Buscar

Aula 04 CODJ

Prévia do material em texto

RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 1 de 87 
AULA 04 ± Código de Organização Judiciária 
do Estado do Paraná 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Sumário 
Sumário ........................................................................................................... 1 
1. Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná ........... 3 
1.1. Dos Órgãos do Poder Judiciário ........................................................... 6 
1.1.1. Tribunal de Justiça ....................................................................... 8 
2. Magistrados .......................................................................................... 17 
2.1. Juízes Substitutos .......................................................................... 19 
2.2. Juízes de Direito ............................................................................ 21 
2.3. Justiça Militar ................................................................................. 26 
2.4. Tribunal do Júri .............................................................................. 28 
2.5. Juizados Especiais Cíveis e Criminais ........................................... 32 
2.6. Nomeação, Remoção, Opção, Promoção, e Permuta dos Juízes . 42 
2.7. Compromisso, Posse e Exercício .................................................. 44 
2.8. Antiguidade .................................................................................... 46 
2.9. Subsídio, Representações, Gratificações, Ajudas de Custo, Diárias 
e Auxílio Funeral ................................................................................................... 47 
2.10. Ajuda de Custo, Diárias e Auxílio Funeral ...................................... 51 
2.11. Licenças, Concessões e Férias ..................................................... 53 
2.12. Substituições .................................................................................. 57 
2.13. Aposentadoria, Reversão e Aproveitamento .................................. 58 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 2 de 87 
2.14. Tratamento, Vestes Talares e Expediente ..................................... 61 
3. Juízes de Paz ....................................................................................... 64 
Questões Comentadas .................................................................................. 67 
Questões Propostas ...................................................................................... 80 
 
Salve meu caro. Tenho uma notícia nova para você. As aulas do Código de 
2UJDQL]DomR�-XGLFLiULD�H�GR�5HJLPHQWR� ,QWHUQR�GR�7ULEXQDO� IRUDP�HODERUDGDV� ³D���
PmRV´�� FRP� R� DX[tOLR� LQHVWLPiYHO� do Professor Fernando de Araújo, Mestre em 
Direito pela Universidade de São Paulo. 
Além de termos nos formado na mesma turma, o Professor Fernando passou 
8 anos de sua vida trabalhando exclusivamente para o Tribunal de Justiça de São 
Paulo, encontrando-se familiarizado com a estrutura de funcionamento dos órgãos 
do Poder Judiciário. 
Resolvi escrever tudo isto antes de colar a apresentação dele pois, além de 
tudo, é um sujeito modesto :P. Aí vai o recado dele: 
³Sou o Fernando, tenho 27 anos e atualmente sou assistente jurídico de 
desembargador no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Comecei aqui, aos 
19 anos, como escrevente no Fórum João Mendes e depois fui escrevente em 
gabinete de segunda instância. 
Tenho graduação em Direito pela Universidade de São Paulo e mestrado em 
Direito do Trabalho e Seguridade Social pela mesma instituição. Participo ainda do 
Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital [GPTC], vinculado à Universidade de São 
Paulo, e da Rede Nacional de Pesquisas e Estudos em Direito do Trabalho e da 
Seguridade Social [RENAPEDTS].´� 
Feitas as apresentações, vamos começar. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 3 de 87 
1. Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado 
do Paraná 
Aqui começa sua jornada de descobrimento do funcionamento do Poder 
Judiciário do Estado do Paraná. 
O Código de Organização Judiciária te apresenta ao seu novo local de 
trabalho, mostrando as estruturas hierárquicas, órgãos que compõem o Poder 
Judiciário do Estado, e os membros da cúpula diretiva do Tribunal (tais como o 
Presidente do Tribunal, os Vices Presidentes e o Corregedor-Geral). 
Nele também constam regras para criação de fóruns, as atribuições de cada 
um dos funcionários da justiça estadual, suas competências e atribuições, as 
funções dos auxiliares da justiça (calma que nós os conheceremos), o expediente 
dos órgãos do Poder Judiciário, e tudo, tudo, absolutamente tudo que um servidor 
deve saber sobre o local em que trabalha. 
É isto o que torna este Código tão útil e necessário, e a razão dele constar 
hoje no seu edital. 
As versões mais atualizadas que consegui encontrar dos diplomas que 
estudaremos saíram do próprio site do TJ: 
https://www.tjpr.jus.br/codj 
O CODJEPR, por exemplo, foi atualizado em 2015, o que poupará o seu 
querido professor do árduo trabalho de compilar na unha a legislação do seu Estado 
(já fiz isso algumas vezes em outros concursos e precisei de várias jarras de café 
/) 
3RQWR� LPSRUWDQWH�� GDTXL� SRU� GLDQWH�� D� H[SUHVVmR� ³Tribunal de Justiça´� VH�
referirá apenas ao órgão do Poder Judiciário composto por Desembargadores pelo 
Presidente do Tribunal, e não mais à estrutura toda do Poder Judiciário. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 4 de 87 
Você verá logo mais que existe um órgão do Poder Judiciário do Estado que 
se chama justamente ³Tribunal de Justiça´�� 6H� HX� QmR� IL]HU� HVWD� GLIHUHQFLDomR��
você certamente vai ficar doido :P. 
 Vamos começar a festa: 
Art. 1º. Este Código dispõe sobre a Organização e Divisão 
Judiciárias do Estado do Paraná e disciplina a constituição, a 
estrutura, as atribuições e a competência do Tribunal de Justiça, 
de Juízes e dos Serviços Auxiliares, observados os princípios 
constitucionais que os regem (redação dada pela Lei nº 14.925 de 
24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
 
Muita gente negligencia a importância do primeiro artigo de uma lei. No artigo 
1º está tudo aquilo que o Código de Organização Judiciária pretende abordar. 
As disposições iniciais mostram para que, exatamente, o Código foi 
elaborado. Tê-las em mente fará com que você elimine questões absurdas, e 
aprenda a raciocinar dentro da estrutura do texto. E, raciocinando desta forma, um 
belo dia tudo que está aqui fará sentido intuitivamente (é assim que funcionam as 
leis :P). 
É interessante observar que a lei fala da necessidade de observância dos 
princípios que regem aqueles sujeitos que foram mencionados nesse art. 1º. Esses 
princípios estão enumerados entre os §§ 1º e 2º: 
§ 1º. São regentes do presente código, dentre outros os 
seguintes princípios constitucionais:I ± legalidade: 
II ± impessoalidade; 
III ± moralidade; 
IV ± publicidade; 
V ± eficiência. 
§ 2º. Além dos princípios referidos no parágrafo anterior, 
também se aplicam à presente lei, os seguintes: 
I ± probidade; 
II ± motivação; 
III ± finalidade; 
IV ± razoabilidade; 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 5 de 87 
V ± proporcionalidade; 
VI ± ...Vetado...; 
VII ± interesse público; 
VIII ± modicidade das custas e emolumentos. 
§ 3º. Na constituição e alteração das atribuições e competência dos 
Tribunal de Justiça, de Juízes e dos Serviços Auxiliares, deverão 
ser observados, além dos princípios previstos nos parágrafos 
anteriores, os critérios de democratização da gestão e do acesso 
à Justiça, qualificação permanente, efetividade e celeridade 
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 
25/11/2005). 
§ 4º. Os aludidos princípios e critérios são condições de aplicação 
e hermenêutica, vedada a sua afastabilidade, sob pena de 
nulidade absoluta, decretável de ofício. 
 
