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DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Olá, Na nossa aula de hoje, abordaremos a legislação sobre a inspeção do trabalho. É importante transcrever para vocês o Decreto 4.552/02, na íntegra, para que vocês possam memorizá-lo. Vocês poderão observar que não há muitas questões que o abordem, de um modo geral são de uma a duas questões em cada prova. Quero ressaltar que ao final da aula trarei um anexos com a prova discursiva AFT 2010 comentada. Alguns alunos querem adquirir esta prova comentada, mas como o projeto já terminou e saiu do site, não é possível adquiri-la. Então, resolvi postá-la aqui para vocês e farei as devidas adaptações e atualizações. Vamos então dar início a nossa aula de hoje! Aula 08: Direito Administrativo do Trabalho: Regulamento da Inspeção do Trabalho (Decreto n.° 4.552, de 27/12/02); Processo de Multas Administrativas. 8.1. Processo de Multas Administrativas: A fiscalização do trabalho incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho. De acordo com o art. 627 da CLT a fiscalização deverá observar o critério de dupla visita, com a finalidade de instruir os responsáveis no cumprimento das leis de proteção ao trabalho. A dupla visita deverá ocorrer nos seguintes casos: ^ Quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos responsáveis; ^ Em se realizando a primeira inspeção dos estabelecimentos ou dos locais de trabalho, recentemente inaugurados o u empreendidos. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Com exceção dos casos em que é obrigatória a dupla visita, a toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve corresponder a lavratura de auto de infração, sob pena de responsabilização. As empresas obrigadas a possuir o livro intitulado "Inspeção do Trabalho", cujo modelo será aprovado por portaria ministerial. Nesse livro, registrará o agente da inspeção sua visita ao estabelecimento, declarando a data e a hora do início e término da mesma, bem como o resultado da inspeção, nele consignando, se for o caso, todas as irregularidades verificadas e as exigências feitas, com os respectivos prazos para seu atendimento, e, ainda, de modo legível, os elementos de sua identificação funcional. Quando for comprovada a má-fé do agente da inspeção, quanto à omissão ou lançamento de qualquer elemento no livro, responderá ele por falta grave no cumprimento do dever, ficando passível, desde logo, da pena de suspensão até 30 (trinta) dias, instaurando-se, obrigatoriamente, em caso de reincidência, inquérito administrativo. A lavratura de autos contra empresas fictícias e de endereços inexistentes, assim como a apresentação de falsos relatórios, constitui falta grave. Lembretes importantes: > O auto de infração será lavrado em duplicata, nos termos dos modelos e instruções expedidos, sendo uma via entregue ao infrator, contra recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de 10 (dez) dias da lavratura, sob pena de responsabilidade, em registro postal, com franquia e recibo de volta (art. 629 da CLT). > O auto não terá o seu valor probante condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas, e será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que será declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de responsabilidade. > Lavrado o auto de infração, não poderá ele ser inutilizado, nem sustado o curso do respectivo processo, devendo o agente da inspeção apresentá-lo à autoridade competente, mesmo se incidir em erro. > O infrator terá, para apresentar defesa, o prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento do auto. > O auto de infração será registrado com a indicação sumária de seus elementos característicos, em livro próprio que deverá existir em cada órgão fiscalizador, de modo a assegurar o controle do seu processamento. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA > Nenhum agente da inspeção poderá exercer as atribuições do seu cargo sem exibir a carteira de identidade fiscal, devidamente autenticada, fornecida pela autoridade competente. > É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não esteja autorizado, em razão do cargo ou função, a exercer ou praticar, no âmbito da legislação trabalhista, atos de fiscalização. > O agente da inspeção terá livre acesso a todas as dependências dos estabelecimentos sujeitos ao regime da legislação trabalhista, sendo as empresas, por seus dirigentes, ou prepostos, obrigadas a prestar-lhe os esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições legais e a exibir-lhe, quando exigidos, quaisquer documentos que digam respeito ao fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho. > Os documentos sujeitos à inspeção deverão permanecer, sob as penas da lei, nos locais de trabalho, somente se admitindo, por exceção, a critério da autoridade competente, sejam os mesmos apresentados em dia e hora previamente fixados pelo agente da inspeção. > No território do exercício de sua função, o agente da inspeção gozará de passe livre nas empresas de transportes, públicas ou privadas, mediante a apresentação da carteira de identidade fiscal. > As autoridades policiais, quando solicitadas, deverão prestar aos agentes da inspeção a assistência de que necessitarem para o fiel cumprimento de suas atribuições legais. > Qualquer funcionário público federal, estadual ou municipal, ou representante legal de associação sindical, poderá comunicar à autoridade competente do Ministério do Trabalho as infrações que verificar. 8.2. Decreto 4.552/2002: Regulamento da Inspeção do Trabalho O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho tem por finalidade assegurar, em todo o território nacional, a aplicação das disposições legais, incluindo as convenções internacionais ratificadas, os atos e decisões das autoridades competentes e as convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho, no que concerne à proteção dos trabalhadores no exercício da atividade laboral (art. 1°). Passarei a transcrever a legislação, uma vez que a memorização da mesma é importante para a prova. As partes que tem destaque em azul são as quais considero mais importantes. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Art. 2o Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho: I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas em leis, regulamentos e demais atos atinentes à estrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego; II - Auditores-Fiscais do Trabalho; a) legislação do trabalho; b) segurança do trabalho; e c) saúde no trabalho; III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções auxiliares de inspeção do trabalho. Art. 3o Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. Art. 4o Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em circunscrições, e fixadas as correspondentes sedes. Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores- Fiscais do Trabalho poderão ser divididas em áreas de inspeção delimitadas por critérios geográficos. Art. 5— A distribuição dos Auditores-Fiscais do Trabalho pelas diferentes áreas de inspeção da mesmacircunscrição obedecerá ao sistema de rodízio, efetuado em sorteio público, vedada a recondução para a mesma área no período seguinte. § 1— Os Auditores-Fiscais do Trabalho permanecerão nas diferentes áreas de inspeção pelo prazo máximo de doze meses. § 2— É facultado à autoridade de direção regional estabelecer programas especiais de fiscalização que contemplem critérios diversos dos estabelecidos neste artigo, desde que aprovados pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. Art. 6°. Atendendo às peculiaridades ou circunstâncias locais ou, ainda, a programas especiais de fiscalização, poderá a autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho, alterar os critérios fixados nos arts. 4° e 5° para estabelecer a fiscalização móvel, independentemente de circunscrição ou áreas de inspeção, definindo as normas para sua realização. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Art. 7— Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho: I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho. II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência; III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho; e IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poder público. § 1- As autoridades de direção local e regional poderão empreender e supervisionar projetos consoante diretrizes emanadas da autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. § 2— Cabe à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho elaborar e divulgar os relatórios previstos em convenções internacionais. Art. 8— O planejamento estratégico das ações de inspeção do trabalho será elaborado pelos órgãos competentes, considerando as propostas das respectivas unidades descentralizadas. § 1— O planejamento de que trata este artigo consistirá na descrição das atividades a serem desenvolvidas nas unidades descentralizadas, de acordo com as diretrizes fixadas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. DA INSPEÇÃO Art. 9— A inspeção do trabalho será promovida em todas as empresas, estabelecimentos e locais de trabalho, públicos ou privados, estendendo-se aos profissionais liberais e instituições sem fins lucrativos, bem como às embarcações estrangeiras em águas territoriais brasileiras. Art. 10. Ao Auditor-Fiscal do Trabalho será fornecida Carteira de Identidade Fiscal (CIF), que servirá como credencial privativa, com renovação qüinqüenal. § 1o Além da credencial aludida no caput, será fornecida credencial transcrita na língua inglesa ao Auditor-Fiscal do Trabalho, que tenha por atribuição inspecionar embarcações de bandeira estrangeira. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 2o A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho fará publicar, no Diário Oficial da União, relação nominal dos portadores de Carteiras de Identidade Fiscal, com nome, número de matrícula e órgão de lotação. § 3o É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não seja integrante da Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho. Art. 11. A credencial a que se refere o art. 10 deverá ser devolvida para inutilização, sob pena de responsabilidade administrativa, nos seguintes casos: I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável; II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do Trabalho e Emprego; III - exoneração ou demissão do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho; IV - aposentadoria; ou V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a seis meses. Art. 12. A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção, salvo quando o Auditor-Fiscal do Trabalho julgar que tal identificação prejudicará a eficácia da fiscalização, hipótese em que deverá fazê-lo após a verificação física. Parágrafo único. O Auditor-Fiscal somente poderá exigir a exibição de documentos após a apresentação da credencial. Art. 13. O Auditor-Fiscal do Trabalho, munido de credencial, tem o direito de ingressar, livremente, sem prévio aviso e em qualquer dia e horário, em todos os locais de trabalho mencionados no art. 9o. Art. 14. Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas, instituições, associações, órgãos e entidades de qualquer natureza ou finalidade são sujeitos à inspeção do trabalho e ficam, pessoalmente ou por seus prepostos ou representantes legais, obrigados a franquear, aos Auditores- Fiscais do Trabalho, o acesso aos estabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho, bem como exibir os documentos e materiais solicitados para fins de inspeção do trabalho. Art. 15. As inspeções, sempre que necessário, serão efetuadas de forma imprevista, cercadas de todas as cautelas, na época e horários mais apropriados a sua eficácia. Art. 16. As determinações para o cumprimento de ação fiscal deverão ser comunicadas por escrito, por meio de ordens de serviço. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Parágrafo único. As ordens de serviço poderão prever a realização de inspeções por grupos de Auditores-Fiscais do Trabalho. Art. 17. Os órgãos da administração pública direta ou indireta e as empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos ficam obrigadas a proporcionar efetiva cooperação aos Auditores-Fiscais do Trabalho. Art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional: I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego, em especial: a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando à redução dos índices de informalidade; b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivando maximizar os índices de arrecadação; c) o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre empregados e empregadores; e d) o cumprimento dos acordos, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil; II - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos trabalhadores e às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, atendidos os critérios administrativos de oportunidade e conveniência; III - interrogar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, seus prepostos ou representantes legais, bem como trabalhadores, sobre qualquer matéria relativa à aplicação das disposições legais e exigir-lhes documento de identificação; IV - expedir notificação para apresentação de documentos; V - examinar e extrair dados e cópias de livros, arquivos e outros documentos, que entenda necessários ao exercício de suas atribuições legais, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico; VI - proceder a levantamento e notificação de débitos; VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e documentos, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico, que constituam prova material de infração, ou, ainda, para exame ou instrução de processos; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA VIII - inspecionar os locais de trabalho, o funcionamento de máquinas e a utilização de equipamentos e instalações; IX - averiguar e analisar situações com risco potencial de gerardoenças ocupacionais e acidentes do trabalho, determinando as medidas preventivas necessárias; X - notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações ou a correção de irregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores, nas instalações ou métodos de trabalho; XI - quando constatado grave e iminente risco para a saúde ou segurança dos trabalhadores, expedir a notificação a que se refere o inciso X deste artigo, determinando a adoção de medidas de imediata aplicação; XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como apreender equipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho, lavrando o respectivo termo de apreensão; XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e iminente risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que indique a situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que deverão ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, comunicando o fato de imediato à autoridade competente; XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais, bem como as situações com potencial para gerar tais eventos; XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres e relatórios; XVI - solicitar, quando necessário ao desempenho de suas funções, o auxílio da autoridade policial; XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção; XVIII - lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais; XIX - analisar processos administrativos de auto de infração, notificações de débitos ou outros que lhes forem distribuídos; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA XX - devolver, devidamente informados os processos e demais documentos que lhes forem distribuídos, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho; XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho; XXII - levar ao conhecimento da autoridade competente, por escrito, as deficiências ou abusos que não estejam especificamente compreendidos nas disposições legais; XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e regional,nas respectivas áreas de especialização; XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e regional. § 2- Aos Auditores-Fiscais do Trabalho serão ministrados regularmente cursos necessários à sua formação, aperfeiçoamento e especialização, observadas as peculiaridades regionais, conforme instruções do Ministério do Trabalho e Emprego, expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. Art. 19. É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego: I - conferir aos Auditores-Fiscais do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são próprias, salvo se para o desempenho de cargos de direção, de funções de chefia ou de assessoramento; II - interferir no exercício das funções de inspeção do trabalho ou prejudicar, de qualquer maneira, sua imparcialidade ou a autoridade do Auditor-Fiscal do Trabalho; e III - conferir qualquer atribuição de inspeção do trabalho a servidor que não pertença ao Sistema Federal de Inspeção do Trabalho. Art. 20. A obrigação do Auditor-Fiscal do Trabalho de inspecionar os estabelecimentos e locais de trabalho situados na área de inspeção que lhe compete, em virtude do rodízio de que trata o art. 6o, § 1o, não o exime do dever de, sempre que verificar, em qualquer estabelecimento, a existência de violação a disposições legais, comunicar o fato, imediatamente, à autoridade competente. