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RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 87 AULA 04 ± Código de Organização Judiciária do Estado do Paraná SUMÁRIO PÁGINA Sumário Sumário ........................................................................................................... 1 1. Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná ........... 3 1.1. Dos Órgãos do Poder Judiciário ........................................................... 6 1.1.1. Tribunal de Justiça ....................................................................... 8 2. Magistrados .......................................................................................... 17 2.1. Juízes Substitutos .......................................................................... 19 2.2. Juízes de Direito ............................................................................ 21 2.3. Justiça Militar ................................................................................. 26 2.4. Tribunal do Júri .............................................................................. 28 2.5. Juizados Especiais Cíveis e Criminais ........................................... 32 2.6. Nomeação, Remoção, Opção, Promoção, e Permuta dos Juízes . 42 2.7. Compromisso, Posse e Exercício .................................................. 44 2.8. Antiguidade .................................................................................... 46 2.9. Subsídio, Representações, Gratificações, Ajudas de Custo, Diárias e Auxílio Funeral ................................................................................................... 47 2.10. Ajuda de Custo, Diárias e Auxílio Funeral ...................................... 51 2.11. Licenças, Concessões e Férias ..................................................... 53 2.12. Substituições .................................................................................. 57 2.13. Aposentadoria, Reversão e Aproveitamento .................................. 58 RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 87 2.14. Tratamento, Vestes Talares e Expediente ..................................... 61 3. Juízes de Paz ....................................................................................... 64 Questões Comentadas .................................................................................. 67 Questões Propostas ...................................................................................... 80 Salve meu caro. Tenho uma notícia nova para você. As aulas do Código de 2UJDQL]DomR�-XGLFLiULD�H�GR�5HJLPHQWR� ,QWHUQR�GR�7ULEXQDO� IRUDP�HODERUDGDV� ³D��� PmRV´�� FRP� R� DX[tOLR� LQHVWLPiYHO� do Professor Fernando de Araújo, Mestre em Direito pela Universidade de São Paulo. Além de termos nos formado na mesma turma, o Professor Fernando passou 8 anos de sua vida trabalhando exclusivamente para o Tribunal de Justiça de São Paulo, encontrando-se familiarizado com a estrutura de funcionamento dos órgãos do Poder Judiciário. Resolvi escrever tudo isto antes de colar a apresentação dele pois, além de tudo, é um sujeito modesto :P. Aí vai o recado dele: ³Sou o Fernando, tenho 27 anos e atualmente sou assistente jurídico de desembargador no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Comecei aqui, aos 19 anos, como escrevente no Fórum João Mendes e depois fui escrevente em gabinete de segunda instância. Tenho graduação em Direito pela Universidade de São Paulo e mestrado em Direito do Trabalho e Seguridade Social pela mesma instituição. Participo ainda do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital [GPTC], vinculado à Universidade de São Paulo, e da Rede Nacional de Pesquisas e Estudos em Direito do Trabalho e da Seguridade Social [RENAPEDTS].´� Feitas as apresentações, vamos começar. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 87 1. Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná Aqui começa sua jornada de descobrimento do funcionamento do Poder Judiciário do Estado do Paraná. O Código de Organização Judiciária te apresenta ao seu novo local de trabalho, mostrando as estruturas hierárquicas, órgãos que compõem o Poder Judiciário do Estado, e os membros da cúpula diretiva do Tribunal (tais como o Presidente do Tribunal, os Vices Presidentes e o Corregedor-Geral). Nele também constam regras para criação de fóruns, as atribuições de cada um dos funcionários da justiça estadual, suas competências e atribuições, as funções dos auxiliares da justiça (calma que nós os conheceremos), o expediente dos órgãos do Poder Judiciário, e tudo, tudo, absolutamente tudo que um servidor deve saber sobre o local em que trabalha. É isto o que torna este Código tão útil e necessário, e a razão dele constar hoje no seu edital. As versões mais atualizadas que consegui encontrar dos diplomas que estudaremos saíram do próprio site do TJ: https://www.tjpr.jus.br/codj O CODJEPR, por exemplo, foi atualizado em 2015, o que poupará o seu querido professor do árduo trabalho de compilar na unha a legislação do seu Estado (já fiz isso algumas vezes em outros concursos e precisei de várias jarras de café /) 3RQWR� LPSRUWDQWH�� GDTXL� SRU� GLDQWH�� D� H[SUHVVmR� ³Tribunal de Justiça´� VH� referirá apenas ao órgão do Poder Judiciário composto por Desembargadores pelo Presidente do Tribunal, e não mais à estrutura toda do Poder Judiciário. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 87 Você verá logo mais que existe um órgão do Poder Judiciário do Estado que se chama justamente ³Tribunal de Justiça´�� 6H� HX� QmR� IL]HU� HVWD� GLIHUHQFLDomR�� você certamente vai ficar doido :P. Vamos começar a festa: Art. 1º. Este Código dispõe sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná e disciplina a constituição, a estrutura, as atribuições e a competência do Tribunal de Justiça, de Juízes e dos Serviços Auxiliares, observados os princípios constitucionais que os regem (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Muita gente negligencia a importância do primeiro artigo de uma lei. No artigo 1º está tudo aquilo que o Código de Organização Judiciária pretende abordar. As disposições iniciais mostram para que, exatamente, o Código foi elaborado. Tê-las em mente fará com que você elimine questões absurdas, e aprenda a raciocinar dentro da estrutura do texto. E, raciocinando desta forma, um belo dia tudo que está aqui fará sentido intuitivamente (é assim que funcionam as leis :P). É interessante observar que a lei fala da necessidade de observância dos princípios que regem aqueles sujeitos que foram mencionados nesse art. 1º. Esses princípios estão enumerados entre os §§ 1º e 2º: § 1º. São regentes do presente código, dentre outros os seguintes princípios constitucionais:I ± legalidade: II ± impessoalidade; III ± moralidade; IV ± publicidade; V ± eficiência. § 2º. Além dos princípios referidos no parágrafo anterior, também se aplicam à presente lei, os seguintes: I ± probidade; II ± motivação; III ± finalidade; IV ± razoabilidade; RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 87 V ± proporcionalidade; VI ± ...Vetado...; VII ± interesse público; VIII ± modicidade das custas e emolumentos. § 3º. Na constituição e alteração das atribuições e competência dos Tribunal de Justiça, de Juízes e dos Serviços Auxiliares, deverão ser observados, além dos princípios previstos nos parágrafos anteriores, os critérios de democratização da gestão e do acesso à Justiça, qualificação permanente, efetividade e celeridade (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). § 4º. Os aludidos princípios e critérios são condições de aplicação e hermenêutica, vedada a sua afastabilidade, sob pena de nulidade absoluta, decretável de ofício. São princípios de natureza tipicamente administrativa, que devem orientar a atividade de criação, interpretação e aplicação das normas, com a possiblidade de reconhecimento de nulidade, até mesmo de ofício (isto é, sem que ninguém provoque, a autoridade competente poderá reconhecer a invalidade de determinado ato), nos termos dos §§ 3º e 4º. Em rigor, esses princípios nem precisariam estar nessa lei porque já orientam toda a