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Sistema Ferroviário Brenda Christina Cândido Teixeira Isabela Karolini Tavares Sabrina Cardoso Oliveira Transportes e Estradas II Prof. Dr Thiago Luis Rodrigues da Silva Conceituação As ferrovias são um sistema de transporte sobre trilhos. Esse sistema é formado por várias partes, como a via férrea, estações e pátios, material rodante (locomotivas, carros e vagões) e equipamentos diversos. Contexto histórico Locomotiva Blucher (1814) A máquina destinava-se ao transporte de carvão dentro da mina com capacidade para transportar 30 toneladas a velocidade de 6km/h, sendo a primeira locomotiva a usar rodas com rebordos que a impediam de sair dos carris. 1ª Ferrovia do Brasil (1854) Durante o regime imperial a primeira ferrovia do Brasil foi construída, denominada Estrada de Ferro Mauá, foi inaugurada em 30 de abril de 1854 por Irineu Evangelista de Sousa (Barão de Mauá) e pelo imperador Dom Pedro II. Sua construção foi um passo fundamental para que o país ampliasse as formas de escoamento de mercadorias, melhorando a qualidade das entregas, das exportações e do abastecimento através das importações. Importância do Sistema Ferroviário O sistema ferroviário é importante em vários aspectos, dentre os principais, no setor logístico e econômico. ❏ Criação de Empregos ❏ Patrimônio Histórico ❏ Competitividade ❏ Baixo Custo Materiais Rodantes Definição e Classificação Material Rodante Ferroviário é todo e qualquer veículo ferroviário, capaz de deslocar-se sobre a via férrea. Possui 3 classificações: ❏ Locomotivas; ❏ Carros; ❏ Vagões. Características do Material Rodante ❏ Forma tronco-cônica das rodas, com friso no aro (Vídeo); ❏ Disposição das rodas, em truques, com dois pares de rodas paralelas; ❏ Ligação rígida das rodas aos eixos; https://www.youtube.com/watch?v=KxU3tJDItxw Partes Fundamentais do Material Rodante: Roda ❏ Diâmetro: - Europa – 0,90 ≤ D ≤ 1,0 m; - Brasil e EUA - 0,74 ≤ D ≤ 0,91 m. ❏ Partes Principais: Aro Centro ou cubo. Tipos de Rodas 1) Roda de ferro fundido coquilhado Tem como vantagens: ❏ Menor preço; ❏ Grande dureza; ❏ Maior coeficiente de atrito com as sapatas dos freios. Tipos de Rodas 2) Roda de aço forjado e laminado ❏ São utilizadas em locomotivas, carros e vagões; ❏ São fabricadas a partir de um tarugo de aço. Tipos de Rodas 3) Roda de aço fundido ❏ Inventadas para substituir as rodas de ferro fundido; ❏ Usadas no Brasil, ainda, experimentalmente; Desgaste e reparação dos aros ❏ Os aros deformam-se por desgaste, principalmente, nos frisos; ❏ Em geral, as duas rodas de um eixo são substituídas, após três sucessivos torneamentos (“três vidas”); Desgaste de rodas e trilho ❏ É preferível adotar a solução de escolher trilhos mais duros que causem mais desgaste nas rodas e nos frisos, portanto, é mais fácil e econômico reparar as rodas do que promover a substituição dos trilhos; ❏ O torneamento é feito no material rodante, a cada 100 000 km; ❏ Algumas empresas costumam recompor os frisos das rodas por soldagem, o que gera grande economia na manutenção; A carga, em geral, apoia-se externamente à roda, sobre o prolongamento do eixo. Num eixo distinguem-se três partes principais: ❏ Corpo do eixo; ❏ Seções de calagem das rodas; ❏ Mangas. Partes Fundamentais do Material Rodante: Eixos Partes Fundamentais do Material Rodante: Eixos Dimensões dos eixos: A forma e as dimensões dos eixos são dadas em função dos esforços a que são submetidos, isto é: ❏ Esforços cortantes (cisalhamento); ❏ Flexões. Rodeiros ❏ É o conjunto de duas rodas, colocadas em um mesmo eixo. ❏ As rodas são fixadas ao eixo, por pressão, devido o diâmetro do furo ser menor que o do eixo. Partes Fundamentais do Material Rodante: Eixos As cargas do material rodante são transmitidas aos eixos através dos mancais. As mangas ficam encerradas dentro de um receptáculo, chamado de “caixa do mancal”, onde estão acondicionados os mancais. Partes Fundamentais do Material Rodante: Mancais A Caixa do Mancal é composta, por: ❏ Caixa; ❏ Obturador; ❏ Mancal, propriamente dito que pode ser: 1) De atrito – são de bronze e podem ser de peça única (sem metal de anti-fricção) ou de duas peças (com superfície interior revestida com capa de metal branco); Partes Fundamentais do Material Rodante: Mancais 2) De rolamento – contém rolamentos de esfera. Não têm aplicação muito difundida na indústria ferroviária por ficarem os mesmos, sujeitos a choques violentos na passagem pelas juntas, o que causa ruptura nas caixas de rolamentos e lubrificação. Partes Fundamentais do Material Rodante: Mancais É a estrutura sobre a qual se assenta a caixa do veículo. Tem a dupla função de descarregar sobre as rodas, o peso da carga e transmitir os esforços de tração e frenagem de um veículo a outro. Partes Fundamentais do Material Rodante: Estrado A Suspensão consiste em um sistema de molas interpostas entre a caixa do mancal e o estrado que suporta a caixa do veículo. A suspensão pode ser de dois tipos: ❏ De molas helicoidais; ❏ De molas elípticas. Partes Fundamentais do Material Rodante: Suspensão São pequenos veículos giratórios, de pequena base rígida que se assentam, elasticamente, sobre os rodeiros e recebem o apoio da caixa, por meio de pivôs ou piões. Cada pião é montado sobre uma travessa, no sentido transversal do veículo (travessão), suspenso, elasticamente, nos extremos. Partes Fundamentais do Material Rodante: Truques Os veículos de um trem transmitem, entre si, esforços de tração ou compressão, conforme a variação da velocidade durante a marcha. Para que seus efeitos mútuos se produzam sem choques violentos, é necessário o emprego de engates elásticos, compostos de um aparelho para absorver os esforços de tração e um dispositivo para absorver os esforços de compressão. Os mais comuns são os engates do tipo “E” e “F” Partes Fundamentais do Material Rodante: Engates A Caixa é a estrutura do carro. Seu projeto e construção deve levar em consideração as seguintes condições básicas: ❏ Maior resistência possível, aos esforços mecânicos, não só no serviço normal, como também, em caso de colisões, abalroamentos e descarrilamentos; ❏ Circular silenciosamente, o que exige rigidez nas juntas e máxima estabilidade em velocidades elevadas; ❏ Proporcionar economia na implantação e conservação, o que exige uma construção simples, robusta e durável e que permita fácil manutenção; Partes Fundamentais do Material Rodante: Caixa Observações: - Atualmente, no Brasil, todos os carros são de construção metálica, em geral de aço. - Estão sendo testadas, também, a construção e utilização de vagões de alumínio. Locomotiva As Locomotivas são os principais veículos tratores das ferrovias, servindo para a tração de composições de vagões e/ou carros de todos os tipos. Locomotiva Locomotiva: Classificação As locomotivas podem ser classificadas em: ❏ Locomotivas à vapor; ❏ Locomotivas à diesel; - diesel mecânica - diesel hidráulica - diesel hidrostático - diesel elétrico ❏ Locomotivas elétricas; ❏ Levitação magnética (Maglev) Locomotiva: Classificação 1) Locomotivas a vapor; A Locomotiva a vapor é uma locomotiva propulsionada por um motor a vapor que compõe-se de três partes principais: a caldeira, produzindo o vapor usando a energia do combustível, a máquina térmica, transformando a energia do vapor em trabalho mecânico e a carroçaria, carregando a construção. O vagão-reboque (também chamado "tender") de uma locomotiva a vapor transporta o combustível e a água necessários para a alimentação da máquina. (Vídeo) https://pt.wikipedia.org/wiki/Locomotiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_vapor https://pt.wikipedia.org/wiki/Caldeira https://pt.wikipedia.org/wiki/Vapor https://pt.wikipedia.org/wiki/Combust%C3%ADvel https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_t%C3%A9rmicahttps://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_t%C3%A9rmica https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_(f%C3%ADsica) https://pt.wikipedia.org/wiki/Carro%C3%A7aria https://youtu.be/-1e4XPxrP7A Locomotiva: Classificação 2) Locomotivas a diesel; 2.1) Diesel- mecânica Locomotivas