 São princípios de natureza tipicamente administrativa, que devem orientar a 
atividade de criação, interpretação e aplicação das normas, com a possiblidade de 
reconhecimento de nulidade, até mesmo de ofício (isto é, sem que ninguém 
provoque, a autoridade competente poderá reconhecer a invalidade de determinado 
ato), nos termos dos §§ 3º e 4º. 
Em rigor, esses princípios nem precisariam estar nessa lei porque já orientam 
toda a atividade do Estado. Se você já estudou direito administrativo, deve se 
lembrar deles. 
Já os parágrafos 5º, 6º e 7º podem até parecer um tanto deslocados, mas 
não é difícil compreendê-los: 
§ 5º . Ficam estatizadas as serventias do foro judicial, inclusive 
as criadas por esta lei, respeitados os direitos dos atuais titulares. 
§ 6º. O Poder Judiciário, observadas as suas disponibilidades 
financeiras e orçamentárias, encaminhará mensagem à 
Assembléia Legislativa dispondo sobre o Quadro de Servidores 
e respectivos vencimentos, para cumprimento do disposto no 
parágrafo anterior. 
§ 7º. A administração da Justiça é exercida pelo Poder 
Judiciário. 
O § 5º estatiza todas as serventias judiciais, o que significa que elas são de 
titularidade do Estado. As serventias são os famosos cartórios. Repare, porém, que 
aqui a referência é apenas às serventias judiciais, e não às extrajudiciais (como, p. 
ex., os cartórios de registro de imóveis, tabelionatos, etc.). Mas atenção: a 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 6 de 87 
estatização das serventias não atingiu os direitos daqueles que já eram titulares 
delas quando da publicação da lei. 
E como o Poder Judiciário faz parte da estrutura do Estado, ele também se 
sujeita a limitações orçamentárias. Daí a razão do §6º, que estabelece o dever do 
Poder Judiciário encaminhar à Assembleia Legislativa informações sobre o 
vencimento e o Quadro de Servidores, para que a despesa com a estatização seja 
computada adequadamente. 
A disposição contida no §7º pode exigir um pouco mais de esforço na 
compreensão. É que ela estabelece que o Poder Judiciário é quem administra a 
-XVWLoD��0DV�HVWi�HVFULWR�³-XVWLoD´�FRP�³M´�PDL~VFXOR��(�TXDQGR�HVFUHYHPRV�DVVLP�
essa palavra, estamos nos referindo ao próprio Poder Judiciário��$�SDODYUD�³MXVWLoD´�
FRP� ³M´�PLQ~VFXOR�VH� UHIHUH�jTXHOH�FRPSOLFDGtVVLPR�FRQFHLWR� ILORVyILFR��$VVLP��HP�
outras palavras, esse parágrafo está dizendo que quem administra o Poder 
Judiciário é o Poder Judiciário. Uma tautologia que tem por finalidade realçar a 
independência dos poderes. 
1.1. Dos Órgãos do Poder Judiciário 
Art. 2º. São órgãos do Poder Judiciário do Estado: 
I- o Tribunal de Justiça; 
II - Revogado; (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± 
DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
III - os Tribunais do Júri; 
IV - os Juízes de Direito; 
V - os Juízes de Direito Substitutos de entrância final; 
VI - os Juízes Substitutos; 
VII - os Juizados Especiais; 
VIII - os Juízes de Paz. 
Parágrafo único. Para executar decisões ou diligências que 
ordenarem, poderão os tribunais e Juízes requisitar o auxílio da 
força pública. 
Aqui está descrita a composição do Poder Judiciário. E ele é composto por 
diversos órgãos: Tribunal de Justiça, Tribunal de júri e diversas categorias de juízes. 
Isso porque o Código de Organização Judiciária funciona praticamente como um 
HVWDWXWR�SDUD�HVWD�FODVVH�GH�³yUJmRV´��VLP��XP�Juiz sozinho também é um órgão do 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 7 de 87 
Poder Judiciário!). Ao defini-los, há a precisa intenção de delimitar a quem as 
normas do Código vinculam. Assim, da mesma forma que estudaremos a estrutura 
do Tribunal de Justiça quando falarmos do Regimento Interno, veremos que o 
presente código tratará da estrutura do Poder Judiciário como um todo e tratará 
também dos direitos e deveres dos Juízes. 
Art. 3º. É vedada a convocação ou a designação de Juiz de 
primeiro grau para exercer cargo ou função no Tribunal de 
Justiça, ressalvada a substituição de seus integrantes e o 
auxílio direto do Presidente do Tribunal de Justiça, dos Vice-
Presidentes, do Corregedor-Geral da Justiça e do Corregedor, 
em matéria administrativa, jurisdicional e correicional (redação dada 
pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 17/07/2009). 
 
O art. 3º decorre do fato de que órgãos diferentes têm atribuições diferentes. 
É por essa razão que é vedado convocar ou designar Juiz de primeiro grau para 
exercer cargo ou função no Tribunal, já que isso compete aos desembargadores. 
Mas há exceções: a substituição dos integrantes dos Tribunais e auxílio à 
presidência, vice-presidência e corregedoria, seja em atividades de natureza 
administrativa, jurisdicional ou correicional. Percebam que em todas essas 
hipóteses a designação está atrelada a uma necessidade de uma atividade 
suplementar dos Juízes: ou eles vão substituir desembargadores ou vão auxiliá-los. 
§ 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá designar Juízes 
de Direito da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba para 
atuarem junto aos órgãos superiores do Tribunal de Justiça, nos 
termos do caput deste artigo. 
 
Esse parágrafo especifica quais juízes poderão ser designados pela 
presidência para os fins deste artigo. E serão esses os da Comarca da Região 
Metropolitana de Curitiba. Lembre-se de que tanto o Tribunal de Justiça como a 
Comarca da Capital possuem sede no mesmo local. Convocar um Magistrado da 
Comarca da Capital atende tanto ao critério de praticidade (não há deslocamento 
para o Juiz sorteado) quanto ao critério de experiência, já que, atualmente, a 
comarca da Capital é a única comarca de entrância final do Estado, de tal forma que 
o Magistrado convocado já possui anos de experiência no exercício da Magistratura. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.brPágina 8 de 87 
§ 2º. As designações a que se refere o parágrafo anterior não 
implicarão vantagem pecuniária aos Juízes designados, salvo o 
ressarcimento de despesas de transporte e o pagamento de 
diárias, sempre que estes tiverem que se deslocar da sede. 
 
O exercício de substituição ou do auxílio não significa que os juízes terão 
alguma vantagem pecuniária por conta disso. O que será cabível é o ressarcimento 
das despesas relativas a transporte e diárias caso haja a necessidade de 
deslocamento para fora da sede (e a sede do Tribunal, como se verá no artigo 
seguinte é a Capital do Estado). 
1.1.1. Tribunal de Justiça 
O Tribunal não é um órgão composto por apenas uma pessoa, mas sim por 
várias. Essa parte do CODJ cuida exatamente de dizer quem compõe o Tribunal e 
em que condições alguém se torna membro do Tribunal. 
Art. 4º. O Tribunal de Justiça, órgão máximo do Poder Judiciário 
estadual, composto por cento e quarenta e cinco (145) 
Desembargadores, tem sede na Capital e jurisdição em todo o 
território do Estado. 
 
 Bem, o que se observa é que o membro do Tribunal, apesar de ser um juiz, 
tem um "cargo" com outro nome: é o desembargador. E o Tribunal é composto por 
cento e quarenta e cinco desembargadores. 
O detalhe aqui é que se formos olhar o Regimento Interno do TJPR, veremos 
que lá, no art. 3º, está escrito que o Tribunal é composto por cento e vinte 
desembargadores. Acontece que o regimento é mais antigo do que o CODJ. Além 
disso, o CODJ é uma lei e o Regimento Interno é uma norma de caráter 
administrativo. Então tudo bem que uma lei preveja um número maior de 
desembargadores, pois ela pode criar cargos desse tipo, se isso estiver de acordo 
com a Constituição Estadual. 
Art. 5º. Os Juízes de última entrância serão promovido ao cargo 
de Desembargador pelo Presidente do Tribunal de Justiça nas 
vagas correspondentes à respectiva classe, por antiguidade e 
merecimento, alternadamente, observado o disposto no artigo 6º 
deste Código (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± 
DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 9 de 87 
 
Este artigo dispõe em que condições um juiz pode se tornar um 
desembargador. O primeiro requisito é que eles sejam de entrância final. Conhecer 
as entrâncias é vital para entender a evolução funcional dos Magistrados e o porquê 
de algumas disposições fazerem referência. Por enquanto basta ter em mente que 
entrância é uma espécie de classificação das comarcas. Quem está numa entrância 
final já passou por outras e, presumivelmente, tem grande experiência jurídica e até 
um conhecimento mais profundo do próprio estado. Isso tudo significa que os 
Magistrados se tornarão Desembargadores à medida que evoluem na carreira, 
passando por todas as entrâncias, alcançando a entrância final, e finalmente, sendo 
nomeados pelo Tribunal de Justiça para o cargo. 
Note que esse artigo diz que serão promovidos os juízes a desembargadores 
nas vagas das respectivas classes. Essa redação faz sentido porque há 
desembargadores que não são juízes de carreira, isto é, que vieram de outra classe, 
são os do chamado ³TXLQWR�FRQVWLWXFLRQDO´�H�TXH�YLHUDP�GR�Ministério Público e da 
advocacia. Falaremos deles mais adiante. 
§ 1º. No caso de antigüidade, apurada na última entrância, o 
Tribunal de Justiça somente poderá recusar o Juiz mais antigo 
pelo voto fundamentado de dois terços (2/3) de seus membros, 
conforme procedimento próprio e assegurada ampla defesa, 
repetindo-se a votação até fixar-se a indicação (redação dada pela 
Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
 
Antiguidade é critério sagrado! Recusar a promoção ao Juiz mais antigo é 
algo grave. Desta forma, dois terços dos membros do Tribunal precisam votar neste 
sentido, e ainda, o voto tem de ser fundamentado. É praticamente impossível de 
acontecer, mas você precisa saber que existe a possibilidade de ocorrer. 
§ 2º. Tratando-se de vaga a ser provida pelo critério de 
merecimento, a promoção recairá no Juiz que for incluído na 
lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça e com o maior 
número de votos, sem prejuízo dos remanescentes mantidos em 
lista e observado o disposto no art.93, II, letras "a" e "b", da 
Constituição Federal. 
 
