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0 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA Isabella Viana Ruiz Jonas Araújo Júlia Rodrigues Larissa Del Rios Laura Almeida Quadrado RELATÓRIO CONSCIÊNCIA SONO E DISTÚRBIO CAMPINAS 2017 1 Isabella Viana Ruiz Jonas Araújo Júlia Rodrigues Larissa Del Rios Laura Almeida Quadrado RELATÓRIO CONSCIÊNCIA SONO E DISTÚRBIO Relatório apresentado a Pontifícia Universidade Católica de Campinas como parte das exigências para aprovação na disciplina de Fenômenos e Processos Psicológicos A, no curso de Psicologia. Orientador: Prof. Dr. André Luiz Monezi Andrade PUC-CAMPINAS 2017 2 1. Introdução O conceito de consciência é amplo e possuí algumas definições, sendo assim a consciência pode ser definida como um estado de plena percepção de si mesmo e do meio, apesar de possuir vários meios de definir este conceito (MENDES et al., 2012). Atkinson e Hilgard (2012) complementam a ideia anterior afirmando que este processo, além desta percepção de si mesmo e do ambiente, pode ser definido como o conhecimento imediato dos aspectos externos e internos do momento que o indivíduo está vivenciando, ou seja, eventos do ambiente e de sensações do corpo, memórias e pensamentos. Segundo Feldman (2015) a consciência pode ser definida como o conhecimento dos pensamentos, dos sentimentos e das sensações que os indivíduos experimentam, sendo a compreensão subjetiva tanto do ambiente quanto do âmbito particular e inobservável das pessoas. O autor afirma que a consciência desperta, em que o indivíduo se encontra desperto e consciente quanto aos seus pensamentos, emoções e percepções, é o único modo de consciência que não é considerada como um estado alterado de consciência, como o ato de dormir e sonhar, o uso de substancias e a hipnose. De acordo com Mendes et al. (2012), a consciência pode ser analisada em dois aspectos principais, sendo estes: nível de consciência, entendido como estado de vigília; e o conteúdo da consciência, no qual inclui as funções cognitivas, o processo de atenção e as respostas afetivas ao meio. Desta forma, pode-se entender que é por meio da consciência que os indivíduos são capazes de iniciar e findar atividades comportamentais e cognitivas (KIHLSTROM, 2007). No decorrer do processo da consciência, a atenção possuí um papel fundamental, sendo que, segundo Fiorelli (2004), esta é caracterizada pela seletividade e possibilidade de se fixar em alguns estímulos e descartar outros. Kastrup (2007) complementa afirmando que a atenção é um processo complexo que pode ter vários funcionamentos e possíveis combinações entre eles, sendo que os funcionamentos são: seletivo ou flutuante; focado ou desfocado; concentrado ou disperso. 3 A consciência, assim como a atenção, exige um nível de concentração para perceber os estímulos e realizar a seleção de qual será dispensado, portanto, alguns estímulos e/ou eventos acabam por ter prioridade em relação a outros. Normalmente há prioridade, ou seja, um enfoque maior, nos estímulos/eventos que possuem importância para a sobrevivência e acaba por ter uma concentração e atenção maior em relação a estes, sendo difícil focar em outra coisa, por exemplo, quando o indivíduo se encontra em um estado de sede, de fome ou uma sensação intensa de dor, existe uma grande dificuldade no mesmo se concentrar em alguma outra coisa (ATKINSON; HILGARD, 2012). Segundo Kihlstrom (2007), a consciência desempenha outras funções, sendo estas relacionadas ao planejamento, orientação e iniciação das ações do indivíduo. Atkinson e Hilgard (2012) complementam afirmando que a consciência organiza as ações do indivíduo para que estas sejam harmônicas com os acontecimentos ao seu redor. Em relação à eventos futuros ocorre panoramas alternativos, no qual existe a representação de possibilidades futuras, sendo que também há o planejamento e a organização para estas possibilidades. Portanto, a consciência possui papel fundamental para o comportamento em curso, assim como para o controle e direcionamento deste comportamento, porém os eventos cotidianos também envolvem processos inconscientes, que podem “burlar” este planejamento, realizando ações completas, sem que exista qualquer tipo de consciência em relação à esta (ATKINSON; HILGARD, 2012). Este relatório visa fazer um estudo mais aprofundado sobre um dos estados alterados