diesel-mecânicas estão entre as mais antigas tentativas de utilização do motor a combustão interna no transporte férreo, apresentam problemas na transmissão no momento da troca da relação de velocidades (marcha) da caixa, que não suporta o elevadíssimo atrito entre os dentes das engrenagens e se partem ou, na melhor, desgastam-se muito rapidamente, além de desintegração das cintas de bloqueio que efetuam as trocas. Locomotiva: Classificação 2) Locomotivas a diesel; 2.2) Diesel- hidráulica Uma locomotiva diesel-hidráulica utiliza uma transmissão hidráulica para enviar a potência do motor diesel para as rodas. Neste tipo de locomotiva, é utilizado um dispositivo chamado “conversor de torque”. Um conversor de torque consiste, de modo geral, de 3 partes, sendo 2 rotativas e 1 fixa. Todas essas 3 partes são seladas em uma carcaça cheia de um fluido (óleo). Locomotiva: Classificação 2) Locomotivas a diesel; 2.3) Diesel- hidrostática Locomotiva diesel-hidrostática é também um tipo de locomotiva hidráulica; O sistema hidrostático é muito comum no nosso cotidiano. Está presente, por exemplo, na direção hidráulica de automóveis, em que o motor do próprio carro gira uma pequena bomba que pressiona o fluido para o pequeno motor hidráulico instalado na cremalheira da barra de direção. Por este motivo, quando o motor está desligado, a direção fica “dura”. Locomotiva: Classificação 2) Locomotivas a diesel; 2.4) Diesel- elétrico Em uma locomotiva diesel-elétrica o motor primário diesel aciona um gerador elétrico que irá transmitir a potência para os motores de tração. Não existe conexão mecânica entre o motor primário e as rodas de tração. Conceitualmente, este tipo de locomotiva é um veículo híbrido, que incorpora sua própria estação geradora, feita para operar em áreas em que a estrada de ferro não é eletrificada. Locomotiva: Classificação 3) Locomotivas elétricas As locomotivas elétricas são alimentadas externamente, seja por meio de fios superiores ou por um terceiro trilho. Embora o custo de eletrificação de uma linha seja muito grande, a operação dos trens elétricos é significativamente mais barata do que os movidos a diesel, isto para além de terem uma capacidade superior de aceleração e de travagem, o que os torna ideais para o transporte de passageiros em zonas populacionais densas. Praticamente todos os trens de alta velocidade usam locomotivas elétricas porque não seria fácil transportar a bordo a quantidade de energia necessária para tão alto desempenho. Locomotiva: Classificação 4) Levitação magnética (Maglev) A mais recente tecnologia aplicada a locomotivas é a levitação magnética. Estes comboios, alimentados por eletricidade, possuem um motor aberto especial que faz flutuar o comboio acima da linha, sem necessidade de utilização de rodas, o que reduz a fricção apenas ao contato do comboio com o ar. Existem muito poucos sistemas de Maglev em operação dado o seu custo ser muito elevado. (Vídeo) https://youtu.be/du_IEcb9Exg Carro Ferroviário O carro ferroviário, que é designado para o transporte de passageiros. Ele pode ser personalizado de diferentes formas, visando atender qualquer necessidade. Carro Ferroviário Vagões 1) Plataforma Vagão constituído de um simples estrado e destina-se ao transporte de mercadorias pesadas que não necessitam de proteção (veículos, máquina, peças, trilhos, laminados, madeira, etc.). Tipos de Vagões 2) Tanque Vagão formado de um tanque cilíndrico presa um estrado. Tem por finalidade o transporte de líquidos como gasolina, óleos, álcool, melaço, ácidos e etc. Tipos de Vagões 3) Isotérmico/ Frigorífico Vagão fechado e isolado termicamente. Destina-se ao transporte de mercadorias que necessitam de baixa temperatura para sua conservação, tais como carnes, peixes, frutas, leite, etc. Tipos de Vagões 4) Especial Vagão próprio para o transporte de grandes peças que não podem ser conduzidas em vagões comuns, dependendo do que é solicitado. Ex: turbinas, máquinas, transformadores. Tipos de Vagões Foto: Carlos Alberto R. Alvarenga Referência: Humberto M. Torres, in Revista Ferroviária, Ago. 1961 (Pesquisa e digitalização: Chris R.) 5) Fechado Os vagões fechados apresentam uma proteção completa da carga que está sendo transportada, podendo ser utilizado para carregar diferentes mercadorias. Tipos de Vagões 6) Gaiola Vagão construído com as paredes em treliça, de modo a permitir ampla ventilação e a facilidade de limpeza e desinfecção. Destina-se ao transporte de animais vivos. Ex: bois, cavalos, carneiros, aves, etc. Tipos de Vagões 7) Gôndola Vagão aberto, constituído de bordas laterais tombantes, que permitem conter a mercadoria. Adequado para o transporte de minérios, carvão, calcário, brita, etc. Tipos de Vagões 8) Hopper Esse vagão se caracteriza por apresentar um sistema de descarga diferenciado da maioria. Dessa forma, a sua estrutura é composta por um grande funil na qual existem aberturas inferiores para a realização da descarga. Tipos de Vagões Estações Estação designa-se como uma parada ou um local de permanência. Neste contexto, são instalações que identificam, geralmente, uma cidade ou vila ao longo da linha, pelas quais os trens passam em desvio, diretos, ou parando na plataforma em horários determinados. Estações Por ordem de importância as estações podem ser classificadas em: ❏ Abrigos; ❏ Paradas; ❏ Estações do tipo padrão; ❏ Estações específicas para passageiros; ❏ Grandes estações centrais ou terminais; ❏ Estações de integração intermodais; Classificação das Estações 1) Abrigos Pequena construção de madeira ou alvenaria, utilizada para paradas facultativas dos trens de zona rural. Classificação das Estações 2) Parada Consiste de uma pequena construção e de um desvio, para atender pequeno movimento de passageiros e mercadorias e cruzamentos de trens, em lugares de parada facultativa, em zona rural Classificação das Estações 3) Estações do tipo padrão Possuem, além de plataforma, um edifício dotado de sala de espera com sanitários para os usuários, locais para bagagem e mercadorias, e sala para o agente da estação. Dispõem de vários desvios para o movimento dos trens. Classificação das Estações 4) Estações específicas para passageiros São compostas pelo edifício dotado de toda a infra-estrutura para receber e atender os passageiros durante o tempo de permanência. Classificação das Estações 5) Grandes estações centrais ou terminais; São compostas pelo edifício dotado de toda a infra-estrutura, com um grande fluxo de pessoas e de movimentação de carga. Classificação das Estações 6) Estações de integração intermodais Estações Intermodais ou Terminais Intermodais, levando em consideração o TRANSPORTE, é um local onde se encontram mais de um tipo de transporte onde possa ser realizada a integração. Classificação das Estações Pátios Ferroviários Correspondem ao conjunto de instalações ferroviárias e sistemas de feixes de linhas, onde se processam: ❏ Formação de trens; ❏ Carga; ❏ Descarga; ❏ Estacionamento; ❏ Oficina do material rodante; ❏ Outros. Definição Pátios de Cruzamento São pátios destinados apenas para o cruzamento ou ultrapassagem de trens. Utilizado em linhas singelas com o objetivo de permitir o cruzamento de trens em sentidos opostos. Tipos de Pátios Pátios de Triagem São caracterizados por permitirem operações de fracionamento ou formação de composições sendo, normalmente, situados em pólos industriais ou urbanos de grande porte, ementroncamentos de duas linhas e nos pontos de quebra de tração (mudança do perfil da linha, final de serra e início de planalto). Vídeo Tipos de Pátios https://www.youtube.com/watch?v=6nz-n49pIFQ Pátios Terminais São caracterizados por possuírem: ❏ Maior movimento de carga e descarga de mercadorias (Terminais de Carga); ❏ Maior movimento de passageiros (Terminais de Passageiros). Tipos de Pátios As linhas ou vias que compõem os pátios e formam os “feixes de linhas”, têm características específicas e podem ser descritas como segue: ❏ Principal ❏ Secundária ❏ Circulação ❏ Específica Partes componentes de um pátio: Linhas É um conjunto de três desvios de linha, interligados em forma de triângulo, que