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Flávio Nunes - Professor Direito do Trabalho Flávio Nunes - Professor Estabilidade no Emprego Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ CONCEITO Segundo a doutrina dominante GARANTIA DE EMPREGO inclui todos os atos e normas que tem por objetivo impedir ou dificultar a dispensa imotivada ou arbitrária do obreiro. Neste sentido GARANTIA DE EMPREGO tem um sentido amplo, ou seja, é gênero, na qual ESTABILIDADE NO EMPREGO é espécie. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE NO EMPREGO A Estabilidade no Emprego possui duas espécies: DEFINITIVA e PROVISÓRIA. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Definitiva Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE DEFINITIVA Em nosso ordenamento jurídico temos duas modalidades da Estabilidade Definitiva: a) Servidor Público Celetista; b) Estabilidade Decenal. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE DEFINITIVA a) Servidor Público Celetista: Art. 41 CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE DEFINITIVA Diferenciação: Servidor Público Estatutário; Servidor Público Celetista; Empregador Público. Flávio Nunes - Professor Estabilidade A Constituição de 88, diversamente das anteriores, preferiu a expressão servidor público, no lugar de funcionário público. Normalmente, os empregados públicos ocupam a Administração Indireta (sociedade de economia e empresa pública), enquanto os estatutários, a Administração Direta, Autárquica e Fundacional. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Art. 19 do ADCT. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público. § 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título quando se submeterem a concurso para fins de efetivação, na forma da lei. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar de servidor. § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível superior, nos termos da lei. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Súmula nº 390 do TST. ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL. I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Assim, os Empregados Públicos, não gozam da estabilidade no emprego prevista no artigo 41 da CF, mas a sua dispensa possui a necessidade de ser motivada com base no princípio da isonomia das formas. ❑ DECISÕES SOBRE O TEMA EMENTA: EMPRESA PÚBLICA - DISPENSA DE EMPREGADO - No quadro da Administração Pública, as empresas públicas e as sociedades de economia mista se diferenciam por viabilizar a atuação excepcional do Estado na exploração da atividade econômica e, nessa condição, submetem-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas. [CONTINUAÇÃO] Flávio Nunes - Professor Estabilidade [CONTINUAÇÃO] É o que dispõe o artigo 173 da CR/88, parágrafos 1.º e 2.º. No entanto, ainda que estejam sujeitas ao regime próprio das empresas privadas, tais entidades, além de não deterem a prerrogativa de livremente admitir os respectivos empregados (pois a contratação deve ser precedida da aprovação em concurso público), submetem-se aos princípios e regras que norteiam os atos administrativos em geral. Nessa esteira, a motivação configura elemento indispensável para a respectiva higidez, inclusive para a dispensa dos respectivos empregados. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0001524-31.2014.5.03.0067 RO; Data de Publicação: 06/04/2018; Disponibilização: 05/04/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 662; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator: Convocado Mauro Cesar Silva; Revisor: Marcelo Lamego Pertence) Flávio Nunes - Professor Estabilidade Posição Jurisprudencial do TRT da 3ª Região sobre o tema: SÚMULA N. 57 - EMPREGADO PÚBLICO DA MGS /EMPRESA INTEGRANTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. DISPENSA. I - É obrigatória a motivação do ato de dispensa de empregado público da MGS, observado o devido procedimento administrativo. II - Incumbe à MGS o ônus de provar os motivos alegados para a dispensa, inclusive a extinção de posto de trabalho e a impossibilidade de recolocação profissional, sob pena de nulidade do ato administrativo Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE DEFINITIVA b) Estabilidade Decenal: Art. 492 da CLT - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente comprovadas. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ▪ Lei n. 5.107/1966, Cria o FGTS como proteção facultativa; ▪ Art. 7º CF/88. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] III - fundo de garantia do tempo de serviço; ▪ Art. 14 da Lei 8.036/90. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promulgação da Constituição Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos do Capítulo V do Título IV da CLT. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Provisória Flávio Nunes - Professor Estabilidade Gestacional Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ESTABILIDADE DA GESTANTE Previsão: art. 10, inciso II, alínea b do ADCT A Constituição Federal veda a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. Previsão: art. 391-A da CLT A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ Nos termos do § 3º da art. 294 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, para fins de concessão do salário- maternidade, considera-se parto o evento ocorrido a partir da 23ª semana (6º mês) de gestação, inclusive em caso de natimorto. Flávio Nunes - Professor Estabilidade A estabilidade em comento instiga cinco questões de relevo: 1. Se o empregador necessita ser comunicado do estado gravídico da empregada. 