de consciência, o sono. Este estado, segundo Atikinson e Hilgard (1976), é o mais oposto ao estado de vigília, pois se trata de um estado em que a consciência fica reduzida e com menor atividade, além disto, o estágio do sono é considerado como um estado de restauração. De acordo com os mesmos autores, este estágio não é inteiramente passivo, devido ao fato de que alguns indivíduos se deslocarem durante este período. Davidoff e Linda (2001) afirmam que no período do sono a consciência muda consideravelmente. Durante o período do sono os indivíduos se encontram, em sua maioria, imóveis, com reatividade a estímulos visuais, táteis e auditivos 4 reduzidos ou anulado quando comparado ao estado de vigília. (FERNANDES, 2006). O período do sono passa por alguns estágios e acaba por oscilar entre eles, cada um dos estágios é caracterizado por tipos específicos de atividades cerebral, sendo seus padrões de onda cerebral: Alpha, em que o indivíduo se encontra relaxado, calmo e sem pensamento; Theta, em que o indivíduo se encontra em profundo relaxamento e que há produção de imagem mental, no qual ocorre o sonho; Delta, em que o indivíduo se encontra em um estágio profundo e não há sonho (DAVIDOFF; LINDA, 2001). Gazzaniga e Heatherton (2005) definem estes estágios do sono como: Estágio 1, momento do sono em que o indivíduo pode ser facilmente acordado, podendo ter visualizações e representações de imagens fantasiosas, este estágio é caracterizado por um misto de ondas cerebrais do estilo Alpha e Theta; Estágio 2, momento do sono em que há mais dificuldade para despertar o indivíduo e o mesmo possui uma respiração mais constante, pode ter “fusos do sono” e ondas de “complexo K”, que podem acordar o indivíduo, sendo estas provocadas por interferência do ambiente, este estágio é caracterizado por ondas cerebrais do estilo Theta; Estágio 3 e 4, momento do sono em que o indivíduo entra em sono profundo, neste momento é extremamente difícil acordar o individuo, este estágio é caracterizado por um padrão de ondas cerebrais do estilo Delta. De acordo com Atkinson e Hilgard (2012), o sono também pode ser dividido em dois momentos, o REM, Rapid Eyes Moviment, e o não REM ou NREM. No período do sono NREM praticamente não há frequência cardíaca, os músculos se encontram relaxados, não há movimento dos olhos e o metabolismo do cérebro tem uma redução de 25 a 30%, em comparação com a vigília. No período de sono REM há a movimentação rápida dos olhos, sendo que esta possui uma duração de 10 a 15 segundos, ocorre um aumento da frequência cardíaca e do metabolismo cerebral, neste período há também a quase paralisação total do indivíduo, esta fase é caracterizada por ser paradoxal, pois apesar de haver um grande nível de atividade cortical, o corpo está em atonia muscular. 5 Quanto ao período de duração do sono, Atikinson e Hilgard (2012) afirmam que 90% dos adultos dormem de seis a nove horas por noite, sendo que a maioria dorme em um período de sete horas e meia a oito horas. Apesar da grandemaioria dos indivíduos seguir este padrão de tempo do sono, algumas pessoas dormem por seis a sete horas, sendo que a maioria destas apresenta sinais mensuráveis de sonolência no decorrer do dia, independente da sua percepção quanto a este fenômeno. A maioria dos adultos necessita de um período de sete a nove horas de sono. Há uma variedade de distúrbios do sono, incluindo privação do sono, insônia, narcolepsia e apneia, sendo que estes distúrbios, a dificuldade para ter um sono de qualidade e a escassez de tempo de sono acabam por comprometer as atividades diurnas, assim como causam sonolência excessiva. Gazzaniga e Heatherton (2005) complementam afirmando que a média do sono é de um período de oito horas, podendo variar em relação às diferenças particulares de cada indivíduo, por exemplo a idade, pois pessoas com mais idade podem necessitar de menos horas de sono, em relação a pessoas mais novas, para poder ter a sensação de descanso. 6 2. Objetivo Analisar os hábitos usuais de sono; Comparar os resultados dos participantes das duas faixas etárias; Comparar os resultados obtidos pelo experimento com a literatura. 