tribunal deve julgar apenas dentro do pedido; o que não foi pedido não pode ser modificado; (exceção: a reforma pode ser para melhor em relação aos honorários advocatícios, conforme prevê o art. 20, CPC);
Recursos
Admissibilidade (Requisitos Processuais): verifica se o recurso atende aos requisitos processuais; o recurso que atende todos os requisitos processuais será Conhecido; o que não atende Não será Conhecido; o recurso Não Conhecido é automaticamente Desprovido; Classificação dos Requisitos de Admissibilidade (ver livro do Barbosa Moreira):
Intrínsecos
Cabimento: analisa se o recurso é ou não cabível; verifica-se a presença de dois princípios: Princípio da Taxatividade (os recursos devem estar previstos em Lei Federal) e Princípio da Singularidade (para cada tipo de decisão existe um recurso próprio);
Legitimidade: analisa se quem recorreu possui legitimidade para tanto;
 Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida (em caso de Provimento Parcial ambas as partes podem recorrer), pelo terceiro prejudicado (deve ter interesse jurídico no processo; a decisão afeta diretamente o terceiro) e pelo Ministério Público.
 § 1o Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.
 § 2o O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que é parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei (custos legis; o MP deve ser intimado, mas não é obrigado a se manifestar; não há anulação do processo por falta de manifestação do MP; não havendo intimação do MP é caso de nulidade dos atos praticados).
Interesse em Recorrer: em observância ao Princípio da Dialeticidade, o Interesse em Recorrer deve estar demonstrado através do texto proposto;o Interesse também deve atender ao Princípio da Voluntariedade (aqueles casos que o análise de 2º Grau de Jurisdição está prevista em Lei não são considerados recursos);
Extrínsecos
Tempestividade: o recurso deve ser proposto no prazo estabelecido; ocorre Preclusão Temporal se o recurso não atende a este requisito; a maioria dos recursos possui prazo de 15 dias; existem recursos Não Conhecidos por Intempestividade Prematura (recurso impetrado antes do início do prazo para tal);
 Art. 508. Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de 15 (quinze) dias.
 Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento.
 Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo.
Regularidade Formal: o recurso deve atender a todos os requisitos formais estabelecidos em Lei; ex.: Agravo de Instrumento previsto no art. 525;
 Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída:
 I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
 II - facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis. 
 § 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela que será publicada pelos tribunais.
 § 2o No prazo do recurso, a petição será protocolada no tribunal, ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local.
Inexistência de Fato Impeditivo ou Extintivo do Direito de Recorrer: para que o recurso possa ser Conhecido não pode haver Desistência (de recurso já interposto) e nem Renúncia (de recurso ainda não interposto);
 Art. 501. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
 Art. 502. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.
 Art. 503. A parte, que aceitar expressa (declarada de forma voluntária, de forma escrita ou oral) ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá recorrer.
 Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a vontade de recorrer.
Preparo: a primeira e majoritária corrente doutrinária entende que o Preparo é o pagamento das custas recursais, do porte de remessa e do porte de retorno; o TJ adota esta corrente de pensamento; os portes são as despesas postais de envio do recurso ao Tribunal (ad quo) e retorno ao juízo singular (ad quem); a segunda corrente doutrinária entende que o Preparo é formado apenas pelas Custas; a pena para o não recolhimento do Preparo é a Deserção (abandono), que culmina no Não Conhecimento do recurso;
* nem todo Recurso tem Preparo, como ex.: Embargos de Declaração, Agravo na Forma Retida; Embargos Infringentes depende do Tribunal há Preparo ou não (TJ-PR tem; TJ-SP não tem);
 Art. 511. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
 § 1o São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
 § 2o A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo no prazo de cinco dias.
 Art. 519. Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo.
* o juízo de admissibilidade definitivo será feito por quem julga o recurso; existem recursos que são interpostos no 1º Grau e são julgados pelo mesmo juízo (ex.: embargos de declaração); existem recursos que são interpostos no 1º Grau e são julgados pelo juízo de 2º Grau (ex.: Apelação); neste segundo caso, o juízo de 1º Grau pode admitir o recurso e o juízo de 2º Grau é quem dará o juízo definitivo de admissibilidade;
* juízode admissibilidade diferido (provisório): é a parcela do poder conferido pelo julgador do recurso ao juízo de 1º Grau para que provisoriamente faça a admissibilidade do recurso, podendo conhecê-lo ou não; da decisão do juízo de 1º Grau que não admite o recurso ainda cabe novo recurso;
Pedido (Mérito): o que se pretende com o recurso; 2 pedidos são possíveis: Revisão ou Anulação da Decisão; na Revisão o Tribunal emite uma nova decisão em substituição à anterior; na Anulação o Tribunal apenas anula e devolve o processo para que seja proferida outra decisão pelo juízo ad quem; a análise do mérito resulta no Provimento (julgamento procedente dos pedidos) ou Desprovimento (julgamento improcedente dos pedidos) ou Provimento Parcial (quando o julgamento acata parte dos pedidos);
* o que pode ser pedido no Recurso: Revisão da Decisão ou Anulação da Decisão; o pedido será vinculado com as Alegações do Recurso; são duas as Alegações possíveis: Error in Procedendo ou Error in Judicando;
* Error in Procedendo: quando se alega que existe algum vício no procedimento, comprometendo a parte processual; quando há este tipo de vício, pede-se a Anulação da Decisão; sendo a Anulada decisão o processo é devolvido para que o Juízo de 1º Grau tome nova decisão; os atos que não são decisórios não são nulos (ex.: provas produzidas);
* Error in Judicando: quando se alega que existe algum erro no julgamento do Juiz nas questões de mérito do processo; neste tipo de caso, pede-se a Reforma da Decisão;
* é possível alegar simultaneamente no recurso Error in Procedendo e Error in Judicando, pedindo a Anulação da Decisão e a Reforma da Decisão; o Tribunal analisará primeiramente a alegação de Error in Procedendo e, posteriormente, se não Anular a decisão, analisará a alegação de Error in Judicando;
Efeitos dos Recursos
Efeito Devolutivo: em regra, todo Recurso tem efeito Devolutivo (a decisão tomada pelo órgão do Judiciário será devolvida para ter uma nova decisão por outro órgão também do Judiciário)
Efeito Suspensivo: suspensão da eficácia da decisão, uma vez interposto o recurso, até o seu julgamento definitivo; o processo pode ter continuidade naqueles pontos que não tem relação com o que está sendo recorrido; em regra, os Recursos possuem Efeito Suspensivo; exceções previstas nos incisos do art. 520, CPC; Recurso Extraordinário e Recurso Especial não tem efeito Suspensivo (Ação Cautelar pode pleitear o efeito Suspensivo nestes casos);
* Alimentos, uma vez pago de acordo com a decisão de 1º Grau, não podem ser cobrados se o Tribunal muda a decisão do juízo singular não reconhecendo a obrigação do réu; Alimentos são “Irrepetíveis”;
* na hipótese de revisão do Tribunal em outros casos, há o direito de ressarcimento ao réu;
 Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
 I - homologar a divisão ou a demarcação;
 II - condenar à prestação de alimentos; [...]