Quanto ao merecimento, três juízes que se destacarem no cumprimento de 
suas funções (cada Tribunal tem um critério, podendo envolver, por exemplo, 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 10 de 87 
número de processos julgados, menor número de decisões reformadas pelo 
Tribunal, menor tempo de espera para prolação do julgamento) integrarão uma lista, 
ao que se procederá a uma eleição, sendo promovido o mais votado. 
Quanto ao artigo 93, inciso II, as regras ali expostas TAMBÉM devem ser 
seguidas para a promoção de Juiz ao cargo de Desembargador. Nem preciso dizer 
que você precisa conhecer sua redação, mas a boa notícia é que o código em 
vários momentos repetirá o mesmo texto da Constituição. 
 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal 
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados 
os seguintes princípios: 
[...] 
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por 
antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: 
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes 
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; 
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de 
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira 
quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver 
com tais requisitos quem aceite o lugar vago; 
 c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos 
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da 
jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos 
oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá 
recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois 
terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e 
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a 
indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
 e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver 
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-
los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
 Voltando ao Código: 
§ 3º. Não será promovido o Juiz que, injustificadamente, retiver 
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-lo 
ao cartório sem o devido despacho ou decisão (redação dada pela 
Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 11 de 87 
Processo em poder de Juiz ou Desembargador é processo que precisa ser 
decidido por ele. E nada de tentar devolver o processo sem julgamento (ao cartório 
sem o devido despacho ou decisão). Um Juiz que retém processos é um Juiz que 
não mostra preparo paraser promovido. Trata-se de disposição idêntica, aliás, à da 
Constituição Federal, como visto acima. 
Art. 6º. Um quinto (1/5) dos lugares do Tribunal de Justiça será 
composto de membros do Ministério Público, com mais de dez 
(10) anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e 
de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes (redação dada pela Lei nº 
14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
 
Parte dos desembargadores que tem assento no Tribunal não são Juízes de 
carreira. Eles são oriundos do Ministério Público do respectivo Estado ou da União, 
conforme o caso, ou então, advogados com notório saber jurídico e reputação 
ilibada. É uma forma de provimento de cargo que não é feita através de Concurso 
Público, e assim sendo, precisa ter amparo direto da Constituição Federal, como 
realmente tem: 
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e 
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, 
com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório 
saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de 
efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos 
órgãos de representação das respectivas classes. 
 
 Muito bem, as próximas disposições são semelhantes às disposições do 
Regimento Interno quando este trata do quinto constitucional (isto quando não forem 
exatamente iguais :P). 
§ 1º. Sendo ímpar o número de vagas destinadas ao quinto 
constitucional, uma delas será alternada e sucessivamente 
preenchida por membro do Ministério Público e por advogados, 
de tal forma que, também sucessiva e alternadamente, os 
representantes de uma dessas classes superem os da outra em 
uma unidade (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± 
DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
Esse parágrafo busca apenas resolver eventuais complicações matemáticas 
para se chegar ao número de desembargadores que correspondem à classe do 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 12 de 87 
quinto constitucional. E vejamos: são atualmente 145 desembargadores; assim o 
quinto corresponderá a 29 desembargadores, sendo que metade virá do Ministério 
Público e metade da advocacia. Mas não dá para fazer a divisão com 14 vagas e 
meia para cada. Daí a necessidade do primeiro parágrafo. Alternadamente teremos 
15 vagas para o Ministério Público e 14 para a advocacia e, depois, conforme 
vagarem os cargos de desembargador, teremos 15 vagas para a advocacia e 14 
para o Ministério Público e assim sucessivamente. 
§ 2º. Quando resultar em fração o número de vagas destinadas 
ao quinto constitucional, corresponderá ela ao número inteiro 
seguinte (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE 
nº 7109 de 25/11/2005). 
 
 Aqui está prevista a solução para um problema que atualmente não 
acontece. Mas que pode acontecer. Imagine se o número de desembargadores é 
aumentado para 178. Não se trata de um número divisível por 5. Nessa hipótese, o 
quinto corresponderia a 35,6. Então, segundo esse dispositivo, o quinto 
corresponderá então a 36 desembargadores. 
§ 3º. Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça formará lista 
tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte (20) dias 
subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação 
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 
25/11/2005). 
Vamos na ordem: 
1 ± O órgão de classe (no caso dos Advogados, a OAB, e no caso dos 
Membros do Ministério Público, a organização prevista dentro da sua disciplina) 
escolhe 6 candidatos (lista sêxtupla) e encaminha essa lista para o Tribunal de 
Justiça. 
2 ± O Tribunal de Justiça, em voto aberto (conhecido por todos), nominal 
(saberemos quem foi que proferiu aquele voto) e fundamentado (o Desembargador 
tem de justificar a escolha com base no currículo do candidato), escolherá três 
nomes (lista tríplice) em sessão pública, encaminhando os nomes ao Governador do 
Estado. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 13 de 87 
3- O Governador do Estado, em 20 dias, escolherá o nome de sua 
preferência, que será empossado Desembargador do Tribunal. 
Este parágrafo 3º é mais uma mostra de que os poderes da República estão 
entrelaçados, dentro de um sistema conheciGR�FRPR�GH�³SHVRV�H�FRQWUDSHVRV. 
A parte teórica não vem ao caso, apenas entenda que o Executivo terá a 
palavra final na escolha do Desembargador do quinto constitucional, e esta 
disposição busca permitir que o Poder Executivo tenha alguma participação na 
composição do Tribunal, no caso, a palavra final sobre qual dos três indicados 
integrará o referido órgão. 
Conforme a vaga for oriunda do Ministério Público ou da advocacia, os 
respectivos órgãos enviarão indicações quanto aos possíveis membros a serem 
eleitos. 
O Tribunal pegará estes nomes, e enviará ao Poder Executivo, que 
escolherá QUALQUER UM DELES, inclusive o menos votado, se assim desejar. 
Art. 7º. Verificada vaga de Desembargador, a ser preenchida por 
magistrado de carreira, o Presidente do Tribunal de Justiça 
convocará o órgão competente para o preenchimento do respectivo 
cargo (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 
7109 de 25/11/2005). 
 
Caso não tenha prestado atenção quando eu disse isso no início da aula, aí 
vai de novo: Juiz é órgão do Poder Judiciário. Sim, ele, sozinho, tão somente só em 
sua sala despachando e decidindo é tão órgão quanto o Órgão Especial do Tribunal. 
E o órgão a que se refere esse artigo é o juiz. 
Parágrafo único. Se a vaga de Desembargador destinar-se ao 
quinto constitucional, o Presidente do Tribunal de Justiça 
oficiará ao órgão de classe a que couber a vaga para os fins do 
artigo 6º (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 
7109 de 25/11/2005). 
 
 Aqui temos o início do procedimento para o preenchimento das vagas do 
quinto constitucional. Como essas vagas não são preenchidas por juiz de carreira é 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 14 de 87 
necessária que seja feita, pelo Presidente do Tribunal, uma comunicação com os 
órgãos da classe de onde virão os novos desembargadores. 
Do artigo 8º até o artigo 11, não tem nenhuma novidade: 
Art. 8º. O Tribunal de Justiça é dirigido pelo Presidente, pelos 
Vice-Presidentes, Corregedor-Geral da Justiça e Corregedor 
(redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 
17/07/2009). 
 
Esses são os cargos de direção do Tribunal. Nesse ponto do CODJ apenas 
há a preocupação de dizer quem são eles. É apenas mais adiante, e principalmente 
no Regimento Interno, é que será detalhada a competência de cada um deles. 
 § 1º. Vetado. 
 § 2º. Não figurará mais entre os elegíveis quem tiver exercido o 
cargo de Presidente ou quaisquer outros cargos de direção, pelo 
período de quatro (4) anos, até que se esgotem todos os nomes 
na ordem de antigüidade, salvo quando houver recusa 
manifestada por um elegível e aceitaantes da eleição. 
Em regra, não poderá ser eleito alguém que já tenha ocupado um cargo de 
direção nos 4 anos anteriores à eleição para um cargo vago, a não ser que a lista 
dos desembargadores mais antigos já tenha sido esgotada ou se os elegíveis se 
recusarem a concorrer. 
§ 3º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos 
Desembargadores eleitos para qualquer dos cargos da cúpula 
diretiva, com a finalidade de completar período de mandato inferior a 
um (1) ano. 
 
