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ARQUITETURA MODERNA EM JUIZ DE FORA INFLUÊNCIA DO ART DéCO E MODERNISMO Nesse período, a "cara" da cidade se revestia de pó de pedra, ou seja, as construções - principalmente do centro comercial - eram influenciadas por um outro estilo arquitetônico: O Art Déco. Buscando uma maior racionalidade, esse estilo reduziu a decoração das fachadas a formas mais retas, mais geométricas. Nas fachadas, ao invés da pintura, se usou muito revestimento de pó de pedra, em tons cinza ou ferrugem. Caixa Econômica Federal – Av. Getúlio Vargas Cine Palace - Rua Halfeld A grande mudança em nossa arquitetura se deu a partir do centenário da cidade. Começaram a surgir, na década de 50, algumas construções que seguiam concepções modernas (vidros em fachadas, linhas retas, preocupação com a funcionalidade). Exemplos deste processo são as obras do arquiteto Niemeyer e os pintores Di Cavalcanti e Portinari. Esses nomes deixaram sua marca na cidade, incentivando os artistas locais a utilizarem uma linguagem moderna. Ed. Excelsior – Av. Rio Branco Obra de Di Cavalcanti para o Marco do Centenário de Juiz de Fora. Obra de Portinari para o Edifício Clube Juiz de Fora. O calçadão da halfeld A rua Halfeld configura-se como um verdadeiro eixo monumental em Juiz de Fora. Ali estão sediadas a Prefeitura e a Câmara Municipal, ambos em palacetes de linguagem eclética. Ao longo da via, que tem boa parte como um extenso calçadão, tempos diferenciados de ocupação da cidade se inserem. Modernidades passadas realçam o percurso pelas galerias, edificadas como passagens para o presente, conectando este calçadão. No percurso, predominam linguagens ecléticas e art déco. Nos extremos, dois edifícios monumentais se destacam: o prédio do Banco do Brasil, projetado por Oscar Niemeyer e o edifício Clube de Juiz de Fora, de Francisco Bolonha. ARTHUR ARCURI A Construtora Pantaleone Arcuri Foi fundada em 1895 pelos imigrantes italianos Pantaleone Arcuri e Pedro Timponi, sob o nome de Pantaleone Arcuri e Timponi. À época principal empresa do ramo de construção de Juiz de Fora, destacou-se por suas oficinas onde eram produzidas telhas de amianto, janelas, portas e ladrilhos hidráulicos, entre outros materiais. Os projetos da companhia, de autoria de Salvatore Notarroberto, do próprio Pantaleone ou de seus filhos Raffaele e Artur Arcuri, assim como as construções realizadas por ela a partir de projetos de outros profissionais, demonstravam a confluência de vários estilos arquitetônicos, do eclético ao modernismo, passando pelo art-nouveau e pelo art-déco. Entre as obras da Pantaleone Arcuri em Juiz de Fora que sobreviveram ao tempo, estão: •Associação Comercial •Banco de Crédito Real •Capela Senhor dos Passos •Casa d'Italia •Castelinho dos Bracher •Comp. Mineira de Eletricidade •Cine-Theatro Central •Colégio Santa Catarina •Edifício Ciampi •Edifício Clube Juiz de Fora •Edifício Comendador Pantaleone Arcuri •Escola Normal •Igreja de São Sebastião •Igreja Nossa Senhora do Rosário •Instituto Granbery •Palace Hotel •Palacete Felett •Palacete Pinho •Príncipe Hotel Igreja nossa senhora do rosário Casa d’itália Companhia mineira de eletricidade Cine theatro central Filho de Pantaleone Arcuri, imigrante italiano e dono da construtora de mesmo nome, Arthur nasceu em fevereiro de 1913. Transferiu-se para Niterói aos 10 anos para estudar. A influência da família, principalmente do pai, fez com que Arthur tomasse gosto por construção e decidisse seguir carreira na área. Iniciou os estudos em Engenharia em Belo Horizonte, mas retornou ao Rio de Janeiro, se formando em 1937 pela Escola Politécnica. Após isso, fez dois anos de especialização em Cálculo e Concreto Foi professor de composição em um curso de fotografia, onde ensinava regras geométricas e matemáticas como Sequência Fibonacci, Proporção Áurea, Eurritmia e as leis da Gestalt, o que influenciou muito no seu trabalho como arquiteto. Para Arthur, cada linha, forma, cor e tom possui um significado em virtude de sua própria estrutura, qualidades que, associadas