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1 EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ ____ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA CAPITAL XX. Processo nº: ______________________ TÍCIO, já qualificado nos autos vem por seu advogado (processo as fls) com fulcro no art. 411, §9 c/c art. 403 §3 CPP apresentar , ALEGAÇÕES FINAIS Por razões de fato e de direito que passa a expor: DOS FATOS O réu, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho. Ocorre que dirigindo de maneira imprudente com o intuito de chegar a tempo para assistir o jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite, imprimindo velocidade excessiva na condução de seu veículo e deixando de observar seu dever de cuidado, ao fazer uma curva fechada perdeu o controle do seu veículo e capotou. Os bombeiros que fizeram os primeiros socorros após o acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão, entretanto na mesma ocasião constatou-se que Maria em razão da violência do acidente, teve sua gravidez interrompida conforme laudo do Instituto Médico Legal 2 DO DIREITO Diante do caso em tele, fica clara a evidência de uma atipicidade retratada pelo art 18, Paragrafo único do CP. Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Como se comprovará a tese acusatória não merece prosperar. Isto porque o fato imputado (art 125 CP – Aborto provocado por terceiros) não foi intencional, mas sim em resultado da imprudência do condutor ora Réu. O Professor Rogério Grego, que escreve em seu livro “Curso de Direito Penal: parte geral, volume I, ano 2017” em relação ao crime culposo, descreve essa questão da atipicidade na esfera penal: “Por essa razão, aquele que, em virtude de uma conduta distraída, imprudente, vier a quebrar um vaso extremamente precioso em um museu não poderá ser responsabilizado pelo crime de dano, podendo, entretanto, formulando outro raciocínio, responder na esfera cível pelos prejuízos causados.” Há que se falar também na absolvição sumária do réu em virtude da desqualificação do crime segundo o art 415, III, CPP. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: III - o fato não constituir infração penal; Diante do exposto, o acusado passa a requerer. DO PEDIDO Seja reconhecida a atipicidade da conduta do réu, na forma do art 415, III CPP por se tratar de medida da mais lidima JUSTIÇA. Nestes Termos, Pede Deferimento. 3 LOCAL, 04/02/2017 ADVOGADO OAB
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