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CRIAÇÃO DE ABELHAS

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CRIAÇÃO DE ABELHAS
FICHA TÉCNICA
Setor da Economia: Primário.
Ramo de atividade: Criação.
Tipo de Negócio: Criação de abelhas.
O apiário é um conjunto racional de colmeias, devidamente instalado em local preferivelmente seco, batido pelo sol, de fácil acesso, suficientemente distante de pessoas e animais, provocando o confinamento das abelhas.
O apiário sofrerá durante toda a sua existência, a interferência de fatores do meio ambiente no qual esta instalado, tais como: temperatura, umidade, chuvas, florações, ventos, pássaros predadores, insetos inimigos e concorrentes.
O meio ambiente no qual esta instalado o apiário, onde vivem e trabalham as abelhas, será em grande parte, responsável pelo progresso ou não conforme sejam as condições favoráveis.
TIPOS DE APIÁRIO
Apiário Fixo. Instalado em lugar definitivo cuja produção depende do suprimento de néctar das floradas;
Apiário Migratório. É aquele cuja as colméias são transferidas de acordo com as floradas da região.
LOCALIZAÇÃO
Para criar abelhas, o ideal é ter um sítio onde se possa instalar as caixas (colmeias) para a criação. Convém verificar se a região onde o sítio está localizado tem bom potencial para um apiário. É preciso garantir que haja vegetação e flores ao redor, pois as abelhas as visitam a até 1,5 mil metros de distância da colmeia. Se o pasto for bom, poderá sustentar até 25 colmeias.
As caixas devem ficar numa área que não seja sujeita a ventos constantes. Portanto, as baixadas são os melhores locais. Nessas regiões, também costuma haver água, muito útil para as abelhas, que precisam refrigerar as colmeias em dias de sol. A água deve ficar a menos de 300 metros ou, então, é preciso providenciar um encanamento.
É muito importante instalar as caixas longe de residências, estradas, estábulos, galinheiros, etc..
MÃO DE OBRA
A mão de obra é variável de acordo com a estrutura do empreendimento, sendo que no inicio das atividades pode-se trabalhar apenas o empreendedor.
ALIMENTAÇÃO
Muitas colmeias morrem de fome devido ao descuido do apicultor.
Seus principais sinais são:
– abelhas mortas nos favos com a cabeça para dentro do alvéolo;
– enxameação anormal;
– fuga de enxames.
Para evitar a fome:
– dar alimentação artificial na época de escassez de floradas;
– controlar a enxameação.
Nas regiões onde as culturas são pulverizadas com inseticidas nas épocas de floradas, pode ocorrer, com frequência, envenenamento das abelhas. O principal sinal de envenenamento é o aparecimento de abelhas mortas na caixa.
PRODUÇÃO DE MEL
Com duas caixas, o apicultor pode colher mais de 40 quilos de mel por ano. Para isso, os cuidados resumem-se a uma inspeção a cada duas ou três semanas durante o ano. Apenas na época da florada, (normalmente na primavera), quando se retira o mel, a inspeção deve ser semanal. O produtor deverá inspecionar o apiário sempre vestido com um macacão apropriado e máscara.
Sessenta dias antes das flores começarem a se abrir, é preciso preparar o enxame, dando-lhe uma alimentação de estímulo, que pode ser um xarope caseiro feito de açúcar e água.
Essa alimentação de estímulo não passa de um artifício, forjando uma florada, para que as abelhas comecem a fazer o mel. Assim, quando a florada começar, o enxame terá umas 80 mil abelhas operárias (abelhas com a função de buscar o néctar, o pólen, a água e a resina para o sustento da colmeia).
Após o término da florada, não é aconselhável abandonar as abelhas, sendo preciso voltar a examinar os favos depois de duas ou três semanas.
A pastagem apícola é o fator mais importante para a produção de mel. É considerado pasto apícola o vegetal cujas flores produzem néctar ou pólen em condições de ser aproveitado pelas abelhas. Existem flores que não produzem essas substâncias ou têm formato que impossibilita a coleta pelas abelhas.