Efeito Substitutivo dos Recursos: a decisão de Tribunal (Acórdão) sobre o Recurso substitui a decisão recorrida (Sentença), mesmo que sejam mantidas as disposições; novos recursos deverão ser interpostos do Acórdão e não mais da Sentença;
Efeito Translativo: permite que o julgador do Recurso profira decisão independentemente de pedido das partes no Recurso; quando o julgador pode ultrapassar os limites do pedido no Recurso, com permissão legal, a doutrina dá o nome de Efeito Translativo;
Apelação (regra geral dos Recursos; é aplicado subsidiariamente nos demais tipos de Recursos)
Cabimento (art. 513, CPC): da Sentença;
 Art. 513. Da sentença caberá apelação (arts. 267 e 269).
Tempestividade (prazo): 15 dias como regra; quando for a Fazenda Pública ou Ministério Público ou Defensoria Pública, o prazo será em dobro (art. 188, CPC); quando no processo houver dois ou mais réus com diferentes procuradores o prazo também será em dobro (art. 191, CPC);
 Art. 508. Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de 15 (quinze) dias.
 Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
 Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Procedimento (art. 514, CPC): a primeira peça da petição de recurso é dirigida ao Juízo de 1º Grau (apenas lauda de abertura para pedir o recebimento do Recurso); a segunda peça conterá as Razões do Recurso e os demais requisitos do art. 514 e será dirigida ao Juízo de 2º Grau;
 Art. 514. A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá:
 I - os nomes e a qualificação das partes;
 II - os fundamentos de fato e de direito;
 III - o pedido de nova decisão. (Reforma ou Anulação)
Efeito Devolutivo: a decisão é devolvida ao Poder Judiciário para revê-la; o juízo de 1º grau receberá o recurso, intimará a parte contrária para contra-razões e, após, enviará todo o processo para o juízo de 2º grau; o recurso de Apelação é parte integrante dos autos;
 Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. O Tribunal está vinculado ao que é pedido no Recurso;
 § 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. Apenas aquelas questões em que há controvérsia entre as partes; naqueles pontos controversos que o juiz não julgou é possível o Recurso de Embargo de Declaração, assim como é possível entrar direto com o Recurso de Apelação;
 § 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
 § 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267 – casos de defeito no processo), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. O juiz que incorretamente julgar extinta a causa por algum dos incisos do art. 267 comete o erro “Error in procedendo”; a causa está em condições de imediato julgamento quando o réu já contestou a ação; se o réu não contestou a ação, o Tribunal deve anular a sentença e devolver para o juízo de 1º Grau para dar continuidade ao processo;
 § 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação.
 Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença, ainda não decididas.
 Art. 517. As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Se o fato novo tiver que ser provado por Testemunha e o Tribunal acatar o pedido, enviará Carta de Ordem para o juízo de 1º Grau para a oitiva da testemunha; da mesma forma ocorrerá se a prova for pericial;
Procedimento da Apelação
Da Sentença as Partes são Intimadas para, se quiserem, apresentarem recurso no prazo de 15 dias;
Análise de Admissibilidade da Apelação pelo juízo de 1º Grau, declarando os efeitos, no caso de Recebimento; os efeitos devem ser declarados pelo Juiz com respeito ao disposto no art. 520 do CPC, que possui rol taxativo indicando as situações em que o efeito será apenas Devolutivo; em regra, os efeitos da apelação são Devolutivo e Suspensivo;
Sendo Recebido o recurso, o Juiz intima o Apelado para apresentar Contra-razões no prazo de 15 dias (as contra-razões terão o papel dediscutir a admissibilidade do recurso e também as questões de mérito do mesmo); não ocorrem os efeitos da revelia se o Apelado deixar de apresentar contra-razões;
Após a apresentação das contra-razões o Juiz faz nova análise de admissibilidade da Apelação;
* Se o recurso foi recebido apenas no efeito Devolutivo, a decisão pode ser executada provisoriamente;
 Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder.
 § 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. O nome doutrinário deste parágrafo é Cláusula Impeditiva de Recurso;
 § 2o Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, em cinco dias, o reexame dos pressupostos de admissibilidade do recurso.
 Art. 519. Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo.
 Parágrafo único. A decisão referida neste artigo será irrecorrível, cabendo ao tribunal apreciar-lhe a legitimidade.
 Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
 I - homologar a divisão ou a demarcação; 
 II - condenar à prestação de alimentos; 
 III - (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005)
 IV - decidir o processo cautelar;
 V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; 
 VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem.
 VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;
 Art. 521. Recebida a apelação em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no processo (não poderá ser executada a sentença na parte recorrida); recebida só no efeito devolutivo, o apelado poderá promover, desde logo, a execução provisória da sentença, extraindo a respectiva carta.