permite inverter o sentido de tráfego de um trem. Partes componentes de um pátio: Triângulo de Reversão É uma bandeja giratória que pode direcionar os veículos ferroviários para linhas que saem em várias direções a partir do centro do aparelho. Partes componentes de um pátio: Girador Quando a quantidade de vagões a serem classificados é elevadíssima, utiliza-se o sistema de classificação por gravidade que é composto por rampa e contra-rampa e é localizado entre o pátio de recepção e o de classificação. Nestes pátios, a frenagem é controlada por computadores, em função de dados fornecidos, tais como: - Peso do vagão; 172 - Extensão a percorrer; - Velocidade de saída de contra-rampa (medida com radar); - Condições da superfície de rolamento dos trilhos (seco, úmido). Pátio de classificação por Gravidade Terminais Um terminal ferroviário também serve como o ponto final de linhas férreas, assim como nos terminais rodoviários. Porém, como aqui estamos falando de terminal ferroviário de cargas, seu funcionamento é um pouco diferente. São nesses “pontos finais” de uma linha que acontece o carregamento ou descarregamento de cargas. Definição Terminal Ferroviário de Rondonópolis ❏ A principal função das linhas de trens das ferrovias de cargas é realizar o transporte desses itens para o consumo interno ou para a exportação; ❏ Terminais de carga vs Terminais de descarga. Importância Existem dois tipos de balanças ferroviárias: a balança estática, onde as pesagens acontecem com os trens parados em um terminal ferroviário, e as balanças dinâmicas, que permitem que as pesagens sejam feitas mesmo com os trens em movimento. Pesagem Via Férrea e sua construção Definição e Classificação Via Férrea um sistema de transporte terrestre, autoguiado, em que os veículos (motores e rebocados) se deslocam com rodas metálicas sobre duas vigas contínuas longitudinais, também metálicas, denominadas trilhos. É dividida em: ❏ Infraestrutura ❏ Superestrutura Infraestrutura Ferroviária A infraestrutura é a responsável pelas obras realizadas que formam a estrutura de base da estrada, onde deve suportar a superestrutura. Além disso é feita uma terraplanagem. É composta por: ❏ Obras e Terraplenagem (cortes e aterros); ❏ Obras de Arte Corrente (sarjetas; valetas; descidas d´agua; bacias de dissipação; bueiros; pontilhões; drenos e taludes); ❏ Obras de Arte Especiais (pontes; túneis; contenção de talude); Infraestrutura ferroviária de VLT Superestrutura Ferroviária A Superestrutura das Vias Férreas é construída de modo a poder ser restaurada sempre que houver desgaste, pois estão sujeitas à ação de desgaste do meio ambiente (intempéries) e das rodas dos veículos. É constituída em: ❏ Plataforma Ferroviária; ❏ Via Permanente; Superestrutura ferroviária Plataforma Ferroviária Plataforma Ferroviária é, em princípio, a superfície final resultante da terraplenagem que limita a Infra-estrutura. É considerada como suporte da estrutura da via, da qual recebe, através do lastro, as tensões devidas ao tráfego e também às cargas das demais instalações necessárias à operação ferroviária (posteamento, condutores, cabos, sinalização, etc.). Plataforma Ferroviária 1) Bitolas Denomina-se Bitola, à distância entre as faces internas das duas filas de trilhos, medida a 16 mm, abaixo do plano de rodagem (plano constituído pela face superior dos trilhos) a definição da bitola afeta o custo e eficiência da ferrovia, logo sua escolha torna-se crucial antes de qualquer outro procedimento. Bitola 1.a) Tipos de Bitolas ❏ Bitola larga (maior que 1,435m) é mais cara, mas tem maior capacidade de acomodação e velocidade. ❏ Bitola muito estreita (0,60 m) é utilizada em percursos menores e apenas para carga de minerais ou produtos agrícolas. ❏ Uma bitola estreita de 1,00 m permite transporte de cargas diversas e de passageiros com conforto e custo razoáveis ❏ Bitola mista permite que trens de diferentes bitolas possam operar no mesmo trecho. No Brasil, pelo Plano Nacional de Viação, a ‘bitola padrão”, é a de 1,60 m (bitola larga), porém a que predomina é a “bitola estreita” ou “bitola métrica” com 1m. Contudo, existem, outras bitolas, diferentes destas duas, sendo ainda utilizadas. Tipos de Bitolas Gabarito Ferroviário ❏ O gabarito da via férrea é um modelo geométrico que fixa as dimensões máximas com que o veículo ferroviário pode ser construído, as dimensões máximas da carga e fornece em função das bitolas adotadas, a área da seção transversal, mínima necessária para a livre circulação na via. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=IoDh5n3-TG0 Geometria de Via Permanente Curvas As ferrovias têm exigências mais severas quanto às características das curvas que as rodovias. A questão de aderência nas rampas, a solidariedade rodas-eixo e o paralelismo dos eixos de mesmo truque impõem a necessidade de raios mínimos maiores que os das rodovias. Curvas O início da curva geralmente é marcado por um trecho de transição, em que o lado externo da curva começa a subir em relação ao seu lado interno. Em seguida começa o trecho chamado de circular, em que a diferença de nível de um lado da curva em relação ao outro se mantém inalterado. Até que, à medida que vamos saindo da curva, este desnível vai diminuindo até chegar a zero novamente na tangente. Curvas: Superelevação de Ferrovias Esta diferença de nível aplicada nas curvas é chamada de superelevação e é um recurso que os projetistas utilizam para contrabalancear o efeito da força centrífuga (aquela que você estudou em física que faz o objeto sair pela tangente). A aplicação da superelevação consiste em elevar o trilho externo para inclinar a via de forma a criar uma força centrípeta que anulará o efeito da força centrífuga e permitirá aos veículos atingir maiores velocidades com maior segurança. Curvas: Superelevação de Ferrovias A superelevação prática é definida como 2/3 da superelevação teórica. Já a superelevação teórica é o resultado de uma equação em que a força centrífuga gerada por uma composição circulando em uma curva com bitola e raio específicos, na velocidade máxima da via, é anulada pela força centrípeta criada pela inclinação da composição. Curvas: Rampas Outro parâmetro que define a geometria de uma via é a rampa. O valor da rampa, geralmente expressado em porcentagem, é que descreve a variação da cota da via. A rampa é calculada dividindo a diferença de cota entre dois pontos pela distância entre estes dois pontos ao longo da via. Cremalheiras A Cremalheira é um sistema exclusivo do Brasil. O trecho possui oito quilômetros de extensão, com inclinações de até 10% (ou seja, o trem sobe um metro a cada dez percorridos). Para que o trem possa trafegar nesse trecho, o sistema de tração da locomotiva é feito com uma roda dentada que incide sobre um terceiro trilho, também dentado, colocado entre os dois trilhos convencionais. Via Permanente A Via Permanente é constituída pelos seus quatro elementos principais: ❏ Sublastro; ❏ Lastro; ❏ Dormentes; ❏ Trilhos; 1) Sub-lastro É a camada superior da Infra-estrutura, e tem as seguintes funções: ❏ Aumentara capacidade de suporte da plataforma, permitindo elevar a taxa de trabalho no terreno, ao serem transmitidas as cargas através do lastro; ❏ Evitar a penetração do lastro na plataforma; ❏ Aumentar a resistência do leito, à erosão e à penetração da água, concorrendo pois, para uma melhor drenagem da via; ❏ Permitir relativa elasticidade ao apoio do lastro, para que a Via Permanente não seja excessivamente rígida. 1.a) Material para o Sub-lastro O material a ser selecionado para o sub-lastro deve obedecer, aproximadamente, às seguintes especificações: ❏ IG (Índice de Grupo) – igual a 0 (zero); ❏ LL (Limite de Liquidez) – máximo de 35; ❏ IP (Índice de Plasticidade) – Máximo de 6; ❏ Classificação pela tabela da HRB (Highway Research Board) – grupo A1; ❏ Expansão – máxima 1%; ❏ CBR (Índice de Suporte Califórnia) – mínimo de 30. 1.b) Compactação O sub-lastro deverá ser compactado de modo a obter-se peso específico aparente, correspondente a 100% do ensaio de Proctor Normal. 