2. Se a empregada precisa ter conhecimento de seu estado gravídico antes da dispensa; 3. Se esta estabilidade enseja a reintegração ou a indenização. 4. Se a gestação é interrompida poraborto espontâneo ou se a criança nasce morta, como fica a estabilidade da empregada? 5. Se a empregada engravidar no curso do contrato a termo, adquire estabilidade? Flávio Nunes - Professor Estabilidade Súmula 244. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ Lei n. 9.029/1995 Art. 1o É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015). Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre: I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) II - a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ATENÇÃO: Art. 496 da CLT - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ Estabilidade Empregada Doméstica • Parágrafo único do art. 25 da Lei Complementar n. 150/2015. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada doméstica gestante desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto. Flávio Nunes - Professor Estabilidade • Licença Maternidade: Art. 392 CTL; • Licença Maternidade Adoção: Art. 392-A CLT; • Licença Maternidade em Caso de morte da Genitora: Art. 392-B CLT; • Licença Maternidade para o Pai adotante: Art. 392-C CLT. Flávio Nunes - Professor Estabilidade • Lei Complementar n. 146/2014 Art. 1o O direito prescrito na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, nos casos em que ocorrer o falecimento da genitora, será assegurado a quem detiver a guarda do seu filho. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE DECORRENTE DA ADOÇÃO Previsão: Parágrafo único do art. 391-A da CLT Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Lei nº 12.812, de 2013) Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica- se ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ Revendo as tutelas em razão da gestação como forma de proteção a família, afeto e combate a discriminação de gênero. ▪ Licença Parental; ▪ Estabilidade Parental. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Flávio Nunes - Professor Estabilidade A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou, na sessão desta quarta-feira (5), a Aymoré Crédito, Financiamento e Investimento S.A. a pagar indenização referente à estabilidade provisória de mãe adotante a uma analista de sistema de Jundiaí (SP) demitida seis dias após iniciar processo de adoção de um recém-nascido. A decisão do TST reformou entendimento das instâncias anteriores, que consideraram que ela não tinha direito à licença-maternidade porque o processo de adoção não estava concluído no momento da dispensa. Flávio Nunes - Professor Estabilidade A analista, dispensada em 11/6/2008, iniciou em 5/6/2008 o processo de adoção de um menino nascido poucos dias antes, no Maranhão. No dia seguinte à demissão, saiu o termo de guarda e responsabilidade provisória do menor. Ela relatou que comunicou exaustivamente à chefia o processo de adoção, inclusive porque, por correr em outro estado, precisaria de permissão para viagens. E alegou que foi demitida durante a vigência da licença- maternidade, o que é expressamente proibido. Para o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), o termo inicial da estabilidade da adotante é o trânsito em julgado da sentença no processo de adoção, uma vez que a guarda da criança pode ser revogada a qualquer tempo. Flávio Nunes - Professor Estabilidade No recurso de revista ao TST, a empregada alegou ter os mesmos direitos garantidos à gestante, e sustentou que a lei que garante a licença-maternidade à adotante não especifica se ela é devida a partir da guarda (provisória ou definitiva) ou do trânsito em julgado da decisão. Em sua defesa, a empresa argumentou que não tinha conhecimento do processo de adoção quando a dispensou. Para o ministro Alexandre Agra Belmonte, relator do recurso, o entendimento do TRT inviabilizou o exercício do direito à fruição da licença-adotante no curso do contrato de trabalho. Com isso, foram contrariados os objetivos do artigo 392-A, caput e parágrafo 4º, da CLT, que confere à adotante o direito à licença-maternidade de 120 dias. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Agra Belmonte esclareceu que a licença-adotante visa à concessão de tempo para a estruturação familiar que permita a dedicação exclusiva ao desenvolvimento saudável da criança no seio familiar. Mas, para que a mãe adotante possa usufruir a licença- maternidade sem o risco de ser despedida, é preciso que ela também seja beneficiada pela estabilidade provisória prevista no artigo 10, inciso II, alínea "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal, "a fim de que não ocorra o que aconteceu no caso". Flávio Nunes - Professor Estabilidade Belmonte frisou que, assim como a estabilidade do dirigente sindical e do cipeiro tem início a partir do registro da candidatura, e não da eleição, a da mãe adotante tem início a partir do requerimento de adoção, e não da sentença transitada em julgado ou mesmo da guarda provisória concedida pela Vara da Infância e Juventude. Quanto à alegação da Aymoré, o relator observou que "seria muita coincidência" acreditar que a empresa desconhecia o processo de adoção e despediu a trabalhadora exatamente um dia antes da concessão da guarda provisória. "Exatamente para afastar alegações desse tipo, que eram comuns em relação à gestante, aplica-se aqui, em última análise, a mesma solução dada à grávida, pela jurisprudência trabalhista", afirmou. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Na avaliação de Agra Belmonte, assim como a confirmação da gravidez é fato objetivo - ou seja, por si só basta para garantir o direito – "a confirmação do interesse em adotar, seja por meio da conclusãodo processo de adoção, da guarda provisória, de requerimento judicial visando à adoção e, provisoriamente, a guarda, é também fato objetivo, a ensejar a estabilidade durante o prazo de cinco meses, com direito à fruição imediata da licença- adotante de 120 dias". (Lourdes Tavares/CF) Processo: RR-200600-19.2008.5.02.0085 Flávio Nunes - Professor Estabilidade Acidentária Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA Previsão: art. 118 da Lei 8.213/91 Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Requisitos: a) Afastamento por motivo de acidente de trabalho; b) Percepção de Auxílio Doença Acidentário. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 19 da Lei n. 8.213/91 Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 19 da Lei n. 8.213/91 ATENÇÃO: § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. § 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. § 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖DOENÇAS QUE SE EQUIPARAM A ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 20 da Lei n. 8.213/91 I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖DOENÇAS QUE SE EQUIPARA A ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 20 da Lei n. 8.213/91 § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ACIDENTES QUE SE EQUIPARAM A ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 21 da Lei n. 8.213/91 I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ACIDENTES QUE SE EQUIPARAM A ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 21 da Lei n. 8.213/91 II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ACIDENTES QUE SE EQUIPARAM A ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 21 da Lei n. 8.213/91 III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ACIDENTES QUE SE EQUIPARAM A ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 21 da Lei n. 8.213/91 IV – [...] c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ACIDENTES QUE SE EQUIPARAM A ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 21 da Lei n. 8.213/91 IV – [...] § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO Previsão: art. 22 da Lei n. 8.213/91 Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. § 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo. Flávio Nunes - Professor Estabilidade SÚMULA N. 378 DO TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. III – III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no n no art. 118 da Lei nº 8.213/91. Flávio Nunes - Professor Estabilidade do Membro Eleito da CIPA Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ESTABILIDADE DO MEMBRO DA CIPA Previsão:art. 10, inciso II, alínea a do ADCT da CF. art. 165 da CLT. Duração: Do registro da candidatura até um ano após o término do mandato. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ▪ Art. 10, inciso II, alínea a do ADCT: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato; ▪ Art. 165 CLT – Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ TITULARES DA ESTABILIDADE: empregados eleitos titulares e seus suplentes (art. 10, inciso II, alínea a do ADCT da CF e art. 165 da CLT). Súmula n. 676 do STF A garantia da estabilidade provisória prevista no art. 10, II, "a", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, também se aplica ao suplente do cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA). Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ COMPOSIÇÃO DA CIPA Art. 164 CLT - Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ COMPOSIÇÃO DA CIPA [continuação] § 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados. § 2º - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. § 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ CONSTITUIÇÃO DA CIPA Art. 163 CLT - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPA (s). Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ PRESIDENTE E VICE PRESIDENTE DA CIPA ART. 164 DA CLT § 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente. ATENÇÃO: PRESIDENTE→ não possui estabilidade, pois é nomeado. VICE PRESIDENTE→ estável, pois é eleito. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE. PROTEÇÃO CONTRA A DISPENSA IMOTIVADA. Art. 165 CLT - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❖ESTABILIDADE DO MEMBRO DA CIPA Súmula nº 339 do TST CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988 I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. Flávio Nunes - Professor Estabilidade do Dirigente Sindical Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ Dirigente Sindical: Previsão: Art. 8º, inciso VIII da CF/88 Art. 543, §3º da CLT Flávio Nunes - Professor Estabilidade Art. 8º C.F. VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Art. 543 da CLT § 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ DA COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA DO SINDICATO Previsão: art. 522 da CLT Art. 522 da CLT. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. § 1º A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o presidente do sindicato. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ DA COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA DO SINDICATO ❑ CONTROVÉRSIA Art. 8º da CF. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; Súmula n. 369 do TST [...] II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. [...] Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ DELEGADO SINDICAL NÃO POSSUI ESTABILIDADE ▪ Art. 523 da CLT - Os Delegados Sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma estabelecida no § 2º do art. 517 serão designados pela diretoria dentre os associados radicados no território da correspondente delegacia. ▪ §4º do Art. 543 da CLT - Considera-se cargo de direção ou de representação sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de eleição prevista em lei. ▪ OJ n. 369 da SDI-1 do TST - O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ CONSELHEIRO FISCAL NÃO POSSUI ESTABILIDADE ▪ § 2º do Art. 522 da CLT – A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. ▪ §3º do Art. 522 da CLT – Constituirão atribuição exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com poderes outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ CONSELHEIRO FISCAL NÃO POSSUI ESTABILIDADE ▪ OJ n. 365 da SDI-1 do TST – Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art.522, § 2º, da CLT). Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ TRANSFERÊNCIA DO DIRIGENTE SINDICAL Previsão: art. 543 da CLT Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. NOTA: CASO O EMPREGADO SOLICITE OU ACEITE § 1º - O empregado perderá o mandato se a transferência for por ele solicitada ou voluntariamente aceita. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ DA COMUNICAÇÃO AO EMPREGADOR DA CANDIDATURA E ELEIÇÃO Previsão: art. 543, §5º da CLT [...] § 5º - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido. O Ministério do Trabalho e Previdência Social fará no mesmo prazo a comunicação no caso da designação referida no final do § 4º. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Súmula nº 369 do TST. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. [...] continua Flávio Nunes - Professor Estabilidade III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. . Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ ESTABILIDADE. DISPENSA APENAS POR JUSTA CAUSA APURADA EM INQUÉRITO JUDICIAL ▪ Art. 8º C.F., VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. ▪ Art. 543, § 3º da CLT - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. Flávio Nunes - Professor Estabilidade • Forma de apuração de falta grave prevista na CLT: Art. 494 da CLT - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação. Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo. Art. 853 da CLT - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado. Flávio Nunes - Professor Estabilidade • Jurisprudência sobre a despedida do dirigente sindical: SÚMULA Nº 379 DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ▪ A CLT permite que seja concedida pelo juiz liminar para a reintegração do empregado até a decisão final do processo do inquérito judicial para apuração de falta grave? Art. 659 da CLT X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Flávio Nunes - Professor Estabilidade Uma bibliotecária da Neoway Tecnologia Integrada e Negócios Ltda., de Santa Catarina, dispensada logo após ter sido eleita vice- presidente do recém-criado Sindicato dos Bibliotecários do Estado de Santa Catarina, conseguiu a reintegração ao emprego, por decisão da Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho. A empregada informou que foi demitida sem justa causa logo após ter participado da assembleia de fundação do sindicato, quando houve a eleição dos dirigentes. O juízo de primeiro grau determinou sua reintegração, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) validou a rescisão contratual, entendendo que ela não detinha a estabilidade provisória, porque os atos constitutivos da entidade foram registrados no cartório posteriormente à dispensa. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Ela recorreu ao TST sustentando que foi eleita para a diretoria do sindicato na data de criação da entidade, ainda que o registro no cartório tenha ocorrido posteriormente. Ao deferir a reintegração, o relator, ministro Cláudio Brandão, observou que o processo de formação da entidade sindical é "ato complexo, marcado por sucessivas ações da categoria profissional, desde a iniciativa dos verdadeiros interessados - os trabalhadores -, passando pela realização de reuniões preparatórias e assembleias, até a formação de diretoria provisória encarregada da materialização dos atos formais para validar a existência da pessoa jurídica". É neste momento, a seu ver, que a estabilidade é mais necessária para proteger os trabalhadores, devido à falta de mobilização da categoria. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Formada a comissão provisória, esclareceu o relator, o empregador deve demonstrar que a dispensa do empregado não tem a finalidade de obstar a estabilidade, conforme prevê o artigo 499, parágrafo 3º, da CLT, aplicado por analogia. Por unanimidade, A Turma anulou a dispensa e condenou a empresa a pagar à bibliotecária os salários do período de afastamento, desde a data da ruptura contratual até 12 meses após o término do mandato de dirigente sindical. Após a publicação do acórdão, a empresa interpôs embargos à Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais, ainda não examinados. Processo: RR-1288-61.2011.5.12.0026 Flávio Nunes - Professor Outras Estabilidades Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ EMPREGADO ELEITO PARA REPRESENTANÇÃO DOS EMPREGADOS Previsão: §3º do art. 510-D da CLT Tutelados: Membros eleitos da Comissão; Duração: desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofre despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ EMPREGADO ELEITO DIRETOR DE COOPERATIVA Previsão: Art. 55 da Lei 5.764/71 Duração: da candidatura até um ano após o término do mandato. Estabilidade para os suplentes: não há, consoante OJ n. 253 da SDI – I do TST.Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS NAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Previsão: art. 625-B da CLT; Duração: até um ano após o término do mandato. ATENÇÃO: A estabilidade começa com a posse no cargo e vai até um ano após o término do mandato. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ EMPREGADOS NOMEADOS PARA REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES PERANTE O CONSELHO CURADOR DO FGTS Previsão: art. 3º, §9º da Lei 8.036/90; Duração: da nomeação até um ano após o término do mandato; Tutelados: titulares e suplentes; Demissão: falta grave – inquérito judicial. Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ EMPREGADOS NOMEADOS PARA REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES PERANTE O CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Previsão: art. 3º, §7º da Lei 8.213/91; Duração: da nomeação até um ano após o término do mandato; Tutelados: titulares e suplentes; Demissão: falta grave – inquérito judicial. Flávio Nunes - Professor Dispensa Discriminatória Flávio Nunes - Professor Estabilidade Dispensa discriminatória Súmula nº 443 do TST DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Flávio Nunes - Professor Estabilidade A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que determinou a reintegração de ex-gerente do Itaú Unibanco S.A. portadora de transtorno afetivo bipolar. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) considerou a dispensa discriminatória, principalmente devido à existência de atestado médico que solicitou o afastamento da bancária a partir da data em que ela foi demitida. A trabalhadora foi admitida na instituição financeira em maio de 1989 e demitida em junho de 2011, quando exercia a função de gerente executiva de negócios. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Ao acolher seu recurso contra decisão de primeiro grau que não reconheceu o direito à reintegração, o Tribunal Regional ressaltou que, mesmo não existindo norma legal que garanta estabilidade a portador de doença psiquiátrica, a jurisprudência tem sido no sentido de que é devida a reintegração quando houver "dispensa arbitrária e discriminatória, devido à ausência de motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro". O TRT não aceitou a alegação do banco de desconhecimento do problema de saúde da bancária, pois ela afirmou, sem contestação, ter sido procurada por uma assistente social ou psicólogo da instituição em 2005, após ter sido feita de refém na agência durante um assalto. Além disso, apresentou o atestado que pedia seu afastamento por 60 dias, contados a partir da data da dispensa. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Para o Regional, caberia ao banco encaminhá-la à Previdência Social para início do auxílio previdenciário, e não dispensá-la. "Faltou ao empregador sensibilidade e houve pouco acuro com a própria função social que lhe é inerente", concluiu. Para o desembargador Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha, relator na Primeira Turma do recurso de agravo de instrumento interposto pelo banco, o Tribunal Regional condenou o Itaú a reintegrar a bancária com base nos elementos de convicção constantes no processo. Ele destacou, entre esses elementos, o atestado médico que determinava o afastamento a partir do exato dia de sua demissão. O desembargador não constatou violação legal na decisão, requisito para o acolhimento do recurso. Flávio Nunes - Professor Estabilidade Para o Regional, caberia ao banco encaminhá-la à Previdência Social para início do auxílio previdenciário, e não dispensá-la. "Faltou ao empregador sensibilidade e houve pouco acuro com a própria função social que lhe é inerente", concluiu. Para o desembargador Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha, relator na Primeira Turma do recurso de agravo de instrumento interposto pelo banco, o Tribunal Regional condenou o Itaú a reintegrar a bancária com base nos elementos de convicção constantes no processo. Ele destacou, entre esses elementos, o atestado médico que determinava o afastamento a partir do exato dia de sua demissão. O desembargador não constatou violação legal na decisão, requisito para o acolhimento do recurso. Flávio Nunes - Professor Formalidade em caso de pedido de demissão Flávio Nunes - Professor Estabilidade ❑ O PEDIDO DE DEMISSÃO DO TRABALHADOR ESTÁVEL SOMENTE SERÁ VALIDA COM ASSISTÊNCIA DO SINDICATO. Art. 500 da CLT – O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho. Flávio Nunes - Professor Proposta Legislativa Flávio Nunes - Professor Estabilidade PROJETO DE LEI N.º 5.221, DE 2013 (Do Sr. Félix Mendonça Júnior) Dá nova redação ao art. 476 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para conceder estabilidade provisória ao portador de neoplasia. Art. 476. Em caso de auxílio-doença, o empregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício. Parágrafo único. Na hipótese de neoplasia, é garantida estabilidade provisória ao trabalhador, durante o tratamento da doença, independentemente de percepção de auxílio- doença, até o prazo de doze meses após a alta médica.” (NR)
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