atividade do Estado. Se você já estudou direito administrativo, deve se lembrar deles. Já os parágrafos 5º, 6º e 7º podem até parecer um tanto deslocados, mas não é difícil compreendê-los: § 5º . Ficam estatizadas as serventias do foro judicial, inclusive as criadas por esta lei, respeitados os direitos dos atuais titulares. § 6º. O Poder Judiciário, observadas as suas disponibilidades financeiras e orçamentárias, encaminhará mensagem à Assembléia Legislativa dispondo sobre o Quadro de Servidores e respectivos vencimentos, para cumprimento do disposto no parágrafo anterior. § 7º. A administração da Justiça é exercida pelo Poder Judiciário. O § 5º estatiza todas as serventias judiciais, o que significa que elas são de titularidade do Estado. As serventias são os famosos cartórios. Repare, porém, que aqui a referência é apenas às serventias judiciais, e não às extrajudiciais (como, p. ex., os cartórios de registro de imóveis, tabelionatos, etc.). Mas atenção: a RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 87 estatização das serventias não atingiu os direitos daqueles que já eram titulares delas quando da publicação da lei. E como o Poder Judiciário faz parte da estrutura do Estado, ele também se sujeita a limitações orçamentárias. Daí a razão do §6º, que estabelece o dever do Poder Judiciário encaminhar à Assembleia Legislativa informações sobre o vencimento e o Quadro de Servidores, para que a despesa com a estatização seja computada adequadamente. A disposição contida no §7º pode exigir um pouco mais de esforço na compreensão. É que ela estabelece que o Poder Judiciário é quem administra a -XVWLoD��0DV�HVWi�HVFULWR�³-XVWLoD´�FRP�³M´�PDL~VFXOR��(�TXDQGR�HVFUHYHPRV�DVVLP� essa palavra, estamos nos referindo ao próprio Poder Judiciário��$�SDODYUD�³MXVWLoD´� FRP� ³M´�PLQ~VFXOR�VH� UHIHUH�jTXHOH�FRPSOLFDGtVVLPR�FRQFHLWR� ILORVyILFR��$VVLP��HP� outras palavras, esse parágrafo está dizendo que quem administra o Poder Judiciário é o Poder Judiciário. Uma tautologia que tem por finalidade realçar a independência dos poderes. 1.1. Dos Órgãos do Poder Judiciário Art. 2º. São órgãos do Poder Judiciário do Estado: I- o Tribunal de Justiça; II - Revogado; (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). III - os Tribunais do Júri; IV - os Juízes de Direito; V - os Juízes de Direito Substitutos de entrância final; VI - os Juízes Substitutos; VII - os Juizados Especiais; VIII - os Juízes de Paz. Parágrafo único. Para executar decisões ou diligências que ordenarem, poderão os tribunais e Juízes requisitar o auxílio da força pública. Aqui está descrita a composição do Poder Judiciário. E ele é composto por diversos órgãos: Tribunal de Justiça, Tribunal de júri e diversas categorias de juízes. Isso porque o Código de Organização Judiciária funciona praticamente como um HVWDWXWR�SDUD�HVWD�FODVVH�GH�³yUJmRV´��VLP��XP�Juiz sozinho também é um órgão do RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 87 Poder Judiciário!). Ao defini-los, há a precisa intenção de delimitar a quem as normas do Código vinculam. Assim, da mesma forma que estudaremos a estrutura do Tribunal de Justiça quando falarmos do Regimento Interno, veremos que o presente código tratará da estrutura do Poder Judiciário como um todo e tratará também dos direitos e deveres dos Juízes. Art. 3º. É vedada a convocação ou a designação de Juiz de primeiro grau para exercer cargo ou função no Tribunal de Justiça, ressalvada a substituição de seus integrantes e o auxílio direto do Presidente do Tribunal de Justiça, dos Vice- Presidentes, do Corregedor-Geral da Justiça e do Corregedor, em matéria administrativa, jurisdicional e correicional (redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 17/07/2009). O art. 3º decorre do fato de que órgãos diferentes têm atribuições diferentes. É por essa razão que é vedado convocar ou designar Juiz de primeiro grau para exercer cargo ou função no Tribunal, já que isso compete aos desembargadores. Mas há exceções: a substituição dos integrantes dos Tribunais e auxílio à presidência, vice-presidência e corregedoria, seja em atividades de natureza administrativa, jurisdicional ou correicional. Percebam que em todas essas hipóteses a designação está atrelada a uma necessidade de uma atividade suplementar dos Juízes: ou eles vão substituir desembargadores ou vão auxiliá-los. § 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá designar Juízes de Direito da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba para atuarem junto aos órgãos superiores do Tribunal de Justiça, nos termos do caput deste artigo. Esse parágrafo especifica quais juízes poderão ser designados pela presidência para os fins deste artigo. E serão esses os da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba. Lembre-se de que tanto o Tribunal de Justiça como a Comarca da Capital possuem sede no mesmo local. Convocar um Magistrado da Comarca da Capital atende tanto ao critério de praticidade (não há deslocamento para o Juiz sorteado) quanto ao critério de experiência, já que, atualmente, a comarca da Capital é a única comarca de entrância final do Estado, de tal forma que o Magistrado convocado já possui anos de experiência no exercício da Magistratura. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.brPágina 8 de 87 § 2º. As designações a que se refere o parágrafo anterior não implicarão vantagem pecuniária aos Juízes designados, salvo o ressarcimento de despesas de transporte e o pagamento de diárias, sempre que estes tiverem que se deslocar da sede. O exercício de substituição ou do auxílio não significa que os juízes terão alguma vantagem pecuniária por conta disso. O que será cabível é o ressarcimento das despesas relativas a transporte e diárias caso haja a necessidade de deslocamento para fora da sede (e a sede do Tribunal, como se verá no artigo seguinte é a Capital do Estado). 1.1.1. Tribunal de Justiça O Tribunal não é um órgão composto por apenas uma pessoa, mas sim por várias. Essa parte do CODJ cuida exatamente de dizer quem compõe o Tribunal e em que condições alguém se torna membro do Tribunal. Art. 4º. O Tribunal de Justiça, órgão máximo do Poder Judiciário estadual, composto por cento e quarenta e cinco (145) Desembargadores, tem sede na Capital e jurisdição em todo o território do Estado. Bem, o que se observa é que o membro do Tribunal, apesar de ser um juiz, tem um "cargo" com outro nome: é o desembargador. E o Tribunal é composto por cento e quarenta e cinco desembargadores. O detalhe aqui é que se formos olhar o Regimento Interno do TJPR, veremos que lá, no art. 3º, está escrito que o Tribunal é composto por cento e vinte desembargadores. Acontece que o regimento é mais antigo do que o CODJ. Além disso, o CODJ é uma lei e o Regimento Interno é uma norma de caráter administrativo. Então tudo bem que uma lei preveja um número maior de desembargadores, pois ela pode criar cargos desse tipo, se isso estiver de acordo com a Constituição Estadual. Art. 5º. Os Juízes de última entrância serão promovido ao cargo de Desembargador pelo Presidente do Tribunal de Justiça nas vagas correspondentes à respectiva classe, por antiguidade e merecimento, alternadamente, observado o disposto no artigo 6º deste Código (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 87 Este artigo dispõe em que condições um juiz pode se tornar um desembargador. O primeiro requisito é que eles sejam de entrância final. Conhecer as entrâncias é vital para entender a evolução funcional dos Magistrados e o porquê de algumas disposições fazerem referência. Por enquanto basta ter em mente que entrância é uma espécie de classificação das comarcas. Quem está numa entrância final já passou por outras e, presumivelmente, tem grande experiência jurídica e até um conhecimento mais profundo do próprio estado. Isso tudo significa que os Magistrados se tornarão Desembargadores à medida que evoluem na carreira, passando por todas as entrâncias, alcançando a entrância final, e finalmente, sendo nomeados pelo Tribunal de Justiça para o cargo. Note que esse artigo diz que serão promovidos os juízes a desembargadores nas vagas das respectivas classes. Essa