1.c) Espessura Geralmente, um sub-lastro com 20 cm de espessura, será suficiente para atender às citadas exigências. Ensaio de Proctor 2) Lastro O Lastro é o elemento da superestrutura, situado entre os dormentes e o sub-lastro e tem como funções especiais: ❏ Distribuir, convenientemente, sobre o sub-lastro, os esforços resultantes das cargas dos veículos, produzindo uma taxa de trabalho compatível com a capacidade de carga da mesma; ❏ Formar um suporte, até certo ponto, elástico, atenuando as trepidações resultantes da passagem dos veículos; ❏ Sobrepondo-se à plataforma, suprimir suas irregularidades, formando uma superfície contínua e uniforme, para os dormentes e trilhos; ❏ Impedir os deslocamentos dos dormentes quer no sentido longitudinal, quer no sentido transversal; ❏ Facilitar a drenagem da superestrutura. 2.a) Material para o Lastro ❏ Terra; ❏ Areia; ❏ Cascalho; ❏ Escória; ❏ Pedra Britada - É o melhor tipo de lastro. É resistente, inalterável pelos agentes atmosféricos e químicos. É permeável e permite um perfeito nivelamento (socaria) do lastro. É, limitadamente, elástico e não produz poeira. Ao ser definida a utilização de pedra britada, como lastro, deve-se optar pelas rochas de alta resistência (duras). As rochas mais apropriadas para utilização em lastro ferroviário, são: Granito; Micaxisto; Quartzito; Diorito; Diabásio; Gneiss. 2.b) Especificações no Brasil ❏ Peso específico mínimo: 2,7 tf/m3 (26,5 kN/m3 ); ❏ Resistência à ruptura: 700 kgf/cm2 (6,87 kN/cm2 ou 70 Mpa); ❏ Solubilidade: Insolúvel (ensaio: 7,0 dm3 de material é triturado e lavado. Em um vaso, a amostra é agitada durante 5 minutos, a cada 12 horas, por 48 horas. Se houver descoloração, é considerada solúvel e portanto, imprópria.) ❏ Absorção: aumento de peso ≤ 8 gf/dm3 (ensaio: Uma amostra de 230 gf é mergulhada em água durante 48 horas); ❏ Substâncias nocivas: ≤ 1%, em peso, de substâncias nocivas e torrões de argila (ensaio: NBR 7218:2010 (antigo MB 8) - ABNT); 2.b) Especificações no Brasil ❏ Granulometria: ¾”< d< 2 ½ “ (2,0 cm< d< 6,0 cm). (Obs.: As pedras do lastro não devem ter grandes dimensões, para não trabalharem como cunhas, diminuindo a durabilidade do nivelamento e nem pequenas dimensões, de modo a facilitarem a “colmatação” do lastro, perdendo este, sua função drenante). ❏ No ensaio de peneiramento que deverá ser feito conforme o NBR NM 248 (antigo MB 6) ABNT, devemos ter: Os resultados dos ensaios de peneiramento, são lançados em uma “curva granulométrica”, devendo ficar contidos, inteiramente, na faixa especificada: ❏ Resistência à abrasão: Ensaio Los Angeles : O Ensaio de Resistência à Abrasão Los Angeles, é efetuado para verificar se a brita é, suficientemente, resistente a este tipo de esforço mecânico A percentagem de desgaste, em relação ao peso inicial da amostra ou Coeficiente de Abrasão Los Angeles, é dada por: CLA=[(P-Pr)/P]×100 Onde: P – peso da amostra; Pr – peso do material retido na peneira nº 12; Observação: para a pedra de lastro: CLA ≤ 35% Para o cálculo da altura do lastro sob os dormentes, devem ser resolvidos dois problemas: 1) Distribuição de Pressões, transmitidas pelos dormentes, sobre o Lastro O estudo aplicado dos conceitos de mecânica dos solos, adaptados com o caso lastro de pedra britada, de Arthur Talbot, tem tido grande aplicação no cálculo da altura do lastro.Talbot desenvolveu um diagrama de distribuição de pressões no lastro, na forma de “bulbos” isobáricos. k% = (p / po) x 100 Onde: p – pressão em um ponto qualquer, do perfil; po – pressão na face inferior do dormente. 2.c) Altura do Lastro A curva de variação das pressões máximas no lastro (abaixo do centro dos dormentes), em função da altura do lastro, é dada por: ph = (16,8 / h1,25) x po Onde: ph – pressão na profundidade “h”; po – pressão na face inferior do dormente; h – altura do lastro, em polegadas. Determinação da pressão (po), na base do dormente: po = P / (b x c) Onde: P – carga a ser considerada sobre o dormente; b – largura do dormente; c – distância de apoio, no sentido longitudinal do dormente. Em virtude da distribuição de carga para os dormentes vizinhos, por causa da rigidez dos trilhos e da deformação elástica da linha, o peso “P”, deverá ser considerado, como segue: P = Pc = (Pr / n) x Cd Onde: Pr – peso da roda mais pesada, (Peixo / 2); n – coeficiente adimensional. (n = d); Cd – Coeficiente Dinâmico ou de Impacto (aplicado por serem, as cargas, dinâmicas). a altura do lastro pode ser obtida de duas formas: a) a partir da expressão : h = [(53,87 / ph) x po ] (1/1,25) b) Pelo Diagrama de Talbot, que fornece os valores de “h”, em função de k% = (p /po) x 100. 2) Determinação do Valor da Pressão Admissível, na plataforma (P) O valor poderá ser obtido, por uma das seguintes maneiras: - Provas de carga, “in-situ”; - Teorias da Mecânica dos Solos: - Procedimento prático. Por estes métodos, obtemos um valor de “pr“, com o qual se calcula P= pr / n Onde: pr – pressão de ruptura do solo; n – coeficiente de segurança, (variando entre 2 e 3). Na falta de dados mais precisos sobre “P“ pode ser adotado o seguinte procedimento empírico, perfeitamente satisfatório, para fins práticos: Sendo conhecido o valor do CBR: CBR = (p / 70) x 100 Logo: p = (70 x CBR) / 100 Adota-se, então: P= p / N , onde 5 < N < 6 3) Dormentes Dormente é o elemento que tem por função, receber e transmitir ao lastro os esforços produzidos pelas cargas dos veículos, servindo de suporte dos trilhos, permitindo sua fixação e mantendo invariável a distância entre eles (bitola). Os dormentes podem ser de: ❏ Madeira; ❏ Aço; ❏ Concreto; Dormentes de Madeira 3.a) Dimensões As normas brasileiras, estabelecem, para comprimento(c), largura(b) e altura(h), respectivamente: ❏ bitola de 1,60 m: 2,80 x 0,24 x 0,17 (m); ❏ bitola de 1,00 m: 2,00 x 0,22 x 0,16 (m). São permitidas as seguintes tolerâncias, no recebimento: - Comprimento: ±5,0 cm; - Largura: ±2,0 cm; - Espessura: ± 1,0 cm. 1ª Classe – aroeira; sucupira; jacarandá; amoreira; angico; ipê; pereira; bálsamo; etc. 2ª Classe – angelim; araribá; amarelinho; braúna; carvalho do Brasil; canela-preta; guarabu; jatobá; massaranduba; peroba; pau-brasil; baru; eucalipto(citriodora, paniculata, rostrata, etc.). 3ª e 4ª Classes – madeiras identificadas com as de 1ª e 2ª Classes, mas com defeitos toleráveis. 3.b) Classes Madeira O melhor dormente de madeira, no Brasil, é o de sucupira que dá ótima fixação ao trilho, possui dureza e peso específicos elevados e grande resistência ao apodrecimento, podendo durar mais de 30 anos na linha. 3.c) Durabilidade Além da qualidade da madeira, outros fatores têm influência na durabilidade dos dormentes. Entre eles podemos citar: clima; drenagem da via; peso e velocidade dos trens;época do ano em que a madeira foi cortada; grau de secagem; tipo de fixação do trilho; tipo de lastro;tipode placa de apoio do trilho, no dormente. Quanto à durabilidade do dormente, dois fatores distintos devem ser considerados: - resistência ao apodrecimento; - resistência ao desgaste mecânico. Assim: Vida Útil = f(apodrecimento, desgaste mecânico). 3.d) Resistência Mecânica da Madeira Como a resistência mecânica depende da densidade da madeira podemos relacionar dentre as madeiras a paineira, com 0,26 kgf/dm3 , entre as mais leves e a aroeira, com 1,21 kgf/dm3 , entre as mais pesadas.. Já no Brasil onde ainda existe madeira de boa qualidade, disponível para utilização na fabricação de dormentes, adota-se 0,70 kgf/dm3 , como densidade mínima de aceitação. Entretanto, em outros países, em que é mais escassa a madeira, já são utilizadas madeiras de densidades muito inferiores a essa. 3.e) Apodrecimento da Madeira O apodrecimento da madeira é causado por agentes biológicos como fungos e insetos (formigas e térmitas) que se alimentam de tecido vegetal morto ou vivo. O desenvolvimento do fungo será tanto mais vigoroso, quanto mais favoráveis, forem as condições do meio sendo suas exigências fundamentais: material nutritivo; temperatura; aeração; 3.f) Tratamento químico para dormentes de madeira O tratamento químico da madeira consiste em tornar tóxico aos fungos e insetos, através de sua impregnação com antissépticos, os alimentos procurados pelos mesmos. Os antissépticos mais utilizados podem ser classificados em dois grupos: - Preservativos oleosos (creosoto e pentaclorofenol) - Preservativos hidrossolúveis; A escolha do preservativo para os dormentes que estão em contato, quase que direto com o solo e expostos às intempéries tem como o melhor tipo de tratamento o oleoso (creosoto). 