Mais uma exceção ao parágrafo anterior. Estamos falando aqui do chamado 
PDQGDWR� ³WDPSmR´�� 2X� VHMD�� R� Desembargador é eleito apenas para completar o 
período em que outro deveria estar ocupando o cargo mas que, por um motivo 
qualquer, não pôde. Quem vier a ocupar um cargo nessas condições, poderá 
concorrer novamente em outras eleições. 
Art. 9º. Vagando a Presidência, o 1º Vice-Presidente a exercerá 
pelo período restante, se inferior a seis (6) meses. 
 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 15 de 87 
(VVD� Mi� p� XPD� KLSyWHVH� HP� TXH� R� ³PDQGDWR� WDPSmR´� VHTXHU� H[LVWLUi�� 6H� R�
período que faltar para o fim do mandato for menor que seis meses, nem eleição 
haverá. Assume o 1º Vice-Presidente. 
§ 1º. Caracterizada a hipótese supra, tratando-se da 1ª Vice-
Presidência ou da Corregedoria-Geral da Justiça, o cargo será 
exercido, respectivamente, pelo 2º Vice-Presidente e pelo 
Corregedor, para período restante, quando inferior a seis (6) meses 
(redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 
17/07/2009). 
O presente parágrafo trata de hipótese semelhante a do caput, mas no que 
se refere à vacância dos cargos da 1ª Vice-Presidência e da Corregedoria-Geral de 
Justiça. E a solução é também semelhante. Assumem, respectivamente, o 2º Vice-
Presidente e o Corregedor. 
§ 2º. Se, entretanto, a vacância de quaisquer cargos descritos 
se der em razão de o eleito não ter assumido o correspondente 
cargo diretivo na oportunidade prevista pelo Regimento Interno 
do Tribunal de Justiça, nova eleição deverá ser realizada, para o 
preenchimento daquela função, observando-se o que 
dispuserem as normas regimentais. 
 
Uma hipótese singular. Aqui a vacância decorrer do fato de os eleitos não 
assumirem os cargos. O que ocorrerá será, então, uma nova eleição, nos termos do 
Regimento Interno. 
Art. 10. O Tribunal de Justiça funcionará em Tribunal Pleno, 
Órgão Especial, Conselho da Magistratura e em órgãos 
fracionários, na forma que dispuserem a lei e o Regimento Interno 
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 
25/11/2005). 
 Parágrafo único. O Presidente, os Vice-Presidentes, o 
Corregedor-Geral da Justiça e o Corregedor não integrarão 
Câmaras ou Grupos de Câmaras (redação dada pela Lei nº 16.181 
de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 17/07/2009). 
 
 Esse artigo indica a divisão interna do Tribunal. Limitados em sua 
competência, cada um destes representa o próprio Tribunal de Justiça. O detalhe 
é que constam aí órgãos tanto de competência administrativa quanto jurisdicional. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 16 de 87 
Mas atenção: o Presidente, os Vice-Presidentes, o Corregedor-Geral da 
Justiça e o Corregedor deverão ser afastados das Câmaras e Grupos de 
Câmaras, órgãos estes que possuem competência exclusivamente jurisdicional. 
Art. 11. O Tribunal de Justiça constituirá comissões internas, 
permanentes ou não, cuja composição, atribuições e 
funcionamento serão disciplinados no Regimento Interno. 
 
Comissões podem ser entendidas como grupos de trabalho responsáveis 
pelo trato de algum assunto. Existem comissões permanentes (que, como o nome 
sugere, não serão dissolvidas) e comissões não permanentes. O CODJ 
expressamente remete essa matéria para o Regimento Interno. 
Pois bem. Os artigos 12 ao 16 versarão sobre a competência e atribuições 
GRV�GLULJHQWHV�GR�7ULEXQDO��$FRQWHFH�TXH�WRGRV�VH�OLPLWDP�D�GL]HU��³VHUi�GLVFLSOLQDGR�
QR� 5HJLPHQWR� ,QWHUQR´�� $VVLP�� TXDQGR� IRU� R� PRPHQWR� GH� HVWXGDU� R� 5HJLPHQWR�
Interno, veremos essa parte. Já a parte que falava sobre os Tribunais de Alçada foi 
revogada. 
Neste intervalo de artigos, porém, há um que é digno de menção, pois ele 
não apenas delega a matéria para o Regimento Interno, mas estipula como é a 
composição de um órgão: 
Art. 13. O Conselho da Magistratura, do qual são membros natos 
o Presidente do Tribunal de Justiça, o 1º Vice-Presidente e o 
Corregedor-Geral da Justiça, compõe-se de mais quatro (4) 
Desembargadores eleitos (redação dada pela Lei nº 14.925 de 
24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
§ 1º. A eleição será realizada na mesma sessão em que for eleito 
o corpo diretivo do Tribunal de Justiça, com mandato 
coincidente com o deste. 
§ 2º. O Conselho da Magistratura terá suas atribuições 
estabelecidas no Regimento Interno. 
 
4XDQGR�D�OHL�GL]�³PHPEUR�QDWR´�HOD�TXHU�GL]HU�TXH��não importa quem esteja 
naquela condição, sempre fará parte do Conselho. Quem se elege Presidente do 
Tribunal, por exemplo, obrigatoriamente estará no conselho. Além das vagas dos 
membros natos, outros quatro serão eleitos. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 17 de 87 
Um outro artigo relevante nesta parte é o 14. 
Art. 14. A Corregedoria-Geral da Justiça, que tem como 
incumbência a inspeção permanente dos Magistrados, das 
serventias do foro judicial e dos serviços do foro extrajudicial, 
terá sua competência e atribuições estabelecidas no Regimento 
Interno. 
 
Isso porque nele temos a competência da Corregedoria-Geral da Justiça. 
Você conhecerá este órgão a fundo quando estudarmos o Regimento Interno. Por 
enquanto, basta saber que é um órgão de inspeção do 1º grau de jurisdição 
(Magistrados, serventias do foro judicial e serviços do foro extrajudicial). 
O trabalho da Corregedoria é garantir que tudo funcione como deveria 
funcionar. 
2. Magistrados 
Art. 25. A magistratura de primeiro grau de jurisdição é constituída 
de: 
I - Juiz Substituto; 
II - Juiz de Direito de entrância inicial; 
III - Juiz de Direito de entrância intermediária; 
IV - Juiz de Direito de entrância final, titular da vara, titular de 
turma recursal ou substituto em primeiro e segundo graus. 
 