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Parágrafo único. Nos casos de grave e iminente risco à saúde e segurança dos trabalhadores, o Auditor-Fiscal do Trabalho atuará independentemente de sua área de inspeção. Art. 21. Caberá ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego promover a investigação das causas de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, determinando as medidas de proteção necessárias. Art. 22. O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de especialistas e técnicos devidamente qualificados, assim como recorrer a laboratórios técnico-científicos governamentais ou credenciados, a fim de assegurar a aplicação das disposições legais e regulamentares relativas à segurança e saúde no trabalho. Art. 23. Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e observarão o critério da dupla visita nos seguintes casos: I - quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos responsáveis; II - quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente inaugurados ou empreendidos; III - quando se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até dez trabalhadores, salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou de anotação da CTPS, bem como na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização; e IV - quando se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma da lei específica. § 1— A autuação pelas infrações não dependerá da dupla visita após o decurso do prazo de noventa dias da vigência das disposições a que se refere o inciso I ou do efetivo funcionamento do novo estabelecimento ou local de trabalho a que se refere o inciso II. § 2- Após obedecido o disposto no inciso III, não será mais observado o critério de dupla visita em relação ao dispositivo infringido. § 3- A dupla visita será formalizada em notificação, que fixará prazo para a visita seguinte, na forma das instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Art. 24. A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve corresponder, sob pena de responsabilidade, a lavratura de auto de infração, ressalvado o disposto no art. 23 e na hipótese de instauração de procedimento especial de fiscalização. Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas e será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que será declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade. Art. 25. As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal poderão ser lavradas, a critério do Auditor-Fiscal do Trabalho, no local que oferecer melhores condições. Art. 26. Aqueles que violarem as disposições legais ou regulamentares, objeto da inspeção do trabalho, ou se mostrarem negligentes na sua aplicação, deixando de atender às advertências, notificações ou sanções da autoridade competente, poderão sofrer reiterada ação fiscal. Parágrafo único. O reiterado descumprimento das disposições legais,comprovado mediante relatório emitido pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, ensejará por parte da autoridade regional a denúncia do fato, de imediato, ao Ministério Público do Trabalho. DO PROCEDIMENTO ESPECIAL PARA A AÇÃO FISCAL Art. 27. Considera-se procedimento especial para a ação fiscal aquele que objetiva a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento de infrações à legislação. Art. 28. O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho quando concluir pela ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista por pessoas ou setor econômico sujeito à inspeção do trabalho, com a anuência da chefia imediata. § 1- O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a notificação, pela chefia da fiscalização, para comparecimento das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à sede da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego. § 2- A notificação deverá explicitar os motivos ensejadores da instauração do procedimento especial. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 3- O procedimento especial para a ação fiscal destinado à prevenção ou saneamento de infrações à legislação poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule as obrigações assumidas pelo compromissado e os prazos para seu cumprimento. § 4— Durante o prazo fixado no termo, o compromissado poderá ser fiscalizado para verificação de seu cumprimento, sem prejuízo da ação fiscal em atributos não contemplados no referido termo. § 5— Quando o procedimento especial para a ação fiscal for frustrado pelo não-atendimento da convocação, pela recusa de firmar termo de compromisso ou pelo descumprimento de qualquer cláusula compromissada, serão lavrados, de imediato, os respectivos autos de infração, e poderá ser encaminhando relatório circunstanciado ao Ministério Público do Trabalho. § 6— Não se aplica o procedimento especial de saneamento às situações de grave e iminente risco à saúde ou à integridade física do trabalhador. Art. 29. A chefia de fiscalização poderá, na forma de instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho, instaurar o procedimento especial sempre que identificar a ocorrência de: I - motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista pelo tomador ou intermediador de serviços; II - situação reiteradamente irregular em setor econômico. Parágrafo único. Quando houver ação fiscal em andamento, o procedimento especial de fiscalização deverá observar as instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. Art. 30. Poderão ser estabelecidos procedimentos de fiscalização indireta, mista, ou outras que venham a ser definidas em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. § 1- Considera-se fiscalização indireta aquela realizada por meio de sistema de notificações para apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego. § 2— Poderá ser adotada fiscalização indireta: I - na execução de programa especial para a ação fiscal; ou II - quando o objeto da fiscalização não importar necessariamente em inspeção no local de trabalho. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 3- Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local de trabalho e desenvolvida mediante notificação para apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego. DAS ATIVIDADES AUXILIARES À INSPEÇÃO DO TRABALHO Art. 31. São atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, a cargo dos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho: I - levantamento técnico das condições de segurança nos locais de trabalho, com vistas à investigação de acidentes do trabalho; II - levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade dos acidentes; III - avaliação qualitativa ou quantitativa de riscos ambientais; IV - levantamento e análise das condições de risco nas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho; V - auxílio à realização de perícias técnicas para caracterização de insalubridade ou de periculosidade; VI - comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer situação de risco grave e iminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores; VII - participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de doenças profissionais; VIII - colaboração na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho; IX - acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego; X - orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e funcionamento das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT); XI - prestação de assistência às CIPA; XII - participação nas reuniões das CIPA das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como representantes da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA XIII - devolução dos processos e demais documentos que lhes forem distribuídos, devidamente informados, nos prazos assinalados; XIV - elaboração de relatório mensal de suas atividades, nas condições e nos prazos fixados pela autoridade nacional em matéria de inspeção do trabalho; e XV - prestação de informações e orientações em plantões fiscais na área de sua competência. § 1- As atividades externas de que trata este artigo somente poderão ser exercidas mediante ordem de serviço expedida pela chefia de fiscalização. § 2— Para o desempenho das atribuições previstas neste artigo, será fornecida aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho credencial específica que lhes possibilite o livre acesso aos estabelecimentos e locais de trabalho. Art. 32. Aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho poderão ser ministrados cursos necessários à sua formação, aperfeiçoamento e especialização, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 33. Os Auditores-Fiscais do Trabalho poderão participar de atividades de coordenação, planejamento, análise de processos e de desenvolvimento de programas especiais e de outras atividades internas e externas relacionadas com a inspeção do trabalho, na forma das instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. Art. 34. As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as exploradas pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios, bem como as concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito concederão passe livre aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, no território nacional em conformidade com o disposto no art. 630, § 5o, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mediante a apresentação da Carteira de Identidade Fiscal. Parágrafo único. O passe livre a que se refere este artigo abrange a travessia realizada em veículos de transporte aquaviário. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIAE QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Art. 35. É vedado aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho: I - revelar, sob pena de responsabilidade, mesmo na hipótese de afastamento do cargo, os segredos de fabricação ou comércio, bem como os processos de exploração de que tenham tido conhecimento no exercício de suas funções; II - revelar informações obtidas em decorrência do exercício das suas competências; III - revelar as fontes de informações, reclamações ou denúncias; IV - inspecionar os locais em que tenham qualquer interesse direto ou indireto, caso em que deverão declarar o impedimento. Parágrafo único. Os Auditores Fiscais do Trabalho e os Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho responderão civil, penal e administrativamente pela infração ao disposto neste artigo. Art. 36. Configura falta grave o fornecimento ou a requisição de Carteira de Identidade Fiscal para qualquer pessoa não integrante do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho. Parágrafo único. É considerado igualmente falta grave o uso da Carteira de Identidade Fiscal para fins outros que não os da fiscalização. Art. 37. Em toda unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego em que houver Auditores-Fiscais do Trabalho deverá ser reservada uma sala para o uso exclusivo desses servidores. Art. 38. A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho expedirá as instruções necessárias à execução deste Regulamento. Atenção: É importante estudarmos a portaria 148 de 1996 que trata da tramitação dos processos e multas administrativas. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Portaria N° 148, de 25 de Janeiro de 1996 Aprova normas para a organização e tramitação dos processos de multas administrativas e de Notificações para Depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - NDFG. 0 MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais; considerando a necessidade de expedir instruções para a execução do disposto no Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho, e tendo em vista o § 1° do art. 23 da Lei n° 8036, de 11 de maio de 1990,RESOLVE: Baixar as presentes normas sobre a organização e tramitação dos processos de multas administrativas e de Notificações para Depósito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - NDFG. Capítulo I Da Organização do Processo Art. 1° Os processos administrativos de aplicação de multas e de Notificação para Depósito de FGTS iniciar-se-ão com a lavratura do Auto de Infração e a emissão da NDFG, respectivamente. Art. 2° Na organização e instrução do processo administrativo, serão observados os seguintes procedimentos: 1 - os Autos de Infração e as NDFG serão protocolizados e organizados na forma de autos forenses; II - o número de protocolo será sempre o mesmo, ainda quando o processo seja remetido a outro órgão ou instância superior; III - as informações, despachos, termos, pareceres, documentos e demais peças do processo serão dispostos em ordem cronológica da entrada no processo, sendo cada folha numerada e rubricada a tinta; IV - a remissão a qualquer documento constante do processo será feita sempre com a indicação precisa do número do processo e do número da folha em que se encontra; V - quando a remissão for feita a documento constante de processo anexado, far-se-á a indicação do número do processo e do número da folha em que se encontra; VI - nas informações e despachos, cuidar-se-á para que: a) a escrita seja legível, adotando-se a datilografia ou o microcomputador; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA b) a redação seja clara, concisa, precisa e a linguagem isenta de agressão e parcialidade; c) seja feita a transcrição dos textos legais citados; d) sejam ressalvados, ao final, os espaços em branco, as entrelinhas, emendas e rasuras; e) conste se houve defesa e se esta foi apresentada dentro ou fora do prazo previsto. VII - a conclusão das informações ou despachos conterá: a) a denominação do órgão em que tem exercício o servidor, permitida a abreviatura; b) data; c) assinatura e nome do servidor com o cargo e a função. Art.3° O processo em andamento deverá conter, após cada ato, a declaração da data do recebimento e do encaminhamento. Art.4° Serão canceladas do processo, pela autoridade competente, expressões consideradas descorteses ou injuriosas. Art.5° Os atos e termos procedimentais, quando a lei não prescrever forma determinada, conterão somente o indispensável a sua finalidade. Capítulo II DO AUTO DE INFRAÇÃO E DA NOTIFICAÇÃO PARA DEPÓSITO DO FUNDO DE GARANTIA - NDFG Seção I Disposições Gerais Art.6° O Auto de Infração e a Notificação para Depósito do Fundo de Garantia - NDFG terão suas características definidas em modelo oficial e serão preenchidos a tinta, em letra de fôrma, ou datilograficamente, sem entrelinhas, emendas, rasuras ou vícios que possam acarretar sua nulidade, sob pena de responsabilidade do autuante e/ou notificante. Art.7° O Auto de Infração e a NDFG não terão seu valor probante condicionado à assinatura do infrator e de testemunhas e serão lavrados no local da inspeção, salvo nas seguintes hipóteses: I - quando o local não oferecer condições; II - quando sua lavratura possa perturbar o funcionamento do local fiscalizado; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA III - quando houver resistência, desacato ou qualquer outra forma de constrangimento contra o Agente da Inspeção do Trabalho; IV - quando se tratar de Notificação para Apresentação de Documentos - NAD na DRT ou em suas unidades descentralizadas, nos casos de fiscalização indireta na forma definida na Instrução Normativa Intersecretarial n° 08, de 15 de maio de 1995 (DOU 22.05.95). Parágrafo único. Cabe ao Agente da Inspeção do Trabalho consignar no corpo do Auto e no verso da NDFG a hipótese ocorrida. Art.8° Poderão ser apreendidos, pelo Agente da Inspeção do Trabalho, mediante termo, quaisquer papéis e documentos que constituam prova material da infração. Parágrafo único. Poderá o empregador, se o desejar, fornecer em substituição aos documentos exigidos pelo agente fiscalizador, para fins de apreensão, cópias devidamente autenticadas, salvo quando o fato constituir ação penal, caso em que o documento original acompanhará o processo-crime, mantida uma cópia em poder do empregador. Seção II Do Auto de Infração Art.9° O Auto de Infração, pré-numerado seqüencialmente, será lavrado em 3 (três) vias e conterá os seguintes elementos: I - nome, endereço e CEP do autuado; II - ramo de atividade (CNAE), número de empregados e número de inscrição no CGC ou CPF do Ministério da Fazenda ou CEI do Ministério da Previdência Social; III - ementa da autuação e seu código; IV - descrição clara e precisa do fato caracterizado como infração, com referência às circunstâncias pertinentes, relacionando pelo menos um empregado em situação ou atividade irregular, exceto quando a lei cominar multa per capita, hipótese em que deverão ser relacionados todos os empregados em situação ou atividade irregular; V - capitulação do fato mediante citação expressa do dispositivo legal infringido; VI - elementos de convicção; VII - ciência do prazo para apresentação de defesa e indicação do local para sua entrega; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA VIII - local, data e hora da lavratura; IX - assinatura e carimbo do autuante contendonome, cargo e matrícula; X - assinatura e identificação do autuado, seu representante ou preposto. § 1° Quando se tratar de Auto de Infração com capitulação no art. 630 e seus parágrafos da Consolidação das Leis do Trabalho, não há necessidade de relacionar pelo menos um empregado em situação ou atividade irregular, conforme previsto no inciso IV deste artigo; § 2° O Auto de Infração será lavrado em 3 (três) vias que terão a seguinte destinação: a 1a via será entregue no protocolo da Delegacia Regional do Trabalho, para instauração do processo administrativo em 48 (quarenta e oito) horas contados de sua lavratura; a 2° via será entregue ao autuado; e a 3° via ficará com o autuante. § 3° Em se tratando de fiscalização rural, não será obedecido o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para entregar a 1a via no protocolo da Delegacia Regional do Trabalho, dando-se a entrega ao término da ação fiscal. § 4° Todos os documentos que servirem de base ao Auto de Infração deverão ser visados pelo agente, salvo os oficiais e os livros contábeis. § 5° Havendo recusa no recebimento do Auto de Infração durante a ação fiscal, a 1a via do mesmo será entregue no setor/seção de multas e recursos que a enviará, via postal, com Aviso de Recebimento - AR. § 6° Persistindo a recusa após envio postal, o Auto de Infração será publicado, através de edital, no DOU ou em jornal de grande circulação local. Redação dada pela Portaria n° 241, de 15 de abril de 1998 (DOU 16.04.98). Art.10° A omissão ou incorreção no Auto de Infração não acarretará sua nulidade quando do processo constarem elementos suficientes para a caracterização da falta. § 1° Quando se tratar de omissão ou erro na capitulação da infração, caberá à autoridade regional, mediante despacho saneador e antes do julgamento, corrigir a irregularidade, concedendo novo prazo à autuada para apresentar defesa. § 2° A constatação de mais de um tipo de irregularidade acarretará a lavratura de Autos de Infração distintos. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Seção III Da Notificação para Depósito de Fundo de Garantia - NDFG Art.11° Constatado que o depósito devido ao FGTS não foi efetuado, ou foi efetuado a menor, será expedida contra o infrator a Notificação para Depósito do Fundo de Garantia - NDFG, sem prejuízo da lavratura dos Autos de Infração que couberem. Art.12°A NDFG, pré-numerada seqüencialmente, será emitida em 4 (quatro) vias e conterá os seguintes elementos: I - código da Unidade Organizacional do Ministério do Trabalho - UORG; II - nome do notificado, número de inscrição no CGC ou CPF do Ministério da Fazenda, ou CEI do Ministério da Previdência Social; III - endereço do notificado; IV - indicação do banco depositário; V - prazo de 10 (dez) dias para recolhimento do débito ou apresentação de defesa, devendo estar expresso que esse está lançado em moeda e valores da data da competência devida, aos quais serão acrescidos juros de mora, atualização monetária e multa, com as indicações dos dispositivos legais infringidos; VI- indicação discriminativa dos débitos, por mês e ano de competência; VII- discriminação do número de folhas que compõem a NDFG no montante apurado com a indicação dos elementos e documentos de onde o mesmo foi extraído; VIII- ciência do prazo para apresentação de defesa e indicação do local para sua entrega; IX- local e data da lavratura; X- assinatura e identificação do notificado ou seu preposto; XI- assinatura e carimbo do notificante, contendo nome, cargo e matrícula. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 1° As 4 (quatro) vias da NDFG terão a seguinte destinação: a) 1° via - será entregue no protocolo da Delegacia Regional do Trabalho, para instauração do processo; b) 2° via - será entregue ao notificado; c) 3° via - será enviada à Caixa Econômica Federal, após vencidas todas as instâncias recursais; d) 4° via - ficará com o fiscal notificante. § 2° A Guia de Recolhimento do FGTS - GRE obedecerá ao modelo e instruções expedidos pela Caixa Econômica Federal. Capítulo III Da Competência Art.13°Compete ao Delegado Regional do Trabalho a organização do processo. Parágrafo único. Aos Agentes da Inspeção do Trabalho, conforme a matéria específica objeto da autuação ou notificação, compete a análise dos processos de Auto de Infração e de NDFG. Art.14°. O julgamento do processo compete: I - em primeira instância, aos Delegados Regionais do Trabalho; II - em segunda instância, ao Secretário de Fiscalização do Trabalho ou ao Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, conforme a matéria objeto da autuação ou notificação. Capítulo IV DA CIÊNCIA AO AUTUADO E AO NOTIFICADO Art.15°. O autuado e o notificado serão cientificados do inteiro teor das decisões, por escrito, mantendo-se cópia no processo, podendo a ciência ser feita: I - pessoalmente; II - por via postal, telegráfica ou outro meio de telecomunicação escrita, com prova de recebimento; III - por edital, publicado no DOU ou jornal da localidade do domicílio do interessado ou que nele circule, quando este estiver em lugar incerto e não- sabido. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 1° A notificação ou ciência pessoal, postal, telegráfica ou outro meio de telecomunicação escrita, pode ser feita ao representante legal do interessado. § 2° Quando a decisão acolher a análise do Agente da Inspeção do Trabalho, esta deverá ser também encaminhada ao autuado ou notificado. Art.16°. Considera-se feita a notificação: I - pessoal, na data da ciência do interessado; II - por via postal, telegráfica, ou outro meio de telecomunicação escrita, 48 (quarenta e oito) horas após a sua regular expedição, mesmo que o destinatário não tenha colocado a data no Aviso de Recebimento - AR; III - por edital, 10 (dez) dias após sua publicação. Capítulo V DOS PRAZOS Art.17° Os prazos são contínuos e se contam com a exclusão do dia da notificação ou ciência e inclusão do dia do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal do órgão onde tramitar o processo. Art.18° Atendendo a circunstâncias especiais, a autoridade competente poderá em despacho fundamentado: I - acrescer até o dobro o prazo para defesa, recurso ou impugnação de exigência, quando o interessado residir em localidade diversa daquela onde se achar a autoridade; II - prorrogar o prazo para a realização de diligência; III - conceder novo prazo de 10 (dez) dias para recolhimento do débito ou apresentação de defesa, no caso de emissão de Termo de Retificação de NDFG. Art.19°. O prazo para realização de ato processual que lhe caiba providenciar, será de 8 (oito) dias, sob pena de responsabilidade administrativa do servidor. § 1° O servidor poderá requerer à chefia imediata a dilação do prazo, justificando o pedido. § 2° A chefia imediata certificará o vencimento dos prazos. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Capítulo VI DAS NULIDADES Art.20° Revestem-se de nulidade: I - os atos e termos lavrados por funcionário que não tenha competência legal para fazê-lo; II - as decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa; III - as decisões destituídas de fundamentação. § 1° A nulidade não será declarada: a) quando for possível repetir o ato ou retificar o auto de infração, nos termos do art. 10; b) quando argüida por quem tiverdado causa. § 2° A autoridade que declarar a nulidade informará atos a que ela se estende e não prejudicará senão os posteriores que deles dependam ou sejam conseqüência. Art.21° As nulidades somente serão declaradas: I - ex officio, nas hipóteses dos incisos I e II do artigo anterior; II- mediante provocação do interessado ou procurador legalmente constituído, só podendo ser argüida na primeira oportunidade em que o interessado tiver de falar nos autos. Capítulo VII DO PROCESSO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA Seção I Início do Processo Art.22°. Após protocolizado o Auto de Infração ou a NDFG e organizado o processo, o setor de multas e recursos cadastrará e informará se o infrator é primário ou reincidente. Parágrafo único. Será considerado reincidente o infrator que for autuado por infração ao mesmo dispositivo legal, antes de decorridos 2 (dois) anos da última imposição de penalidade, após vencidas as instâncias recursais. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Seção II Da Defesa Art.23°. A defesa, formalizada por escrito e instruída com documentos que a fundamentarem, será apresentada à Delegacia Regional do Trabalho no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebimento do Auto de Infração ou da NDFG. Art.24°. A defesa mencionará: I - a autoridade a quem é dirigida; II - a qualificação do interessado; III - os motivos de fato e de direito em que se fundamentar; IV - as diligências que o interessado pretende que sejam efetuadas. § 1° A defesa quando assinada por procurador legalmente constituído será acompanhada do respectivo mandato. § 2° As provas documentais, se apresentadas por cópia, deverão ser autenticadas. § 3° As irregularidades verificadas nos documentos de que tratam os parágrafos anteriores serão, a critério da autoridade regional, notificadas ao interessado para querendo, saneá-las no prazo de 10(dez) dias. Seção III Das Diligências e Saneamento Art.25°. O Delegado Regional do Trabalho determinará de ofício, ou a requerimento do interessado, a realização de diligências necessárias à apuração dos fatos, inclusive audiência de testemunhas, indeferindo as que considerar procrastinatórias. Art.26°. Havendo necessidade de se proceder a alterações na NDFG, o Fiscal do Trabalho lavrará Termo de Retificação de NDFG. Parágrafo único. O Termo de Retificação de NDFG será emitido em 4 (quatro) vias, que terão a mesma destinação da NDFG, sendo que a 1a via será parte integrante do processo original. Seção IV Da Decisão Art.27°. A decisão será fundamentada, clara, precisa e objetiva, e evitará o uso de expressões vagas, códigos ou siglas, a fim de que o interessado possa, de pronto, dar-lhe cumprimento ou requerer o que couber. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Art.28°. A decisão poderá ser: I - pela procedência total; II - pela procedência parcial; III - pela improcedência. Art.29°. Das decisões do processo, assim como dos despachos que determinarem saneamento do processo ou realização de diligência, o interessado será cientificado com observância dos arts. 15, 16 e 27. Art.30° As inexatidões materiais, devidas a lapso manifesto, a erros de escrita ou de cálculos, existentes na decisão, poderão ser corrigidas de ofício ou a requerimento do interessado. Seção V Do Cumprimento das Decisões Art.31°. A Delegacia Regional do Trabalho dará ciência da decisão ao autuado ou notificado para recolher o valor da multa administrativa ou do débito para com o FGTS, no prazo de 10 (dez) dias. § 1° A guia de depósito para recurso ou recolhimento de multa obedecerá ao modelo e instruções próprias do formulário DARF, sendo utilizados os seguintes códigos: a) 0289 - Multas da Legislação Trabalhista; b) 2877 - Relação Anual de Informações Sociais-RAIS, Seguro-Desemprego e Cadastro Permanente de Admissão e Dispensa - CAGED; c) 7309 - Depósito para Recurso. § 2° As guias de recolhimento do FGTS obedecerão aos modelos e instruções expedidas pela Caixa Econômica Federal. § 3° Feita a conferência da guia de recolhimento pela Caixa Econômica Federal, o interessado apresentará a mesma ao órgão notificante para verificação do valor quitado e conseqüente baixa do processo. § 4° Os parcelamentos de débito, quando formalizados pela Caixa Econômica Federal, suspendem o processo administrativo, cabendo ao empregador apresentar à Delegacia Regional do Trabalho cópia do acordo e comprovante de seu cumprimento até quitação final, para que seja anexado ao respectivo processo. Art.32°. A multa administrativa será reduzida de 50% (cinqüenta por cento) se o infrator, renunciando ao recurso, a recolher no prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento da notificação, da decisão ou da publicação do edital, observando a contagem de prazo estabelecida no art. 17 da presente Portaria. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 1° O depósito da multa administrativa, para efeito de recurso, deverá ser realizado sobre seu valor integral. § 2° O infrator remeterá uma via da guia de recolhimento autenticada pela instituição bancaria ao órgão notificante, para que seja juntada ao processo. Capítulo VIII DOS RECURSOS Seção I Do Recurso Voluntário Art.33°. Da decisão que impuser multa administrativa ou julgar procedente, total ou parcialmente débito para com o FGTS, caberá recurso à Secretaria de Fiscalização do Trabalho ou à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho, no prazo de 10 (dez) dias, contados da notificação da decisão. Art.34° O recurso será interposto perante a autoridade que houver imposto a multa ou julgado o débito para com o FGTS e conterá os mesmos requisitos da defesa, no que couber. Parágrafo único. O recurso da decisão que impuser multa administrativa será instruído com prova de seu depósito, sem a qual não terá prosseguimento. Art.35° O processo, devidamente instruído e com as contra-razões de recurso, será encaminhado à Secretaria de Fiscalização do Trabalho ou à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho, no prazo máximo de 8 (oito) dias. Seção II Do Recurso de Ofício Art.36°. De toda decisão que implicar arquivamento do processo, a autoridade prolatora recorrerá de ofício à autoridade competente de instância superior. Parágrafo único. Não havendo recurso de ofício, o servidor que verificar o fato, comunicará à autoridade julgadora, para cumprimento daquela formalidade. Persistindo a irregularidade, esta deverá ser comunicada à autoridade de instância superior. Capítulo IX DO PROCESSO EM SEGUNDA INSTÂNCIA Art.37°. Aplica-se às decisões de segunda instância o estabelecido nos arts. 27, 29 e 30 desta norma. Art.38°. Proferida a decisão de segunda instância, os autos serão devolvidos à Delegacia Regional do Trabalho para ciência do interessado e para o seu cumprimento, observado, se for o caso, o disposto no art. 31. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Capítulo X DA DÍVIDA PARA COM O FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO - FGTS E DA COBRANÇA DAS MULTAS ADMINISTRATIVAS Art.39°. Decorrido o prazo de defesa da NDFG, sem a manifestação do devedor ou julgadas improcedentes suas razões ou esgotados os prazos recursais, encaminhar-se-á o processo à Caixa Econômica Federal que o preparará para inscrição em Dívida Ativa da União, competência esta da Procuradoria da Fazenda Nacional. Art.40°. Decorrido o prazo de defesa do Auto de Infração, sem a manifestaçãodo autuado ou julgadas improcedentes suas razões ou esgotados os prazos recursais, encaminhar-se-á o processo de multa administrativa à Procuradoria da Fazenda Nacional. Capítulo XI DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art.41° Os processos de NDFG oriundos do Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS obedecerão ao disposto nesta Portaria. Art.42° Todo documento dirigido à autoridade que não tenha competência para decidir sobre a matéria será encaminhado ao órgão competente, no prazo máximo de 10 (dez) dias. Art.43°. Aos Secretários de Fiscalização do Trabalho e de Segurança e Saúde no Trabalho compete resolver os casos omissos desta Portaria, no âmbito de suas atribuições. 8.3. Questões de Prova sem comentários: 1. (ESAF - Auditor Fiscal - 2003) Não compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho: a) organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho. b) elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência. c) divulgar amplamente nos meios de comunicação os resultados das inspeções realizadas bem como as medidas eventualmente adotadas ou sugeridas. d) proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho. e) receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poder público. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA 2. (ESAF - Auditor Fiscal - 2006) Quanto ao processo de aplicação de multa administrativa, é correto afirmar que: a) O auto de infração lavrado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho tem seu valor probante condicionado à assinatura do infrator. b) O prazo para defesa é de 10 (dez) dias, quando o autuado reside no mesmo local em que estabelecida a autoridade. C) Não é admitida a audiência de testemunhas. d) O pagamento da multa exime o infrator de outras penalidades. e) A admissão do recurso não exige o depósito da multa. 3. (ESAF - Auditor Fiscal - 2006) Compete ao Auditor-Fiscal do Trabalho, no exercício de suas atribuições, exceto: A) Lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção. B) Ministrar orientações, dar informações e conselhos técnicos às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho. C) Exibir a credencial no momento da fiscalização ou após a verificação quando considerar que a identificação prejudicará a eficácia da fiscalização. D) Observar o critério da dupla visita quando se tratar de estabelecimento que tenha causado embaraço à fiscalização. E) Apreender, mediante termo, documentos, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico, que constituam prova material e infração. Marquem aqui o gabarito de vocês: Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 28 1. 2. 3. DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA 8.4. Questões de Prova com comentários: 1. (ESAF - Auditor Fiscal - 2003) Não compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho: a) organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho. b) elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência. c) divulgar amplamente nos meios de comunicação os resultados das inspeções realizadas bem como as medidas eventualmente adotadas ou sugeridas. d) proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho. e) receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poder público. Comentários: Letra C. Art. 7o do Decreto 4552/2002 Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho: I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho. II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência; III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho; e IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poder público. 