3.g) Métodos de tratamento de dormentes ❏ Processos sem pressão: - Pintura ou aspersão; - Imersão a quente ou a frio; - Difusão; ❏ Processos com pressão e vácuo: - Processos de célula cheia (full cell); - Processos com célula vazia (empty cell); - Processos com gás liquefeito; O processo com pressão e vácuo é o que produz resultados mais eficientes e garantidos. 3.g) Método da Célula Cheia (tratamento com pressão e vácuo) ou Método de Bethel Este método caracteriza-se por produzir vácuo no interior das células do tecido lenhoso, para posterior preenchimento das mesmas com o preservativo (célula cheia). 3.g) Processo da Célula Vazia. No Tratamento pelo Método da Célula Vazia, existem duas variantes deste método: - Processo Rueping; - Processo Lowry. Dormentes de Aço 3.a) Características O dormente metálico é, relativamente, leve (70 kgf) e de fácil manuseio e assentamento. Essa leveza, entretanto, é indesejável para linhas de tráfego pesado. Além disso, o aço é, também, um grande propagador de ruídos, devidos às vibrações do tráfego e bom condutor de eletricidade, dificultando o isolamento entre as duas filas de trilhos que é necessário para os circuitos de sinalização da linha. É um dormente mais caro e apresenta o inconveniente de ser específico para um determinado perfil de trilho, não podendo ser aproveitado, no caso de sua substituição por outro perfil. Os furos, para passagem dos parafusos, tendem a enfraquecer o dormente, originando fissuras que ao se estenderem, inutilizando a peça. Esse inconveniente pode ser contornado, adotando-se um tipo de dormente que tem a chapa de nervuras soldada na posição de apoio do patim do trilho e fixação do tipo GEO. Dormentes de Concreto a) Dormente de Concreto Monobloco Protendido Os primeiros dormentes de concreto monobloco protendidos acabavam fissurando na parte média, devido sua grande rigidez. Com o desenvolvimento da tecnologia do concreto protendido e com o aperfeiçoamento do seu desenho, quando então a face inferior central ficou mais alta e com protensão mais reforçada, foram obtidos dormentes de concreto protendido, de alta qualidade e que têm se portado, satisfatoriamente, sob condições severas de serviço. b) Dormente Misto ou Bi-bloco É chamado de “Dormente RS”, constituído por dois blocos de concreto armado, ligados por uma viga metálica; esta viga desempenha um papel preponderante, porque tem um comprimento quase igual ao do dormente e constitui a robusta armadura principal dos blocos de concreto. Graças à elasticidade desta, o dormente de concreto, não absorve esforços do lastro, no meio do vão e os dois blocos de concreto, muito robustos, resistem à maioria dos esforços de flexão estática e flexão alternada, aos quais são muito sensíveis, os dormentes monobloco, de concreto protendido c) Dormente Poli-bloco É chamado “Dormente FB”, constituído por dois blocos de extremidade de concreto armado, ligados, elasticamente, por um bloco intermediário de concreto (viga), através de cordoalhas de aço tensionadas, com até 15 tf. Esse dormente foi projetado para possuir as mesmas características de deformabilidade e resistência da madeira, com a durabilidade do concreto, não devendo, portanto, alterar o caráter elástico da via permanente e nem devendo ser assemelhado a um dormente de concreto protendido. Fixação dos trilhos ao dormente de concreto A fixação do trilho ao dormente de concreto não deve ser rígida para não danificar o concreto em seus pontos de contato. Nessa fixação é utilizada uma placa de apoio, fixada ao dormente por meio de parafusos. A fixação do trilho à placa é feita de várias formas. As mais comuns, atualmente, são: por meio de castanha e porca, guarnecidas por uma arruela de pressão; Vídeo https://youtu.be/02pWbr9bgbA Trilhos Definição Trilho é o elemento da superestrutura que constitui a superfície de rolamento para as rodas dos veículos ferroviários, servindo-lhes, ao mesmo tempo, de apoio e guia. As características necessárias para que o trilho exerça suas funções, são: - Dureza; - Tenacidade; - Elasticidade; - Resistência à flexão. Entre os materiais disponíveis, atualmente, é o aço o que atende melhor a estas exigências. Composição de aços para trilhos ❏ Ferro - 98% da composição do trilho. ❏ Carbono; ❏ Manganês; ❏ Silício; ❏ Fósforo; ❏ Enxofre; Trilho Vignole: Partes e Funções O trilho que se mostrou mais eficiente no transporte ferroviário foi o em formato de “T”, sendo em específico o Vignole. Essa estrutura é dividida em três áreas, cada uma com sua finalidade e importância, são elas: - Alma: É a parte mais estreita do trilho, fazendo a ligação do patim com o boleto. Por causa da sua forma, a alma fica responsável pela resistência à flexão vertical do trilho. Assim, quanto maior sua altura, maior a capacidade de carga do trilho. - Boleto: É onde ocorre o contato da roda com o trilho, portanto, é a parte que recebe primeiro toda a carga do veículo ferroviário e que sofre mais desgaste. - Patim: É a área inferior achatada do trilho e tem a função de distribuir a pressão ao dormente e de receber a fixação. Tal parte fica confinada pela placa de apoio, garantindo a restrição ao movimento do trilho. Especificações e ensaios de recebimento Assim, de acordo com as normas vigentes da ABNT, temos: Dimensões e Peso: Os trilhos eram fabricados no Brasil, nos comprimentos padrão de 12 m e 18 m. Os trilhos chineses podem ser encomendados com até 100 m de comprimento, exigindo, entretanto, equipamentos especiais para o seu manuseio. Tolerâncias: - Comprimento: ± 3 mm; - Dimensões da seção transversal: 0,5 mm; - Peso: até 2%, na pesagem dos lotes de 50 pç, desde que na totalidade da encomenda, seja ≤ 1%. Atualmente, todo o trilho consumido no país (cerca de 80.000 toneladas/ano), é importado, principalmente, da China e da Polônia. Especificações e ensaios de recebimento ❏ Prova de Choque: É um ensaio efetuado em uma máquina que deixa cair um peso de2.000 libras (907,2 kgf), de uma altura padronizada conforme o peso do perfil ensaiado, em queda livre no meio do vão, de uma amostra de trilho apoiada em suportes ajustáveis, vão este que pode variar de 91 a 142 cm. A altura de queda varia de 4,88 a 6,10 m, dependendo da seção do trilho ensaiado. O comprimento do corpo de prova varia entre 120 e 180 cm e sua temperatura não deve exceder a 38° C. São ensaiadas amostras de todas as corridas, (uma por lingote). Especificações e ensaios de recebimento ❏ Ensaio de Tração: Do boleto dos trilhos já ensaiados ao choque, são retirados C.P. que serão levados à máquina de tração. Os resultados deste ensaio de tração deverão enquadrar-se, como segue: - Carga de ruptura: 70 a 80 kgf; - Limite de elasticidade: 35 a 40 kgf/mm2 - Alongamento, em 200 mm: 10 a 12%. Se 10% do material, não atender às especificações, toda a corrida deverá ser rejeitada. ❏ Ensaio de Dureza Brinnel: Utiliza-se uma esfera de 10 mm de diâmetro, a qual é comprimida contra o C.P, com um esforço de 3.000 kgf, durante um determinado intervalo de tempo. O Índice de Dureza Brinnel será dado, por: DB =P / S = 3.000 / S Onde: S – área da depressão impressa na superfície do trilho; S = (π . D) / (D² – d²)^½ Neste ensaio: DB ≥ 210 kgf/mm² , para trilhos comuns de aço carbono. Especificações e ensaios de recebimento ❏ Ensaio de Resiliência: É aplicado em 2% dos trilhos e determina o índice de fragilidade do aço, em função de sua estrutura cristalina. É efetuado em C.Ps. de 55 x 10 x 10 mm, nos quais se faz um entalhe com ferro redondo de 2 mm. Os C.Ps. são submetidos a sucessivos choques, até a fratura. Não se obtém resultados conclusivos sendo este, portanto, um ensaio de avaliação qualitativa. ❏ Ensaio Micrográfico: Ataca-se a superfície de um corpo de prova (C.P.) com iodo, em solução alcoólica, submetendo-se