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Dimensionamento de Pavimento Flexíveis - Método da Resiliência Prof. José Paes Leme da Motta APOSTILA 6 Método da Resiliência (Dimensionamento Pav. Flexíveis) • Resiliência: energia armazenada num corpo deformado elasticamente, a qual é devolvida quando cessam as tensões causadoras das deformações; corresponde à energia potencial de deformação. • O intitulado Método da Resiliência foi elaborado pelos engenheiros Salomão Pinto e Ernesto Preussler em 1982. • Este método é preconizado pela norma do tipo procedimento do extinto DNER PRO 269/94. • O método também é conhecido pela designação TECNAPAV. • Utilizado principalmente no dimensionamento de reforço de pavimentos existentes. Critério EMPÍRICO - Método DNER • Ruptura por cisalhamento do Subleito; • Deformações Permanentes ou Plásticas; • Afundamentos Plásticos (Formação de Trilhas de Roda); • Modelos baseados no CBR (USACE)Visão Geral da Disciplina Critério MECANÍSTICO - Método da Resiliência • Ruptura por fadiga do revestimento asfáltico sob carga repetida; • Deformações Resilientes ou Elásticas; • Deflexões na superfície; • Modelos de Resiliência – Dmédia=f(N); • Aplicação do MEF (FEPAVE). Método da Resiliência • O procedimento é fundamentado em modelos de fadiga de misturas betuminosas, no comportamento resiliente típico de solos finos e materiais granulares e no cálculo de tensões e deformações considerando a teoria da elasticidade não linear. • O Método da Resiliência é o primeiro método oficial do DNER a levar em consideração, mesmo que simplificadamente, a resiliência dos materiais no dimensionamento dos pavimentos. 1ª ETAPA - Classificação dos Solos finos quanto à Resiliência Os solos finos coesivos que com frequência encontram-se em subleitos ou em camadas de reforço do subleito, são classificados, de acordo com os parâmetros de resiliência determinados em ensaios triaxiais dinâmicos, nos seguintes tipos: Solos Tipo I: Solos com baixo grau de resiliência - apresentam bom comportamento, como subleito e reforço de subleito, com possibilidade de utilização em camada de sub-base. Solos Tipo II: Solos com grau de resiliência intermediário - apresentam comportamento regular como subleito. Seu uso como reforço de subleito requer estudos e ensaios especiais. Solos Tipo III: Solos com grau de resiliência elevado - não é aconselhável seu emprego em camadas de pavimentos. Como subleito requerem cuidados e estudos especiais. Para fins de análise, devem ser consideradas como camadas granulares constituintes do pavimento, as que contenham materiais com mais que 45 % retidos na peneira de abertura 0,075 mm (# 200). A percentagem de silte (S%) é determinada a partir da seguinte fórmula: S% = 100 – (P1/P2) x 100 Onde: - P1 - percentagem em peso de material com diâmetro inferior a 0,005 mm, determinada na curva de granulometria por sedimentação (Método DNER-ME 51/94). - P2 - percentagem em peso de material com diâmetro inferior a 0,075 mm, determinada na curva de granulometria por sedimentação ( Método DNER-ME 51/94). 2ª ETAPA - Determinação da Espessura Total do Pavimento – Ht: A equação abaixo permite o cálculo da espessura total do pavimento (Ht) em termos de material granular com coeficiente de equivalência estrutural K = 1,00, em função do parâmetro de tráfego N e do CBR do subleito. Ht = 77,67 x N 0,0482 x CBR-0,598 Onde: – Ht – espessura total do pavimento. – CBR – índice de suporte Califórnia (ISC) do subleito. – N – número de repetições do eixo padrão no período de projeto 3ª ETAPA - Determinação da deflexão admissível por meio do Número N do projeto: Os estudos sobre o comportamento á fadiga dos concretos asfálticos fabricados nas faixas A, B e C do DNER, para diferentes tipos de cimentos asfálticos, vêm sendo realizados no país desde 1980. Os modelos de fadiga obtidos resultam de ensaios de compressão diametral de cargas repetidas sob tensão controlada e permitiram, para fins de projeto, relacionar a deflexão do pavimento com o número de aplicações de carga. O critério de cálculo da deflexão admissível (D) a partir de Preussler, Pinto e Medina e dos estudos de Preussler e Pinto, permitiu estabelecer uma equação para quantificar o número cumulativo de repetições (N) da deflexão (D) , que provoca ruptura por fadiga da camada betuminosa de concreto asfáltico, ou seja: log Dadm = 3,147 - 0,188.Log N → Dp ≤ Dadm onde: - Dadm - deflexão admissível (mm). - Dp - deflexão de projeto (mm). - N - número de repetições do eixo padrão no período de projeto. 4ª ETAPA- Determinação da espessura mínima do revestimento HCB = - 5,737 + + 0,972 . I1 + 4,101 . I2 onde: - Dp - deflexão de projeto (mm). - I1 e I2 - Parâmetros em função do tipo de subleito conforme quadro a seguir. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO QUANTO A RESILIÊNCIA 5ª ETAPA - Determinação do Valor Estrutural do Revestimento Betuminoso (VE) pela tabela a seguir: O valor estrutural (VE) da camada betuminosa (HCB) é estabelecido conforme o Quadro a seguir. Esse conceito caracteriza-se por depender da qualidade da mistura betuminosa e da constituição da estrutura do pavimento como um todo. Estudos mostram a precariedade em considerar o coeficiente de equivalência estrutural adotado no método de dimensionamento de pavimentos flexíveis do DNER. Este é considerado constante para cada tipo de material, não dependendo, assim, das características elásticas do sistema estrutural, mostra também, a cautela excessiva de se adotar o valor 2 para misturas asfálticas do tipo concreto asfáltico. Os valores apresentados no Quadro, para caracterizar o valor estrutural do revestimento, foram obtidos através de análises de segmentos construído na rodovia BR-101 (Niterói - Manilha) 6ª ETAPA - Determinação da espessura da camada granular: 7ª ETAPA- Sub-base ou reforço do subleito Segundo o método, a opção de se adotar nas camadas de sub-base ou de reforço de subleito solos finos classificados como Tipo I ou II, mostra-se vantajosa no caso de subleito do Tipo III. Neste caso, a espessura HR (da sub-base ou do reforço) deve ser determinada pela expressão: HT1 = espessura equivalente correspondente ao CBR do subleito HT2 = espessura equivalente correspondente ao CBR da sub-base ou reforço do subleito. - Revestimento Betuminoso em Camadas Integradas De acordo com o método, a adoção de revestimento betuminoso em camadas constituídas de concreto asfáltico e de pré-misturados é uma alternativa a ser considerada a partir das características de deformabilidade das misturas utilizadas. Dispõe-se de um procedimento que utiliza os coeficientes de equivalência estrutural dos materiais, e de outro de base analítica que utiliza o critério da igualdade de deflexões. Este último procedimento é caracterizado pela equações a seguir. Revestimento Betuminoso em Camadas Integradas: Onde: – HCB – espessura total do revestimento betuminoso (cm) – HCA – espessura de concreto asfáltico (cm) – HPM – espessura do pré-misturado (cm) – MPM – módulo de resiliência do pré-misturado (kgf/cm²) – MCA – módulo de resiliência do concreto asfáltico (kgf/cm²) – É conveniente analisar a combinação de HCA e HPM de forma a satisfazer às seguintes condicionantes: HPM > HCA HPM = 1,4 a 1,6 HCA HPM + HCA = HCB HPM = 0,6 HCB
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