* Juízo de Retratação na Apelação: não há, em regra, juízo de retratação no Recurso de Apelação; exceção: arts. 296 e 285-A do CPC; ocorrendo a extinção do processo sem resolução do mérito após a contestação da parte citada, não caberá juízo de retratação;
 Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.
 § 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.
 § 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.
 Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.
 Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente.
Agravo
Cabimento: das decisões interlocutórias;
Prazo: em regra, de 10 dias;
 Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida (regra geral), salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento.
 Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo.
Possui duas formas ou modalidades de interposição:
1) Retida: o recurso fica retido nos autos até o momento em que tiver no processo um Recurso de Apelação; não tendo Apelação, o Agravo Retido não é julgado; o Agravo na forma Retida não exige preparo, sendo impetrado por uma simples petição; a Função do Agravo na Forma Retida é evitar o efeito da Preclusão Temporal sobre a decisão;
Na Apelação, a parte interessada requererá que sejam analisados pelo Tribunal os Recursos de Agravo na Forma Retida; não havendo a requisição, o Tribunal não analisará estes recursos;
Se o Tribunal der Provimento ao Agravo na Forma Retida, havendo nexo de causalidade entre a decisão agravada e posteriores decisões, será caso de nulidade de todos os atos realizados desde a interposição do Agravo;
Local de interposição: no Juízo de 1º Grau;
 Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.
 § 1o Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal.
 § 2o Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz poderá reformar sua decisão. Previsão do Juízo de Retratação; a intimação do Agravado somente ocorre quando o juiz quer retratar-se; em regra, o Agravado não precisa ser intimado, mas, nesta situação, o juiz tem que intimá-lo; não é regra o Contraditório no Agravo na Forma Retida;
 § 3o Das decisões interlocutórias proferidas na audiência de instrução e julgamento caberá agravo na forma retida, devendo ser interposto oral e imediatamente, bem como constar do respectivo termo (art. 457), nele expostas sucintamente as razões do agravante. Nesta circunstância, o Agravo tem que ser na Forma Retida; na Audiência Preliminar é possível Agravo nas duas formas; o termo “imediatamente” não delimita o tempo que o Agravante tem para preparar o Recurso;
2) Instrumento:
O Instrumento será mandado imediatamente para o Tribunal;
Cabimento:
“decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação”: Urgência;
“nos casos de inadmissão da apelação”;
“nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida”: quando o juiz recebe a Apelação sem Efeito Suspensivo;
* não preenchendo o Agravo de Instrumento uma das hipóteses de cabimento, será devolvido pelo Tribunal, convertendo-se em Agravo na Forma Retida;
Local de interposição: diretamente no Tribunal;
Requisitos: As Cópias que instruem o Agravo devem ser autenticadas; a autenticação, conforme art. 365, IV, do CPC ou art. 830 ou 895 da CLT, podem ser autenticadas pelo Advogado que instruirá o Agravo;
Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais: [...]
IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade.
Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes requisitos: 
 I - a exposição do fato e do direito; 
 II - as razões do pedido de reforma da decisão; 
 III - o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo.
 Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída: 
 I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; no Agravo sobre as decisões de Tutela Antecipada, em que o réu ainda não foi citado, por conseqüência, não fará parte do Instrumento a procuração do Agravado;
 II - facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis. 
 § 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela que será publicada pelos tribunais.
 § 2o No prazo do recurso, a petição será protocolada no tribunal, ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local. 
 Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíramo recurso. Requisito formal do Recurso de Agravo;
 Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo. 
* Tribunal: Relator, Revisor e Juiz Vogal; o Relator é o primeiro juiz a ter contato com o Recurso, faz um relatório do processo e emite seu voto;
 Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti (tempestivamente, corretamente), o relator: 
 I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557; Juízo de Admissibilidade;
 II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa;
 III – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela (efeito ativo do Recurso de Agravo), total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
 IV – poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; aqui é possível que o Juiz exerça o Juízo de Retratação; o Juiz pode deixar de se manifestar do Agravo;
 V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 525, § 2o), facultando-lhe juntar a documentação que entender conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão oficial; o prazo é sempre de 10 dias, independentemente se os Agravados possuem diferentes Advogados;
 VI - ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias. 
 Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. 
* as decisões do Relator são irrecorríveis; o máximo que pode ser pedido é a Reconsideração por parte dele; se se tratar de direito líquido e certo, cabe Mandado de Segurança sobre a decisão do Relator;
 Art. 528. Em prazo não superior a 30 (trinta) dias da intimação do agravado, o relator pedirá dia para julgamento. 
 Art. 529. Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo. A parte Agravada pode interpor Agravo da nova decisão do Juiz;
Embargos Infringentes
É um recurso de decisão de Tribunal;
* se for aprovado o ante-projeto do novo CPC, este recurso deixará de existir;
Requisitos de Cabimento: * atenção sobre pequenas mudanças na questão da prova;
Quando o Acórdão não for unânime;
Quando o Acórdão haja reformado a decisão (Sentença);
Quando o Acórdão seja em grau de Apelação ou Ação Rescisória;
Prazo: 15 dias; art. 508 do CPC;
Art. 530. Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.
Art. 531. Interpostos os embargos, abrir-se-á vista ao recorrido para contra-razões; após, o relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do recurso. Admissibilidade provisória ou diferida; não há juízo de retratação;
Art. 532. Da decisão que não admitir os embargos caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso. Não se trata de Agravo de Instrumento; este recurso é chamado de Agravo Interno (também chamado de Agravo Regimental ou Agravinho);
Art. 533. Admitidos os embargos, serão processados e julgados conforme dispuser o regimento do tribunal.
Art. 534. Caso a norma regimental determine a escolha de novo relator, esta recairá, se possível, em juiz que não haja participado do julgamento anterior.