após, a seção a um exame em microscópio. Este ensaio permite caracterizar: - Inclusões (matéria estranha); - Zonas de diferentes concentrações de carbono; - Estruturas de grãos muito grossos; - Fissuras superficiais e etc; É um ensaio facultativo e tem caráter qualitativo. ❏ Ensaio Macrográfico: Ataca-se a superfície de uma amostra, com um reativo cuja velocidade de corrosão depende da composição do mesmo. Os mais utilizados são: - Reativo de Heyn (cloreto duplo de cobre e amônio, em H2O); - Reativo de Baumann (brometo de prata). Estes reativos reagem de forma diferente com os diversos componentes do aço, revelando segregações, inclusões, etc. Destina-se, então, o ensaio a mostrar, qualitativamente, sua estrutura macroscópica (homogeneidade química), a olho nu. Especificações e ensaios de recebimento ❏ Composição Química: São feitas análises químicas em limalhas (partículas metálicas), retiradas das amostras das formas correspondentes a um dos três primeiros e um dos três últimos lingotes de uma corrida determinado-se as percentagens de carbono e manganês. Percentagens de fósforo, enxofre e silício, são determinadas em aparas misturadas, uniformemente. A média dos valores encontrados deve corresponder aos limites estabelecidos para a composição química do trilho. ❏ Ensaio de Entalhe e Fratura: Um corpo de prova que tenha passado no ensaio de choque é entalhe e fraturado. Se a face da fratura de qualquer destes C.Ps. exibir trincas, esfoliações, cavidades, matéria estranha incrustada, ou ainda, uma estrutura brilhante e de granulometria, excessivamente, fina o trilho de topo do lingote, representado pela amostra, passa a ser classificado como TRILHO X. Classificação dos trilhos ❏ O critério da ASTM (American Society for Testing Materials) estabelece o seguinte critério de classificação, para os trilhos: ❏ Trilho nº 1 – isento de qualquer defeito (podem ser assentados em qualquer via). ❏ Trilho X – aquele que no Ensaio de Entalhe e Fratura, apresentou trincas esfoliações, cavidades, matéria estranha incrustada ou estrutura brilhante e de granulação fina (só podem ser assentados em via acessória, desvio e como contra-trilhos de passagem de nível, de obra de arte e de curva). ❏ Trilho nº 2 – trilho que não contém imperfeições de superfície em tal número ou de caráter tal que no julgamento do inspetor encarregado, não o tornam impróprio para o uso (podem ser assentados em qualquer via, com exceção de curva de raio inferior a 400mm, túnel, ponte, AMV, travessão, cruzamento e com conexão de aparelhos mencionados). Identificação dos trilhos ❏ Padrão ABNT utilizados nos trilhos produzidos, os quais a fabricação foi interrompida na década de 90. No entanto, ainda é possível encontrar estes padrões de identificações. Dilatação dos Trilhos ❏ Cálculo da folga das juntas de dilatação j = α l( tm – tc ) + 0,002 ❏ Cálculo do diâmetro do orifício d = b + ½ jmáx ❏ Cálculo da distância do primeiro furo à extremidade do trilho. Tem-se: e = ( a / 2 ) – x x = ( d / 2 ) – ( b / 2 ) = ½ ( d – b ) e = ( a / 2 ) – ½ ( d – b ) e = ½ ( a + b - d ) Defeitos nos trilhos: Fabricação ❏ Vazio (bolsa de contração). ❏ Segregações; ❏ Inclusões; ❏ Fissuras Transversais; ❏ Defeitos de Laminação; Defeitos nos trilhos: Avarias originadas em serviço ❏ Deformação das Pontas; ❏ Auto-Têmpera Superficial; ❏ Escoamento do Metal na Superfície do Boleto; ❏ Desgaste da Alma e do Patim, por Ação Química; ❏ Desgaste do Trilho por Atrito; ❏ Desgaste Ondulatório; ❏ Fraturas nos Trilhos; Durabilidade dos Trilhos e Limite de Uso É importante para o gerenciamento de manutenção de uma linha, estabelecer critérios que definam as tolerâncias para o desgaste dos trilhos, sem afetar a segurança de circulação na via, estabelecendo assim, seu Limite de Utilização, já que isto afeta criticamente a economia da exploração ferroviária, em vista do custo direto do material e da mão de obra empregada para sua substituição. Os alguns dos critérios mais usados são: ❏ Desgaste Vertical do Boleto (máximo 3,2mm) ❏ Desgaste Lateral do Boleto (máximo 7,9mm) ❏ Perda de Peso; ❏ Perda de Área do Boleto (máximo 16% da área total) Trilhos Especiais As altas tonelagens (locomotivas de 180 t e vagões de 120 t), trens de tração múltipla e grandes composições (100 a 200 vagões), passaram a exigir trilhos com maior resistência ao desgaste, onerando em muito a operação das ferrovias. Duas técnicas são utilizadas para ampliar a vida útil dos trilhos, quanto ao fator desgaste: - Tratamento térmico dos trilhos; - Utilização de trilhos fabricados com aços especiais (aços-liga). Tratamento Térmico dos Trilhos O tratamento térmico do aço consiste, basicamente, em fazer-se-lhe a têmpera (endurecimento) mergulhando-o, bruscamente, em líquido frio, após tê-lo aquecido a altas temperaturas. O estágio seguinte consiste em dar-se um “recozimento” ao aço, após a têmpera. Desta forma, o tratamento térmico fornece à superfície do trilho, uma “estrutura sorbítica” que através da têmpera, proporciona grande dureza e tenacidade. O recozimento, utilizando o calor residual, atenua o efeito da têmpera, criando o efeito chamado de “revenido”, devolvendo parte de sua elasticidade inicial. Os trilhos assim tratados acusam em seu boleto, um acréscimo de resistência à tração da ordem de 15 kgf/mm2 e de 40 a 60 pontos, no nº de Dureza Brinnel, tendo assim, a sua vida útil ampliada, sensivelmente. O tratamento térmico pode ser aplicado de três formas, a saber: - por imersão (todo o trilho); - por chama (só o boleto); - por indução à energia elétrica (só o boleto). Trilhos de Aços-Liga São aqueles que têm em sua composição elementos químicos que por sua quantidade, contribuem para melhorar, consideravelmente, as suas propriedades mecânicas. Os principais elementos que contribuem para aumentar a resistência mecânica do aço são o manganês e o cromo. (O silício também tem sido empregado, pois contribui para o aumento da resistência). Os ensaios de resistência mecânicaefetuados em trilhos deste material revelavam os seguintes índices: - limite de resistência à tração: ......................... 100 kgf/mm2 ; - limite de escoamento: ...................................... 58 kgf/mm2; - alongamento percentual, em 50 mm: ...............8 %; - dureza Brinnel (na superfície de rolamento): 300 a 348 (com média de 315 e mínimo de 290). Acessórios de Trilhos: Acessórios de ligação a) Talas de Junção São duas peças de aço, posicionadas em ambos os lados do trilho, apertadas contra a parte inferior do boleto e a parte superior do patim, visando estabelecer a continuidade dos trilhos. São dois, os tipos principais de talas de junção: - lisa ou nervurada; - cantoneira. Acessórios de Trilhos: Acessórios de ligação b) Parafusos As talas de junção são apertadas contra a alma dos trilhos, por parafusos comuns, com porcas dotadas de uma "gola" oval que se encaixa na tala e tem por finalidade, evitar que o parafuso gire, ao ser apertado pela porca, sem que seja necessário prendê-lo com uma contra-ferramenta. O diâmetro do parafuso varia com o tipo de trilho. Acessórios de Trilhos: Acessórios de ligação c) Arruelas São utilizadas para evitar que o parafuso afrouxe com a vibração da linha. A mais utilizada, é a do tipo GROWER que é um tipo de “arruela de pressão”, feita para absorver as vibrações e manter o aperto desejado, mesmo após um ligeiro afrouxamento da porca. Acessórios de Trilhos: Placas de Apoio São chapas de aço dotadas de furos para a passagem dos elementos de fixação, introduzidas entre o trilho e o dormente para aumentar a área de apoio entre eles. Os furos não são alinhados para não determinarem o aparecimento de rachaduras nos dormentes de madeira. Acessórios de Fixação: Rígidas a) Prego ou grampo de linha Tem seção retangular e é terminado em forma de cunha. Deve ser cravado a golpes de marreta em um pré-furo. Apresenta a, inconveniente, tendência, de rachar o dormente. Oferece pouca resistência ao arrancamento (2.200 kgf) e a eventual folga entre ele e o patim permite a movimentação longitudinal dos trilhos. Acessórios de Fixação: Rígidas b) Tirefond (Tirefão) É uma espécie