O Livro II do Código tratará da figura dos Juízes. E começa pelos Juízes em 
primeiro grau de jurisdição. Aliás, muito falei sobre primeiro e segundo grau de 
jurisdição, e creio até agora não ter explicado a você o que significa isso. 
Os órgãos do 1º Grau de Jurisdição serão os primeiros a tomar conhecimento 
da demanda que é apresentada ao Poder Judiciário, e, consequentemente, serão os 
primeiros a se manifestarem sobre o tema, prolatando uma decisão (sentença). 
Os órgãos do 2º Grau de Jurisdição, normalmente órgãos colegiados, 
apreciarão o mérito da causa pela segunda vez no curso do processo, revendo a 
decisão do Juiz de 1º Grau e reanalisando toda a matéria apresentada (efeito 
devolutivo do recurso, que seu professor já mencionou). Eles também se 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para oTJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 18 de 87 
manifestarão sobre o tema, entretanto, por serem órgãos colegiados, o farão 
através de Acórdãos. 
Feitos os comentários, voltamos ao Código para conhecer cada um dos 
órgãos da magistratura de primeiro grau de jurisdição. Cada um dos órgãos será 
explicado ao longo da aula, então, esta é só uma primeira apresentação. 
§ 1º. São Juízes Substitutos os de início de carreira, para 
substituição nas entrâncias inicial e intermediária com sede na 
comarca que encabeçar a respectiva seção, nomeados mediante 
concurso, nos termos dos arts. 28 a 32, e com competência 
definida no art. 33 deste Código. 
§ 2º. São Juízes de Direito Substitutos de primeiro grau os de 
entrância final, quando não titulares de varas, para substituição 
nas comarcas dessa categoria sediadas na Região Metropolitana 
de Curitiba, na Região Metropolitana de Londrina, na Região 
Metropolitana de Maringá, em Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, 
Cascavel, Guarapuava e Umuarama, promovidos entre os de 
entrância intermediária ou removidos de uma para outra das 
comarcas de entrância final.(redação do parágrafo dada pela Lei nº 17.210 de 
02/07/2012 ± DOE nº 8745 de 02/07/2012) 
§ 3º. São Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau os 
classificados na entrância final, com preenchimento do cargo 
mediante remoção, observados, alternadamente, os critérios de 
antigüidade e de merecimento (redação dada pela Lei nº 14.925 de 
24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
§ 4º. Os Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau, 
durante a substituição, terão a mesma competência dos 
membros do Tribunal de Justiça, exceto em matéria 
administrativa, ficando vinculados aos feitos em que tenham 
lançado visto como relator ou revisor, e, ainda, se tiverem solicitado 
vista ou proferido voto, hipótese em que continuarão o julgamento 
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
§ 5º. Caberá ao Presidente do Tribunal de Justiça a designação 
dos Juízes de Direito Substituto em Segundo Grau (redação dada pela Lei 
nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
§ 6º. Em regime de exceção, decorrente do acúmulo de processos, 
os Juízes de Direito Substituto em Segundo Grau poderão ser 
designados para auxiliar no Tribunal de Justiça, caso em que 
atuarão exclusivamente nos processos acumulados, constantes de 
relação específica (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 
25/11/2005). 
Art. 26. Vago o cargo de Desembargador ou encontrando-se o 
titular afastado por trinta (30) dias ou mais, far-se-á a 
convocação de Juiz de Direito Substituto de Segundo Grau 
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
Art. 27. Antes de decorrido o biênio do estágio probatório e desde 
que indicada pelo Conselho da Magistratura a aplicação da pena 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 19 de 87 
de demissão, o Juiz Substituto e o Juiz de Direito, quando for o 
caso, ficarão automaticamente afastados das respectivas funções, 
com perda do direito à vitaliciedade, ainda que a aplicação da pena 
ocorra após o decurso daquele prazo. 
 
Em verdade, os artigos acima trazem as definições do que seja um Juiz 
Substituto, Juiz Substituto em Primeiro e Segundo Grau. Nada com que você deva 
se preocupar agora, pois os próximos artigos cuidarão de explicar com mais 
detalhes o que você precisa saber. 
2.1. Juízes Substitutos 
Art. 28. O ingresso na carreira da magistratura, cujo cargo inicial 
será o de Juiz Substituto, dar-se-á mediante concurso público de 
provas e títulos, este com prazo de validade de até dois (2) anos, 
prorrogável uma única vez e, no máximo, por igual período. 
 
É aqui que a carreira de Juiz começa. Ninguém faz concurso público para o 
cargo de Desembargador, nem para ser Titular de determinada vara. A única 
maneira de acessar os cargos da Magistratura de 1º Grau de Jurisdição é por meio 
de Concurso Público para o cargo de Juiz Substituto. 
Esse Juiz costuma ser alocado onde haja Magistrados em férias ou licenças, 
justamente para fazer o que seu nome sugere: substituir. 
Art. 29. O concurso, salvo outra forma de realização estabelecida 
pelo Órgão Especial, será prestado perante comissão 
examinadora integrada pelo Presidente do Tribunal de Justiça, 
pelo Corregedor-Geral da Justiça, por um representante da 
Ordem dos Advogados do Brasil e por Desembargadores 
indicados pelo Órgão Especial. 
Parágrafo único. Para inscrever-se no concurso, o interessado 
deverá preencher, na data da inscrição, os seguintes requisitos: 
I - ser brasileiro; 
II - estar em pleno exercício dos direitos civis e políticos e quite 
com as obrigações eleitoral e militar; 
III ± ser bacharel em Direito; 
IV - gozar de boa saúde física e mental e não apresentar 
deficiência que o incapacite ao exercício da magistratura; 
V - não possuir antecedentes criminais, nem ter sofrido 
penalidade no exercício de cargo público ou de atividade 
profissional. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 20 de 87 
VI - comprovar, por documento, o exercício de, no mínimo, três 
(03) anos de atividade jurídica, na forma da lei (redação dada pela Lei 
nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). 
Art. 30. No pedido de inscrição, deverá o candidato indicar 
todos os cargos ou atividades que tiver exercido 
profissionalmente. 
O ingresso na Magistratura é um evento de importância monumental. O 
aprovado em Concurso Público de Juiz Substituto será um órgão do Poder 
Judiciário, e, desta forma, os dirigentes do Tribunal estão presentes para garantir 
que o concurso caminhe com a lisura necessária. 
Fora isto, um representante da OAB também deve integrar a comissão. A 
advocacia, por trabalhar diretamente com os órgãos do Poder Judiciário, também 
tem interesse que o concurso corra dentro da legalidade. 
Quanto aos incisos do artigo 29, grifei aqueles que destoam dos requisitos 
previstos no estatuto do servidor público do Estado, para que você preste especial 
atenção neles. 
Art. 31. O Tribunal de Justiça, mediante convênio com a 
Associação dos Magistrados do Paraná e com a Escola da 
Magistratura, às quais repassará os necessários recursos 
financeiros, organizará cursos permanentes voltados tanto à 
preparação para ingresso na magistratura quanto ao 
aperfeiçoamento de magistrados. 
Parágrafo único. No concurso público referido no art. 28, será 
atribuído valor relevante à conclusão do curso de preparação 
ministrado pela Escola da Magistratura do Paraná. 
 
Veja como o Poder Judiciário tenta ao máximo garantir que os ingressantes 
da carreira estejam à altura do cargo que almejam. 
Primeiro, garantiu que os Dirigentes do Tribunal compusessem a comissão 
examinadora. Garantiu que a OAB pudesse, através de seu representante, garantir 
a lisura do certame. Convocou Desembargadores para também assegurarem-se 
da qualidade dos candidatos (a prova oral da Magistratura é um massacre para 
quem não está preparado, e são os Desembargadores quem fazem as perguntas). 
 Mas não para por aí. O parágrafo único do artigo 31 diz, com todas as letras, 
que o fato de determinadocandidato ter concluído o curso de preparação da Escola 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 21 de 87 
da Magistratura do Paraná deve ser levado em consideração pela comissão do 
concurso. Leia-se: atribuir pontos extras a este fato além de não violar a isonomia 
entre os candidatos, é uma prescrição do Código, devendo ser seguida. 
Art. 32. O Regimento Interno do Tribunal de Justiça disciplinará a 
forma e as condições do concurso, cabendo ao Conselho da 
Magistratura elaborar o seu regulamento. 
Parágrafo único. Serão indicados para nomeação os candidatos 
correspondentes ao número de vagas, respeitados a ordem de 
classificação e o prazo de validade do concurso. 
 
Supondo que o candidato sobreviva a todas as fases, e seja nomeado como 
Juiz Substituto, no que consistirão suas atividades? 
Art. 33. O Juiz Substituto, quando no exercício de substituição, 
ou designado para auxiliar os Juízes de Direito das comarcas 
que integram as correspondentes seções judiciárias, terá a 
mesma competência destes. 
Parágrafo único. Caberá ao substituto, na ausência, mesmo 
eventual, do Juiz titular, decidir os pedidos cíveis e criminais de 
natureza urgente e comunicar, incontinenti, o fato ao 
Corregedor-Geral da Justiça. 
 
É para isto que o Bacharel em Direito estudou tanto ao longo da sua vida 
inteira: para substituir e auxiliar os Juízes de Direito das comarcas . 
Entretanto, ele é Juiz como qualquer outro. Embora sua pouca experiência 
recomende que ele apenas substitua e auxilie Juízes mais antigos no início de sua 
carreira, caso seja necessário, é o Juiz Substituto quem tem de decidir pedidos 
cíveis e criminais urgentes, avisando o Corregedor-Geral de pronto sobre as 
decisões que tomar nestes casos. 
2.2. Juízes de Direito 
Pois bem, um dia, depois de alguns anos, de tanto auxiliar e substituir Juízes 
de Direito, nosso caro amigo Juiz Substituto é promovido ele próprio a Juiz de 
Direito :P. Ao invés de auxiliar e substituir, ele agora irá: 
Art. 34. Salvo disposições em contrário, compete ao Juiz de Direito, 
em primeiro grau de jurisdição, o exercício de toda a jurisdição 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 22 de 87 
 
Sim! A competência do Juiz de direito é uma só: exercer integralmente a 
jurisdição em 1º grau. É esta figura tão nobre que decide toda e qualquer causa 
que lhe for apresentada. 
§ 1º. O Tribunal de Justiça, por ato de seu Presidente, poderá 
designar Juízes de Direito de entrância final para conhecer e julgar 
conflitos fundiários, no âmbito de todo o Estado, atribuindo-lhes 
competência exclusiva. 
§ 2º. Cumpre ao Juiz defender, pelas vias regulares de direito, a 
sua competência. 
 
