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Marcadores Moleculares • São sequências no DNA que revelam polimorfismo; • Identificam; • Caracterizam indivíduos geneticamente relacionados • Excluem a relação de parentesco. Marcadores Moleculares • Na prática os marcadores moleculares tem grande aplicação: – Vínculo genético: incluir ou exclui relação de parentesco – Melhoramento genético: seleciona características desejáveis – Diagnóstico e reprodução assistida: identifica doenças genéticas e parasitárias, predisposição a doenças, sexagem (animal). – Biologia da conservação: identifica o pool gênico a fim de realizar cruzamentos entre populações com baixo fundo genético ou identifica risco de extinção. Polimorfismo nas populações • Variação maior que 1% em um locus que determina uma característica, mas que não conduz a morte. Origem dos polimorfismos • São gerados por mutações: – Pontuais ou inserção e deleção, – Macro-rearranjos: translocações, inversões, deleções. • Regiões utilizadas como marcadores moleculares. • Éxons: regiões gênicas (genes)- Doenças/Caract. • Íntrons: regiões não-gênicas – Fingerprinting Marcadores Moleculares Marcadores Moleculares • São herdáveis, sejam eles éxons ou íntrons. • Reprodutibilidade: capacidade do experimento ser replicado. • Polimórfico: Apresentar variação entre indivíduos. • Codominância: capacidade de diferenciar os homozigotos dos heterozigotos. • Distribuição uniforme ao longo do genoma: Quanto maior a distribuição e detecção ao longo do genoma, melhor é a avaliação do polimorfismo. • Discriminação: Capacidade de detectar diferenças entre indivíduos estreitamente relacionados. • Aplicabilidade: O marcador precisa ser capaz de detectar de maneira fácil e rápida, um grande número de indivíduos. Características de um bom marcador molecular RFLP Polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição • Detecção de mutações/polimorfismos com uso de enzimas de restrição. Baseado na presença de sítios de restrição Clivagem de DNA genômico gerando fragmentos de DNA de tamanhos diferentes. Analisados por eletroforese ou Southern blot. Detecção por sondas radioativas. Revela posições diferentes na eletroforese (pb) RFLP Polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição • Rastreamento de doenças genéticas em famílias ou indivíduos. Anemia Falciforme RFLP Polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição VNTR Variável Número de Repetições in tandem • São regiões de número de nucleotídeos variável (10-100 pb) repetidas em tandem detectadas por corte com enzimas de restrição (RFLP). GCATCGAACG Minissatélites Quando clivado por enzimas de restrição gera fragmentos de DNA de tamanhos diferentes Enzimas comumente empregadas HaeIII, PstI e HinfI • Sequência repetida: CCCTT VNTR Variável Número de Repetições in tandem No perfil de corrida eletroforética é mostrado polimorfismo. VNTR Variável Número de Repetições in tandem Desvantagens no uso de RFLP e VNTR • Uso de DNA genômico integro • Amostra em grande quantidade (100-500ng) • O genoma estudado deve ser conhecido. • O RFLP é analisado por Southern blot, assim as sondas limitam a quantidade de fragmentos analisados. • Identifica heterozigotos. • Pode ser testado in sílico. • O VNTR analise vários locis ao mesmo tempo. Vantagens no uso de RFLP e VNTR RFLP-PCR • RFLP analisada por PCR ao invés de Southern blot. • Amplifica um marcador e em seguida cliva com enzimas de restrição. • A eletroforese demonstra o polimorfismo, a interpretação é dada por presença/ausência de bandas de DNA e tamanho (pb). • Uma grande vantagem é a distinção de heterozigotos. • Aplicações: – Diagnóstico de doenças genéticas – Identificação de espécies de microrganismos RFLP-PCR • Amplicon: 216 pb • Enzima de restrição: BsmFI • (CC) - Homozigoto Acometido: 2 bandas com 216pb (CC) – Lactase não-persistente • (CT) Heterozigoto : 3 bandas: 2 mutantes 90pb, 126 pb, 1 normal 216pb. Lactase persistente. • (TT) Homozigoto normal: duas bandas 90pb e 126pb. Lactase persistente 216 pb 90 pb 126 pb Diagnóstico de Intolerância a lactose detecta a ausência de mutação no gene MCM6 O gene MCM6 desliga o gene LTC que codifica a lactase. Quando mutado perde a função. RFLP-PCR Identificação de Aspergillus flavus com uso de primers IGS (universal) e corte com enzima BglII A técnica é baseada no uso de vários primers de sequência única e arbitrária (desconhecida) e baixa temperatura de anelamento para garantir a estrigência (baixa especificidade). 