de parafuso de “rosca soberba”, em cuja cabeça adapta se uma chave especial ou cabeçote de uma máquina chamada “tirefonadeira”, utilizada para parafusá-lo ao dormente. Esta fixação fica mais solidária com a madeira, sacrifica menos as fibras da madeira e oferece maior resistência ao arrancamento (7.000 kgf). A forma de sua cabeça fecha, hermeticamente, o furo impedindo a penetração de água, evitando, desta forma o apodrecimento. Para um melhor aproveitamento do dormente, em seguidas operações de manutenção, é usual fazer-se a “pregação cruzada” que consiste em colocarem-se os pregos ou tirefonds deslocados do centro do dormente, em posição diagonal, em lados opostos do eixo do trilho, para permitir nova pregação, em posição simétrica, quando a primeira afrouxar-se. Acessórios de Fixação: Elásticas a) Fixação tipo GEO ou K Consiste em uma placa de aço, fixada ao dormente com tirefonds, possuindo nervuras nas quais se encaixam as cabeças dos parafusos que fixam fortemente uma espécie de “castanha”, contra o patim do trilho. Estes parafusos são ajustados com arruelas de pressão que tornam esta ligação elástica. Acessórios de Fixação: Elásticas b) Grampo Elástico Simples É um tipo de grampo fabricado com aço de mola (aço doce), tendo uma haste de seção quadrada que penetra na madeira e a parte superior formando uma mola que fixa o patim do trilho tensionando-o após os últimos golpes de marreta. A parte superior, quando tensionada, proporciona uma pressão de, aproximadamente, 400 kgf sobre o patim. Essa pressão é suficiente para impedir os deslocamentos longitudinais do trilho, funcionando assim, como um retensor. Acessórios de Fixação: Elásticas c) Grampo Elástico Duplo Em uso, principalmente, na Alemanha e em linhas de tráfego médio. Possui duas hastes cravadas no dormente ou encaixadas na placa de apoio. Acessórios de Fixação: Elásticas d) Fixação Pandrol É um tipo de fixação de procedência inglesa que consiste em um grampo de aço temperado e revenido que se encaixa nos furos de um tipo especial de placa de apoio. Acessórios de Fixação: Elásticas e) Fixação Deenik É uma fixação elástica que permite pequenos deslocamentos ao trilho. É utilizada em dormentes de concreto ou de madeira. Acessórios de Fixação: Elásticas f) Fixação RN De procedência francesa, consiste em um grampo de aço doce que pressiona, elasticamente, o patim. Entre a sapata do trilho e o dormente, é colocada uma “almofada” de borracha ranhurada que aumenta a elasticidade do conjunto sendo por isso, esta fixação, chamada de Fixação Duplamente e Elástica. Acessórios de Fixação: Elásticas g) Fixação Tipo Fist É um tipo de fixação usada em dormentes de concreto. É indicada em trechos onde há corrosão nas fixações, como por exemplo, em linhas de transporte de carvão mineral. Acessórios de Trilhos: Retensores de Trilhos Tem por finalidade transferir para o dormente, o esforço longitudinal que tende a deslocar o trilho, impedindo o deslocamento do mesmo. O retensor é preso por pressão ao patim do trilho e fica encostado à face lateral do dormente, transmitindo-lhe assim os esforços longitudinais que são, através deste, transmitidos ao lastro. Como as fixações elásticas, praticamente, impedem o deslocamento longitudinal dos trilhos, neste caso o retensor tem papel complementar para a pregação das placas, sendo, no entanto, indispensável no caso das fixações rígidas. Caracterização dos trilhos quanto ao comprimento ❏ Trilho Curto: é todo aquele que ao ser submetido a uma elevação de temperatura, não transmite nenhum tipo de esforço sobre os trilhos, antecedente e sequente, da mesma fila. Sempre deverão existir folgas para absorver as variações de comprimento, em trilhos da mesma fila; ❏ Trilho Longo: é todo aquele trilho em que as folgas são inexistentes ou insuficientes para permitir a total dilatação, sem que sejam transmitidos os esforços decorrentes da mesma, entre trilhos sucessivos; ❏ Trilho Contínuo: é todo aquele trilho que atendendo à definição de “trilho longo”, tem comprimento tal que em sua parte intermediária existe uma extensão fixa que não sofre deformação, em estado de tensão máxima. Costuma-se designar como T.L.S. (Trilho Longo Soldado), àquele trilho que atende às especificações de “trilho contínuo”. Condições de emprego ELS a) Condições de traçado O emprego do T.L.S. é aconselhável nas tangentes e nas curvas de raio maior que 500 m, para bitola larga e raio maior que 400 m, para bitola estreita. Nos casos particulares e utilizando-se dormentes de concreto, pode-se utilizar T.L.S. em curvas de raios menores, mediante estudo específico. b) Condições de plataforma O T.L.S. não deve ser aplicado em regiões de plataforma instável, onde sejam frequentes as intervenções de nivelamento e puxamento. Condições de emprego ELS c) Condições relativas à materiais - Fixações: deverão assegurar aperto eficaz e duradouro do trilho ao dormente. O sistema deverá ser elástico e capaz de obter esforço de fixação, superior à resistência de atrito do dormente no lastro; - Dormentes: podem ser utilizados dormentes de madeira, sendo entretanto, recomendável a utilização de dormentes de concreto. Quando forem necessárias as juntas, recomenda-se que sejam colocadas entre estas e o 1º dormente de concreto, quatro dormentes de madeira; - Lastro: o lastro deverá ser selecionado e constituído por pedra dimensionada de acordo com as especificações “padronizadas”. O perfil regulamentar do lastro requer nestes casos, “banqueta” com L > 35 cm e cota superior de arrasamento, rigorosamente, coincidente com a cota da face superior do dormente. Condições de emprego ELS d) Condições relativas à temperatura Todas as temperaturas definidas referem-se aotrilho e devem ser medidas no trilho considerado ou em uma amostra de trilho exposta às mesmas condições de trabalho do T.L.S.. - Temperatura de Fixação de um T.L.S.: é a média aritmética das temperaturas do trilho, observadas durante o aperto e fixação, em todo o seu comprimento; - Temperatura Neutra: é aquela em que as tensões térmicas são nulas em um determinado ponto; - Temperatura de Colocação: é a temperatura dos trilhos quando os mesmos são fixados aos dormentes sem tensões e apertados às talas de junção. Corresponde, na prática, à temperatura neutra. Métodos e Soldagem: Estaleiro a) Processo elétrico e topo É um processo, totalmente, automatizado e independe da perícia do operador. Consiste em elevar-se a temperatura das pontas dos trilhos, empregando-se neste aquecimento corrente de baixa tensão e alta intensidade, produzida por um transformador especial. Após o aquecimento “ao rubro”, as pontas são comprimidas, uma contra a outra, de modo que se forma um “bulbo” de metal fundido. Após a fundição, é feito um tratamento térmico da solda e um acabamento, por esmerilhamento, para garantir-se a continuidade geométrica do trilho. Métodos e Soldagem: Estaleiro b) Processo oxiacetilênico; É um processo no qual a soldagem se processa na fase “solidus” do material, não havendo fusão das bordas em soldagem. Por isso é também chamado de Soldagem Unifásica. Neste processo, o aquecimento das pontas é produzido por bicos periféricos de chamas oxiacetilênicas, atingindo uma temperatura, relativamente, baixa de no máximo 1 150° C (que está muito abaixo da linha do “solidus”). As pontas dos trilhos são então comprimidas uma contra a outra e assim mantidas por algum tempo até que a soldagem se verifique. Após o resfriamento a solda é submetida a um tratamento térmico de “normalização”. Métodos e Soldagem: in situ a) Soldagem aluminotérmica Baseia-se na entre reação do alumínio com o oxigênio dos óxidos metálicos, formando óxido de alumínio que libera o metal envolvido responsável por realizar a solda dos trilhos, garantindo continuidade geométrica do mesmo. Vale ressaltar que o processo tem a desvantagem de ter custo unitário bastante alto. Vídeo https://youtu.be/wWeDSYScPx0 Desgastes de boleto Por que ocorrem? Por ser a parte que tem contato direto com as rodas do trem, os boletos sofrem atritos e pressões constantes que causam maiores desgastes em suas estruturas. Assim, na busca de compreender