Veja uma coisa interessante. O artigo 34, caput, utiliza a palavra jurisdição. 
Por outro lado, seu parágrafo 2º faz uso de outro termo conhecido por você: 
competência. Melhor diferenciar estes dois termos agora, pois embora próximos, 
possuem diferenças conceituais gritantes. 
De maneira bem simples (como convém a um professor de cursinho), 
jurisdição é o poder investido a determinados órgãos de aplicar o direito positivo (a 
lei) ao caso concreto. 
Todo Juiz é investido neste poder. Por isto se diz que a ele compete o 
exercício de toda a jurisdição, afinal de contas, o poder de aplicar a lei não é algo 
que pode ser dividido ou fracionado. Ele, em si, é uno. 
Competência por sua vez é a delimitação da jurisdição. Embora todo Juiz 
possa exercer a jurisdição (aplicar a lei), por critérios organizacionais, costuma-se 
dividir esta tarefa entre diversos órgãos, por meio de critérios objetivos (os mais 
comuns são os critérios territoriais e em relação à matéria), de maneira que cada 
órgão exerça a jurisdição apenas em determinados casos. 
Calma! A jurisdição continua uma só, mas os órgãos do Poder Judiciário, em 
função de sua competência, atuarão apenas em algumas hipóteses. 
Ensinemos pelo exemplo: se eu, Agente Fiscal de Rendas do Estado de São 
Paulo redijo em um pedaço de papel algo que eu chamo de sentença, aplicando a 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 23 de 87 
lei ao caso concreto, esta sentença é simplesmente inexistente. Como não estou 
investido de jurisdição, não tenho o poder de aplicar o direito ao caso concreto. 
Todavia, se o Juiz de Direito da Comarca de Foz do Iguaçu profere uma 
sentença referente à causa de competência da comarca de Curitiba, e, se no 
momento adequado, ninguém se opôs a este fato, aquela decisão é válida! Por que 
razão? Porque todo Juiz exerce toda a Jurisdição, ainda que, em função da 
competência, este Juízo não devesse atuar. Ok? 
Dito tudo isto, a defesa da competência do Juiz é uma tarefa sua, e ele deve 
buscar protegê-la. Se outro órgão invade a sua competência (afinal, todos eles 
possuem jurisdição), é seu dever buscar que esta intromissão cesse (existem 
mecanismos processuais para tanto, então, não imagine o nobre Magistrado saindo 
no braço por isto, é tudo dentro das vias regulares do direito). 
Art. 35. Nas comarcas onde houver mais de um Juízo, proceder-
se-á à distribuição dos feitos. 
 
Se houvesse apenas um Juízo, todas as demandas seriam da competência 
daquele Juízo. E aqui pode-se entender como Juízo órgãos investidos de jurisdição 
e igualmente competentes. Havendo mais de um, os feitos serão divididos 
aleatoriamente, através da distribuição. 
Art. 36. O Presidente do Tribunal de Justiça, ouvido o 
Corregedor-Geral da Justiça, se este não for o proponente da 
medida, poderá designar Juízes de Direito de primeiro grau de 
jurisdição para, cumulativamente com suas funções, proferirem 
sentença ou, nos limites das respectivas comarcas, 
responderem por matéria da competência de outros Juízos 
(redação dada pela Lei nº 16.220 de 26/08/2009 ± DOE nº 8043 de 26/08/2009). 
 
Veja que a competência de cada Juízo é bastante cara ao Poder Judiciário. 
Somente o Presidente do Tribunal de Justiça, depois de ouvir o Corregedor-Geral 
(ele não precisará ser ouvido se for ele próprio quem propôs a medida, afinal, 
imagina-se que nem mesmo faria a proposta se não a reputasse necessária), tem o 
poder permitir que Juízes de Direito profiram sentenças ou respondam por matérias 
que a princípio seriam de outros Juízos. Essa situação é o que se chama no dia-a-
GLD�IRUHQVH�GH�³DFXPXODU�9DUDV´� 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 24 de 87 
Art. 37. Nas Comarcas e Foros de entrância final, a Direção do 
Fórum será exercida por um dos Juízes Titulares designado pelo 
Presidente do Tribunal de Justiça, pelo prazo máximo de dois 
anos. 
§ 1º. Nas Comarcas e Foros de entrância intermediária e inicial 
com mais de uma secretaria do foro judicial com cargo de Juiz 
de Direito, a Direção do Fórum será exercida por um dos Juízes 
Titulares, pelo prazo máximo de dois anos, independentemente 
de designação,mediante sucessão automática e obedecendo-
se à ordem de antiguidade na Comarca ou Foro. 
§ 2º. Nas Comarcas ou Foros de Juízo Único a Direção do Fórum 
será exercida pelo Juiz Titular, enquanto nela judicar. 
§ 3º. Na hipótese do § 1º, o Juiz Diretor do Fórum, ao assumir 
suas funções, deve comunicar à Presidência do Tribunal de 
Justiça. 
§ 4º. A substituição eventual do Juiz Diretor do Fórum será 
exercida pelo Juiz de Direito Titular mais antigo na comarca ou 
foro, independente de designação. 
§ 5º. O Juiz Substituto responderá pela Direção do Fórum, 
independente de designação, quando na Comarca ou Foro não 
se encontrar em exercício nenhum dos Juízes titulares de varas. 
§ 6º. Na hipótese do § 5 deste artigo, havendo na Seção Judiciária 
mais de um Juiz Substituto, responderá pela Direção do Fórum 
aquele mais antigo na Seção. 
§ 7º. Além daquelas previstas em lei e outros atos normativos, o Juiz 
Diretor do Fórum possuirá outras atribuições definidas pelo 
Conselho da Magistratura. (redação do artigo e parágrafos dados 
pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). 
Esse artigo foi alterado em 2015 e tratou de especificar sobre como 
funcionará a direção dos Fóruns. 
É importante não confundir Fórum com foro. Fórum é o prédio no qual ficam 
localizadas as unidades judiciais de primeiro grau. Foro corresponde à divisão 
territorial da competência. 
Assim, o que é objeto do presente artigo é a direção do prédio! E há aqui 
uma gradação de complexidade: quando se tratar de entrância final, presume-se 
que o Fórum seja grande, cheio de unidades cartorárias etc. etc. Por isso, a 
designação vem do Presidente do Tribunal. Quando a entrância é intermediária ou 
inicial, e se houver mais de uma secretaria (isto é, mais de um cartório), a direção 
será conduzida por um dos Juízes de Direito, sem que seja necessária designação 
e com sucessão automática segundo ordem de antiguidade. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 25 de 87 
Quando houver apenas uma Vara (Juízo Único) é porque haverá apenas um 
Juiz de Direito Titular no Fórum. Logo, ele será também o diretor. Juiz Substituto 
somente dirigirá Fórum em substituição se, e somente se, não houver Titular que o 
possa fazer. 
Art. 38. Nas Comarcas ou Foros onde houver mais de um prédio 
destinado às dependências do Fórum, o Presidente do Tribunal de 
Justiça designará, para cada um, entre magistrados nele atuantes, 
o Juiz Diretor do Fórum, com atribuições limitadas ao gerenciamento 
do edifício, bem como, entre os Juízes Diretores dos Fóruns, o 
Juiz Diretor-Geral do Fórum, com as demais atribuições definidas 
pelo Conselho da Magistratura. 
Parágrafo único. As atribuições inerentes à Secretaria da Direção 
do Fórum serão exercidas pelos servidores próprios, onde houver, 
ou pela Secretaria Judicial do órgão de que for titular o Juiz Diretor 
do Fórum, salvo determinação contrária deste. (redação do artigo e 
parágrafo único dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 
9543 de 25/09/2015). 
 
