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SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Prof. Ms..LORENA TINÔCO CURSO DE NUTRIÇÃO DISCIPLINA DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Novembro/2014 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL • Semiologia é a parte da medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas e animais. • A semiologia é muito importante para o diagnóstico da maioria das enfermidades. • Neste contexto, sintoma é toda a informação subjetiva descrita pelo paciente. SEMIOLOGIA NUTRICIONAL • Exame físico que engloba a inspeção, palpação e ausculta. • É um momento de identificação de sinais que podem levar a sintomas não informados pelo paciente, a semiologia nutricional é um instrumento obrigatório do processo de avaliação nutricional Eficaz na detecção da desnutrição; Constam anamnese e o exame físico direcionado, que levam em consideração vários aspectos do quadro clínico, como: PROPEDÊUTICA SEMIOLOGIA NUTRICIONAL • Exame físico direcionado (quadro clínico) • Emagrecimento • Alteração do apetite • Aspectos fisionômicos • Estado de humor • Alteração dos diversos grupos musculares • Formas do abdômen • Evidências de perda de gordura Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL • Exame físico direcionado (quadro clínico) • Cabelo, pele, face, olhos, lábios, boca, língua, unhas, tórax, dorso, membros, abdômen, tecido subcutâneo, sistema músculo- esquelético. Duarte, 2007 A DPC É RESULTANTE: • INGESTÃO INSUFICIENTE DE NUTRIENTES • CONSUMO MAIOR DE RESERVAS ENERGÉTICAS • METABOLISMO INADEQUADO DE NUTRIENTES • ASSOCIAÇÃO ENTRE ESSES FATORES SIGNIFICADO DOS “FÁCEIS” Informa sobre a repercussão de uma determinada doença na expressão facial do paciente. Há diferença entre o “fácies” da desnutrição aguda e da crônica: SEMIOLOGIA NUTRICIONAL • Fácies (agudo e crônico) Fácies agudo • Exausto, cansado, não consegue manter olhos abertos por muito tempo. Músculos orbiculares palpebrais são os primeiros que se cansam. Atenção!!!: alteração nível de consciência (coma), doença neurológica, drogas sedativas ou trauma; Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL • Fácies (agudo e crônico) Fácies agudo Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL • Fácies Crônico Paciente parece deprimido, triste, pouco diálogo. • Estado de humor comprometido. Depressão?? • Muitas vezes o que esta motivando um paciente a se comportar como deprimido é a desnutrição.(avaliação psicológica e nutricional) Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Anemia • Coloração da pele (corado ou descorado) • Região palmoplantares, conjuntival e labial. Duarte, 2007 Palidez Anemia SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Duarte, 2007 • Anemia SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Desidratação • Inúmeras causas: Ingestão menor de água que necessidade, fístulas digestivas, sudorese, poliúria, perda excessiva, vômitos, diarreia, sudorese e poliúria. • Como investigar??: • Brilho dos olhos; • Umidade das mucosas (gengival e conjuntival); • Examinar o turgor da prega (pinçando). Quando solta a prega se desfaz rapidamente, pele hidratada. Duarte, 2007 COMO INVESTIGAR: Solicitar ao paciente para produzir salivação Sede intensa Astenia Apatia Sonolência Verificar o brilho nos olhos Tensão ocular( encovados) Umidade das mucosas Pele ressecada DESIDRATAÇÃO SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Desidratação • Examinar o turgor da prega (pinçando). Quando solta a prega se desfaz lentamente, pele desidratada. Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Icterícia • Impregnação por pigmentos biliares na pele e nas mucosas (principalmente esclerótica e sublingual) conferindo uma coloração amarelada característica. • Icterícia e estado nutricional: Geralmente implica alterações na absorção de vitaminas lipossolúveis = Fígado Duarte, 2007 Icterícia SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Análise da musculatura temporal = Bola gordurosa de BICHART Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Análise da musculatura temporal = Bola gordurosa de BICHART. • Atrofia temporal unilateral, descartar causa neurológica. • Atrofia bitemporal, nos mostra que o paciente parou de mastigar ou deixou de usar a mastigação como fonte principal de ingestão alimentar (dieta hipocalórica). • 3 a 4 semanas já existe atrofia da musculatura. Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Análise da musculatura temporal = Bola gordurosa de BICHART. • A perda da bola gordurosa de Bichart esta relacionada com redução prolongada de reserva calórica (massa gorda) • Primeiramente o paciente atrofia a musculatura temporal, o consumo da BGB, fica para uma fase mais tardia. Duarte, 2007 Atrofia temporal Perda da bola gordurosa de Bichart PERDA DA BOLA GORDUROSA: REDUÇÃO PROLONGADA DE RESERVA DE CALÓRICA. “ASA QUEBRADA” ATROFIA DA MUSCULATURA TEMPORAL JUNTO À PERDA DA BOLA GORDUROSA Examinar paciente em perfil Significa perda protéico-calórica prolongada VERFICAÇÃO DAS MASSAS MUSCULARES NO PESCOÇO, TÓRAX, DORSO E MEMBROS SUPERIORES Consequências: Perda da musculatura estrutural, massa muscular: Perda da capacidade de formar anticorpos, menos força respiratória, infecção, propensão a pneumonia, menor competência para ingerir alimentos. ATROFIA DAS REGIÕES SUPRA E INFRACLAVICULAR – PERDA CRÔNICA SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Exame físico da Massa muscular • Região do pescoço e clavícula: Supra e infraclaviculares e da fúrcula esternal Supraclavicular Duarte, 2007 Infraclavicular Fúrcula esternal SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Exame físico da Massa muscular • Região do pescoço e clavícula: Supra e infraclaviculares e da fúrcula esternal • Atrofia destas regiões indica que o paciente já perdeu massa muscular há muito tempo (perda crônica). Duarte, 2007 Semiologia Nutricional • Exame físico da Massa muscular • Musculatura intercostal e paravertebral: • Reduz a sustentação corporal cifose. • capacidade de expansão ventilatória pulmonar, menor utilização das bases do pulmão. • hipoventilação de bases de pulmão maior propensão a pneumonia de base. • Atrofia muscular maior tempo no ventilador mecânico. Semiologia Nutricional • Exame físico da Massa muscular • Membros superiores, atrofia da musculatura bi e tricipital. • Músculo adutor do polegar. Músculo adutor do polegar Perda de massa muscular SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Cavidade Oral • Língua:Glossite (complexo B), branca (falta mastigação), queilite angular (Riboflavina e Vitamina C), monilíase (imunodeficiência),deficiência de zinco. Duarte, 2007 Glossite – Complexo B Quelite angular- Riboflavina e Vit. C SEMIOLOGIA NUTRICIONAL: CAVIDADE ORAL: Língua e lábios Monilíase – Imunodeficiência - zinco Semiologia Nutricional • Abdome: Distendido, plano ou escavado • Abdome escavado significa que o paciente esta privado de alimento há muito tempo. Perda de reserva calórica e baixa imunidade. • Nem todo o desnutrido apresenta abdome escavado SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Abdômen: Ascite, hepatomegalia, gordura abdominal Duarte, 2007 Semiologia Nutricional • EDEMA: PESQUISA DE EDEMA DESNUTRIÇÃO PROTÉICA • Hipoproteinemia • Hipoalbulminemia • Valores inferiores a 5,0 g/l de PTN totais e inferiores a 2,5 g/l de albumina são capazes de gerar edema. Semiologia Nutricional • Edema: Tornozelo, perna e região sacral (maior tempo acamado, maior grau de desnutrição Albumina). Semiologia Nutricional • Edema: Sinal de cacifo Semiologia Nutricional Edema Excesso de peso hídrico + tornozelo 1 kg ++ joelho 3-4 Kg +++ Raiz dacoxa 5-6 Kg ++++ anasarca 10-12 Kg SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Edema: sinal de godet Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Edema: sinal de godet Duarte, 2007 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Unhas: Deficiência de Zinco, Ferro Duarte, 2007 EXAME GERAL E OBSERVAÇÃO BOCA SINAL COMO VERIFICAR POSSIVEL ANORMALIDADE ESTADO DE DOENÇA Língua inflamada Apresenta-se dolorida e vermelha Deficiência em B3, B9, B2, B12, B6 e Fe, ácido fólico Doença hepática, anemia, síndrome de má absorção Atrofia das papilas Aparência lisa, papilas ausentes ou reduzidas B3, B9, B2, B12, B6 e Fe Doença hepática, alcoolismo, pelagra, má absorção Canadian Dietetic Association, 1994 EXAME GERAL E OBSERVAÇÃO BOCA SINAL COMO VERIFICAR POSSIVEL ANORMALIDADE ESTADO DE DOENÇA Gengivas Esponjosas, sangrando, gengivas retraidas Vitamina C Doença hepática, anemia Canadian Dietetic Association, 1994 EXAME GERAL E OBSERVAÇÃO PELE SINAL COMO VERIFICAR POSSIVEL ANORMALIDADE ESTADO DE DOENÇA Petéquias Pigmentação A cor não esaparece com pressão, Áreas escurecidas, Manchas Deficiencia em vitamina K e C PTN, B3, B9, B12 Escorbuto Alcolismo Hepatite Hipertireoidismo Pelagra Machuca facilmente, Palidez Inspecionar Cor ou cor amarelo esverdeado Vitamina K e C Fe, B9, Cu Escorbuto Anemia Má absorção Canadian Dietetic Association, 1994 Petéquias EXAME GERAL E OBSERVAÇÃO CABELOS SINAL COMO VERIFICAR POSSIVEL ANORMALIDAD E ESTADO DE DOENÇA Pigmentação e quebradiços Examinar área Hipopigmentada PTN, Cu, B7, Zn Kwashiokor Branqueamento Inspecionar B12 Anemia Perniciosa Alopécia Falhas, queda ou cabelos finos PTN, Zn, B7 Kwashiokor doença celíaca Canadian Dietetic Association, 1994 Alopécia Duarte, 2007 Principais Alterações encontradas em Algumas Deficiências Nutricionais Local Manifestações Clínicas