2. (ESAF - Auditor Fiscal - 2006) Quanto ao processo de aplicação de multa administrativa, é correto afirmar que: a) O auto de infração lavrado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho tem seu valor probante condicionado à assinatura do infrator. b) O prazo para defesa é de 10 (dez) dias, quando o autuado reside no mesmo local em que estabelecida a autoridade. C) Não é admitida a audiência de testemunhas. d) O pagamento da multa exime o infrator de outras penalidades. e) A admissão do recurso não exige o depósito da multa. Comentários: Letra B. O auto de infração lavrado pelo Auditor-fiscal do Trabalho não terá o seu valor probante condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas, conforme dispõe o parágrafo 1° do art. 629 da CLT. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Art. 629 da CLT O auto de infração será lavrado em duplicata, nos termos dos modelos e instruções expedidos, sendo uma via entregue ao infrator, contra recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de 10 (dez) dias da lavratura, sob pena de responsabilidade, em registro postal, com franquia e recibo de volta. § 1° - O auto não terá o seu valor probante condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas, e será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que será declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de responsabilidade. § 2° - Lavrado o auto de infração, não poderá ele ser inutilizado, nem sustado o curso do respectivo processo, devendo o agente da inspeção apresentá-lo à autoridade competente, mesmo se incidir em erro. § 3° - O infrator terá, para apresentar defesa, o prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento do auto. § 4° - O auto de infração será registrado com a indicação sumária de seus elementos característicos, em livro próprio que deverá existir em cada órgão fiscalizador, de modo a assegurar o controle do seu processamento. A letra "b" está correta porque o parágrafo 3° do art. 629 da CLT, acima transcrito, estabelece que o prazo para defesa será de 10 dias contados do recebimento do auto de infração. Já a letra "c" está incorreta porque o art. 632 da CLT estabelece que poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas. Art. 632 da CLT Poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas e as diligências que lhe parecerem necessárias à elucidação do processo, cabendo, porém, à autoridade, julgar da necessidade de tais provas. Art. 633 da CLT Os prazos para defesa ou recurso poderão ser prorrogados de acordo com despacho expresso da autoridade competente, quando o autuado residir em localidade diversa daquela onde se achar essa autoridade. 3. (ESAF - Auditor Fiscal - 2006) Compete ao Auditor-Fiscal do Trabalho, no exercício de suas atribuições, exceto: A) Lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção. B) Ministrar orientações, dar informações e conselhos técnicos às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho. C) Exibir a credencial no momento da fiscalização ou após a verificação quando considerar que a identificação prejudicará a eficácia da fiscalização. D) Observar o critério da dupla visita quando se tratar de estabelecimento que tenha causado embaraço à fiscalização. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA E) Apreender, mediante termo, documentos, inclusive quando mantidos em meio magnéticoou eletrônico, que constituam prova material e infração. Comentários: Letra D. O art. 627 da CLT trata do critério da dupla visita e o art. 18 do Decreto 4.552/2002 trata da competência dos Auditores Fiscais do Trabalho. Art. 627 da CLT A fim de promover a instrução dos responsáveis no cumprimento das leis de proteção do trabalho, a fiscalização deverá observar o critério de dupla visita nos seguintes casos: a) quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos responsáveis; b) em se realizando a primeira inspeção dos estabelecimentos ou dos locais de trabalho, recentemente inaugurados ou empreendidos. A letra "D" é o gabarito da questão porque o art. 627 da CLT não estabelece o critério da dupla visita quando houver embaraços à fiscalização. Art. 18 do Decreto 4.552/2002 Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional: I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego, em especial: a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando à redução dos índices de informalidade; b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivando maximizar os índices de arrecadação; c) o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre empregados e empregadores; e d) o cumprimento dos acordos, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil; II - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos trabalhadores e às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, atendidos os critérios administrativos de oportunidade e conveniência; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA III - interrogar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, seus prepostos ou representantes legais, bem como trabalhadores, sobre qualquer matéria relativa à aplicação das disposições legais e exigir-lhes documento de identificação; IV - expedir notificação para apresentação de documentos; V - examinar e extrair dados e cópias de livros, arquivos e outros documentos, que entenda necessários ao exercício de suas atribuições legais, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico; VI - proceder a levantamento e notificação de débitos; VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e documentos, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico, que constituam prova material de infração, ou, ainda, para exame ou instrução de processos; VIII - inspecionar os locais de trabalho, o funcionamento de máquinas e a utilização de equipamentos e instalações; IX - averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças ocupacionais e acidentes do trabalho, determinando as medidas preventivas necessárias; X - notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações ou a correção de irregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores, nas instalações ou métodos de trabalho; XI - quando constatado grave e iminente risco para a saúde ou segurança dos trabalhadores, expedir a notificação a que se refere o inciso X deste artigo, determinando a adoção de medidas de imediata aplicação; XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como apreender equipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho, lavrando o respectivo termo de apreensão; XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e iminente risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que indique a situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que deverão ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, comunicando o fato de imediato à autoridade competente; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais, bem como as situações com potencial para gerar tais eventos; XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres e relatórios; XVI - solicitar, quando necessário ao desempenho de suas funções, o auxílio da autoridade policial; XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção; XVIII - lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais; XIX - analisar processos administrativos de auto de infração, notificações de débitos ou outros que lhes forem distribuídos; XX - devolver, devidamente informados os processos e demais documentos que lhes forem distribuídos, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho; XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho; XXII - levar ao conhecimento da autoridade competente, por escrito, as deficiências ou abusos que não estejam especificamente compreendidos nas disposições legais; XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e regional, nas respectivas áreas de especialização; XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e regional. § 1- Revogado. § 2o Aos Auditores-Fiscais do Trabalho serão ministrados regularmente cursos necessários à sua formação, aperfeiçoamento e especialização, observadas as peculiaridades regionais, conforme instruções do Ministério do Trabalho e Emprego expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho. Gabarito: Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 33 1. C 2. B 3. D DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Anexo I: Prova discursiva AFT 2010 QUESTÃO DISCURSIVA 1 - DIREITO DO TRABALHO PROFESSORA DÉBORAH PAIVA Pedro Paulo da Silva foi contratado e trabalhou como porteiro para o Centro Comercial Xique Xique Ltda. durante o período compreendido entre março de 1997 e abril de 2003, com média