Se eventualmente em uma mesma Comarca existir mais de um prédio que 
funcione como Fórum, para cada um deles será designado um Diretor. Mas além 
dos Diretores de cada Fórum, dentre eles será designado um Diretor-Geral, cujas 
atribuições serão definidas pelo Conselho da Magistratura. E a secretaria, composta 
por funcionários que auxiliarão o Juiz Diretor, ou será composta exclusivamente 
para esse fim ou corresponderá à secretaria da Vara de que é titular o Juiz Diretor. 
Mas essa segunda hipótese, diante do teor do artigo seguinte, somente ocorrerá 
quando no Fórum houver apenas um Juízo. 
Art. 39. Em todas as Comarcas e Foros haverá uma Secretaria da 
Direção do Fórum com estrutura funcional própria e subordinada ao 
respectivo Juiz Diretor do Fórum. 
§ 1º. A instalação da Secretaria da Direção do Fórum nas 
Comarcas ou Foros será precedida de ato do Presidente do 
Tribunal de Justiça. 
§ 2º. Salvo nas hipóteses em que existir quadro próprio nas 
Secretarias da Direção do Fórum, até o provimento dos cargos a 
ela vinculados, serão mantidas as designações dos servidores 
efetuadas com base na legislação anterior. (redação do artigo e parágrafos 
dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). 
As Secretarias de Direção não se confundem com as dos Juízos. São 
dotadas de estrutura e quadro próprios (isto é, servidores). E o provimento dos 
cargos dessas Secretarias é feito por meio de designação do Presidente. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 26 de 87 
Art. 40. Além daquelas previstas em lei ou em normativas emanadas 
do Tribunal de Justiça, a Secretaria da Direção do Fórum exercerá 
as seguintes atribuições: 
I ± Supervisionar a Central de Mandados; 
II ± Dar suporte e apoio às atividades desempenhadas pelo Juiz 
Diretor do Fórum. (redação do artigo e incisos dados pela Lei nº 18.571 de 
24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). 
 
As atribuições da Secretaria de Direção são de supervisão e auxílio. 
Supervisionam o funcionamento da Central de Mandados, que é responsável por 
distribuir os mandados entre os oficiais de Justiça e auxiliam os Juízes Diretores no 
cumprimento de suas determinações que forem de sua competência. 
Art. 41. À Secretaria da Direção do Fórum poderão ser 
acumuladas outras secretarias do foro judicial, no interesse da 
Justiça. 
Parágrafo único. A hipótese prevista neste artigo não implicará 
no aumento ou acumulação das gratificações legalmente 
estabelecidas para cada secretaria. (redação do artigo e parágrafo único 
dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). 
Aquele que ocupar cargo da Secretaria da Direção do Fórum não precisará 
renunciar a cargo de outra Secretaria que eventualmente ocupe. Desde que isso 
seja feito no interesse do Poder Judiciário. E se isso vier a ocorrer não haverá 
acumulo das gratificações a que o servidor teria direito por cada uma das 
secretarias. 
2.3. Justiça Militar 
A Justiça Militar é bastante peculiar, razão pela qual o Código de 
Organização Judiciária não busca detalhar sua atuação, pois o que tem mais 
relevância para essa matéria é a legislação específica (leia-se: provavelmente não 
vai cair na prova, e se cair, você acerta a questão só de ler os artigos abaixo). 
A estrutura é bastante simples: 
Art. 42. A Justiça Militar Estadual será exercida: 
I ± pelo Juiz de Direito da Vara da Justiça Militar e pelos 
Conselhos de Justiça previstos na legislação militar, com 
jurisdição em primeiro grau em todo o Estado; 
II ± pelo Tribunal de Justiça, em segundo grau de jurisdição. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 27 de 87 
Art. 43. A titularidade da Vara da Justiça Militar será exercida por 
Juiz de Direito de entrância final. 
Art. 44. A Justiça Militar Estadual, em primeiro grau de jurisdição, 
terá uma secretaria cível e uma secretaria criminal. 
I ± a Secretaria Cível compor-se-á de um Diretor de Secretaria e 
Técnicos Judiciários em número suficiente para o bom desempenho 
dos trabalhos da serventia. 
II ± a SecretariaCriminal compor-se-á de um Diretor de Secretaria e 
Auxiliares em número suficiente para o bom desempenho dos 
trabalhos da serventia. 
 Parágrafo único. O Juiz de Direito titular da Vara da Justiça 
Militar requisitará da corporação um Oficial Subalterno ou 
intermediário para a função de Diretor da Secretaria Criminal e 
praças para atuarem como seus auxiliares, excepcionando-se a 
regra contida no § 1º do art. 5º da Lei 16.023/2008. 
 
Opa, aqui tem algo um pouco mais complicado. Mas é fácil de pegar a ideia 
se você souber do que trata a Lei 16.023/2008. Só para não nos alongarmos, esta 
lei dispõe sobre os cargos dos funcionários públicos do Quadro de Pessoal do 1º 
Grau de Jurisdição. Enfim, o cargo comissionado de Diretor de Secretaria só pode 
ser exercido por um Analista Judiciário, Área Judiciária, ou, excepcionalmente, por 
um Técnico Judiciário ou Técnico de Secretaria formado em Direito. 
EXCETO no caso da Justiça Militar, onde o referido cargo pode ser 
preenchido nos moldes do parágrafo único, ou seja, por oficiais militares (subalterno 
ou intermediário). 
Art. 45. Na composição do Conselho de Justiça, observar-se-á, no 
que for aplicável, o disposto na legislação da Justiça Militar. 
Art. 46. Em seus eventuais impedimentos ou ausências, o Juiz da 
Justiça Militar será substituído por Juiz de Direito Substituto 
designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça. 
 
A competência da Justiça Militar, por outro lado, já é algo que eu considero 
prudente conhecer: 
Art. 47. Compete à Justiça Militar processar e julgar os militares 
do Estado, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais 
contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do 
Tribunal do Júri quando a vítima for civil 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 28 de 87 
A Justiça Militar julga... Militares! E mais, ela julga militares quando estes 
praticam crimes militares. Quer um exemplo bom: o crime de deserção previsto no 
artigo 187 do Código Penal Militar: 
Art. 187 Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que 
serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito 
dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a 
pena é agravada. 
 
Ah sim, se um militar pratica homicídio contra uma vítima civil, a competência 
não será da Justiça Militar neste caso (o homicídio é crime de competência do 
Tribunal do Júri). 
2.4. Tribunal do Júri 
O Tribunal do Júri também representa uma estrutura bastante específica, e, 
pela mesma razão da Justiça Militar, o código não detalha sua atuação. Não creio 
também que haverá questões complexas sobre o Tribunal do Júri (se houver 
alguma), pois a sua composição e funcionamento estão dispostos no Código de 
Processo Penal. 
Veja como é simples (é simples aqui, no Código de Processo Penal a coisa 
engrossa :P): 
Art. 48. O Tribunal do Júri, instalado nas sedes das comarcas, 
obedecerá, em sua composição e funcionamento, às normas do 
Código de Processo Penal. 
Art. 49. As reuniões do Tribunal do Júri serão mensais, devendo 
instalar-se mediante convocação do Juiz Presidente. 
§ 1º. Será dispensada a convocação das reuniões quando não 
houver processo preparado para julgamento. 
§ 2º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá determinar, 
sempre que o exigir o interesse da Justiça, reunião extraordinária 
do Tribunal do Júri em qualquer comarca. 
 
A composição deste tribunal encontra-se no artigo 447 do Código de 
Processo Penal: 
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, 
seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 29 de 87 
dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de 
Sentença em cada sessão de julgamento. 
 
Eis aí a peculiaridade do Tribunal do Júri: ele não é integrado por juízes, mas 
sim por cidadãos alistados e convocados para o desempenho da função de jurado. 
Um Juiz togado exerce a função de Presidente do Tribunal do Júri, mas já te 
adianto: quem toma a decisão neste tribunal são os jurados, em votação, cabendo 
ao Juiz apenas proferir a sentença. Meus professores chamavam-QR�GH�³7ULEXQDO�GR�
3RYR´� 
Já te dou um exemplo bom, mas leia antes a competência do referido órgão: 
Art. 50. Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida e dos que lhe forem conexos, 
consumados ou tentados. 
 
O Tribunal do Júri é competente para julgar crimes dolosos contra a vida, 
conforme redação do artigo 74 do Código de Processo Penal: 
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada 
pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do 
Tribunal do Júri. 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes 
previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 
124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou 
tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
[...] 
 