harmonicamente, conferem à composição uma determinada expressividade. calma, tranquilidade el ev aç ão , e sp iri tu al id ad e igualdade, repetição agitação HARMONIA INDEFINIÇÃO ESTABILIDADE PESO PODER MAJESTADE MOVIMENTO DINAMISMO ARBITRARIEDADE VIDA (APROXIMAM) MONOTONIA (AFASTAM) DRAMA, TRISTEZA ALEGRIA, JUVENTUDE TRAJETORIA E PROJETOS 1941 1947 1948 1950 1952 1957 1965 Início dos estudos para o projeto da Santa Casa. Começa a trabalhar no SPHAN, onde conheceu e se relacionou com Oscar Niemeyer, Burle Marx e Lucio Costa. Inicia o projeto para a residência de João Villaça. Projeta o Marco do Centenário de Juiz de Fora. Projeta a residência de Luiz Stheling. Projeta a residêcnia de Geraldo Magela. Convidado a elaborar o plano urbanístico e projetar alguns edifícios para a UFJF. A arquitetura de Arthur se desenvolveu mais nos projetos residenciais, como exemplo as casas de Frederico de Assis, João Villaça e Romeu Arcuri. Fachada res. João Villaça. Perspectiva fachada res. Romeu Arcuri. Perspectiva fachada res. Frederico de Assis. Uma característica observável em toda a sua produção arquitetônica é o predomínio da composição entre as linhas verticais e horizontais, com predomínio da última. A importância das direções perpendiculares faz referência a uma manifestação primária do homem em busca da estabilidade e do equilíbrio, relacionando-o à sua paz e ao seu bem-estar. Planta baixa Res. Frederico de Assis Planta baixa 1º pav. Res. João Villaça. Ao mesmo tempo, para evitar o predomínio absoluto da direção horizontal em suas residências, que poderia gerar monotonia, Arcuri realça episodicamente algumas linhas verticais, como os pilotis coloridos nas casas de João Villaça e Frederico Assis. Pilotis res. Frederico de Assis. Na residência de Luiz Stheling a influência do pintor holandês Piet Mondrian foi levada para a composição de suas fachadas, onde a articulação de linhas formam retículas retangulares (que abrigam um afresco de Edson Motta). Fachada res. Luiz Stheling A paixão de Arcuri pelas diversas manifestações artísticas permitiu a ele buscar um entendimento mais abrangente de seu próprio ofício. A importância de seu trabalho reside no exemplo de como a arquitetura moderna foi apropriada e introduzida no interior do país com o intuito de transformar o cenário urbano de seu município através de seus projetos. “Um homem à frente de seu tempo quanto uma obra persistente e valiosa” Lúcio Costa sobre Arthur Arcuri. "A minha opção entre ser engenheiro ou arquiteto nasceu de uma reflexão um tanto lógica. Eu sempre pensei que entre um mau engenheiro e um mau arquiteto, o que causa menor dano à coletividade é o mau engenheiro. Então eu falei: Bom, a ser mau engenheiro ou ser mau arquiteto, prefiro ser mau engenheiro, porque o arquiteto pode projetar e construir bem, mas o que ele projetar mal é um dano irreparável. Ao passo que o engenheiro, só erra se fizer alguma coisa que caia.“ Arthur Arcuri Fontes: VIEIRA, Bernardo da Silva. A Composição Arquitetônica nas Residências de Arthur Arcuri. Disponível em http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ar quitextos/12.142/4270 , acesso em 18/09/2014; História da Cidade. Disponível em http://www.pjf.mg.gov.br/cidade/historia.ph p , acesso em 18/09/2014; BRAGA, Raquel Dias Vieira, LIMA, Fábio JoséMartins de. Presença da Arquitetura Moderna em Juiz de Fora: Projeto de Residência de Arthur Arcuri para a Rua Brás Bernardino. Disponível em http://www.docomomo.org.br/seminario%2 05%20pdfs/130R.pdf , acesso em 18/09/2014; PORTES, Raquel von Randow, AZEVEDO, Marlice Nazareth Soares de. Esquinas Modernas, dois Ícones Modernistas no Centro de Juiz de Fora: Francisco Bolonha e Oscar Niemeyer. Sessão 4: O papel do patrimônio moderno na Cidade Contemporânea. Disponível em http://www.docomomo.org.br/seminario%20 8%20pdfs/105.pdf , acesso em 18/09/2014. MUITO OBRIGADA! UFJF – Arquitetura e Urbanismo História da Arquitetura e Urbanismo III Prof.: Raquel Von Randow Glaucy Herdy, Isabella Itaborahy, Janaina Mendes e Lara Drumond
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