remuneratória equivalente a três salários mínimos. Foi dispensado sem a ocorrência de justa causa. O trabalhador permaneceu desempregado durante oito meses. Logo depois, preencheu cadastro, atendendo à oferta de trabalho, na empresa Eficiência Prestadora de Serviços Ltda. Submetido a determinados testes (prova escrita, entrevista e análise curricular), foi admitido para exercer a função de porteiro, inclusive em razão da sua experiência profissional anterior com remuneração equivalente a dois salários mínimos. Ato contínuo,foi deslocado para prestar serviços no Centro Comercial Chique Chique Ltda., local onde constava no seu crachá a função de atendente de público. Trabalhou nessas condições por aproximadamente cinco anos. Considerando os elementos contidos na situação hipotética supradescrita, e a partir deles, disserte sobre o fenômeno da terceirização de serviços, devendo constar abordagem obrigatória sobre os seguintes aspectos: a) Serviços terceirizáveis, licitude e ilicitude da intermediação de mão de obra, e respectivas consequências; b) Triangulação do contrato de trabalho e salário equitativo; c) Duração do contrato de prestação de serviço; d) Natureza e extensão daresponsabilidade atribuída às empresas envolvidas. Comentários: Observei nesta questão, que a ESAF abordou Súmula do TST. O candidato que não conhecesse a súmula 331 do TST teria dificuldades de dissertar sobre o tema. O conhecimento da doutrina também era fundamental, para a boa resolução desta prova discursiva. Observem que o enunciado da prova pede a abordagem obrigatória das formas de terceirização lícitas e ilícitas e respectivas conseqüências. Assim, o candidato somente poderia dissertar com desenvoltura se conhecesse o teor da Súmula 331 do TST! Recomendo iniciar o parágrafo conceituando o instituto da terceirização, para depois mencionar as formas de terceirização. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Então, vejamos: A terceirização é o fenômeno pelo qual o trabalhador é inserido no processo produtivo do tomador de serviços, sem que este tenha obrigações trabalhistas, pois estas são obrigações da empresa de terceirização. A terceirização lícita é aquela admitida pela lei 6.019/74 (Trabalho Temporário), pela Lei 7.102/83 (Serviços de vigilância), pela Súmula 331 do TST e nos serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador de serviços, desde que sem pessoalidade e subordinação direta. A contratação de trabalhadores, por empresa interposta, somente, será ilícita, quando existir fraude na terceirização, ou seja, o tomador de serviços necessitando de mão de obra habitual necessária a sua própria existência, que coincide com seus fins principais (atividade-fim), resolve contratar pessoal através de outra empresa. Neste caso, a terceirização será considerada ilícita e o vínculo de emprego irá formar-se diretamente com o tomador dos serviços do empregado, incidindo sobre o contato de trabalho todas as normas pertinentes a sua categoria. Neste caso a responsabilidade é solidária, e o empregado poderá escolher se ingressa com a reclamação trabalhista contra uma das empresas ou contra todas. Mesmo na hipótese de terceirização lícita, a empresa tomadora de serviços é responsável subsidiariamente pelo cumprimento das obrigações trabalhistas assumidas pela prestadora de serviços, ainda que se trate de entes da Administração Pública. A ESAF deixa claro que o candidato deverá considerar os elementos descritos na situação hipotética para desenvolver a sua redação. Assim, é necessário ressaltar a ilicitude da terceirização ligada à atividade-fim do tomador de serviços, que é a hipótese do caso hipotético. Observem a dica do enunciado, que nos faz concluir que a terceirização é ligada à atividade-fim do tomador de serviços: "Pedro Paulo da Silva foi contratado e trabalhou como porteiro para o Centro Comercial Xique Xique Ltda. durante o período compreendido entre março de 1997 e abril de 2003, com média remuneratória equivalente a três salários mínimos. Foi dispensado sem a ocorrência de justa causa. O trabalhador permaneceu desempregado durante oito meses. Logo depois, preencheu cadastro, atendendo à oferta de trabalho, na empresa Eficiência Prestadora de Serviços Ltda. Submetido a determinados testes (prova escrita, entrevista e análise curricular), foi admitido para exercer a função de porteiro, inclusive em razão da sua experiência profissional anterior com remuneração equivalente a dois salários mínimos. Ato contínuo, foi deslocado para prestar serviços no Centro Comercial Chique Chique Ltda., local onde constava no seu crachá a função de atendente de público. Trabalhou nessas condições por aproximadamente cinco anos". Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA A função de porteiro de um centro comercial é um serviço ligado à atividade-fim da empresa. Assim, o candidato deverá ressaltar em sua redação a ilicitude da terceirização em atividade-fim. Quando a terceirização for considerada ilícita, o empregado da empresa terceirizada poderá pleitear a equiparação salarial em relação aos trabalhadores da empresa cliente, porque, neste caso, a relação de emprego se estabelece diretamente com a empresa cliente. A responsabilidade será solidária entre o tomador e o intermediador de mão-de-obra quando a subcontratação for irregular. Neste caso o vínculo irá formar-se com o tomador. A Súmula 331 do TST refere-se à responsabilidade subsidiária do tomador quando a terceirização for regular ou legal. A situação hipotética descrita na questão trata-se de terceirização ilícita, uma vez que a atividade de atendente de público é atividade-fim de um Centro Comercial. Sendo ilícita a terceirização, o vínculo de emprego irá formar-se com o Centro Comercial Chique Chique, havendo a responsabilidade solidária entre a empresa tomadora e a empresa terceirizadora. QUESTÃO DISCURSIVA 2 - DIREITO DO TRABALHO PROFESSORA DÉBORAH PAIVA O sindicato dos empregados de bares e restaurantes do Distrito Federal celebrou convenção coletiva de trabalho com o sindicato dos bares e restaurantes do Distrito Federal. A referida norma coletiva estabeleceu que, para os trabalhadores integrantes da categoria representada pelo sindicato profissional, a hora noturna, assim considerada aquela compreendida entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, seria computada como de 60 (sessenta) minutos. O instrumento normativo determinou também que o labor noturno teria remuneração acrescida de 60% (sessenta por cento) do valor da hora diurna. Finalmente, os sindicatos envolvidos estabeleceram o prazo de vigência de três anos para a convenção coletiva. Em face do caso hipotético apresentado, disserte sobre convenções e acordos coletivos de trabalho, enfocando necessariamente os seguintes aspectos: (I) natureza jurídica das normas coletivas; (II) limite ao regramento de condições laborais por convenções e acordos coletivos de trabalho e princípios da proteção e da indisponibilidade dos direitos trabalhistas; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA (III) efeitos e integração das normas coletivas nos contratos individuais de trabalho; (IV) é válida a fixação de prazo de vigência de três anos para a norma coletiva? Fundamente. Comentários: A ESAF sinaliza para os pontos que deverão ser abordados, de forma mais contundente pelo candidato. Observem as palavras-chaves que deverão nortear a redação do candidato, abaixo sublinhada: "O sindicato dos empregados de bares e restaurantes do Distrito Federal celebrou convenção coletiva de trabalho com o sindicato dos bares e restaurantes do Distrito Federal. A referida norma coletiva estabeleceu que, para os trabalhadores integrantes da categoria representada pelo sindicato profissional, a hora noturna, assim considerada aquela compreendida entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, seria computada como de 60 (sessenta) minutos. O instrumento normativo determinou também que o labor noturno teria remuneração acrescida de 60% (sessenta por cento) do valor da hora diurna. Finalmente, os sindicatos envolvidos estabeleceram o prazo de vigência de três anos para a convenção coletiva". O candidato que está fazendo uma prova discursiva, certamente, já sabe que a hora noturna do empregado urbano é de 52 minutos e 30 segundos e que o adicional de horas extraordinárias é de 50%. Portanto, ele deverá argumentar em sua redação a possibilidade de norma coletiva estabelecer normas mais benéficas para o empregado, uma vez que há um mínimo de direitos assegurados constitucionalmente, que deverá ser respeitado devido ao princípio da proteção ao hipossuficiente. A banca pede que seja abordada a natureza jurídica das normas coletivas.
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