Para avaliar, de maneira prática, o potencial apícola de uma área, observam-se os seguintes pontos:
– tipo de cobertura vegetal da área;
– abundância de flores;
– presença de abelhas Appis melliferas nas flores;
– duração de florada;
– substância que está sendo coletada – néctar ou pólen.
OUTROS PRODUTOS
Além do mel as abelhas fornecem outros produtos, tais como:
CERA
É uma substancia produzida por glândulas existentes no abdômen das abelhas operárias, usada para a construção dos favos. A cera é matéria prima para a fabricação de velas de alta qualidade, para pastas de polimento e lustração de móveis e veículos, para indústrias de componentes eletrônicos e de cosméticos. Também na indústria farmacêutica tem o seu uso. O próprio apicultor necessita muito de cera pura, para troca das envelhecidas da coméia.
GELEIA REAL
A geleia real é uma substancia gelatinosa, de cor clara, produzida pelas glandulas das abelhas jovens. Destinam-se no enxame à alimentação das larvas e rainha.
Os estudos e experiências com a utilização da geléia real pelo homem como alimento e dosagens controladas, tem demonstrado resultados benéficos à saúde.
A produção de geléia real em escala economica exige além de equipamento especializado, muita experiencia do apicultor, por ser de dificil obtenção.
PÓLEN
É o elemento masculino da planta cuja função é fecundar o elemento feminino e reproduzir novos seres da mesma espécie. É coletado pelas “campeiras” nas primeiras horas da manhã, quando ainda úmido pelo orvalho, e transportado para o interior da colméia em forma de pequenas bolotas que são depositadas no interior das células de armazenamento.
O pólen constitui um alimento muito rico em substâncias gordurosas, elementos minerais, vitaminas e fermentos. Com a difusão do hábito de alimentação natural a sua procura tem crescido intensamente.
PRÓPOLIS
Substancia resinosa, colhida nas hastes, folhas, gomos, botões de árvores pelas abelhas. Misturada com pólen, mel ou saliva e cera, em proporções diferenciadas conforme a finalidade, fazem dois tipos de própolis: o betume e o bálsamo.
Betume: as abelhas utilizam para vedação e fixação, ou envolvem corpos estranhos ao enxame, que não possam ser removidos;
Bálsamo: as abelhas utilizam para higienização dos alvéolos, antes da postura pela rainha.
O própolis possui qualidades antibióticas, analgésicas e antissépticas para uso pelo homem.
VENENO DA ABELHA
Também chamado de apitoxina, é produzido por glândulas existentes no abdômen e introduzido no corpo das vítimas através do canal existente no ferrão, provocando reações que variam de intensidade de acordo com a sensibilidade ao mesmo.
É uma substancia química complexa, formada por água, aminoácidos, açúcares, histamina e outros componentes. O veneno das abelhas também esta à serviço da saúde humana, porém sua obtenção exige técnicas de laboratório e situa-se num plano mais elevado da atividade apícola.
RECICLAGEM DA CERA
A cera é uma secreção glandular das abelhas e sua função é servir de matéria prima para a construção da colmeia. Oleosa, quando em contato com o ar se solidifica, formando lâminas ultrafinas. Trabalhadas pelas abelhas operárias, transformam-se em favos, estruturas compostas por orifícios hexagonais, os alvéolos, onde são incubadas as crias e armazenados o mel e o pólen. Em apiários , de tempos em tempos, é necessário trocar os favos de cera das caixas, seja para coletar o mel, seja para limpeza dos favos de reprodução. No lugar são colocadas lâminas de cera alveolada (com alvéolos semi construídos) que servem como guias para as abelhas construírem novos favos. A cera velha pode ser purificada e reaproveitada na própria colmeia, ou utilizada na produção de velas, graxas e cosméticos, entre outros.
Existem alguns métodos para se fazer a purificação da cera. A maneira mais simples é o seu puro derretimento em banho-maria (ela não se mistura com a água) e posterior filtragem com uma peneira. Apesar de provocar muito desperdício, pode ser realizado por qualquer iniciante.