redação faz sentido porque há desembargadores que não são juízes de carreira, isto é, que vieram de outra classe, são os do chamado ³TXLQWR�FRQVWLWXFLRQDO´�H�TXH�YLHUDP�GR�Ministério Público e da advocacia. Falaremos deles mais adiante. § 1º. No caso de antigüidade, apurada na última entrância, o Tribunal de Justiça somente poderá recusar o Juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços (2/3) de seus membros, conforme procedimento próprio e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Antiguidade é critério sagrado! Recusar a promoção ao Juiz mais antigo é algo grave. Desta forma, dois terços dos membros do Tribunal precisam votar neste sentido, e ainda, o voto tem de ser fundamentado. É praticamente impossível de acontecer, mas você precisa saber que existe a possibilidade de ocorrer. § 2º. Tratando-se de vaga a ser provida pelo critério de merecimento, a promoção recairá no Juiz que for incluído na lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça e com o maior número de votos, sem prejuízo dos remanescentes mantidos em lista e observado o disposto no art.93, II, letras "a" e "b", da Constituição Federal. Quanto ao merecimento, três juízes que se destacarem no cumprimento de suas funções (cada Tribunal tem um critério, podendo envolver, por exemplo, RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 87 número de processos julgados, menor número de decisões reformadas pelo Tribunal, menor tempo de espera para prolação do julgamento) integrarão uma lista, ao que se procederá a uma eleição, sendo promovido o mais votado. Quanto ao artigo 93, inciso II, as regras ali expostas TAMBÉM devem ser seguidas para a promoção de Juiz ao cargo de Desembargador. Nem preciso dizer que você precisa conhecer sua redação, mas a boa notícia é que o código em vários momentos repetirá o mesmo texto da Constituição. Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: [...] II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê- los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Voltando ao Código: § 3º. Não será promovido o Juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-lo ao cartório sem o devido despacho ou decisão (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 87 Processo em poder de Juiz ou Desembargador é processo que precisa ser decidido por ele. E nada de tentar devolver o processo sem julgamento (ao cartório sem o devido despacho ou decisão). Um Juiz que retém processos é um Juiz que não mostra preparo paraser promovido. Trata-se de disposição idêntica, aliás, à da Constituição Federal, como visto acima. Art. 6º. Um quinto (1/5) dos lugares do Tribunal de Justiça será composto de membros do Ministério Público, com mais de dez (10) anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Parte dos desembargadores que tem assento no Tribunal não são Juízes de carreira. Eles são oriundos do Ministério Público do respectivo Estado ou da União, conforme o caso, ou então, advogados com notório saber jurídico e reputação ilibada. É uma forma de provimento de cargo que não é feita através de Concurso Público, e assim sendo, precisa ter amparo direto da Constituição Federal, como realmente tem: Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Muito bem, as próximas disposições são semelhantes às disposições do Regimento Interno quando este trata do quinto constitucional (isto quando não forem exatamente iguais :P). § 1º. Sendo ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, uma delas será alternada e sucessivamente preenchida por membro do Ministério Público e por advogados, de tal forma que, também sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes superem os da outra em uma unidade (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Esse parágrafo busca apenas resolver eventuais complicações matemáticas para se chegar ao número de desembargadores que correspondem à classe do RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 87 quinto constitucional. E vejamos: são atualmente 145 desembargadores; assim o quinto corresponderá a 29 desembargadores, sendo que metade virá do Ministério Público e metade da advocacia. Mas não dá para fazer a divisão com 14 vagas e meia para cada. Daí a necessidade do primeiro parágrafo. Alternadamente teremos 15 vagas para o Ministério Público e 14 para a advocacia e, depois, conforme vagarem os cargos de desembargador, teremos 15 vagas para a advocacia e 14 para o Ministério Público e assim sucessivamente. § 2º. Quando resultar em fração o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, corresponderá ela ao número inteiro seguinte (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Aqui está prevista a solução para um problema que atualmente não acontece. Mas que pode acontecer. Imagine se o número de desembargadores é aumentado para 178. Não se trata de um número divisível por 5. Nessa hipótese, o quinto corresponderia a 35,6. Então, segundo esse dispositivo, o quinto corresponderá então a 36 desembargadores. § 3º. Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte (20) dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Vamos na ordem: 1 ± O órgão de classe (no caso dos Advogados, a OAB, e no caso dos Membros do Ministério Público, a organização prevista dentro da sua disciplina) escolhe 6 candidatos (lista sêxtupla) e encaminha essa lista para o Tribunal de Justiça. 2 ± O Tribunal de Justiça, em voto aberto (conhecido por todos), nominal (saberemos quem foi que proferiu aquele voto) e fundamentado (o Desembargador tem de justificar a escolha com base no currículo do candidato), escolherá três nomes (lista tríplice) em sessão pública, encaminhando os nomes ao Governador do Estado. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 87 3- O Governador do Estado, em 20 dias, escolherá o nome de sua preferência, que será empossado Desembargador do Tribunal. Este parágrafo 3º é mais uma mostra de que os poderes da República estão entrelaçados, dentro de um sistema conheciGR�FRPR�GH�³SHVRV�H�FRQWUDSHVRV. A parte teórica não vem ao caso, apenas entenda que o Executivo terá a palavra final na escolha do Desembargador do quinto constitucional, e esta disposição busca permitir que o Poder Executivo tenha alguma participação na composição do Tribunal, no caso, a palavra final sobre qual dos três indicados integrará o referido órgão. Conforme a vaga for oriunda do Ministério Público ou da advocacia, os respectivos órgãos enviarão indicações quanto aos possíveis membros a serem eleitos. O Tribunal pegará estes nomes, e enviará ao Poder Executivo, que escolherá QUALQUER UM DELES, inclusive o menos votado, se assim desejar. Art. 7º. Verificada vaga de Desembargador, a ser preenchida por magistrado de carreira, o Presidente do Tribunal de Justiça convocará o órgão competente para o preenchimento do respectivo cargo (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Caso não tenha prestado atenção quando eu disse isso no início da aula, aí vai de novo: Juiz é órgão do Poder Judiciário. Sim, ele, sozinho, tão somente só em sua sala despachando e decidindo é tão órgão quanto o Órgão Especial do Tribunal. E o órgão a que se refere esse artigo é o juiz. Parágrafo único. Se a vaga de Desembargador destinar-se ao quinto constitucional, o Presidente do Tribunal de Justiça oficiará ao órgão de classe a que couber a vaga para os fins do artigo 6º (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Aqui temos o início do procedimento para o preenchimento das vagas do quinto constitucional. Como essas vagas não são preenchidas por juiz de carreira é RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 87 necessária que seja feita, pelo Presidente do Tribunal, uma comunicação com os órgãos da classe de onde virão os novos desembargadores. Do artigo 8º até o artigo 11, não tem nenhuma novidade: Art. 8º. O Tribunal de Justiça é dirigido pelo Presidente, pelos Vice-Presidentes, Corregedor-Geral da Justiça e Corregedor (redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 17/07/2009). Esses são os cargos de direção do Tribunal. Nesse ponto do CODJ apenas há a preocupação de dizer quem são eles. É apenas mais adiante, e