Carência Cabelo Perda de brilho, seco, quebradiço, despigmentação, fácil de quebrar Proteína e Zinco Face Seborréia nasolabial, edema de face B2 e Ferro, Proteína Olhos Palidez conjuntival, xerose Ferro, Vit A Lábios Estomatite angulas, queilie B2 Língua Glossite, atrofia das papilas B3, B9 Gengivas Esponjas e sangramento Vitamina C Unhas Quebradiças Ferro e Zinco Tecido subcutâneo Edema, pouca gordura Proteína e calorias Sistema muscoesquelético Atrofia muscular Proteínas e calorias Sistema Nervoso Alterações pscicomotoras, depressão, alterações sensitivas, fraqueza motora, formigamento das mãos Proteína, B6, B12 e B1 PREVALÊNCIA DA DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR NA AMÉRICA LATINA -Argentina: 47,3% (1000 pacientes); (Crivelli A.e col, 2000) -Chile: 37% (528 pacientes); (Kher J. e col, 2000) -Brasil: 44,5% dos pacientes hospitalizados por período de 3 a 7 dias estavam desnutridos e este índice aumentou para 51,2% para os pacientes com 8 a 15 dias de hospitalização e 61% para os que permaneceram por mais de 15 dias); (Waitzberg e col. 2000) OBJETIVO: ESTIMAR O RISCO DE MORTALIDADE E MORBIDADE DA DESNUTRIÇÃO, IDENTIFICANDO E INDIVIDUALIZANDO AS SUAS CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS, COM INDICAÇÃO E INTERVENÇÃO MAIS PRECISA DAQUELES PACIENTES COM MAIOR POSSIBILIDADE DE BENEFICIAR-SE DO SUPORTE NUTRICIONAL. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL (ANSG) 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Crescente número de casos de desnutrição em ambiente hospitalar; Elevação do tempo de internação e de custo; Diferentes métodos para avaliar o estado nutricional, mas nenhuma forma, ISOLADAMENTE, prediz o risco nutricional; Início da década de 80 validou-se método de avaliação clínica capaz de avaliar o risco nutricional em pacientes cirúrgicos; O método acima foi padronizado e atualmente é denominado – Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG); Consiste num método simples e de baixo custo. 2. APLICAÇÃO DA ANSG Consta de questões sobre história clínica e exame físico Primeiro Item – Alterações no peso do paciente • identifica-se o peso atual e o peso habitual, para realização do % de perda de peso. Perdas de 5 a 10% do peso habitual: potencialmente significativa; >10% perda definitivamente importante; • Questiona-se se a perda foi contínua: nos últimos 6 meses (pior prognóstico) ou foi intermitente com períodos de recuperação; 2. APLICAÇÃO DA ANSG Segundo Item – Dieta/Alterações na ingestão alimentar • Deve ser isenta de qualquer intencionalidade; • Inicialmente avalia-se se houve ou não modificações na ingestão alimentar; • Caso tenha ocorrido: avalia-se o tempo da mudança e o tipo da mudança; • As modificações podem ser quantitativas ou qualitativas; • Neste item faz-se necessário utilizar a linguagem facilitada para que os pacientes ou acompanhantes possam compreender e transmitir a informação adequada: Ex: Dieta pastosa hipocalórica 2. APLICAÇÃO DA ANSG Terceiro Item – Presença de Sintomas Gastrointestinais • Os sintomas gastrointestinais somente serão considerados na ANSG caso persistam diariamente por 2 semanas; • Somente será considerada diarréia caso haja 3 evacuações líquidas diárias; • Para se considerar a presença de anorexia é necessário observar mudanças quantitativas ou qualitativas na ingestão alimentar; 2. APLICAÇÃO DA ANSG Quarto Item – Avaliação da Capacidade Funcional • Avalia alterações funcionais que ocorrem conjuntamente com alterações antropométricas e dietéticas; • Perda de peso sem modificação funcional tem melhor prognóstico; • Modificação funcional leve: presença de cansaço ou grau de dificuldade par executar atividades; • Modificação funcional moderada: paciente restrito ao domicílio, com atividades cotidianas interrompidas; • Modificação funcional grave: paciente boa parte do tempo acamado. 2. APLICAÇÃO DA ANSG Quinto Item – Exame Físico • O exame físico permite a avaliação de perda de gordura, massa muscular e presença de líquido no espaço extravascular; • Perda de gordura subcutânea: região triciptal, nível das últimas costelas, área interóssea e palmares das mãos, região dos ombros; • Perda de massa muscular: observação dos músculos deltóide e do quadríceps; • presença de líquido no espaço extravascular: presença de edema na região do tornozelo e na região sacral. ANSG – CONSIDERAÇÕES ANSG é considerado um método com considerável capacidade prognóstica; A habilidade do método depende de vários fatores: idade do paciente, tipo e gravidade da doença; Ponto importante para bons resultados da ANSG é a experiência do avaliador, já que é um método subjetivo. Avaliação Subjetiva Global Do Estado Nutricional NRS, 2002
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