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ELETROFORESE EM GEL DE AGAROSE ELETROFORESE A eletroforese é uma técnica de separação de partículas. ELETROFORESE As ácidos nucléicos tem polaridade. Para a análise de DNA, a técnica fundamenta-se no princípio da molécula possuir carga negativa em valores de pH neutro. Quando imerso em uma matriz de gel submetida a um campo elétrico, o DNA migra em direção ao pólo positivo. A velocidade de migração é dependente do tamanho do fragmento de DNA analisado. Por isso em um dado momento da migração eletroforética moléculas de tamanhos diferentes se encontram em diferentes pontos da matriz. MATRIZ EM GEL O tipo de matriz que é usada depende do tamanho dos fragmentos de DNA que se pretende separar e visualizar. Gel de agarose para a separação de fragmentos que variam de 0,2 kb a 50 kb. Gel de poliacrilamida para separação de pequenos fragmentos de até 1kb. ETAPAS PARA REALIZAÇÃO DA ELETROFORESE 1. Preparação do gel 2. Aplicação das amostras 3. Corrida eletroforética 4. Registro dos resultados 1. PREPARAÇÃO DO GEL DE AGAROSE A agarose é um polissacarídeo extraído de uma alga marinha vermelha. Quando solubilizada e aquecida, a agarose forma um gel incolor semelhante a uma gelatina. Esse gel funciona como uma malha que “segura” as moléculas durante a migração. GEL DE AGAROSE Dependendo da concentração de agarose, tem-se uma diferença no gradiente de separação. GEL DE AGAROSE Quanto maior a concentração do gel, maior a capacidade de distinguir fragmentos, ou seja, maior a definição. GEL DE AGAROSE Normalmente o gel de agarose é utilizado para a separação de fragmentos que variam de 0,2 kb a 50 kb (lembrando que 1 kb = 1000 pares de bases). GEL DE AGAROSE O gel de agarose é feito por meio mistura de um tampão e agarose, não apresentando toxicidade. A sua polimerização é rápida e o gel pode ser reciclado após o uso, isto é, pode ser reutilizado na elaboração de outros géis. Além disso, a eletroforese em gel de agarose pode ser usada como método analítico ou preparativo, isto é, quando o fragmento de DNA é recuperado e purificado a partir do gel. Entretanto, dependendo do método utilizado para a visualização do DNA, o gel de agarose pode ser desvantajoso PREPARAÇÃO DO GEL Dissolve-se uma quantidade em gramas do pó de agarose, justando-se a concentração apropriada para separar os fragmentos de DNA presentes na amostra, em um volume de tampão de eletroforese. PREPARAÇÃO DO GEL DE AGAROSE Tampões são TAE (Tris-acetato-EDTA) e o TBE (Tris-borato-EDTA) utilizados para diluir o gel e durante a corrida eletroforética. PREPARAÇÃO DO GEL DE AGAROSE Aquecer a agarose com o tampão em micro- ondas, até que a solução fique homogênea e transparente. PREPARO DO GEL DE AGAROSE Aguarda-se a diminuição da temperatura até aproximadamente 50ºC. Verte-se em uma forma/molde de eletroforese. PREPARO DO GEL DE AGAROSE No momento de verter o gel, pensar!!! Géis Finos Solidificam mais rápido Produzem melhores resultados do que espessos. Cora mais rápido e concentra a corrida em uma distância mais curta. Isto aumenta o contraste na resolução e apresenta o DNA mais brilhante. É mais delicado ao manuseio. Géis Espessos Géis mais espessos demoram para solidificar. Os géis mais espessos tem menos contraste. Distribuem o DNA a longa distância, diminuindo a largura da banda. FORMAS DE ELETROFORESE APLICAÇÃO DO ETBR O método usual para se visualizar o DNA em géis de agarose é por coloração com brometo de etídeo (EtBr). Esse corante se intercala entre as bases dos ácidos nucléicos e, na presença de luz Ultra Violeta (entre 260 e 360nm), brilha em vermelho alaranjado (590nm). Com este método pode-se detectar uma quantidade igual ou maior que 10 ng de DNA e a intensidade de fluorescência emitida é proporcional à concentração de DNA presente na amostra. O brometo de etídeo pode ser utilizado de 3 diferentes formas: Aplicado diretamente no gel (não recomendado pois pode interferir na corrida e contamina toda a vidraria; Aplicado no tampão da amostra; Aplicado após a corrida quando o gel é submergido em solução de EtBr. Gel banhado em EtBr EtBr aplicado no gel ou no Loading buffer CORANTE SAFER Corante não mutagênico revelado em luz LED. PREPARO DO GEL Sobre a solução ainda morna coloca-se um pente que servirá como molde para produzir diversos poços no gel. • o pente produz pequenos poços onde o DNA será aplicado. PREPARO DO GEL • Os poços não chegam a atravessar o gel e servirão como reservatórios onde as amostras de DNA serão aplicadas. o Ao esfriar e polimerizar, a agarose fica com o aspecto turvo e com resistência diretamente proporcional à concentração de agarose utilizada. A forma contendo o gel é colocada no interior da cuba de eletroforese. PREPARO DA CORRIDA ELETROFORÉTICA FONTE PENTE POÇOS GEL TAMPÃO Na cuba o gel encontra-se entre fios de platina que atuam como cátodo e ânodo provocando a passagem de corrente elétrica gerada por uma fonte de eletricidade. PREPARO DA CORRIDA ELETROFORÉTICA Adiciona-se o mesmo tampão (tampão de corrida) usado para fundir a agarose em quantidade suficiente para que o gel fique totalmente imerso tomando-se o cuidado para que o nível de tampão fique pelo menos 1 mm acima do gel. A seguir retira-se cuidadosamente o pente. 