5’ 3’ 3’ 5’ A Ladder 1 2 3 2 1 3 RAPD Amplificação aleatória de DNA polimórfico Como interpretar os resultados? Os resultados são interpretados de acordo com a presença ou ausência de bandas. RAPD Amplificação aleatória de DNA polimórfico O tamanho (pb) e o número de bandas também é utilizado para avaliar a diversidade. • A principal aplicação esta relacionada ao estudo da variabilidade genética, geralmente dentro da mesma espécie, ou seja, identifica linhagens diferentes. • Pode ser também aplicada para análise de espécies diferentes, mas não é muito comum. Depende do tipo de estudo. • Comumente utilizada em biologia da conservação afim de identificar a variabilidade genética entre populações que vivem isoladas. • Ou no melhoramento genético quando se pretende melhorar o vigor. RAPD Amplificação aleatória de DNA polimórfico UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE RAPD-PCR PARA ESTUDO DE VARIABILIDADE GENÉTICA DE AMOSTRAS DE Leishmania (L.) chagasi ISOLADAS DE CASOS HUMANOS E RESERVATÓRIOS CANINOS, EM BELO HORIZONTE-MG. RAPD Amplificação aleatória de DNA polimórfico RAPD Amplificação aleatória de DNA polimórfico • As limitações da técnica estão relacionadas a baixa reprodutibilidade dos mesmos locis polimórficos. • A Técnica de RAPD não distingue locus heterozigotos, ou seja, a interpretação na eletroforese gera apenas uma banda de DNA de mesmo pm. RAPD Amplificação aleatória de DNA polimórfico • Fácil manuseio e reduzido número de etapas, é capaz de gerar resultados com certa rapidez em um curto período de tempo. • Baixo custo, comparado a outros marcadores. • Não requer o conhecimento prévio do genoma analisado. • Emprega poucos nanogramas de DNA na presença de um número bem reduzido de reagentes e não exige instalações laboratoriais tão sofisticadas. • Avaliação de um número elevado de genótipos em um curto prazo de tempo, além de sofrerem pouca influência ambiental. • Limitação esta relacionada a analisar apenas locus dominantes. Vantagens e limitações do RAPD (Freitas et. Al, 2007) • Amplificação seletiva, via PCR, de fragmentos de DNA genômico total gerados pela clivagem com enzimas de restrição. • É uma combinação das técnicas de RFLP com RAPD. • Comumente aplicada no fingerpriting e mapeamento genético de plantas . AFLP Polimorfismo de Comprimento de Fragmentos Amplificados AFLP Polimorfismo de Comprimento de Fragmentos Amplificados Primers (Eco-A/MseI-T) se anelam aos adaptadores Primer Adaptador EcoRI: CTCGTAGACTGCGTACC/AATTGGTACGCAGTCTAC Primer Adaptador MseI: GACGATGAGTCCTGAG/ TACTCAGGACTCATEcoRI e MseI Primers (Eco-AG/MseI-TA) se anelam aos adaptadores • Desvantagens: – Maior número de etapas – É um marcador dominante – Maior número de reagentes e equipamentos – Requerer DNA de qualidade e com alto nível de pureza. – A digestão parcial ou má qualidade do DNA pode levar a interpretações equivocadas do polimorfismo. AFLP Polimorfismo de Comprimento de Fragmentos Amplificados • Vantagem é análise em multiplex e resultados em PAGE. AFLP Polimorfismo de Comprimento de Fragmentos Amplificados Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem • São sequências curtas (2-6 nucleotídeos) repetidos in tandem dispersos ao “longo do genoma” nuclear de mitocôndrias. • São acúmulos de mutações conquistados ao longo da evolução. • São obtidos a partir de um par de primer que anela nas regiões que flanqueiam os microssatélites. • Isto quer dizer que o polimorfismo é dado pelo tamanho dos produtos de PCR mostrados na eletroforese. Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem Os microssatélites tem origem em mutações tipo “stepwise” Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem • Expressam locis codominantes gênicos e não gênicos. • Podem ser analisados vários locis simultaneamente por conjunto de primers na PCR multiplex ou eletroforese capilar. Região conservada Região conservada Região polimórfica Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem • Aplicações no DNA-fingerprinting • Aplicações no DNA-fingerprinting Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem • Amelogenina – Gene localizado nos cromossomos sexuais que codificam o esmalte dos dentes. Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem • Amelogenina Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem • DNA mitocondrial – O DNA mitocondrial apresenta marcadores moleculares com alta estabilidade e que permite a construção de genealogias de origem materna. Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem Microssatélites SSR – Sequências Simples Repetidas STR - Sequências pequenas repetidas in tandem • Como analisar microssatélites em eletroforese? – Compara-se o tamanho dos fragmentos e a quantidade compartilhada entre os indivíduos analisados. • Estes marcadores diferem entre os indivíduos em um único par de nucleotídeo. SNP Polimorfismo de Nucleotídeo Único SNP Polimorfismo de Nucleotídeo Único • SNPs são as variações genéticas mais comuns (90%) originadas de mutações pontuais. • Ocorrem a cada 300~600 nucleotídeos • SNPs tem se tornado marcadores de preferência pela sua grande abundância e pelo desenvolvimento de tecnologias de genotipagem em larga escala. • São analisados por qPCR, sequenciamento e Microarranjos e os resultados são dados por meio da “Bioinformática”. SNP genotyping by Precision Melt Analysis software using data generated by the CFX96 real-time PCR detection system. Discrimination of human factor V coagulation SNP genotypes (C to T substitution) using SsoFast EvaGreen supermix. Data from homozygous wild type (AA), mutant (aa), and heterozygote (Aa). Samples are shown on a normalized melt curve plot. RFU, relative fluorescence units. SNP Polimorfismo de Nucleotídeo Único Diagnóstico para o Fator V de Leiden Mutação por substituição da base G/A resultando na troca da Arg (Arginina) pela Gln (Glutamina) na posição 506 da proteína, um dos principais sítios de clivagem para ativação da proteína C. A presença da mutação aumenta o risco de doença trombótica de três a dez vezes para portadores heterozigotos e de oitenta vezes para portadores homozigotos. SNP Polimorfismo de Nucleotídeo Único Se q u en ci am e n to g ê n ic o SNP Polimorfismo de Nucleotídeo Único M ic ro ar ra y d e D N A Fingerprinting • Técnica que busca estabelecer (inclusão/exclusão) vinculo genético entre indivíduos. • 1986 - Alec Jeffreys: Descobriu que o DNA apresentava regiões altamente repetitivas (polimórficas). • Essas repetições variavam de indivíduo para indivíduo. • Impressões digitais de DNA. Fingerprinting • O processo crossing- over proporciona um alto grau de variabilidade entre os organismos vivos. • Já a reprodução combina estas possibilidades. Fingerprinting • As mutações gênicas aumentam esta variabilidade (polimorfismo) e são herdáveis geneticamente segundo o padrão Mendeliano. • Garante que cada indivíduo seja único. • As regiões polimórficas também são herdadas 50% do pai e 50% da mãe. • Exceção!!! Gêmeos Monozigóticos. Fingerprinting • A relação de parentesco é facilmente observável por eletroforese em gel ou outras técnicas de análise. Fingerprinting DNA-Figerprintig: marcadores moleculares • Regiões altamente polimórficas → regiões não- codificantes. • Porque a mutação embora herdável não altera o fenótipo. Combined DNA Index Sustem - CODIS Vínculo genético • Quando se observa um resultado de autoradiografia, eletroforese ou eletroferograma é possível incluir ou excluir a paternidade. • Quando o possível pai não é excluído, calcula-se: – Índice de Paternidade (IP) de cada locus analisado. – Índice Cumulativo de Paternidade (ICP) de todos os locis. – Probabilidade Cumulativa de Paternidade (W). Inclusão e/ou Exclusão de Paternidade • Para excluir vínculo