principalmente no Regimento Interno, é que será detalhada a competência de cada um deles. § 1º. Vetado. § 2º. Não figurará mais entre os elegíveis quem tiver exercido o cargo de Presidente ou quaisquer outros cargos de direção, pelo período de quatro (4) anos, até que se esgotem todos os nomes na ordem de antigüidade, salvo quando houver recusa manifestada por um elegível e aceitaantes da eleição. Em regra, não poderá ser eleito alguém que já tenha ocupado um cargo de direção nos 4 anos anteriores à eleição para um cargo vago, a não ser que a lista dos desembargadores mais antigos já tenha sido esgotada ou se os elegíveis se recusarem a concorrer. § 3º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos Desembargadores eleitos para qualquer dos cargos da cúpula diretiva, com a finalidade de completar período de mandato inferior a um (1) ano. Mais uma exceção ao parágrafo anterior. Estamos falando aqui do chamado PDQGDWR� ³WDPSmR´�� 2X� VHMD�� R� Desembargador é eleito apenas para completar o período em que outro deveria estar ocupando o cargo mas que, por um motivo qualquer, não pôde. Quem vier a ocupar um cargo nessas condições, poderá concorrer novamente em outras eleições. Art. 9º. Vagando a Presidência, o 1º Vice-Presidente a exercerá pelo período restante, se inferior a seis (6) meses. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 87 (VVD� Mi� p� XPD� KLSyWHVH� HP� TXH� R� ³PDQGDWR� WDPSmR´� VHTXHU� H[LVWLUi�� 6H� R� período que faltar para o fim do mandato for menor que seis meses, nem eleição haverá. Assume o 1º Vice-Presidente. § 1º. Caracterizada a hipótese supra, tratando-se da 1ª Vice- Presidência ou da Corregedoria-Geral da Justiça, o cargo será exercido, respectivamente, pelo 2º Vice-Presidente e pelo Corregedor, para período restante, quando inferior a seis (6) meses (redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 17/07/2009). O presente parágrafo trata de hipótese semelhante a do caput, mas no que se refere à vacância dos cargos da 1ª Vice-Presidência e da Corregedoria-Geral de Justiça. E a solução é também semelhante. Assumem, respectivamente, o 2º Vice- Presidente e o Corregedor. § 2º. Se, entretanto, a vacância de quaisquer cargos descritos se der em razão de o eleito não ter assumido o correspondente cargo diretivo na oportunidade prevista pelo Regimento Interno do Tribunal de Justiça, nova eleição deverá ser realizada, para o preenchimento daquela função, observando-se o que dispuserem as normas regimentais. Uma hipótese singular. Aqui a vacância decorrer do fato de os eleitos não assumirem os cargos. O que ocorrerá será, então, uma nova eleição, nos termos do Regimento Interno. Art. 10. O Tribunal de Justiça funcionará em Tribunal Pleno, Órgão Especial, Conselho da Magistratura e em órgãos fracionários, na forma que dispuserem a lei e o Regimento Interno (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Parágrafo único. O Presidente, os Vice-Presidentes, o Corregedor-Geral da Justiça e o Corregedor não integrarão Câmaras ou Grupos de Câmaras (redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 ± DOE nº 8015 de 17/07/2009). Esse artigo indica a divisão interna do Tribunal. Limitados em sua competência, cada um destes representa o próprio Tribunal de Justiça. O detalhe é que constam aí órgãos tanto de competência administrativa quanto jurisdicional. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 87 Mas atenção: o Presidente, os Vice-Presidentes, o Corregedor-Geral da Justiça e o Corregedor deverão ser afastados das Câmaras e Grupos de Câmaras, órgãos estes que possuem competência exclusivamente jurisdicional. Art. 11. O Tribunal de Justiça constituirá comissões internas, permanentes ou não, cuja composição, atribuições e funcionamento serão disciplinados no Regimento Interno. Comissões podem ser entendidas como grupos de trabalho responsáveis pelo trato de algum assunto. Existem comissões permanentes (que, como o nome sugere, não serão dissolvidas) e comissões não permanentes. O CODJ expressamente remete essa matéria para o Regimento Interno. Pois bem. Os artigos 12 ao 16 versarão sobre a competência e atribuições GRV�GLULJHQWHV�GR�7ULEXQDO��$FRQWHFH�TXH�WRGRV�VH�OLPLWDP�D�GL]HU��³VHUi�GLVFLSOLQDGR� QR� 5HJLPHQWR� ,QWHUQR´�� $VVLP�� TXDQGR� IRU� R� PRPHQWR� GH� HVWXGDU� R� 5HJLPHQWR� Interno, veremos essa parte. Já a parte que falava sobre os Tribunais de Alçada foi revogada. Neste intervalo de artigos, porém, há um que é digno de menção, pois ele não apenas delega a matéria para o Regimento Interno, mas estipula como é a composição de um órgão: Art. 13. O Conselho da Magistratura, do qual são membros natos o Presidente do Tribunal de Justiça, o 1º Vice-Presidente e o Corregedor-Geral da Justiça, compõe-se de mais quatro (4) Desembargadores eleitos (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). § 1º. A eleição será realizada na mesma sessão em que for eleito o corpo diretivo do Tribunal de Justiça, com mandato coincidente com o deste. § 2º. O Conselho da Magistratura terá suas atribuições estabelecidas no Regimento Interno. 4XDQGR�D�OHL�GL]�³PHPEUR�QDWR´�HOD�TXHU�GL]HU�TXH��não importa quem esteja naquela condição, sempre fará parte do Conselho. Quem se elege Presidente do Tribunal, por exemplo, obrigatoriamente estará no conselho. Além das vagas dos membros natos, outros quatro serão eleitos. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 87 Um outro artigo relevante nesta parte é o 14. Art. 14. A Corregedoria-Geral da Justiça, que tem como incumbência a inspeção permanente dos Magistrados, das serventias do foro judicial e dos serviços do foro extrajudicial, terá sua competência e atribuições estabelecidas no Regimento Interno. Isso porque nele temos a competência da Corregedoria-Geral da Justiça. Você conhecerá este órgão a fundo quando estudarmos o Regimento Interno. Por enquanto, basta saber que é um órgão de inspeção do 1º grau de jurisdição (Magistrados, serventias do foro judicial e serviços do foro extrajudicial). O trabalho da Corregedoria é garantir que tudo funcione como deveria funcionar. 2. Magistrados Art. 25. A magistratura de primeiro grau de jurisdição é constituída de: I - Juiz Substituto; II - Juiz de Direito de entrância inicial; III - Juiz de Direito de entrância intermediária; IV - Juiz de Direito de entrância final, titular da vara, titular de turma recursal ou substituto em primeiro e segundo graus. O Livro II do Código tratará da figura dos Juízes. E começa pelos Juízes em primeiro grau de jurisdição. Aliás, muito falei sobre primeiro e segundo grau de jurisdição, e creio até agora não ter explicado a você o que significa isso. Os órgãos do 1º Grau de Jurisdição serão os primeiros a tomar conhecimento da demanda que é apresentada ao Poder Judiciário, e, consequentemente, serão os primeiros a se manifestarem sobre o tema, prolatando uma decisão (sentença). Os órgãos do 2º Grau de Jurisdição, normalmente órgãos colegiados, apreciarão o mérito da causa pela segunda vez no curso do processo, revendo a decisão do Juiz de 1º Grau e reanalisando toda a matéria apresentada (efeito devolutivo do recurso, que seu professor já mencionou). Eles também se RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para oTJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 87 manifestarão sobre o tema, entretanto, por serem órgãos colegiados, o farão através de Acórdãos. Feitos os comentários, voltamos ao Código para conhecer cada um dos órgãos da magistratura de primeiro grau de jurisdição. Cada um dos órgãos será explicado ao longo da aula, então, esta é só uma primeira apresentação. § 1º. São Juízes Substitutos os de início de carreira, para substituição nas entrâncias inicial e intermediária com sede na comarca que encabeçar a respectiva seção, nomeados mediante concurso, nos termos dos arts. 28 a 32, e com competência definida no art. 33 deste Código. § 2º. São Juízes de Direito Substitutos de primeiro grau os de entrância final, quando não titulares de varas, para substituição nas comarcas dessa categoria sediadas na Região Metropolitana de Curitiba, na Região Metropolitana de Londrina, na Região Metropolitana de Maringá, em Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava e Umuarama, promovidos entre os de entrância intermediária ou removidos de uma para outra das comarcas de entrância final.