Mas este artigo 50 não nos diz apenas a competência do Tribunal do Júri, 
mas também quem presidirá o Júri, veja os §§1º e 2º desse artigo: 
§ 1º. Aos Juízos das Varas do Tribunal do Júri compete a 
organização e presidência deste e a instrução e julgamento de 
todos os processos de sua competência. 
§ 2º. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de 
Curitiba, a competência será definida por distribuição entre as 
varas privativas dos Tribunais do Júri. 
Daqui podemos concluir que presidirá o Tribunal do Júri o juiz titular da 
respectiva Vara do Tribunal do Júri, que deverá organizar e presidir, isto é, adotar as 
medidas necessárias, para o julgamento do processo. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 30 de 87 
Art. 51. Nas comarcas que não contarem com vara privativa do júri, 
mas que tenham mais de uma vara criminal, os processos relativos a 
crimes dolosos contra a vida a que se refere o caput do artigo 
anterior serão distribuídos entre essas varas e ali processados 
até a fase dos arts. 408 a 411 do Código de Processo Penal. 
§ 1º. O réu será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, 
presidido pelo Juiz da 1ª. Vara Criminal, para onde serão remetidos 
os autos. 
§ 2º. A cada julgamento realizado pelo Tribunal do Júri, a 
respectiva vara receberá um processo a menos na distribuição. 
 
De acordo com esse artigo 51 se em determinada comarca não houver uma 
vara privativa de júri (isto é, existem varas, mas nenhuma que exclusivamente se 
destine ao Tribunal do Júri), o processo de competência do júri será normalmente 
distribuído para uma delas e prosseguirá até as fases em que o réu apresentou sua 
resposta, o Ministério Público se manifesta, e em que são produzidas as provas (é 
isso que consta nos arts. 408 a 411 do Código de Processo Penal). Depois de 
realizados esses atos, o processo é encaminhado para o Tribunal do Júri presidido 
pelo juiz da 1ª Vara Criminal. Por ter que presidir um júri de um processo que 
originalmente não era seu, a 1ª Vara poderá ter compensação na distribuição de 
processos, ou seja, receberá um processo a menosdo que as demais varas. 
Em resumo, será sempre o Juiz togado quem presidirá as sessões. O Júri 
compõe-se de 21 jurados (no Paraná são 21, como veremos mais a frente), e sete 
deles compõem o Conselho de Sentença, escolhidos por sorteio. São estes sete 
jurados que, depois de presenciar a sessão de julgamento, votarão pela absolvição 
ou condenação do réu. 
Mesmo que o Juiz não concorde com a decisão dos jurados, ele não tem 
poder para alterá-la. A decisão do Júri é soberana, e só pode ser substituída por 
uma decisão proferida por outro Júri. 
Desta forma, ainda que o réu confesse, com riqueza de detalhes, a forma 
como assassinou sua vítima, toda a instrução do processo leve a crer que isto 
realmente ocorreu, caso os jurados ainda assim votem pela absolvição do réu, de 
maneira contrária à opinião do Juiz, aquela decisão não pode ser alterada pelo 
Presidente. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 31 de 87 
E, só por curiosidade, o Juiz pode convocar um novo Conselho de Sentença 
para decidir a mesma causa (em hipóteses bastante específicas do Código de 
Processo Penal), com outros jurados (veja, se alguém vai mudar a decisão, será o 
novo Conselho de Sentença, e não o Presidente), mas se mesmo este novo júri 
decidir pela absolvição, dessa vez é definitivo. 
Art. 52. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de 
Curitiba, cada Tribunal do Júri contará com dois magistrados, 
sendo um deles Juiz Sumariante, e o outro, Juiz Presidente. 
 
Este artigo adota uma divisão no foro central da Comarca de Curitiba para 
racionalização do trabalho e aproveitamento de tempo em decorrência da 
especificação das funções dos magistrados. Aqui, ao contrário do Tribunal do Júri 
de outras comarcas, haverá dois juízes, além do Presidente, tal como nas demais, 
teremos o Juiz Sumariante. 
Art. 53. Competirá ao Juiz Sumariante: 
I ± receber ou rejeitar a denúncia; 
II - presidir a instrução, proferir sentença e processar o eventual 
recurso que for interposto. 
Parágrafo único. Ficará preventa a competência do Juiz 
Sumariante na hipótese de desclassificação, salvo se operada pelo 
Tribunal do Júri. 
 
Em resumo, o Juiz Sumariante é encarregado de preparar o processo até o 
momento em que o júri se manifestará. 
O parágrafo único desse artigo fala em desclassificação, que nada mais que 
é uma nova definição jurídica para o crime levado à apreciação do Tribunal do Júri. 
Exemplo: se o Juiz Sumariante, ao ler a peça acusatória, entender que 
aquela conduta descrita não é um homicídio e sim um latrocínio (que não é de 
competência do Tribunal do Júri), ocorreu a desclassificação da infração. Com isto, 
não será o Tribunal do Júri quem irá decidir o caso (pois não é assunto da 
competência daquele órgão), mas um Juiz de Direito. E já que o Juiz Sumariante já 
tomou conhecimento do caso, já ficará com ele a competência para efetuar o 
julgamento. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 32 de 87 
Por outro lado, se for o Tribunal do Júri quem decidir pela desclassificação, 
esta regra não se aplica. 
Art. 54. Ao Juiz Presidente competirá: 
I ± receber o libelo; 
II - preparar o processo para julgamento; 
III - presidir a sessão de julgamento e proferir sentença; 
IV - processar os recursos interpostos contra decisões que 
proferir; 
V - organizar a lista geral de jurados anualmente; 
VI - fazer o sorteio e a convocação dos vinte e um (21) jurados 
componentes do júri para a sessão. 
 
Sem pânico: libelo é a peça acusatória. Simples assim. O Código de 
Processo Penal fala em 25 jurados. Somente copiei o artigo 447 para que você 
conhecesse a estrutura do órgão. No Judiciário do Paraná, são 21 jurados. 
Art. 55. Ao Juiz Sumariante e ao Juiz Presidente, nas 
respectivas fases do processo em que exercerem a 
competência funcional, caberá decretar, relaxar ou regular a 
prisão do réu, bem como conceder-lhe liberdade provisória. 
Parágrafo único. Nos impedimentos e ausências justificadas, os 
Juízes Sumariante e Presidente substituir-se-ão reciprocamente 
sempre que não houver incompatibilidade ao desenvolvimento de 
suas específicas funções, independentemente de designação. 
 
7DQWR� R� -XL]� 6XPDULDQWH� TXDQWR� R� 3UHVLGHQWH� SRGHUmR� ³PDQGDU� SUHQGHU� RX�
PDQGDU�VROWDU´�R�UpX��só podem fazê-lo se o processo estiver em uma das fases que 
lhe competem atuar. Se o processo demandar manifestação do Juiz Sumariante, a 
competência cabe a este, no entanto, se for a vez do Juiz Presidente, será este 
quem terá a competência. 
Outro ponto importante: Juiz Sumariante e Presidente se substituem 
reciprocamente independentemente de designação específica. 
2.5. Juizados Especiais Cíveis e Criminais 
Os Juizados Especiais foram criação da Lei 9099/1995, e baseiam-se em 
uma premissa simples: muitas das demandas que chegam ao Poder Judiciário são 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
Página 33 de 87 
tão simples de serem resolvidas que a utilização dos mecanismos até então 
existentes do Código de Processo Civil e Penal muito mais prejudica do que 
favorece a solução de conflitos, em especial no que diz respeito à duração de tais 
demandas. 
Acredito que os artigos 1º e 2º da Lei 9.099/1995 transmitam os objetivos 
destes órgãos: 
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça 
Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento 
e execução, nas causas de sua competência. 
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, 
buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. 
 
O objetivo é singelo: agilizar o desfecho de demandas de menor 
complexidade, se possível, através da conciliação e transação entre as partes 
(conforme já dissemos, uma solução que nasça de um acordo entre as partes tem 
muito mais chance de ser cumprida). 
No que diz respeito ao Código, o legislador tomou a liberdade de arremessar 
a competência destes órgãos 10 artigos depois da abertura do capítulo, o que 
forçaria você a examinar a estrutura do órgão muito antes de saber para o que ele 
serve. Vejamos o que precisamos saber, antes de qualquer coisa: 
Art. 64. Às unidades dos Juizados Especiais Cíveis compete, por 
distribuição, a conciliação, processamento, julgamento e a 
execução de causas cíveis de menor complexidade, assim 
definidas nos termos da lei. Às unidades dos Juizados Especiais 
Criminais compete, por distribuição, a conciliação, processo, 
julgamento e a execução de seus julgados, proferidos em 
processos relativos a infrações penais de menor potencial 
ofensivo, nos termos da lei, ressalvados o disposto no art. 74 da Lei 
Federal 9.099/95 e os casos de competência exclusiva da Vara de 
Execuções Penais e da Vara de Execução de Penas e Medidas 
Alternativas, respectivamente. 
E como não podia deixar de ser, o Código busca apenas organizar o Poder 
Judiciário do estado, então, sempre que possível, ele fará remissão a outros

Continue navegando