Julgamento do recurso: Pleno ou Órgão Especial do Tribunal;
Preparo (art. 533): não há previsão legal; a cobrança é de acordo com a norma local do Tribunal (no Paraná, por exemplo, é cobrado; em São Paulo não há cobrança);
Função (mérito) dos Embargos Infringentes: fazer valer o voto vencido;
Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou recurso especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos.
Parágrafo único. Quando não forem interpostos embargos infringentes, o prazo relativo à parte unânime da decisão terá como dia de início aquele em que transitar em julgado a decisão por maioria de votos.
“julgamento por maioria de votos e julgamento unânime”:
Quando houver mais de um pedido julgado pelo Acórdão;
Para um dos pedidos há decisão unânime e para o outro pedido há decisão não unânime;
Para a decisão unânime que não modificou a decisão de 1º Grau: cabe Recurso Especial (STJ) e Recurso Extraordinário (STF);
Para a decisão não unânime (ex.: danos materiais) que modificou a decisão de 1º Grau: cabe Embargos Infringentes desta parte do Acórdão;
Para a decisão unânime que modificou a decisão de 1º Grau: cabe RE e Resp;
Para a decisão não unânime que manteve a decisão de 1º Grau: cabe RE e Resp;
Quando se impetra o Embargo Infringente o prazo para o Recurso Especial e para o Recurso Extraordinário fica sobrestado (o prazo é interrompido); apenas depois de julgado o Embargo Infringente é que começará a contar o prazo para os demais recursos;
Embargos de Declaração
Cabimento: 
Obscuridade: (1ª Função) esclarecimento da decisão judicial;
Contradição: (1ª Função) esclarecimento da decisão judicial;
Omissão: (2ª Função) complementação da decisão judicial;
Os Embargos de Declaração são propostos para o Juízo que proferiu a decisão;
Por entendimento doutrinário e jurisprudencial cabe Embargos de Declaração sobre Decisões Interlocutórias; para Despachos não cabe Embargos de Declaração (art. 504, CPC);
Prazo: 5 dias;
Preparo: não há; trata-se de simples petição;
Os Embargos de Declaração possuem Efeito Suspensivo sobre a decisão;
Na Lei 9099/1995 (Juizados Especiais) há previsão do recurso de Embargos de Declaração, com uma diferença: este recurso possui Efeito Suspensivo no prazo de outros recursos;
Como regra geral, não há necessidade de se intimar a outra parte para manifestar-se sobre os Embargos de Declaração;
Exceção: quando o juiz modifica a decisão a partir do Recurso de Embargos de Declaração; pode ocorrer nas seguintes situações:
Quando o juiz estiver diante de matéria de ordem pública (ex.: parte ilegítima) é possível que a decisão seja modificada;
Também é possível que a decisão seja modificada quando a sentença foi omissa em relação ao pedido da parte sobre Prescrição; reconhecendo posteriormente a Prescrição que havia sido parte omissa da decisão, ocorre a mudança da decisão;
A este evento de mudança de decisão a partir de Embargos de Declaração dá-se o nome de Efeito Infringente dos Embargos de Declaração;
Neste caso, é obrigatório que o juiz mande intimar o Embargado antes de proferir a nova decisão; este é o entendimento doutrinário e jurisprudencial;
Cabem Embargos de Declaração sobre Embargos de Declaração, quantas vezes a parte quiser, com a possibilidade de aplicação da multa do parágrafo único do art. 538 se o juiz ou tribunal entender que a parte está usando o recurso em litigância de má-fé;
Art. 535. Cabem embargos de declaração quando:
I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição;
II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-seo juiz ou tribunal.
Art. 504. Dos despachos não cabe recurso.
Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo.
Art. 537. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subseqüente, proferindo voto. Prazo impróprio, não havendo conseqüências negativas para as Partes pelo descumprimento por parte do judiciário;
Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes.
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo.
Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I - para Ihe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou Ihe retificar erros de cálculo; neste caso, a parte pode pedir a mudança da decisão por simples petição;
II - por meio de embargos de declaração.
2º BIMESTRE
Organização Judiciária (arts. 102, 105, 108, 114 da CF)
Justiça Especial
Justiça Eleitoral: recurso é direcionado para o TRE; posteriormente para o TSE;
Justiça Militar: recurso é direcionado para o STM;
Justiça do Trabalho: recurso é direcionado para o TRT; posteriormente para o TST;
Justiça Comum
Justiça Estadual: recurso é direcionado para o TJ; posteriormente para o STJ;
* relacionados à Justiça Estadual temos os Juizados Especiais Federais e Previdenciários; recursos são direcionados à Turma Recursal (integrante do TJ-PR; formada por juízes de 1º Grau);
Justiça Federal: recurso é direcionado para o TRF; posteriormente para o STJ;
* relacionados à Justiça Federal temos os Juizados Especiais Cíveis; recursos são direcionados à Turma Recursal (integrante do TRF; formada por juízes de 1º Grau);
Recurso Ordinário
Não confundir com o Recurso Ordinário da Justiça do Trabalho, pois este é parecido com a Apelação;
Art. 539. Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos Tribunais superiores, quando denegatória a decisão;
Causas de Competência Originária do STJ (art. 105, I, CF);
Tipos de ação: mandados de segurança, habeas data, mandados de injunção;
Requisitos: única instância e denegatória a decisão (para o autor);
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
Causas de Competência Originária dos TRF (art. 108, I, CF) e TJ;
Tipo de ação: mandados de segurança;
Requisitos: única instância e denegatória a decisão (para o autor);
b) as causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. 
Causas de Competência dos Juízes Federais (art. 109, CF);
Parágrafo único. Nas causas referidas no inciso II, alínea b, caberá agravo das decisões interlocutórias.
É direcionado ao STJ o Agravo;
Art. 540. Aos recursos mencionados no artigo anterior aplica-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento no juízo de origem, o disposto nos Capítulos II e III deste Título, observando-se, no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o disposto nos seus regimentos internos.