7 3. Método 3.1. Situação O experimento foi realizado em ambientes diferentes, por aplicadores diferentes, contudo, todos os ambientes estavam devidamente iluminados e possuíam poucas interferências sonoras e todas as entrevistas foram realizadas no município de Campinas, no estado de São Paulo. O Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg foi realizado em modo de entrevista, seguindo instruções previamente dadas pelo professor responsável, contando com a participação de voluntários que se enquadrassem no público de 18 a 39 anos ou que tivesse mais que 40 anos. A entrevista com P1, P2, P12 e P13 foi realizada em um escritório de contabilidade, possuindo três mesas com computadores nos cantos da sala, janelas grandes, sendo bem iluminada e possuindo uma porta para a saída no canto superior esquerdo. Os participantes P3, P4, P5, P6, P7 e P8 foram entrevistados na sala 23A do Bloco C, localizada na instituição Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no estado de São Paulo, este local era iluminado por seis luminárias, contendo computadores dispostos nas laterais da sala, uma mesa no centro da sala, três ventiladores que se encontravam desligados acima da mesa. O participante P9 foi entrevistado em um quarto, onde havia uma cama central, um guarda roupa e uma mesa de estudos, além de possuir uma janela. As entrevistas com os participantes P10, P11, P17 e P18 foram realizadas em uma sala que possuía onde nela havia uma mesa redonda de centro com quatro cadeiras, continha dois sofás, um do lado direito e outro lado esquerdo, além de três janelas localizadas com cortina. Os participantes P14, P15 e P16 foram entrevistados em uma sala que continha um sofá, uma mesa no centro com três cadeiras dispostas ao redor, com doze luminárias no teto e uma janela. Os participantes P19 e P20 foram entrevistados em uma sala com dois sofás, uma televisão desligada na parede e uma mesa de centro de vindo, além de possuir uma janela. 8 3.2. Participantes Na Tabela 1 e na Tabela 2 são apresentados todos os participantes do experimento, contém as abreviações dos nomes dos participantes, a idade e o gênero respectivo de cada um, além do número de identificação de cada participante. 3.3. Materiais Para a realização deste experimento foi utilizado o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg, PSQI-BR (Anexo A), que foi disponibilizado Tabela 1 – Participantes da Faixa Etária de 18 a 39 anos Participante Iniciais Idade Sexo P1 R.T.Z. 21 Masculino P2 T.R.N. 29 Feminino P3 L.A.Q. 18 Masculino P4 J.R.T.M. 18 Feminino P5 N.N. 18 Masculino P6 L.D.A.S. 18 Feminino P7 J.A.M.A. 22 Masculino P8 L.D.R. 18 Feminino P9 V.S.C. 18 Feminino P10 J.V.G. 21 Masculino 18 à 39 anos Tabela 2 – Participantes da Faixa Etária acima dos 40 anos Participante Iniciais Idade Sexo P11 D.L.G. 47 Masculino P12 K.M.L.A. 42 Feminino P13 M.K.L.A. 73 Masculino P14 M.L.G.T. 91 Feminino P15 S.C.R.T. 55 Feminino P16 M.L. 44 Feminino P17 S.M.M.A. 68 Feminino P18 L.M.M.A. 42 Feminino P19 A.C.D.R. 67 Masculino P20 J.G.A. 46 Feminino Acima de 40 anos 9 para os alunos responsáveis por este relatório pelo professor responsável pela disciplina. 4. Procedimento O procedimento realizado para este experimento se deu da seguinte forma: os alunos responsáveis por este relatório, nomeados de aplicadores, dividiram o número de entrevistados necessários de um modo que cada um ficou responsável por entrevistar quatro pessoas; os aplicadores realizaram as suas entrevistas utilizando o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg; os participantes receberam instruções de como iria ocorrer a entrevista, o que este visava mensurar e qual o intuito deste levantamento; após todas as orientações, os participantes respondiam às questões oralmente, sendo solicitado que estes fossem claros e sinceros em suas respostas, tendo se ater as lembranças dos seus hábitos no período do último mês. 10 5. Resultados Em relação a Tabela 3, na qual os participantes se encontram na faixa etária entre 18 e 39 anos, pode-se notar que o P8 se destaca negativamente quando comparado aos outros, principalmente por ser o único de sua faixa etária que faz uso de remédios para dormir. É possível observar também que P1 possui grandes dificuldade relacionadas ao sono, que acabam por prejudicar a qualidade do mesmo, pois dentre os entrevistados, P1 alegou ter mais complicações para respirar confortavelmente. Nota-se que P7 se diferencia por possuir uma qualidade relativamente elevada do sono, por conta de suas respostas. De modo geral, os