(redação do parágrafo dada pela Lei nº 17.210 de 02/07/2012 ± DOE nº 8745 de 02/07/2012) § 3º. São Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau os classificados na entrância final, com preenchimento do cargo mediante remoção, observados, alternadamente, os critérios de antigüidade e de merecimento (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). § 4º. Os Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau, durante a substituição, terão a mesma competência dos membros do Tribunal de Justiça, exceto em matéria administrativa, ficando vinculados aos feitos em que tenham lançado visto como relator ou revisor, e, ainda, se tiverem solicitado vista ou proferido voto, hipótese em que continuarão o julgamento (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). § 5º. Caberá ao Presidente do Tribunal de Justiça a designação dos Juízes de Direito Substituto em Segundo Grau (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). § 6º. Em regime de exceção, decorrente do acúmulo de processos, os Juízes de Direito Substituto em Segundo Grau poderão ser designados para auxiliar no Tribunal de Justiça, caso em que atuarão exclusivamente nos processos acumulados, constantes de relação específica (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Art. 26. Vago o cargo de Desembargador ou encontrando-se o titular afastado por trinta (30) dias ou mais, far-se-á a convocação de Juiz de Direito Substituto de Segundo Grau (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Art. 27. Antes de decorrido o biênio do estágio probatório e desde que indicada pelo Conselho da Magistratura a aplicação da pena RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 87 de demissão, o Juiz Substituto e o Juiz de Direito, quando for o caso, ficarão automaticamente afastados das respectivas funções, com perda do direito à vitaliciedade, ainda que a aplicação da pena ocorra após o decurso daquele prazo. Em verdade, os artigos acima trazem as definições do que seja um Juiz Substituto, Juiz Substituto em Primeiro e Segundo Grau. Nada com que você deva se preocupar agora, pois os próximos artigos cuidarão de explicar com mais detalhes o que você precisa saber. 2.1. Juízes Substitutos Art. 28. O ingresso na carreira da magistratura, cujo cargo inicial será o de Juiz Substituto, dar-se-á mediante concurso público de provas e títulos, este com prazo de validade de até dois (2) anos, prorrogável uma única vez e, no máximo, por igual período. É aqui que a carreira de Juiz começa. Ninguém faz concurso público para o cargo de Desembargador, nem para ser Titular de determinada vara. A única maneira de acessar os cargos da Magistratura de 1º Grau de Jurisdição é por meio de Concurso Público para o cargo de Juiz Substituto. Esse Juiz costuma ser alocado onde haja Magistrados em férias ou licenças, justamente para fazer o que seu nome sugere: substituir. Art. 29. O concurso, salvo outra forma de realização estabelecida pelo Órgão Especial, será prestado perante comissão examinadora integrada pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo Corregedor-Geral da Justiça, por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil e por Desembargadores indicados pelo Órgão Especial. Parágrafo único. Para inscrever-se no concurso, o interessado deverá preencher, na data da inscrição, os seguintes requisitos: I - ser brasileiro; II - estar em pleno exercício dos direitos civis e políticos e quite com as obrigações eleitoral e militar; III ± ser bacharel em Direito; IV - gozar de boa saúde física e mental e não apresentar deficiência que o incapacite ao exercício da magistratura; V - não possuir antecedentes criminais, nem ter sofrido penalidade no exercício de cargo público ou de atividade profissional. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 87 VI - comprovar, por documento, o exercício de, no mínimo, três (03) anos de atividade jurídica, na forma da lei (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 7109 de 25/11/2005). Art. 30. No pedido de inscrição, deverá o candidato indicar todos os cargos ou atividades que tiver exercido profissionalmente. O ingresso na Magistratura é um evento de importância monumental. O aprovado em Concurso Público de Juiz Substituto será um órgão do Poder Judiciário, e, desta forma, os dirigentes do Tribunal estão presentes para garantir que o concurso caminhe com a lisura necessária. Fora isto, um representante da OAB também deve integrar a comissão. A advocacia, por trabalhar diretamente com os órgãos do Poder Judiciário, também tem interesse que o concurso corra dentro da legalidade. Quanto aos incisos do artigo 29, grifei aqueles que destoam dos requisitos previstos no estatuto do servidor público do Estado, para que você preste especial atenção neles. Art. 31. O Tribunal de Justiça, mediante convênio com a Associação dos Magistrados do Paraná e com a Escola da Magistratura, às quais repassará os necessários recursos financeiros, organizará cursos permanentes voltados tanto à preparação para ingresso na magistratura quanto ao aperfeiçoamento de magistrados. Parágrafo único. No concurso público referido no art. 28, será atribuído valor relevante à conclusão do curso de preparação ministrado pela Escola da Magistratura do Paraná. Veja como o Poder Judiciário tenta ao máximo garantir que os ingressantes da carreira estejam à altura do cargo que almejam. Primeiro, garantiu que os Dirigentes do Tribunal compusessem a comissão examinadora. Garantiu que a OAB pudesse, através de seu representante, garantir a lisura do certame. Convocou Desembargadores para também assegurarem-se da qualidade dos candidatos (a prova oral da Magistratura é um massacre para quem não está preparado, e são os Desembargadores quem fazem as perguntas). Mas não para por aí. O parágrafo único do artigo 31 diz, com todas as letras, que o fato de determinadocandidato ter concluído o curso de preparação da Escola RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 87 da Magistratura do Paraná deve ser levado em consideração pela comissão do concurso. Leia-se: atribuir pontos extras a este fato além de não violar a isonomia entre os candidatos, é uma prescrição do Código, devendo ser seguida. Art. 32. O Regimento Interno do Tribunal de Justiça disciplinará a forma e as condições do concurso, cabendo ao Conselho da Magistratura elaborar o seu regulamento. Parágrafo único. Serão indicados para nomeação os candidatos correspondentes ao número de vagas, respeitados a ordem de classificação e o prazo de validade do concurso. Supondo que o candidato sobreviva a todas as fases, e seja nomeado como Juiz Substituto, no que consistirão suas atividades? Art. 33. O Juiz Substituto, quando no exercício de substituição, ou designado para auxiliar os Juízes de Direito das comarcas que integram as correspondentes seções judiciárias, terá a mesma competência destes. Parágrafo único. Caberá ao substituto, na ausência, mesmo eventual, do Juiz titular, decidir os pedidos cíveis e criminais de natureza urgente e comunicar, incontinenti, o fato ao Corregedor-Geral da Justiça. É para isto que o Bacharel em Direito estudou tanto ao longo da sua vida inteira: para substituir e auxiliar os Juízes de Direito das comarcas . Entretanto, ele é Juiz como qualquer outro. Embora sua pouca experiência recomende que ele apenas substitua e auxilie Juízes mais antigos no início de sua carreira, caso seja necessário, é o Juiz Substituto quem tem de decidir pedidos cíveis e criminais urgentes, avisando o Corregedor-Geral de pronto sobre as decisões que tomar nestes casos. 