Há outro método, também bastante simples, porém um pouco mais eficiente. O apicultor precisa de um latão de 18 litros (desse de tinta ou óleo), um pedaço de tule (tecido)ou saco de estopa, pedaços de telha e tijolos. Os favos velhos são prensados e colocados dentro do tule ou da estopa com um tijolo para não boiar, amarrando-se o conjunto todo. Feito isso, coloca-se tudo dentro do latão com água até cerca de 10 centímetros da borda e o fundo coberto com telhas, impedindo a cera de grudar.
O latão é esquentado numa fogueira, tomando-se o cuidado para não deixar a água ferver. Com o aquecimento o tule vai funcionar como uma peneira. À medida que derrete, a cera é filtrada e sobe à superfície do latão, enquanto as impurezas ficam retidas. Depois de fria, ela fica como um bloco duro grudado na parte de cima da lata. Para soltar, basta dar uma pancada com um pedaço de pau. Algumas sujeirinhas podem ficar no bloco. É só raspar com uma faca e a cera brita está pronta. Caso seja necessário fazer o armazenamento, a melhor maneira é guardá-la ensacada em local fresco, seco, escuro, sem poeira e longe de ratos e baratas.
É muito comum o ataque de traças. Se isso acontecer deve-se escovar o bloco e mergulhá-lo em outra porção de cera derretida para matar as larvas e ovos.
Após a purificação, a cera deve passar por um novo e mais complicado processo para voltar aos quadros da colméia na forma de uma lâmina alveolada. Inicialmente é derretida em um tanque especial. Depois mergulha-se um pedaço de madeira dentro do tanque por duas ou mais vezes, até que a cera grude na tábua e adquira a espessura de dois milímetros. Feito isso, a madeira com a cera quente é imersa num tanque com água fria.
Após o resfriamento, removem-se as tiras de cera das laterais da tábua com uma espátula de madeira e descola-se a lâmina. É preciso que a madeira tenha ficado imersa em água por várias horas e tenha umidade saturada, caso contrário a cera pode não desgrudar. A seguir a lâmina é passada pelo cilindro alveolador , uma prensa que imprime os alvéolos sextavados, bem lubrificado com sabão neutro ou solução de água com mel. Este aparelho é muito especializado, devendo estar em uso constante para não desregular e pode não compensar a pequenos apicultores.
A incrustação é o processo de encaixar a cera alveolada no quadro. Pode ser feito com incrustradores elétricos, carretilhas ou de uma maneira bastante simples, que utiliza apenas um pedaço de madeira menor que o quadro e uma colher. Primeiro é feito um sanduíche com a madeira, a lâmina e o quadro, sendo que a cera fica no meio. A colher, com um pouco de cera, é colocada para esquentar e funciona como um soldador. Vão sendo feitos pontos no arame, até a cera ficar completamente ligada ao quadro. O último passo é derramar um pouco de cera derretida no sulco do encaixe da lâmina alveolada (localizada na parte superior do quadro). O Quadro está pronto para ser colocado na colméia.
Legislação Específica
Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:
– Registro na Junta Comercial;
– Registro na Secretária da Receita Federal;
– Registro na Secretária da Fazenda;
– Registro na Prefeitura do Município;
– Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal)
– Registro no Sindicato Patronal;
– Registro no Serviço de Inspeção Federal; (Comercializar o produto a nível federal)
– Registro de Produtor Rural; (Comercializar a produção – Federação de Agricultura/ES)
Algumas legislações que o empreendedor deve ter conhecimento:
Municipais (vitória)
– Lei 24/96 – Estabelece normas de ordem pública e interesse social para a proteção, defesa, promoção, prevenção e recuperação de saúde no município de Vitória e vigilância sanitária.
Federal
– Lei 7.889/89 – dispõe sobre a inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal, e dá outras providências.
Registro Especial
Produtos de origem animal como o mel e derivados de produtos de origem animal têm registros especiais:
– Para comercialização dentro do município onde está instalado, basta efetuar o registro na vigilância sanitária do município (quando houver).
– Para comercialização dentro do Estado, o empresário deverá registrar sua empresa no – Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado.
– Para comercialização em nível nacional, o registro deverá ser feito no SIF – Serviço de Inspeção Federal. O órgão responsável no Espírito Santo é a Delegacia Federal da Agricultura, vinculado ao Ministério da Agricultura.

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