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AD1 LITERATURA BRASILEIRA IV

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina Literatura Brasileira IV Coordenadora: Profª Drª Henriqueta Valladares Tutora: Julianna Bonfim
Aluna: Débora Vieira Wandelli Matrícula 15213120001
Polo Itaperuna
Questão única (resposta):
Ao nos depararmos com um texto literário, seja um romance, conto, crônica ou qualquer outro (até mesmo um livro didático), logo imaginamos que tudo o que precisamos para entender aquele texto está ali, explícito nele mesmo, e que o autor do referido texto nos conduzirá sozinho no percurso da leitura. No entanto, não é bem assim o que acontece e, portanto, faz-se necessária a desmistificação do assunto.
Em primeiro plano, cabe observar que todo texto é escrito por um alguém, que possui suas próprias experiências de vida, seus ideias, seus princípios e, portanto, sua subjetividade. Sendo assim, é impossível que qualquer texto seja composto sem as marcas de subjetividade de cada autor, pois é algo intrínseco a ele e que por fim irá se refletir em tudo o que fizer.
Quando se fala em subjetividade, reafirmo a metáfora trazida pelo caderno didático: somos levados para cima de uma corda bamba onde precisamos nos manter equilibrados para não cometermos o erro de afirmar categoricamente qualquer coisa, pois há vários aspectos em volta do autor e “em jogo” durante o processo de escrita em que, muitas vezes, o próprio autor é surpreendido.
 Por outro lado, é de sublime importância que entendamos que o escritor não trabalha sozinho em sua escrita. Moacir Scliar explica que o escritor difere do ser social, e por isso, ele se apresenta como um personagem que assume o papel de escritor. Desse modo, entenderemos que o ser social (o sujeito que escreve, propriamente), é diferente do sujeito-escritor, assim como do sujeito-autor.
 Há uma relação do sujeito (Eu) com o Outro e o Outro de mim na escrita. É como se, no momento da escrita, o eu original desse lugar a outros “eus” no imaginário do próprio escritor.
Barthes afirma que “a escrita é destruição de toda a voz, de toda a origem”. Se pensarmos nos personagens, por exemplo, que imaginamos serem criados e dominados pelos escritores, descobriremos que, na verdade, é como se tivessem vida própria, pois driblam os autores fazendo-os perder o controle sobre sua própria invenção.
Não menos importante no assunto da subjetividade na escrita, faz-se o sujeito-leitor. O sujeito autor desempenha um papel importante na escrita que produz, mas também tem sempre em mente o sujeito-leitor, que funciona como uma dupla do autor. Ao escrever, o autor se imagina no lugar de um leitor, ou simplesmente imagina tipos de leitores junto a ele, como um coautor, que na verdade é chamado de leitor-modelo, pois é uma projeção de um tipo de leitor ideal que o autor constrói, mas não existe fora do texto.
Portanto, entendemos que na obra escrita se dá o encontro das subjetividades do autor e do leitor, fazendo surgir reflexões, críticas, complementações, ou seja, uma ressignificação da obra. Esse é o fascínio da literatura.
REFERÊNCIAS:
Cadernos Didáticos da disciplina Letras UFF CEDERJ
Práticas de escrita e subjetividade
http://www.seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/viewFile/30579/16705
Escrita e subjetividade: as marcas da autoria no texto escolar
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/96181/000919037.pdf?sequence=1

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