2. APLICAÇÃO DA AMOSTRA Antes da aplicação, as amostras de DNA deverão ser misturadas a um tampão de amostra. A amostra, além de DNA contém: Loading Buffer -Corantes, azul de bromofenol e/ou xileno cianol. - Facilitam a aplicação da amostra no gel. - Auxiliam no monitoramento da corrida. Reagentes de alta densidade - sacarose, glicerol ou ficol. -Asseguram que a amostra de DNA entre no poço pela força da gravidade. 2. APLICAÇÃO DA AMOSTRA Loading buffer: 2. APLICAÇÃO DA AMOSTRA LADDER É um marcador de peso molecular. Para permitir uma estimativa visual do tamanho dos fragmentos de DNA de uma dada amostra. O ladder é uma mistura de diversos fragmentos de DNA de tamanhos e concentrações conhecidos, gerados a partir da digestão de plasmídeos com enzimas de restrição. Permite comparar, o tamanho dos fragmentos presentes na amostra analisada. Existem no mercado diversos tipos de ladders, que variam no tamanho dos fragmentos de DNA presentes na solução. Legenda: Eletroforese em gel de agarose à 1,2%. M: Marcador de peso molecular de 1kb (Amresco®), 1-8: DNA genômico extraído a partir dos pacientes pesquisados, 4: Ausência de amostra. Figura 1. Gel de eletroforese de amostras de fungos coletados no Parque do Ingá. Gel de agarose a 1% corado com brometo de etídeo. Canaleta 1: Ladder 1kb, 2: Amostra 5 sem diluição, 3: Amostra 5 diluição a 1:10, 4: Amostra 5 diluída a 1:50, 5: Amostra 5 diluída a 1:100, 6: Ladder, 7: Amostra6 sem diluição, 8: Amostra 6 diluída a 1:10, 9: Amostra 6 diluída 1:50, 10: Amostra 6 diluída a 1:100. Gel de agarose a 2,5% corado com brometo de etídeo apresentando a padronização e otimização da reação de PCR. Amplicons gerados com os primers ITS1-ITS4. Canaletas 1: Ladder de 100 pb; 2: controle positivo com DNA Lambda; 3: MgCl2 e sem diluição, 4: MgCl2 e diluição a 1:10; 5: MgCl2 e diluição 1:50, 6: MgCl2 e diluição a 1:100; 7: sem MgCl2 e sem diluição; 8: sem MgCl2 e diluição a 1:10, 9: sem MgCl2 e diluição a 1:50. 10: Ladder de 100 pb. Figura 2: Padronização e otimização da reação em cadeia da polimerase. • Após a aplicação das amostras, encaixa-se a tampa da cuba contendo os cabos que permitirão a conexão entre a cuba e a fonte de corrente contínua. 3. CORRIDA ELETROFORÉTICA Para se determinar a voltagem que será utilizada deve-se computar a distância entre os eletrodos e não o comprimento do gel. Geralmente usa-se uma voltagem de 1 a 5 V/cm. Voltagens excessivas ou muito baixas interferem na mobilidade do DNA e causam distorções na migração. Para cubas rotineiramente utilizadas pela maioria dos laboratórios de pesquisa, a voltagem varia entre 50 e 110 V. A VOLTAGEM É DETERMINADA NA FONTE É acoplado os fios a fonte e a cuba de corrida. Fonte Cuba com eletrodos A VOLTAGEM É DETERMINADA NA FONTE (-) (+) Durante a corrida o DNA sairá do poço, penetrará no gel, migrando em direção ao pólo positivo. Com isso os fragmentos serão separados de acordo com o tamanho. Os fragmentos menores migram mais rapidamente que o fragmentos maiores, pois eles apresentam maior facilidade de atravessar o poros da matriz de agarose em direção ao pólo positivo. Enquanto que fragmentos de mesmo tamanho migram praticamente juntos. 4. REGISTRO DOS RESULTADOS Após a visualização os resultados geralmente são foto documentados. No caso de géis corados com brometo de etídeo, as fotos devem ser adquiridas sob luz ultravioleta. É utilizado filme Polaroid (branco e preto) ou um software capaz de transformar em imagem a intensidade relativa de fluorescência emitida pelas bandas de DNA captadas por uma câmera fotográfica digital. Pode-se ainda utilizar uma câmara e a luz UV. Uma câmera acoplada registra a foto do gel. Transiluminador 4. REGISTRO DOS RESULTADOS 4. REGISTRO DOS RESULTADOS REFERÊNCIAS WATSON, J. D. DNA recombinante : genes e genomas, Porto Alegre: Artmed, 2009. BROWN, T. A.; FERREIRA, H. B.; PASSAGLIA, L. Clonagem gênica e análise de DNA : uma introdução - 4. ed. / 2003Porto Alegre: Artmed, 2003. https://www.youtube.com/watch?v=5ppWF0Y16r 4 https://www.youtube.com/watch?v=qLHsEkiGJO w
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