genético deve ocorrer discordância em pelo menos três alelos entre o(a) filho(a) e o suposto pai ou mãe, conforme normas internacionais. Inclusão e/ou Exclusão de Paternidade Inclusão e/ou Exclusão de Paternidade Inclusão e/ou Exclusão de Paternidade IP – Índice de Paternidade • Razão entre a probabilidade que o homem analisado, seja o pai biológico da criança, e a probabilidade de que outro homem, ao acaso, possa ser o pai verdadeiro. IP: X/Y ou IP = m.p/m.f , onde – X: probabilidade de transmissão do alelo obrigatório paterno (p); – Y: probabilidade de transmissão do alelo obrigatório materno (m); • “p” ou “m” = 1 → quando pai ou mãe é homozigoto • “p” ou “m” = 0,5 → quando pai ou mãe é heterozigoto • “f”: frequência do locus analisado na população. • Exemplo 1: • Após divórcio uma mulher solicita a paternidade de sua criança. Após a análise de exclusão os peritos prosseguem na análise do Índice de Paternidade. As características da mãe e suposto pai sugerem que os mesmo são homozigotos para o locus analisado. Sabendo que a frequência deste alelo, nesta população, é de 0,125 (f). Calcule o IP. IP = m.p/m.f IP = (1.1)/(1.0,125) IP = 1/0,125 IP = 8 ICP - Índice Cumulativo de Paternidade • Deve-se calcular o IP para cada locus analisado, sendo que a multiplicaçãode um IP pelo outro permite o cálculo do Índice Cumulativo de Paternidade (ICP). • O valor do ICP mede a força ou a importância da evidência genética. • Ele indica se a evidência preenche melhor a hipótese de ser o homem testado o verdadeiro pai ou a hipótese de outro homem ser o pai. • Quanto maior o ICP, maior a probabilidade de o investigado ser o pai biológico. • Exemplo 1: • O breve relacionamento entre A.F. com J.R. resultou no nascimento de J.R. Jr. A supracitada mãe A.F. , solicita na justiça o reconhecimento de J.R.Jr. Por parte do senhor J.R., suposto pai. O resultado preliminar do teste é apresentado abaixo. Calcule a ICP do senhor J.R. ser o pai biológico de J.R.Jr. ICP = 1,04.1.4.2,38...1,85 ICP = 348,6268 787 W - Probabilidade Cumulativa de Paternidade • Possibilita determinar uma probabilidade posterior baseada no resultado genético do teste entre a mãe, filho e suposto pai. • Os resultados são classificados, segundo CODIS: – 90-94,9%: Provável Paternidade – 95-99%: Forte Índice de Paternidade – ≥ 99%: Paternidade Praticamente certa Probabilidade Cumulativa de Paternidade • Antes de calcular a probabilidade de paternidade devemos assumir uma probabilidade anterior de que o homem testado seja o verdadeiro pai. • Para isso leva-se em conta a probabilidade “a priori” de paternidade (PP), decorrente de outras evidências (não-genéticas), anteriores ao estudo pericial. • Como os peritos desconhecem essas evidências e devem permanecer neutros na disputa, utilizam o valor médio de 0,5 ou 50% em seus cálculos, para que não exista tendência matemática prévia a favor ou contra a paternidade. Probabilidade Cumulativa de Paternidade • A fórmula para calcular a probabilidade cumulativa de paternidade (W) é: W = (PP) . (ICP) / [(PP) . (ICP) + (1-PP)] • Exemplo: Assumindo a ICP de 19,0 e a PP de 0,5 ou 50% • Logo: W= (0,5) x (19,0)/ [(0,5) x (19,0) + (1-0,5)] W= 95 ou 95% • Exemplo 1: • C.A. solicita a paternidade de uma homem falecido a 28 anos. A pedido da justiça o corpo é exumado para extração de DNA. Foram analisados 8 locus do tipo mini-STRs. Os resultados parciais são apresentados abaixo. Calcule a Probabilidade Cumulativa de Paternidade (W) e indique o resultado segundo os parâmetros recomendados pelo CODIS. W: 82,97% O acusado como suposto pai é excluído da paternidade. • Exemplo 2: • Supracitada mãe solicita a paternidade sobre um de seus filhos. Os dados preliminares são apresentados abaixo. Calcule W e indique os resultados segundo o CODIS. ICP:1475178.145 W: 0,999999322 x100 Paternidade Praticamente certa 99,9999 Referências • WATSON, J.D. et al. DNA Recombinante: genes e genomas, São Paulo: Artmed, 2009. • ZAHA, A. et al. Biologia Molecular Básica. São Paulo: Artmed, 2012.
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