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PROJETO DE PESQUISA TEMA: Representações sociais do envelhecimento no Brasil JUSTIFICATIVA: Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (ERVATTI, BORGES & JARDIM, 2015), os idosos constituem o segmento populacional de maior crescimento no Brasil, com taxas de crescimento que ultrapassam 4% ao ano no período compreendido entre 2012 a 2022. Há uma estimativa, para os próximos anos, de um acréscimo de mais de 1 milhão de idosos à população do Brasil. Esse recrudescimento implica uma série de consequências não apenas de ordem demográfica: desenha-se para o futuro próximo um cenário de mudanças econômicas (aumento do número de pensionistas e aposentados), de saúde (aumento dos gastos com doenças conexas ao envelhecimento) e sociais (convivência intergeracional mais prolongada, internação em instituições de longa permanência). Faz-se premente, portanto, a discussão acerca das representações sociais que perpassam a velhice, de modo a compreender a percepção geral acerca do que significa ser velho e problematizar os paradigmas associados ao envelhecimento. OBJETIVOS: Identificar as representações sociais sobre o envelhecimento na população brasileira; problematizar tais construções, verificando sua validade para a nova realidade social e demográfica brasileira; propiciar elementos de reflexão acerca da percepção da velhice e sua (in)adequação à realidade experienciada por essa faixa populacional; fomentar políticas públicas destinadas a estabelecer novos paradigmas de atendimento às reais demandas da terceira idade. REFERÊNCIAS TEÓRICAS: Para este estudo, utilizaremos o conceito de representação social tal como estabelecido por Serge Moscovici (MOSCOVICI, 2010). Para o autor, designa-se como representação social a forma de apreensão de aspectos da realidade compartilhada por um determinado grupo, por meio da linguagem e da comunicação. As representações sociais não partem do conhecimento especializado, mas são representações efetuadas por leigos acerca de fenômenos existentes na sociedade. Fátima O.de Oliveira e Graziela C. Werba compreendem as representações sociais como uma “versão contemporânea do senso comum” (OLIVEIRA & WERBA, 2009) que associa aspectos cognitivos, afetivos e de ação. As representações sociais guiam nossas formas de agir no mundo por razões afetivas, simbólicas, míticas, religiosas, nem sempre recorrendo à razão lógica. Compreenderemos o fenômeno do envelhecimento com o auxílio da perspectiva da Gerontologia Social e de atuais modelos teóricos multidimensionais que analisam as perdas e ganhos obtidos nessa etapa do desenvolvimento humano, notadamente o modelo de “envelhecimento bem sucedido de Baltes” (BALTES, 1995). Para esse modelo, deve-se substituir a imagem de declínio, colada a uma determinada representação social da velhice, por uma imagem de reservas potenciais inexploradas. METODOLOGIA: O método utilizado para esta pesquisa embasa-se na técnica dos grupos focais (OLIVEIRA & WERBA, 2009), bem como em pesquisa bibliográfica. Os grupos focais podem ser conceituados como um pequeno agrupamento de indivíduos, selecionados de acordo com determinados critérios específicos, para estabelecerem uma conversação semelhante a um debate acerca de um tópico determinado, por um curto período de tempo. Simulando uma conversação dada em sociedade, as entrevistas que constituem os grupos focais possibilitam compreender que tipo de representações sociais é compartilhado acerca dos temas propostos, bem como a forma como se constroem tais representações. As ideias surgidas desse encontro dão origem a categorias de dados que podem ser analisadas de acordo com a Hermenêutica da Profundidade (THOMPSON apud OLIVEIRA & WERBA, 2009), que investiga as formas simbólicas advindas de tais categorias, por meio de análise sociohistórica e formal. Selecionou-se para compor o grupo focal da presente pesquisa um grupo de oito idosos que frequentam o Centro de Convivência da Terceira Idade, da cidade de Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Os participantes serão de ambos os sexos e contarão entre 65 e 90 anos de idade. Poderão ser representantes de diferentes contextos socioeconômicos, religiosos e culturais. O recorte será definido pela faixa etária e pelo período de utilização do serviço do Centro de Convivência, que deve ser superior a um ano. Para a fundamentação teórica do trabalho, utilizaremos os estudos sobre envelhecimento de Pedro Paulo Monteiro, em torno de identidade, singularidade e interação social na velhice; os escritos da antropóloga Mirian Goldenberg, referência nos estudos de envelhecimento no Brasil; e os estudos sobre memória e envelhecimento de Ecléa Bosi. Para fundamentar o trabalho, referencia-se a filósofa francesa Simone de Beauvoir, que já em 1970 faz um estudo etnográfico acerca das representações sociais e o entendimento de velhice em inúmeras populações étnicas, de modo a mapear o conceito de velhice e suas conexões com a sociedade. Acreditamos que, dessa forma, teremos subsídios suficientes para nos aproximarmos do nosso objeto de estudo e fazer uma interface com as contemporâneas representações sociais do envelhecer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - BALTES, P.B. & SMITH, J. (1995). Psicologia da sabedoria: Origem e desenvolvimento apud A.L. Neri (Org.), Psicologia do envelhecimento (pp.41-72). Campinas / São Paulo: Papirus. - BEAUVOIR, Simone de. A velhice – a realidade incômoda. São Paulo: Difel, 1976. - BERQUÓ, E . (1996). Algumas considerações sobre o envelhecimento da população no Brasil . Em Ministério da Previdência e Assistência Social (Org.), Anais do I Seminário Internacional. Envelhecimento populacional: uma agenda para final de século. Brasília, DF. - BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: Lembranças dos velhos. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. - DEBERT, G.G. (1996). As representações sociais (estereótipos) do papel do idoso na sociedade atual. Em Ministério da Previdência e Assistência Social (Org.), Anais do I Seminário Internacional. Envelhecimento populacional: uma agenda para final de século. Brasília, DF. - ERVATTI, L., BORGES, G.M. & JARDIM, A.P. (Eds.) Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI: Subsídios para as Projeções da População. Rio de Janeiro: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2015. - GOLDENBERG, Mirian. A bela velhice. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2013. - MONTEIRO, Pedro Paulo. Envelhecer: histórias, encontros, transformações. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. - MOSCOVICI, Serge. Representações Sociais. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. - OLIVEIRA, F. O.; WERBA, G. C. Representações Sociais in Psicologia Social Contemporânea. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. - VELOZ, Maria Triguero. Representações sociais do envelhecimento. In: Psicol. Reflex. Crit. vol.12 n.2 Porto Alegre, 1999. UNIVERSIDADESESTÁCIO DE SÁ CAMPUS NOVA FRIBURGO PSICOLOGIA DESENVOLVIMENTO HUMANO III PROJETO CUIDANDO DO CUIDADOR: RECUPERANDO A AUTOESTIMA Adriana Silveira Macedo (201402300531) Daniela Azevedo Asth (201101310715) Herciliane Vieira de Souza (201102130011) Júlia Caetano Freire (201201296749) Pamela Ferreira Silva (201201727296) NOVA FRIBURGO JUNHO de 2017
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