melhor como e onde ocorrem os desgastes dos trilhos, especialistas dividiram os desgastes do boleto em três etapas: desgaste lateral, desgaste vertical e desgaste ondulatório. Desgaste Lateral O desgaste lateral pode ser compreendido principalmente por anomalias nas estruturas das partes dos trilhos com pequenas curvaturas. Desgaste Vertical Esse tipo de desgaste acomete as partes retilíneas dos trilhos por uma série de fatores, dentre eles: a raspagem dos trilhos quando entram em contato com as rodas do trem, ao carregar o peso inteiro das estruturas dos vagões; ou por conta da corrosão sofrida por adversidades naturais, já que os trilhos estão totalmente expostos às intempéries naturais como o excesso de sol, que superaquece o material dos trilhos ferroviários, ou a chuva ácida. Como reduzir? Primeiramente, é imprescindível que a instalação dos trilhos esteja de acordo com as normas estabelecidas para a sua linha ferroviária. Para evitar desgastes laterais e verticais, é recomendável que seja feita uma elevação do trilho, evitando que ele entre em constante contato com todas as estruturas curvas e retas que encontrar pelo caminho. Outra forma de garantir a maior proteção para o sistema de movimentação dos trens nas plataformas é, por exemplo, realizando a construção do trilho com os materiais mais resistentes e eficazes disponíveis no mercado que foram elaborados especialmente para a demanda desses espaços. Desgaste Ondulatório Os desgastes ondulatórios são proporcionados por conta do grande tráfego nas vias férreas, que geram ondulações nos trilhos ferroviários. Manutenção Por conta dos fatores mencionados, é fundamental que ocorram manutenções constantes. O desgaste do trilho é uma das causas preponderantes quando se fala em problema ou danificação que acomete os trens mas, fique atento, pois isso pode e deve ser evitado. Existem algumas estratégias e máquinas que são utilizadas para auxiliarem os profissionais na hora de realizar as devidas manutenções nos trilhos de uma ferrovia, tais como: ● Ultrassom; ● Alívio de Tensões; ● Esmerilhamento do Boleto; Vídeo 2 ● Soldagem. https://www.youtube.com/watch?v=FuDT9n-Yj3w Aparelhagem Aparelhos de uma Ferrovia O AMV é composto por variados acessórios que, juntos, possibilitam o mecanismo de mudança de rota para os trens. Sua composição é complexa, mas podemos apresentar as principais composições dessa estrutura. Passaremos parte por parte da formação dessa estrutura, citando os principais componentes que permitem que os trens façam a movimentação de troca de direcionamento. Lanças As lanças são os componentes que formam a parte móvel da composição. É função das lanças permitir a troca de direção dos trilhos para que o desvio seja concluído. Agulhas As agulhas são efetivamente os componentes que fazem a movimentação das lanças. Elas podem ser usadas de forma manual ou motorizada, de acordo com a necessidade da via. Aparelhagem de Manobra Os jacarés são as intersecções de dois trilhos, montados nas extremidades de cada via. A construção desse instrumento pode ser feita de várias formas, como por exemplo: ● Jacarés móveis; ● Jacarés de trilho aparafusado; ● Jacaré com ponta removível; ● Jacaré maciço. Tipos de AMV Após entender um pouco mais sobre as principais composições de um Aparelho de Mudança de Via, é importante conhecer também os principais tipos de AMV construídos, e como as tabelas de AMV são fundamentais na realização de cálculos para a montagem dessa estrutura. AMV de Controle Manual O controle das agulhas que movem as peças de transferência dos percursos é feito manualmente, através da ação dos trabalhadores responsáveis. AMV de Mola Esse equipamento é composto por uma mola que realiza a troca da posição do trilho. Após a passagem dos trens, as molas voltam ao seu ponto de origem, juntamente com os trilhos. AMV com Controle de Circuito Elétrico O AMV com comando de circuito elétrico, como o nome já deixa bem claro, é constituído por comandos a partir de aparelhos eletrônicos. Aparelhos de uma Ferrovia As possibilidades são diferenciadas de acordo com os comandos que são feitos para a movimentação das lanças. A composição é fundamentalmente direcionada indo de encontro com o tipo de motor instalado. Os motores podem funcionar de forma manual, hidráulica, elétrica ou por molas. Assim, a partir do sistema de funcionamento dos motores é que são definidos os tipos de AMV que serão aplicadas. Como os trens mudam de direção? AMV Manual na Prática https://www.youtube.com/watch?v=W7LkFY2S7hQ https://www.youtube.com/watch?v=cR1IA96Jwrg&t=6s Panorama atual do sistema ferroviário no Brasil Panorama atual do sistema ferroviário Atualmente no Brasil, o sistema ferroviário sofre com a falta de investimento em infraestrutura, o que podemos ver, é basicamente, o abandono cada vez maior das ferrovias e estações. As poucas não esquecidas tornaram-se patrimônio histórico e cultural e são usadas para meios turísticos. Embora, essa seja a realidade atual do Brasil, ainda há uma luz no fim do túnel, pois nos últimos anos, o setor privado garantiu grandes investimentos no sistema ferroviário, visando garantir o transporte adequado de diferentes produtos. De acordo com dados do Ministério da Infraestrutura, foram transportadas aproximadamente 569,9 toneladas úteis em 2018. Abandono de ferrovias antigas: Varginha/MG Abandono de ferrovias e estações: Varginha/MGAbandono de ferrovias e estações: Pouso Alegre/MG Abandono de ferrovias e estações: Pouso Alegre/MG Principais ferrovias em atividade no Brasil ❏ Ferrovia Norte-Sul Principais ferrovias em atividade no Brasil ❏ Ferrovia do Pantanal Principais ferrovias em atividade no Brasil ❏ Ferrovia Nova Transnordestina Principais ferrovias em atividade no Brasil ❏ Estrada de ferro Carajás Principais ferrovias em atividade no Brasil ❏ Estrada de ferro de Vitória a Minas Curiosidades Trem-Bala Japonês: Tokaido Shinkansen Significado: O termo “shinkansen” significa “Nova Linha Troncal” e refere-se aos carris (trilhos) enquanto que os comboios são referidos oficialmente como “Super Expressos”. Inauguração: 01/10/964, (faltando menos de/ duas semanas para o início dos Jogos Olímpicos) - funcionou até 2008 Ligação: Tókio a Osaka (320 km) Velocidade: até 220km/h O Primeiro Shinkansen: Series 0 https://www.japaoemfoco.com/15-fatos-sobre-os-jogos-olimpicos-de-1964/ Trem-Bala Japonês: Tokaido Shinkansen ❏ Muitos outros modelos foram criados desde então, cada um com seu estilo. Atualmente, os trens-balas japoneses chegam a velocidades médias de 300 km/h, estando entre os trens-balas mais rápidos do mundo. ❏ Atualmente, o sistema de shinkansen abrange 2.397 quilômetros, interligando o Japão de norte a sul. Vídeo https://youtu.be/Vphy91fVwOA CPTM A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi criada em 1992, com a finalidade de explorar os serviços de transportes sobre trilhos ou guiados nas entidades regionais do Estado de São Paulo, compreendendo as regiões metropolitanas. Vídeo https://youtu.be/h6CUbKbXBuk CMSP A Companhia do Metropolitano de São Paulo (CMSP), fundada pela prefeitura de São Paulo no dia 24 de abril de 1968, é uma empresa de economia mista brasileira com sede em São Paulo, que tem a maior parte de suas ações pertencentes ao Governo do estado de São Paulo, responsável pelo planejamento, projeto, construção e operação do sistema de transporte metropolitano na Região Metropolitana de São Paulo, especificamente do metrô da capital. (VIDEO) https://youtu.be/h6CUbKbXBuk https://pt.wikipedia.org/wiki/24_de_abril https://pt.wikipedia.org/wiki/1968 https://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_de_economia_mista https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(cidade) https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo_do_estado_de_S%C3%A3o_Paulo https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_Metropolitana_de_Transporte_de_S%C3%A3o_Paulo https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Metropolitana_de_S%C3%A3o_Paulo https://pt.wikipedia.org/wiki/Metr%C3%B4_de_S%C3%A3o_Paulo
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