participantes dessa faixa etária declararam sentir uma deficiência para se manter acordados e entusiasmados durante o mês, no que se refere a qualidade do sono, praticamente todos os participantes classificam seu sono de um modo insatisfatório. Em relação a Tabela 4, na qual os participantes se encontram na faixa etária acima dos 40 anos, pode-se observar que P15 se destaca em relação aos outros por ter uma deficiência em mais aspectos do que o restante dos integrantes, como, por exemplo, o fator da temperatura, onde o participante em Tabela 3 – Desempenho Quantitativo dos Participantes de 18 a 39 anos Questões P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 Adormecer em até 30 minutos 3 1 1 3 4 4 2 3 4 3 Acordar durante a noite 3 2 2 4 4 4 3 4 4 2 Levantar para ir ao banheiro 2 2 2 4 3 2 3 4 1 3 Não respirar confortavelmente 3 1 2 1 2 1 1 1 1 1 Tossir ou roncar forte 3 2 3 1 1 1 1 1 1 1 Sentir frio 2 2 3 3 2 3 1 2 2 1 Sentir calor 3 1 3 3 3 3 1 1 1 3 Ter sonhos ruins 3 2 4 1 1 2 3 2 4 3 Ter dor 2 2 4 3 2 1 1 3 4 1 Uso de medicamentos 3 1 4 1 1 1 1 4 1 1 Difícil ficar acordado 3 2 5 4 2 3 2 4 3 3 Difícil manter entusiasmo 4 3 3 2 2 3 3 4 4 3 Tabela 4 – Desempenho Quantitativo dos Participantes Acima de 40 anos Questões P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 Adormecer em até 30 minutos 3 4 4 2 4 4 3 3 1 4 Acordar durante a noite 2 3 4 4 1 4 4 3 4 4 Levantar para ir ao banheiro 1 1 4 4 2 4 4 4 4 4 Não respirar confortavelmente 1 3 1 3 4 1 1 1 1 1 Tossir ou roncar forte 1 1 1 3 4 1 4 1 1 1 Sentir frio 1 1 1 3 4 1 1 1 1 1 Sentir calor 1 1 1 2 4 3 1 1 1 3 Ter sonhos ruins 3 2 4 1 1 2 3 2 1 4 Ter dor 1 1 3 2 3 1 1 1 3 2 Uso de medicamentos 1 4 1 1 1 2 1 2 1 2 Difícil ficar acordado 1 1 31 1 3 1 1 1 3 Difícil manter entusiasmo 1 2 1 1 2 2 3 3 1 4 11 questão alegou ter problemas para dormir por sentir muito frio ou muito calor. Observa-se uma dificuldade de modo geral, principalmente no que diz respeito ao tempo para adormecer, segundo a classificação dada pelos participantes, quanto a qualidade de sono, a maior parte dos integrantes classificou declarou ser satisfatória, contudo dois participantes alegaram ter um sono sem qualidade, diferentemente do que era esperado por conta das demais informações dadas pelos mesmos. Ao comparar as Tabelas 3 e 4, percebe-se que a maior parte dos participantes, na faixa etária de 18 a 39 anos, adormecem em menos de 30 minutos com mais frequência do que os entrevistados que possuem a faixa etária acima dos 40 anos. Em contrapartida, a faixa etária de 18 a 39 anos alega ter mais dificuldade para manter o entusiasmo e permanecer acordado realizando atividades cotidianas durante o mês. Podemos reparar também na Tabela 5 que os indivíduos acima de 40 anos, possuem uma qualidade maior de sono do que os que contem abaixo de 39 anos, diferentemente do que seria esperado para as idades. Tabela 5 – Porcentagem das Classificações dos Participantes quanto Qualidade de Sono Classificação Participantes 18 à 39 anos Acima de 40 anos 10% 70% 20% 0% Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim 10% 40% 50% 0% Tabela 6 – Média Apresentada em Hora do Horário de Dormir Hora de Dormir Acima de 40 anos 23:35 Participantes Média Geral 00:2718 a 39 anos 22:42 Tabela 7 - Média Apresentada em Hora do Horário de Acordar Acima de 40 anos 06:48 Hora de Acordar Participantes Média Geral 07:50 18 a 39 anos 08:53 12 Em relação às Tabelas 7 e 8 pode-se observar que a diferença do tempo para dormir dos participantes da faixa etária de 18 a 39 anos é mínima em relação aos do grupo da faixa etária acima de 40 anos. De modo geral, ambos os grupos se deitam em média às 23:35 e possuem 7 horas e 15 minutos de sono no total, sendo que os mesmos participantes relatam que o horário médio em que acordam é 7:50. Tabela 9 – Média em Minutos do Tempo para Dormir Tempo para Dormir Acima de 40 anos 32' 5" Participantes Média Geral 30'18 a 39 anos 35' Acima de 40 anos 7h Horas de Sono Participantes Média Geral 7h 15' 18 a 39 anos 7h 30' Tabela 8 - Média em Horas do Total de Horas de Sono por Noite 13 6. Discussão As entrevistas foram realizadas com o intuito de avaliar a qualidade do sono dos entrevistados, sendo das faixas etárias de 18 a 39 anos e acima de 40 anos. Observa-se que, de modo geral, as duas faixas etárias alegaram ter mais dificuldade em manter o