2.2. Juízes de Direito Pois bem, um dia, depois de alguns anos, de tanto auxiliar e substituir Juízes de Direito, nosso caro amigo Juiz Substituto é promovido ele próprio a Juiz de Direito :P. Ao invés de auxiliar e substituir, ele agora irá: Art. 34. Salvo disposições em contrário, compete ao Juiz de Direito, em primeiro grau de jurisdição, o exercício de toda a jurisdição RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 87 Sim! A competência do Juiz de direito é uma só: exercer integralmente a jurisdição em 1º grau. É esta figura tão nobre que decide toda e qualquer causa que lhe for apresentada. § 1º. O Tribunal de Justiça, por ato de seu Presidente, poderá designar Juízes de Direito de entrância final para conhecer e julgar conflitos fundiários, no âmbito de todo o Estado, atribuindo-lhes competência exclusiva. § 2º. Cumpre ao Juiz defender, pelas vias regulares de direito, a sua competência. Veja uma coisa interessante. O artigo 34, caput, utiliza a palavra jurisdição. Por outro lado, seu parágrafo 2º faz uso de outro termo conhecido por você: competência. Melhor diferenciar estes dois termos agora, pois embora próximos, possuem diferenças conceituais gritantes. De maneira bem simples (como convém a um professor de cursinho), jurisdição é o poder investido a determinados órgãos de aplicar o direito positivo (a lei) ao caso concreto. Todo Juiz é investido neste poder. Por isto se diz que a ele compete o exercício de toda a jurisdição, afinal de contas, o poder de aplicar a lei não é algo que pode ser dividido ou fracionado. Ele, em si, é uno. Competência por sua vez é a delimitação da jurisdição. Embora todo Juiz possa exercer a jurisdição (aplicar a lei), por critérios organizacionais, costuma-se dividir esta tarefa entre diversos órgãos, por meio de critérios objetivos (os mais comuns são os critérios territoriais e em relação à matéria), de maneira que cada órgão exerça a jurisdição apenas em determinados casos. Calma! A jurisdição continua uma só, mas os órgãos do Poder Judiciário, em função de sua competência, atuarão apenas em algumas hipóteses. Ensinemos pelo exemplo: se eu, Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo redijo em um pedaço de papel algo que eu chamo de sentença, aplicando a RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 87 lei ao caso concreto, esta sentença é simplesmente inexistente. Como não estou investido de jurisdição, não tenho o poder de aplicar o direito ao caso concreto. Todavia, se o Juiz de Direito da Comarca de Foz do Iguaçu profere uma sentença referente à causa de competência da comarca de Curitiba, e, se no momento adequado, ninguém se opôs a este fato, aquela decisão é válida! Por que razão? Porque todo Juiz exerce toda a Jurisdição, ainda que, em função da competência, este Juízo não devesse atuar. Ok? Dito tudo isto, a defesa da competência do Juiz é uma tarefa sua, e ele deve buscar protegê-la. Se outro órgão invade a sua competência (afinal, todos eles possuem jurisdição), é seu dever buscar que esta intromissão cesse (existem mecanismos processuais para tanto, então, não imagine o nobre Magistrado saindo no braço por isto, é tudo dentro das vias regulares do direito). Art. 35. Nas comarcas onde houver mais de um Juízo, proceder- se-á à distribuição dos feitos. Se houvesse apenas um Juízo, todas as demandas seriam da competência daquele Juízo. E aqui pode-se entender como Juízo órgãos investidos de jurisdição e igualmente competentes. Havendo mais de um, os feitos serão divididos aleatoriamente, através da distribuição. Art. 36. O Presidente do Tribunal de Justiça, ouvido o Corregedor-Geral da Justiça, se este não for o proponente da medida, poderá designar Juízes de Direito de primeiro grau de jurisdição para, cumulativamente com suas funções, proferirem sentença ou, nos limites das respectivas comarcas, responderem por matéria da competência de outros Juízos (redação dada pela Lei nº 16.220 de 26/08/2009 ± DOE nº 8043 de 26/08/2009). Veja que a competência de cada Juízo é bastante cara ao Poder Judiciário. Somente o Presidente do Tribunal de Justiça, depois de ouvir o Corregedor-Geral (ele não precisará ser ouvido se for ele próprio quem propôs a medida, afinal, imagina-se que nem mesmo faria a proposta se não a reputasse necessária), tem o poder permitir que Juízes de Direito profiram sentenças ou respondam por matérias que a princípio seriam de outros Juízos. Essa situação é o que se chama no dia-a- GLD�IRUHQVH�GH�³DFXPXODU�9DUDV´� RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 87 Art. 37. Nas Comarcas e Foros de entrância final, a Direção do Fórum será exercida por um dos Juízes Titulares designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo prazo máximo de dois anos. § 1º. Nas Comarcas e Foros de entrância intermediária e inicial com mais de uma secretaria do foro judicial com cargo de Juiz de Direito, a Direção do Fórum será exercida por um dos Juízes Titulares, pelo prazo máximo de dois anos, independentemente de designação,mediante sucessão automática e obedecendo- se à ordem de antiguidade na Comarca ou Foro. § 2º. Nas Comarcas ou Foros de Juízo Único a Direção do Fórum será exercida pelo Juiz Titular, enquanto nela judicar. § 3º. Na hipótese do § 1º, o Juiz Diretor do Fórum, ao assumir suas funções, deve comunicar à Presidência do Tribunal de Justiça. § 4º. A substituição eventual do Juiz Diretor do Fórum será exercida pelo Juiz de Direito Titular mais antigo na comarca ou foro, independente de designação. § 5º. O Juiz Substituto responderá pela Direção do Fórum, independente de designação, quando na Comarca ou Foro não se encontrar em exercício nenhum dos Juízes titulares de varas. § 6º. Na hipótese do § 5 deste artigo, havendo na Seção Judiciária mais de um Juiz Substituto, responderá pela Direção do Fórum aquele mais antigo na Seção. § 7º. Além daquelas previstas em lei e outros atos normativos, o Juiz Diretor do Fórum possuirá outras atribuições definidas pelo Conselho da Magistratura. (redação do artigo e parágrafos dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). Esse artigo foi alterado em 2015 e tratou de especificar sobre como funcionará a direção dos Fóruns. É importante não confundir Fórum com foro. Fórum é o prédio no qual ficam localizadas as unidades judiciais de primeiro grau. Foro corresponde à divisão territorial da competência. Assim, o que é objeto do presente artigo é a direção do prédio! E há aqui uma gradação de complexidade: quando se tratar de entrância final, presume-se que o Fórum seja grande, cheio de unidades cartorárias etc. etc. Por isso, a designação vem do Presidente do Tribunal. Quando a entrância é intermediária ou inicial, e se houver mais de uma secretaria (isto é, mais de um cartório), a direção será conduzida por um dos Juízes de Direito, sem que seja necessária designação e com sucessão automática segundo ordem de antiguidade. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 87 Quando houver apenas uma Vara (Juízo Único) é porque haverá apenas um Juiz de Direito Titular no Fórum. Logo, ele será também o diretor. Juiz Substituto somente dirigirá Fórum em substituição se, e somente se, não houver Titular que o possa fazer. Art. 38. Nas Comarcas ou Foros onde houver mais de um prédio destinado às dependências do Fórum, o Presidente do Tribunal de Justiça designará, para cada um, entre magistrados nele atuantes, o Juiz Diretor do Fórum, com atribuições limitadas ao gerenciamento do edifício, bem como, entre os Juízes Diretores dos Fóruns, o Juiz Diretor-Geral do Fórum, com as demais atribuições definidas pelo Conselho da Magistratura. Parágrafo único. As atribuições inerentes à Secretaria da Direção do Fórum serão exercidas pelos servidores próprios, onde houver, ou pela Secretaria Judicial do órgão de que for titular o Juiz Diretor do Fórum, salvo determinação contrária deste. (redação do artigo e parágrafo único dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). Se eventualmente em uma mesma Comarca existir mais de um prédio que funcione como Fórum, para cada um deles será designado um Diretor. Mas além dos Diretores de cada Fórum, dentre eles será designado um Diretor-Geral, cujas atribuições serão definidas pelo Conselho da Magistratura. E a secretaria, composta por funcionários que auxiliarão o Juiz Diretor, ou será composta exclusivamente para esse fim ou corresponderá à secretaria da Vara de que é titular o Juiz Diretor. Mas essa segunda hipótese, diante do teor do artigo seguinte, somente ocorrerá quando no Fórum houver apenas um Juízo. Art. 39. Em todas as Comarcas e Foros haverá uma Secretaria da Direção do Fórum com estrutura funcional própria e subordinada ao respectivo Juiz Diretor do Fórum. § 1º. A instalação da Secretaria da Direção do Fórum nas Comarcas ou Foros será precedida de ato do Presidente do Tribunal de Justiça. § 2º. Salvo nas hipóteses em que existir quadro próprio nas Secretarias da Direção do Fórum, até o provimento dos cargos a ela vinculados, serão mantidas as designações dos servidores efetuadas com base na legislação anterior. (redação do artigo e parágrafos dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). As Secretarias de Direção não se confundem com as dos Juízos. São dotadas de estrutura e quadro próprios (isto é, servidores). E o provimento dos cargos dessas Secretarias é feito por meio de designação do Presidente. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 87 Art. 40. Além daquelas previstas em lei ou em normativas emanadas do Tribunal de Justiça, a Secretaria da Direção do Fórum exercerá as seguintes atribuições: I ± Supervisionar a Central de Mandados; II ± Dar suporte e apoio às atividades desempenhadas pelo Juiz Diretor do Fórum. (redação do artigo e incisos dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). As atribuições da Secretaria de Direção são de supervisão e auxílio. Supervisionam o funcionamento da Central de Mandados, que é responsável por distribuir os mandados entre os oficiais de Justiça e auxiliam os Juízes Diretores no cumprimento de suas determinações que forem de sua competência. Art. 41. À Secretaria da Direção do Fórum poderão ser acumuladas outras secretarias do foro judicial, no interesse da Justiça. Parágrafo único. A hipótese prevista neste artigo não implicará no aumento ou acumulação das gratificações legalmente estabelecidas para cada secretaria. (redação do artigo e parágrafo único dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 ± DOE nº 9543 de 25/09/2015). Aquele que ocupar cargo da Secretaria da Direção do Fórum não precisará renunciar a cargo de outra Secretaria que eventualmente ocupe. Desde que isso seja feito no interesse do Poder Judiciário. E se isso vier a ocorrer não haverá acumulo das gratificações a que o servidor teria direito por cada uma das secretarias. 2.3. Justiça Militar A Justiça Militar é bastante peculiar, razão pela qual o Código de Organização Judiciária não busca detalhar sua atuação, pois o que tem mais relevância para essa matéria é a legislação específica (leia-se: provavelmente não vai cair na prova, e se cair, você acerta a questão só de ler os artigos abaixo). A estrutura é bastante simples: Art. 42. A Justiça Militar Estadual será exercida: I ± pelo Juiz de Direito da Vara da Justiça Militar e pelos Conselhos de Justiça previstos na legislação militar, com jurisdição em primeiro grau em todo o Estado; II ± pelo Tribunal de Justiça, em segundo grau de jurisdição. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 87 Art. 43. A titularidade da Vara da Justiça Militar será exercida por Juiz de Direito de entrância final. Art. 44. A Justiça Militar Estadual, em primeiro grau de jurisdição, terá uma secretaria cível e uma secretaria criminal. I ± a Secretaria Cível compor-se-á de um Diretor de Secretaria e Técnicos Judiciários em número suficiente para o bom desempenho dos trabalhos da serventia. II ± a SecretariaCriminal compor-se-á de um Diretor de Secretaria e Auxiliares em número suficiente para o bom desempenho dos trabalhos da serventia. Parágrafo único. O Juiz de Direito titular da Vara da Justiça Militar requisitará da corporação um Oficial Subalterno ou intermediário para a função de Diretor da Secretaria Criminal e praças para atuarem como seus auxiliares, excepcionando-se a regra contida no § 1º do art. 5º da Lei 16.023/2008. Opa, aqui tem algo um pouco mais complicado. Mas é fácil de pegar a ideia se você souber do que trata a Lei 16.023/2008. Só para não nos alongarmos, esta lei dispõe sobre os cargos dos funcionários públicos do Quadro de Pessoal do 1º Grau de Jurisdição. Enfim, o cargo comissionado de Diretor de Secretaria só pode ser exercido por um Analista Judiciário, Área Judiciária, ou, excepcionalmente, por um Técnico Judiciário ou Técnico de Secretaria formado em Direito. EXCETO no caso da Justiça Militar, onde o referido cargo pode ser preenchido nos moldes do parágrafo único, ou seja, por oficiais militares (subalterno ou intermediário). Art. 45. Na composição do Conselho de Justiça, observar-se-á, no que for aplicável, o disposto na legislação da Justiça Militar. Art. 46. Em seus eventuais impedimentos ou ausências, o Juiz da Justiça Militar será substituído por Juiz de Direito Substituto designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça. A competência da Justiça Militar, por outro lado, já é algo que eu considero prudente conhecer: Art. 47. Compete à Justiça Militar processar e julgar os militares do Estado, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do Tribunal do Júri quando a vítima for civil RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 87 A Justiça Militar julga... Militares! E mais, ela julga militares quando estes praticam crimes militares. Quer um exemplo bom: o crime de deserção previsto no artigo 187 do Código Penal Militar: Art. 187 Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada. Ah sim, se um militar pratica homicídio contra uma vítima civil, a competência não será da Justiça Militar neste caso (o homicídio é crime de competência do Tribunal do Júri). 2.4. Tribunal do Júri O Tribunal do Júri também representa uma estrutura bastante específica, e, pela mesma razão da Justiça Militar, o código não detalha sua atuação. Não creio também que haverá questões complexas sobre o Tribunal do Júri (se houver alguma), pois a sua composição e funcionamento estão dispostos no Código de Processo Penal. Veja como é simples (é simples aqui, no Código de Processo Penal a coisa engrossa :P): Art. 48. O Tribunal do Júri, instalado nas sedes das comarcas, obedecerá, em sua composição e funcionamento, às normas do Código de Processo Penal. Art. 49. As reuniões do Tribunal do Júri serão mensais, devendo instalar-se mediante convocação do Juiz Presidente. § 1º. Será dispensada a convocação das reuniões quando não houver processo preparado para julgamento. § 2º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá determinar, sempre que o exigir o interesse da Justiça, reunião extraordinária do Tribunal do Júri em qualquer comarca. A composição deste tribunal encontra-se no artigo 447 do Código de Processo Penal: Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 87 dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. Eis aí a peculiaridade do Tribunal do Júri: ele não é integrado por juízes, mas sim por cidadãos alistados e convocados para o desempenho da função de jurado. Um Juiz togado exerce a função de Presidente do Tribunal do Júri, mas já te adianto: quem toma a decisão neste tribunal são os jurados, em votação, cabendo ao Juiz apenas proferir a sentença. Meus professores chamavam-QR�GH�³7ULEXQDO�GR� 3RYR´� Já te dou um exemplo bom, mas leia antes a competência do referido órgão: Art. 50. Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida e dos que lhe forem conexos, consumados ou tentados. O Tribunal do Júri é competente para julgar crimes dolosos contra a vida, conforme redação do artigo 74 do Código de Processo Penal: Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) [...] Mas este artigo 50 não nos diz apenas a competência do Tribunal do Júri, mas também quem presidirá o Júri, veja os §§1º e 2º desse artigo: § 1º. Aos Juízos das Varas do Tribunal do Júri compete a organização e presidência deste e a instrução e julgamento de todos os processos de sua competência. § 2º. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a competência será definida por distribuição entre as varas privativas dos Tribunais do Júri. Daqui podemos concluir que presidirá o Tribunal do Júri o juiz titular da respectiva Vara do Tribunal do Júri, que deverá organizar e presidir, isto é, adotar as medidas necessárias, para o julgamento do processo. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 87 Art. 51. Nas comarcas que não contarem com vara privativa do júri, mas que tenham mais de uma vara criminal, os processos relativos a crimes dolosos contra a vida a que se refere o caput do artigo anterior serão distribuídos entre essas varas e ali processados até a fase dos arts. 408 a 411 do Código de Processo Penal. § 1º. O réu será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, presidido pelo Juiz da 1ª. Vara Criminal, para onde serão remetidos os autos. § 2º. A cada julgamento realizado pelo Tribunal do Júri, a respectiva vara receberá um processo a menos na distribuição. De acordo com esse artigo 51 se em determinada comarca não houver uma vara privativa de júri (isto é, existem varas, mas nenhuma que exclusivamente se destine ao Tribunal do Júri), o processo de competência do júri será normalmente distribuído para uma delas e prosseguirá até as fases em que o réu apresentou sua resposta, o Ministério Público se manifesta, e em que são produzidas as provas (é isso que consta nos arts. 408 a 411 do Código de Processo Penal). Depois de realizados esses atos, o processo é encaminhado para o Tribunal do Júri presidido pelo juiz da 1ª Vara Criminal. Por ter que presidir um júri de um processo que originalmente não era seu, a 1ª Vara poderá ter compensação na distribuição de processos, ou seja, receberá um processo a menosdo que as demais varas. Em resumo, será sempre o Juiz togado quem presidirá as sessões. O Júri compõe-se de 21 jurados (no Paraná são 21, como veremos mais a frente), e sete deles compõem o Conselho de Sentença, escolhidos por sorteio. São estes sete jurados que, depois de presenciar a sessão de julgamento, votarão pela absolvição ou condenação do réu. Mesmo que o Juiz não concorde com a decisão dos jurados, ele não tem poder para alterá-la. A decisão do Júri é soberana, e só pode ser substituída por uma decisão proferida por outro Júri. Desta forma, ainda que o réu confesse, com riqueza de detalhes, a forma como assassinou sua vítima, toda a instrução do processo leve a crer que isto realmente ocorreu, caso os jurados ainda assim votem pela absolvição do réu, de maneira contrária à opinião do Juiz, aquela decisão não pode ser alterada pelo Presidente. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 87 E, só por curiosidade, o Juiz pode convocar um novo Conselho de Sentença para decidir a mesma causa (em hipóteses bastante específicas do Código de Processo Penal), com outros jurados (veja, se alguém vai mudar a decisão, será o novo Conselho de Sentença, e não o Presidente), mas se mesmo este novo júri decidir pela absolvição, dessa vez é definitivo. Art. 52. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, cada Tribunal do Júri contará com dois magistrados, sendo um deles Juiz Sumariante, e o outro, Juiz Presidente. Este artigo adota uma divisão no foro central da Comarca de Curitiba para racionalização do trabalho e aproveitamento de tempo em decorrência da especificação das funções dos magistrados. Aqui, ao contrário do Tribunal do Júri de outras comarcas, haverá dois juízes, além do Presidente, tal como nas demais, teremos o Juiz Sumariante. Art. 53. Competirá ao Juiz Sumariante: I ± receber ou rejeitar a denúncia; II - presidir a instrução, proferir sentença e processar o eventual recurso que for interposto. Parágrafo único. Ficará preventa a competência do Juiz Sumariante na hipótese de desclassificação, salvo se operada pelo Tribunal do Júri. Em resumo, o Juiz Sumariante é encarregado de preparar o processo até o momento em que o júri se manifestará. O parágrafo único desse artigo fala em desclassificação, que nada mais que é uma nova definição jurídica para o crime levado à apreciação do Tribunal do Júri. Exemplo: se o Juiz Sumariante, ao ler a peça acusatória, entender que aquela conduta descrita não é um homicídio e sim um latrocínio (que não é de competência do Tribunal do Júri), ocorreu a desclassificação da infração. Com isto, não será o Tribunal do Júri quem irá decidir o caso (pois não é assunto da competência daquele órgão), mas um Juiz de Direito. E já que o Juiz Sumariante já tomou conhecimento do caso, já ficará com ele a competência para efetuar o julgamento. RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 87 Por outro lado, se for o Tribunal do Júri quem decidir pela desclassificação, esta regra não se aplica. Art. 54. Ao Juiz Presidente competirá: I ± receber o libelo; II - preparar o processo para julgamento; III - presidir a sessão de julgamento e proferir sentença; IV - processar os recursos interpostos contra decisões que proferir; V - organizar a lista geral de jurados anualmente; VI - fazer o sorteio e a convocação dos vinte e um (21) jurados componentes do júri para a sessão. Sem pânico: libelo é a peça acusatória. Simples assim. O Código de Processo Penal fala em 25 jurados. Somente copiei o artigo 447 para que você conhecesse a estrutura do órgão. No Judiciário do Paraná, são 21 jurados. Art. 55. Ao Juiz Sumariante e ao Juiz Presidente, nas respectivas fases do processo em que exercerem a competência funcional, caberá decretar, relaxar ou regular a prisão do réu, bem como conceder-lhe liberdade provisória. Parágrafo único. Nos impedimentos e ausências justificadas, os Juízes Sumariante e Presidente substituir-se-ão reciprocamente sempre que não houver incompatibilidade ao desenvolvimento de suas específicas funções, independentemente de designação. 7DQWR� R� -XL]� 6XPDULDQWH� TXDQWR� R� 3UHVLGHQWH� SRGHUmR� ³PDQGDU� SUHQGHU� RX� PDQGDU�VROWDU´�R�UpX��só podem fazê-lo se o processo estiver em uma das fases que lhe competem atuar. Se o processo demandar manifestação do Juiz Sumariante, a competência cabe a este, no entanto, se for a vez do Juiz Presidente, será este quem terá a competência. Outro ponto importante: Juiz Sumariante e Presidente se substituem reciprocamente independentemente de designação específica. 2.5. Juizados Especiais Cíveis e Criminais Os Juizados Especiais foram criação da Lei 9099/1995, e baseiam-se em uma premissa simples: muitas das demandas que chegam ao Poder Judiciário são RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS Legislação Específica para o TJ-PR Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 04 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 87 tão simples de serem resolvidas que a utilização dos mecanismos até então existentes do Código de Processo Civil e Penal muito mais prejudica do que favorece a solução de conflitos, em especial no que diz respeito à duração de tais demandas. Acredito que os artigos 1º e 2º da Lei 9.099/1995 transmitam os objetivos destes órgãos: Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência. Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. O objetivo é singelo: agilizar o desfecho de demandas de menor complexidade, se possível, através da conciliação e transação entre as partes (conforme já dissemos, uma solução que nasça de um acordo entre as partes tem muito mais chance de ser cumprida). No que diz respeito ao Código, o legislador tomou a liberdade de arremessar a competência destes órgãos 10 artigos depois da abertura do capítulo, o que forçaria você a examinar a estrutura do órgão muito antes de saber para o que ele serve. Vejamos o que precisamos saber, antes de qualquer coisa: Art. 64. Às unidades dos Juizados Especiais Cíveis compete, por distribuição, a conciliação, processamento, julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade, assim definidas nos termos da lei. Às unidades dos Juizados Especiais Criminais compete, por distribuição, a conciliação, processo, julgamento e a execução de seus julgados, proferidos em processos relativos a infrações penais de menor potencial ofensivo, nos termos da lei, ressalvados o disposto no art. 74 da Lei Federal 9.099/95 e os casos de competência exclusiva da Vara de Execuções Penais e da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas, respectivamente. E como não podia deixar de ser, o Código busca apenas organizar o Poder Judiciário do estado, então, sempre que possível, ele fará remissão a outros
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