Aplica-se ao Recurso Ordinário o procedimento da Apelação;
Recursos aos Tribunais Superiores – Parte Geral
* no Juízo de 1º Grau e nos TJs e TRFs há análise de matéria fática;
* nos recursos aos tribunais superiores, a matéria é de fundamentação vinculada pela CF;
Recurso Extraordinário (RE; STF)
Verifica se a aplicação da lei em tese foi em consonância com a Constituição Federal; a matéria fática não é mais analisada; verifica a interpretação e aplicação da norma constitucional;
CF Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: [...]
 III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
 a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
 b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
 c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
 d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Acrescentada pela EC 45/2004; confunde com a competência do STJ; afronta de forma indireta ou reflexa a CF, pois fere as competências legislativas;
CF, art. 5 § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Também serão objeto de análise pelo STF, já que tal matéria é também Constitucional.
Recurso Especial (REsp; STJ)
Verifica se a interpretação e aplicação da lei em tese foi como devido; também não analisa matéria fática;
O STJ é o guardião da Lei Infraconstitucional e dos Tratados Internacionais;
CF Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: [...]
 III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
 a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
 b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
 c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Requisitos especiais de admissibilidade
* são aplicados todos os requisitos normais de admissibilidade aos RE e REsp;
Esgotamento dos Recursos Ordinários: a parte deve se utilizar de todos os recursos possíveis (apelação, agravo, emb. infringentes, emb. declaração, rec. ordinário) antes de recorrer aos tribunais superiores;
Prequestionamento (argumentar antes): a parte deve argumentar a constitucionalidade ou inconstitucionalidade (legalidade ou ilegalidade) do ato desde a 1ª instância; existem três correntes doutrinárias para haver o prequestionamento:
1) há prequestionamento quando a parte pede desde a 1ª instância que o julgador se manifeste sobre constitucionalidade ou insconstitucionalidade (legalidade ou ilegalidade);
2) há prequestionamento quando a parte pede e o julgador se manifesta a respeito da constitucionalidade ou inconstitucionalidade (legalidade ou ilegalidade); o STF adota esta corrente;
3) há prequestionamento quando a parte pede, há manifestação do julgador e este julga a matéria argüida, apontando se é constitucional ou inconstitucional (legal ou ilegal); o STJ adota esta corrente;
Não cabe revisão de matéria de fato concreto: apenas matéria de direito pode ser arguida;
Súmulas do STF
Súmula 279
Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
Súmula 281
É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.
Súmula 282
É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada (prequestionamento), na decisão recorrida, a questão federal suscitada.
Súmula 356
O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.
Súmula 456
O Supremo Tribunal Federal, conhecendo do recurso extraordinário, Julgará a causa,aplicando o direito à espécie. Após admitido o Recurso, o STF poderá rever tudo no processo, inclusive provas e fatos;
Súmulas do STJ
Súmula: 7
A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
Súmula: 207
E inadmissivel recurso especial quando cabiveis embargos infringentes contra o acordão proferido no tribunal de origem.
Súmula: 211
Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.
Súmula: 320
A questão federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do prequestionamento. Exige que todos os votantes no Tribunal tenham se manifestado sobre a matéria do prequestionamento; há que se usar os Embargos Declaratórios na hipótese de algum dos votantes não ter se manifestado sobre o prequestionamento;
Súmula: 418
É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação. Intempestividade prematura;
Súmula: 203
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais. Cabe apenas recurso para o STF; de acordo com o texto Constitucional (art. 102, III e 105, III) que descreve taxativamente sobre decisão de que tribunais caberá os recursos Especial e Extraordinário;
RE e Resp
Cabível sobre Acórdão;
Recorre-se aos dois tribunais superiores no mesmo momento (prazo de 15 dias, a partir da intimação do Acórdão);
Art. 541. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido (Tribunal que proferiu a decisão que está se recorrendo), em petições distintas, que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
Il - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.
Parágrafo único. Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na Internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. Aplicável ao Resp (art. 105, III, c, da CF)
Art. 542. Recebida a petição pela secretaria do tribunal, será intimado o recorrido, abrindo-se-lhe vista, para apresentar contra-razões (prazo de 15 dias).
§ 1o Findo esse prazo, serão os autos conclusos para admissão ou não do recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, em decisão fundamentada.
§ 2o Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo. Através de Ação Cautelar é possível fazer o pedido de Efeito Suspensivo; a Ação Cautelar é proposta conforme definido nas Súmulas 634 e 635 (onde estiver o Recurso é onde se impetrará a Ação Cautelar); o Objeto da Ação Cautelar é o Pedido de Efeito Suspensivo sobre a decisão recorrida;
Súmula 635 do STF
Cabe ao presidente do tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade.
Súmula 634 do STF
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem.
§ 3o O recurso extraordinário, ou o recurso especial, quando interpostos contra decisão interlocutória (juízo de 1º Grau) em processo de conhecimento, cautelar, ou embargos à execução ficará retido nos autos e somente será processado se o reiterar a parte, no prazo para a interposição do recurso contra a decisão final, ou para as contra-razões.
O RE ou Resp, neste caso, é cabível sobre o Acórdão que julgou o Agravo de Instrumento;
Das decisões interlocutórias proferidas em Processo de Execução, não cabe RE ou Resp;
Art. 543. Admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal, para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado. Sendo resolvido o caso no STJ, não será o processo enviado para julgamento do RE;
§ 2o Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial àquele, em decisão irrecorrível sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para o julgamento do recurso extraordinário.
§ 3o No caso do parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, não o considerar prejudicial, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso especial.
Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. Novo requisito de admissibilidade do RE; quem faz a análise da Repercussão Geral é o Relator; não há análise de admissibilidade provisória sobre a Repercussão Geral, sendo este tema somente analisado pelo STF;
§ 1o Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.
§ 2o O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. Deve haver um tópico de Repercussão Geral no RE;
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. Repercussão Geral Presumida;
§ 4o Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário.
§ 5o Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
§ 6o O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros (Amicus Curiae), subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
§ 7o A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão.
Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. Técnica de Julgamento de Recursos Repetitivos no STF;
§ 1o Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. 
§ 2o Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão automaticamente não admitidos. 
§ 3o Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. 
§ 4o Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada. 
§ 5o O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da repercussão geral. 
Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste artigo. Técnica de Julgamento de Recursos Repetitivos noSTJ;
§ 1o Caberá ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça, ficando suspensos os demais recursos especiais até o pronunciamento definitivo do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 2o Não adotada a providência descrita no § 1o deste artigo, o relator no Superior Tribunal de Justiça, ao identificar que sobre a controvérsia já existe jurisprudência dominante ou que a matéria já está afeta ao colegiado, poderá determinar a suspensão, nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos quais a controvérsia esteja estabelecida. Diferença na parte final do dispositivo em relação ao do STF;
§ 3o O relator poderá solicitar informações, a serem prestadas no prazo de quinze dias, aos tribunais federais ou estaduais a respeito da controvérsia. Diferença do dispositivo em relação ao do STF;
§ 4o O relator, conforme dispuser o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça e considerando a relevância da matéria, poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia. Amicus Curiae;
§ 5o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 4o deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de quinze dias. 
§ 6o Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na seção ou na Corte Especial, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. Os Recursos Repetitivos terão prioridade de julgamento;
§ 7o Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem: 
I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou 
II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 8o Na hipótese prevista no inciso II do § 7o deste artigo, mantida a decisão divergente pelo tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso especial. 
§ 9o O Superior Tribunal de Justiça e os tribunais de segunda instância regulamentarão, no âmbito de suas competências, os procedimentos relativos ao processamento e julgamento do recurso especial nos casos previstos neste artigo.
Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias.
Este Agravo é diferente do previsto no art. 522, que se refere às decisões de 1º Grau;
Era conhecido anteriormente à alteração legal de 2010 como Agravo Regimental;
O Agravo é interposto no Tribunal recorrido;
Refere-se à inadmissão do RE ou Resp pelo Juízo de Admissibilidade Provisório;
Resolução 450 do STF (Regimento Interno): nomeia este recurso como Recurso Extraordinário com Agravo;
Resolução 7 do STJ (Regimento Interno): nomeia este recurso como Recurso Especial com Agravo;
§ 1o O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. 
§ 2o A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não dependendo do pagamento de custas e despesas postais. O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta, podendo instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o agravo ao tribunal superior, onde será processado na forma regimental.
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta. Em seguida, os autos serão remetidos à superior instância, observando-se o disposto no art. 543 deste Código e, no que couber, na Lei no 11.672, de 8 de maio de 2008.
§ 4o No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o julgamento do agravo obedecerá ao disposto no respectivo regimento interno, podendo o relator (casos de decisão monocrática do relator):
I - não conhecer do agravo manifestamente inadmissível ou que não tenha atacado especificamente os fundamentos da decisão agravada; 
II - conhecer do agravo para: 
a) negar-lhe provimento, se correta a decisão que não admitiu o recurso; 
b) negar seguimento ao recurso (RE ou Resp) manifestamente inadmissível, prejudicado ou em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal; 
c) dar provimento ao recurso (RE ou Resp), se o acórdão recorrido estiver em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal.
Art. 545. Da decisão do relator que não conhecer do agravo, negar-lhe provimento ou decidir, desde logo, o recurso não admitido na origem, caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao órgão competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 557.
Este recurso é denominado Agravo Interno ou Agravinho;
Não há preparo para este recurso;
Os requisitos de admissibilidade são verificados também neste recurso;
Art. 546. É embargável a decisão da turma que:
I - em recurso especial, divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do órgão especial;
Il - em recurso extraordinário, divergir do julgamento da outra turma ou do plenário.
Parágrafo único. Observar-se-á, no recurso de embargos, o procedimento estabelecido no regimento interno.
O nome deste recurso é Embargos de Divergência;
O prazo para interposição é de 15 dias;
O recurso é impetrado no próprio tribunal recorrido;
Obs. 1: este recurso é cabível apenas para Tribunais Superiores; 
Obs. 2: no caso de julgamento com divergência entre turmas ou câmaras do mesmo Tribunal Inferior, cabe Uniformização da Jurisprudência (art. 476 do CPC; parece, mas não é um recurso);
Obs. 3: quando a divergência se dá entre Tribunais Inferiores diferentes (ex.: TJ-PR e TJ-SP), cabe Recurso Especial para o STJ;
Recurso Adesivo
Matéria: qualquer matéria poderá ser discutida no recurso adesivo, já que não há previsão legal em contrário e a jurisprudência assim também o entende; a doutrina majoritária também considera que o recurso adesivo não está sujeito apenas à matéria discutida no recurso principal;
Preparo: há preparo, assim como no recurso principal;
Admissibilidade: sofre a mesma análise de admissibilidade que o recurso principal;
Prazo para interpor: no prazo para contra-razões do recurso principal interposto pela outra parte;
* Recurso Adesivo não é um recurso; trata-se de um nome doutrinário para a “forma” como o recurso principal é interposto (ex.: Apelação na Forma Adesiva; Recurso Especial na Forma Adesiva; etc.);
* por entendimento jurisprudencial e doutrinário, cabe também o recurso adesivo sobre o Recurso Inominado (Juizados Especiais) e sobre o Recurso Ordinário da Justiça do Trabalho; da mesma forma, também cabe o recurso adesivo sobre o Recurso Ordinário Constitucional previsto no art. 539 do CPC;
* o recurso e as contra-razões são feitos em peças separadas;
* é entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário que o MP, como parte ou como fiscal da lei, não pode fazer o recurso na forma adesiva;
Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes:
I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto.
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior.