entusiasmo e de se manterem acordados durante as suas atividades cotidianas, porém o grupo mais jovem possui uma maior dificuldade geral nesse aspecto e isto pode ser entendido pelo fato de que os jovens possuem hábitos ruins de sono e a relação que estabelecem com a tecnologia, sendo estas as maiores causas que alteração do sono (AZEVEDO; AZEVEDO, 2016). Rocha et al. (2011) complementa a ideia ao afirmar que a sociedade atual possui muitas atividades diárias e estas acabam por ter prioridade sobre o sono, sendo que em estudantes universitários este fato acaba por se tornar mais evidente e esta privação de sono se relaciona diretamente com a diminuição do humor e com o rendimento acadêmico Pode-se observar também que há uma grande diferença em relação aos horários que as duas faixas etárias se levantam, isso deve ao fato de que as rotinas são diferentes, por exemplo, a maioria dos integrantes acima de 40 anos possuem um emprego, então há uma necessidade maior de despertar mais cedo, sendo que isto se deve ao fato de que a sociedade atual possui muitas atividades diárias que possuem uma importância maior do que o ato de dormir (ROCHA et al., 2011) Em relação a hora de dormir pode-se perceber que há uma controvérsia quanto a teoria, pois Gazzaniga e Heatherton (2005) afirmam que a média de horas de sono varia conforme a idade do indivíduo, sendo que quanto mais jovem, mais horas de sono são necessárias, contudo a faixa de 18 a 39 anos apresenta um tempo total de sono menor em relação aos participantes da faixa etária acima de 40 anos. Averígua-se que a diferença entre o tempo total de sono entre os dois grupos é de apenas 30 minutos, porém o motivo para esta constatação é que os participantes da faixa etária de 18 a 39 anos demoram para adormecer, provavelmente por conta do uso de aparelhos eletrônicos, como smartphones, e 14 isso atrapalha a qualidade e quantidade do sono como Azevedo e Azevedo (2016) comentam, sendo assim, metade destes participantes classificam a qualidade do seu sono como ruim e possuem maior dificuldade de se manter acordado e entusiasmado durante o dia. Por fim, é necessário levar em consideração também que os resultados levantados através da entrevista deste relatório são oriundos de auto percepção do participante, podendo gerar resultados errôneos e sofrendo interferência pelo mesmo. 15 REFERÊNCIAS ATKINSON, R.; HILGARD, E. Introdução a Psicologia. São Paulo: Cengage Learning, ed.15, 2012. DAVIDOFF, Linda F. Introdução a Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, ed.3, 2001. FELDMAN, R. S. Introdução a Psicologia. São Paulo: AMGH Editora, ed.15, 2015. FERNANDES, R. M. F. O Sono Normal. Ribeirão Preto: USP, ed.39, v.2, p.157- 168, 2006. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/372/373>. Acesso em: 21 nov 2017. FIORELLI, J. O. Psicologia para Administradores: Integrando Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, ed.4, 2004. GAZZANIGA, Michael S.; HEATHERTON, Todd F. Ciência Psicológica: Mente, Cérebro e Comportamento. Porto Alegre: Artned, 2005. KASTRUP, Virgínia. O Funcionamento da Atenção no Trabalho do Cartógrafo. Rio de Janeiro: Psicologia e Sociedade, ed.10, v.1, p.15-22, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n1/a03v19n1. Acesso em: 22 nov 2017. MENDES, P. D.; MACIEL, M. S.; BRANDÃO, M. V. T.; FERNANDES, P. C. R.; ANTONIO, V. E.; BATISTA, R. S. Distúrbios da Consciência Humana - Parte 1 de 3: Bases Neurobiológicas. Rev. Neurociências, ed.20, v.3, p.437-443, 2012. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/14041>. Acesso em: 20 nov 2017. AZEVEDO, D; AZEVEDO,N. A Relação do Sono-Aprendizagem e as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação: Um Desafio na Educação dos Adolescentes. XIII EVIDOSOL e X CILTEC, 2016. Disponível em:<http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_linguagem_tecnologi a/article/view/10488/9403>. Acesso em: 22 nov 2017 ROCHA, D.; JESUS, A. C.; OLIVEIRA, R. F.; SEPP, A. Hábitos de Sono e Performance Académica: Estudo Comparativo entre Estónia e Portugal. VI Encontro Nacional das Ciências e Tecnologias da Saúde, ESTeSL, 2011. Disponível em: <http://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1110/1/Hábitos%20de%20sono%20 e%20performance%20académica.pdf>. Acesso em: 20 nov 2017. 16 ANEXO A
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