Art. 539. Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo TribunalFederal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos Tribunais superiores, quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
b) as causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
Da Ordem dos Processos no Tribunal
Trata das regras gerais a que os Tribunais estão sujeitos, já que cada Tribunal tem regras específicas definidas no seu Regimento Interno;
Para aqueles recursos que são interpostos e julgados no juízo de 1º Grau não se aplicam as regras deste capítulo;
Órgãos do tribunal: Turmas ou Câmaras; Órgão Especial; Pleno, que é representado por uma Diretoria;
Cada Turma ou Câmara é composto por, no mínimo, 3 juízes; este número de integrantes pode ser diferente nos diferentes Tribunais; nesta composição são integrantes o Relator, o Revisor e o Juiz Vogal;
Distribuição: todo recurso é recebido pela Secretaria do Tribunal, que o distribui para os diferentes órgãos do Tribunal;
Art. 547. Os autos remetidos ao tribunal serão registrados no protocolo no dia de sua entrada, cabendo à secretaria verificar-lhes a numeração das folhas e ordená-los para distribuição.
Parágrafo único. Os serviços de protocolo poderão, a critério do tribunal, ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau. 
Protocolo Integrado; funciona como que se fosse uma extensão da Secretaria do Tribunal nas diferentes comarcas; o Distribuidor da comarca remete os recursos, via malote, para a Secretaria do Tribunal;
Art. 548. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se os princípios da publicidade, da alternatividade e do sorteio.
Art. 549. Distribuídos, os autos subirão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à conclusão do relator, que, depois de estudá-los, os restituirá à secretaria com o seu "visto".
O primeiro juiz a tomar contato com o recurso é o Relator; o Relator é alternado entre os diferentes recursos recebidos no Órgão, por ordem de antiguidade;
Visto: é o Relatório, que contém o juízo de admissibilidade e pode conter o voto do Relator;
Parágrafo único. O relator fará nos autos uma exposição dos pontos controvertidos sobre que versar o recurso.
Art. 550. Os recursos interpostos nas causas de procedimento sumário deverão ser julgados no tribunal, dentro de 40 (quarenta) dias. Casos do art. 275 do CPC;
Art. 551. Tratando-se de apelação, de embargos infringentes e de ação rescisória, os autos serão conclusos ao revisor.
Não sendo nenhum dos casos do art. 551 ou § 3º, o recurso não terá Revisor e vai direto para a Sessão de Julgamento;
§ 1o Será revisor o juiz que se seguir ao relator na ordem descendente de antigüidade.
§ 2o O revisor aporá nos autos o seu "visto", cabendo-lhe pedir dia para julgamento.
§ 3o Nos recursos interpostos nas causas de procedimentos sumários, de despejo e nos casos de indeferimento liminar da petição inicial, não haverá revisor. 
Art. 552. Os autos serão, em seguida, apresentados ao presidente (Secretaria do Tribunal), que designará dia para julgamento, mandando publicar a pauta no órgão oficial.
§ 1o Entre a data da publicação da pauta e a sessão de julgamento mediará, pelo menos, o espaço de 48 (quarenta e oito) horas.
A Intimação dos Advogados deve ter o prazo mínimo de 48 hs de antecedência em relação à sessão de julgamento;
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
§ 3o Salvo caso de força maior, participará do julgamento do recurso o juiz que houver lançado o "visto" nos autos.
Art. 553. Nos embargos infringentes e na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias autenticadas do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o tribunal competente para o julgamento.
Art. 554. Na sessão de julgamento, depois de feita a exposição da causa pelo relator, o presidente, se o recurso não for de embargos declaratórios ou de agravo de instrumento, dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente e ao recorrido, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem (Sustentação Oral) as razões do recurso.
Não cabe Sustentação Oral em Embargos Declaratórios e em Agravo de Instrumento;
A falta de presença do advogado ou da parte na sessão de julgamento não implica revelia;
Art. 555. No julgamento de apelação ou de agravo, a decisão será tomada, na câmara ou turma, pelo voto de 3 (três) juízes. 
§ 1o Ocorrendo relevante questão de direito, que faça conveniente prevenir ou compor divergência entre câmaras ou turmas do tribunal, poderá o relator propor seja o recurso julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar; reconhecendo o interesse público na assunção de competência, esse órgão colegiado julgará o recurso.
§ 2o Não se considerando habilitado a proferir imediatamente seu voto, a qualquer juiz é facultado pedir vista do processo, devendo devolvê-lo no prazo de 10 (dez) dias, contados da data em que o recebeu; o julgamento prosseguirá na 1a (primeira) sessão ordinária subseqüente à devolução, dispensada nova publicação em pauta. 
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, não devolvidos os autos no prazo, nem solicitada expressamente sua prorrogação pelo juiz, o presidente do órgão julgador requisitará o processo e reabrirá o julgamento na sessão ordinária subseqüente, com publicação em pauta. 
Art. 556. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator, ou, se este for vencido, o autor do primeiro voto vencedor.
Parágrafo único. Os votos, acórdãos e demais atos processuais podem ser registrados em arquivo eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 
A decisão proferida pelo Relator é Acórdão, por mais que seja monocrática;
§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. 
Da decisão do Relator que nega seguimento ao recurso cabe o Agravo Interno (Agravinho);
§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. 
Neste caso a Sentença está em manifesto confronto; assim, o Relator pode, de forma monocrática, já dar provimento ao recurso, decidindo seu mérito;
Desta decisão também cabe Agravo Interno;
§ 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor.
Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara. 
Princípio da Irrecorribilidade em Separado das Decisões Interlocutórias; o Agravo pode ter Efeito Suspensivo, suspendendo os efeitos da decisão interlocutória;
Parágrafo único. Aplicar-se-áo disposto neste artigo as hipóteses do art. 520. 
Estende a possibilidade de aplicação do Efeito Suspensivo para a Apelação, naqueles casos em que tal Efeito não é regra;
* no caso de um processo em que foi proferida uma decisão interlocutória, havendo a parte prejudicada agravado por instrumento da aludida decisão, o processo prosseguiu e encontra-se na fase de sentença, pergunta-se: poderá o juiz proferir a sentença ou deverá suspender o processo aguardando a decisão do Tribunal acerca do Agravo de Instrumento interposto? O juiz não está condicionado ao julgamento do Agravo, podendo proferir sentença (art. 559);
* conforme pergunta anterior, se o juiz profere a sentença e a parte não Apela, transitando em julgado, o que acontece com o Agravo? O Agravo perderá o objeto e será extinto;
Art. 559. A apelação não será incluída em pauta antes do agravo de instrumento interposto no mesmo processo.
Parágrafo único. Se ambos os recursos houverem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agravo.
Art. 560. Qualquer questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo se incompatível com a decisão daquela. 
Primeiro se analisa a Admissibilidade, depois o Mérito; admitido o recurso, passa-se a analisar o mérito; se não admitido o recurso, no mérito ele também é julgado improcedente, sem análise;
Parágrafo único. Versando a preliminar sobre nulidade suprível, o tribunal, havendo necessidade, converterá o julgamento em diligência, ordenando a remessa dos autos ao juiz, a fim de ser sanado o vício. 
Ex. de situação de vício sanável: os autos estavam em carga, por erro de cartório, no prazo comum para as partes; neste caso, a intempestividade do recurso é sanável;
Art. 561. Rejeitada a preliminar, ou se com ela for compatível a apreciação do mérito, seguir-se-ão a discussão e julgamento da matéria principal, pronunciando-se sobre esta os juízes vencidos na preliminar.
O recurso foi admitido sem unanimidade de votos pelos julgadores; aquele julgador que não admitiu em seu voto o recurso, apesar disso, também julga o mérito;
Art. 562. Preferirá aos demais o recurso cujo julgamento tenha sido iniciado.
Se algum julgador pediu vistas no julgamento do recurso, quando este voltar a ser julgado em nova sessão, terá preferência em relação aos demais recursos;
Art. 563. Todo acórdão conterá ementa. 
Ementa: palavras chave; resumo de palavras que condensa o contido no Acórdão;
Art. 564. Lavrado o acórdão, serão as suas conclusões publicadas no órgão oficial dentro de 10 (dez) dias.
Art. 565. Desejando proferir sustentação oral, poderão os advogados requerer que na sessão imediata seja o feito julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
Parágrafo único. Se tiverem subscrito o requerimento os advogados de todos os interessados, a preferência será concedida para a própria sessão.
Ação Rescisória
Finalidades:
Desconstituir a Coisa Julgada Material (decisão de que não se cabe mais recurso, ou pela preclusão ou pelo esgotamento dos recursos cabíveis);
Coisa julgada formal: toda sentença transitada em julgado faz coisa julgada formal; gera efeitos endoprocessuais;
Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. Imutabilidade da parte dispositiva da sentença; gera efeito extraprocessual;
Pedir uma nova decisão de mérito;
Ação Rescisória não é um recurso; é uma nova ação; as possibilidades para esta ação são taxativas, definidas no art. 485;
Também com a finalidade de desconstituir a Coisa Julgada Material pode ser impetrada a Ação de Anulação de Ato Jurídico (conhecida como querela nullitates), prevista nos arts. 475, L, I e 745, I, do CPC;
A Ação de Anulação de Ato Jurídico somente pode ser impetrada nos casos previstos em lei; seu rol não é taxativo; cabe apenas nos casos em que não cabe Ação Rescisória; a querela nullitates é uma ação residual;
Art. 485. A sentença de mérito (art. 269; coisa julgada material), transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
Não há necessidade de existir uma Ação Penal provando que houve algum dos crimes previstos no inciso; a argumentação pode ser invocada e provada na própria Ação Rescisória; uma vez confirmado o fato, o juiz oficia o MP para entrar com a Ação Penal;
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
No caso de Suspeição ou Incompetência Relativa não argüida, todo o processo se convalida, não sendo caso de Ação Rescisória;
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
Ex.: acordo realizado na Justiça do Trabalho para evitar futura ação do empregado contra o empregador, sendo o empregado induzido a realizar tal acordo, de forma que frauda a lei do trabalho;
IV - ofender a coisa julgada;
Ex.: a parte entra com a ação 1, que é julgada improcedente e transita em julgado; após, entre com a ação 2, idêntica a anterior, que é julgada procedente e transita em julgado; a Ação Rescisória caberá para anular a sentença da ação 2;
Na hipótese de o interessado não impetrar a Ação Rescisória no seu prazo, que é de 2 anos, faz-se Coisa Soberanamente Julgada, não cabendo mais nenhum meio judicial de anulá-la; neste caso, passa a valer a sentença da ação 2, que faz lei entre as partes e, a lei que é mais recente, revoga a lei mais antiga;
V - violar literal disposição de lei;
Este inciso é a argumentação mais utilizada para interposição da Ação Rescisória;
Somente cabe invocar o inciso V quando não houver dúvida quanto à interpretação e aplicação da lei;
Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória;
A sentença está baseada exclusivamente em prova falsa; provada a falsidade desta prova, pode-se derrubar também a sentença a partir da Ação Rescisória;
Quando existem outras provas que embasam a sentença, não cabe a Ação Rescisória;
Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença;
O termo Desistência (art. 267, sem mérito) está querendo dar o entendimento de Renúncia (art. 269, com mérito); uma vez que a Ação Rescisória é utilizada apenas para desfazer a coisa julgada material, caberia apenas para a Renúncia;
IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
§ 1o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido.
§ 2o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.
Art. 486. Os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.
Não cabe Ação Rescisória de sentença que homologa o acordo (este tipo de sentença faz coisa julgada material; art. 269, III); neste caso, cabe Ação de Anulação de Atos Jurídicos; o cabimento ou não é discutido doutrinariamente, prevalecendo a corrente que defende o não cabimento;
Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em que Ihe era obrigatória a intervenção;
b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.
Art. 488 (Procedimento da Ação Rescisória). A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 282, devendo o autor:
É competente para julgamento da Ação

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