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1 A ALTA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL Euler Rodrigues Sobrinho1 Flavia Pozzera Gassner2 . RESUMO Este artigo inicia-se com intuito de apresentar as conclusões finais do plano de trabalho intitulado “A ALTA CARGA TRIBUTARIA NO BRASIL” que tem como objetivo de estudo a analise da evolução histórica e da composição da carga tributaria brasileira. O estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, através de livros, artigos, publicações, sites e revistas. Através dessa pesquisa foi possível constatar que o Brasil está entre os países com maior carga tributária do mundo, isso porque existem milhões de pessoas que humildemente padecem diante da mais pura falta de interesse política em por um fim a este sofrimento. Com isso, foi possível observar através dos textos estudados o grande descontentamento com o sistema tributário vigente no nosso país. Com os dados coletados, o total de impostos arrecadados pelos governos federal, estaduais e municipais no ano de 2010, ultrapassou a marca de R$ 1,27 trilhão, ou seja, uma alta de 16% sobre o valor arrecadado no ano de 2009. Enquanto estamos de braços cruzados, milhões de reais rodam de bolso em bolso dentro de palácio de reis. Enquanto isso estará sempre a esperar o retorno do capital investido, em saúde, educação, cultura, segurança pública. Palavras chave: Carga Tributária, Reforma Tributária, Tributação. 1. INTRODUÇÃO O presente artigo traz um breve histórico sobre os principais elementos que compõe a alta carga tributária no Brasil e a proposta de reforma tributária e seus elementos compostos, esta dividido em 9 capítulos, que resume previamente o assunto relacionado à alta carga tributária e a reforma tributária no Brasil. Atualmente o impacto da carga tributária excessiva que incide sobre as empresas, principalmente as MPEs – Micros e Pequenas Empresas faz com que as mesmas tenham um curto tempo de “vida”, pois para se mantiverem no mercado, muitas dessas MPEs usam o meio ilegal que discorre para sonegação de impostos. A reforma tributária é necessariamente urgente, porém ela vem acontecendo aos poucos, e a dificuldade central esta em encontrar um caminho que a torne mais eficiente e justa. 1 Euler Rodrigues Sobrinho (orientado). 2 Flavia Pozzera Gassner (orientador). 2 2. EVOLUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL O conceito de sistema tributário nacional pode ser entendido, conforme nos apresenta COSTA, Regina Helena 3 “... o conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que disciplinam a atividade tributante...”. Sendo assim, é fundamental a existência de estruturas normativas distintas, isto é, a Constituição Federal, a lei complementar caminho, expressão de normas gerais tributárias – o Código Tributário Nacional (Lei n º 5.172/96), e a lei ordinária que seria o instrumento de instituição de tributos. O Brasil tem uma das maiores cargas tributária do mundo e dezenas de tipos de impostos. Eles representam um custo elevado para a maioria das empresas. Sua administração eficaz constitui importante vantagem competitiva. A área de Impostos é composta por algumas sublinhas de serviços: a) Assessoria Tributária b) Serviços de Impostos Corporativos c) Adequação Fiscal para Expatriados d) Impostos Indiretos e) Impostos Aduaneiros f) Impostos Internacionais No Brasil até meados dos anos 60 o sistema tributário não era suficiente nem progressivo, a partir da segunda metade da década de 1960 e até o final da de 1980, promovemos a instituição e expansão da tributação sobre o valor agregado (principalmente via ICMS), foram reduzidos os tributos sobre o comércio exterior, fortalecemos a administração tributária, mas deixamos a redução das desigualdades sociais em plano secundário. No inicio da década de 1990, recomendava-se que a carga tributária fosse distribuída sobre base mais ampla, o que, segundo seus defensores, exigia um imposto de renda menos progressivo e a elevação da contribuição dos impostos sobre o consumo. 3 COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional, 2009, p.33. 3 De acordo com a publicação no site Diplomatique a especialista em tributação Fátima Gondim diz que: 4 “A partir de 1995, a política tributária foi redesenhada para beneficiar o processo de mundialização do capital financeiro, de forma a atraí-lo e mimá- lo do ponto de vista fiscal (as reformas do pacote neoliberal propuseram reformas administrativas, visando reduzir os custos das administrações tributárias e do cumprimento das obrigações pelas empresas, principalmente com o objetivo de incentivar o investimento estrangeiro)”. Mas quem pagou a conta do ajuste fiscal foram às pessoas de baixa renda, pois consomem toda a renda disponível (não há poupança) e compram basicamente gêneros de primeira necessidade, os aumentos de preço atingem de forma vital esse segmento. Por isso, a regressividade da estrutura tributária é sentida direta e especialmente pelas classes de renda, mas baixa, em 1996, a carga tributária indireta sobre as famílias com renda de ate 2 salários mínimos representava 26% da sua renda familiar; em 2002, pulou para 46%. Para família com renda superior a 30 salários mínimos, a carga indireta era de 7,3%, em 1996, e de 16% em 2002, conforme dados do IBGE. O crescimento da carga tributária foi aumentando de ano a ano, ainda que tenha havido uma quase que imperceptível queda no percentual da carga tributária incidente na vida dos brasileiros em 2009 (a primeira desde 2003), ela está em 35,09% conforme a medição feita pelo Instituto Brasileiro de planejamento Tributário (IBPT), o que não deixa de ser uma exorbitância, notada mente se verificarmos a relação custo benefício, ou seja, impostos recolhidos versus retorno dos impostos em serviços prestados pela União, Estado, Municípios. 4 Fátima Gondim – Especialista em Tributação, http://diplomatique.uol.com.br/print.php?tipo=ar&id=784&PHPSESSID=88831fba7510599f89e091c4a a93e96d 4 3. TRIBUTAÇÃO 3.1. Tributos A definição de tributos pode ser retirada do Código Tributário Nacional em seu artigo 3º, que diz: Artigo 3º “tributo e toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei, cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. O tributo é a resultante de uma exigência do Estado, isto é, é uma prestação pecuniária, é compulsório, é instituído por meio de lei, não é multa, é cobrado mediante lançamento. Através de NOGUEIRA, Ruy Barbosa: 5 “Os tributos (...) são as receitas derivadas que o Estado recolhe do patrimônio dos indivíduos baseado no seu poder fiscal (poder de tributar, às vezes consorciado com o poder de regular), mas disciplinado por normas de direito público que constituem o Direito Tributário”. A prestação pecuniária, ou seja, a obrigação de prestar dinheiro ao Estado observa-se no art. 3 º CTN, onde observamos “o tributo é prestação pecuniária, em moeda (...)”, cabe observar que o dispositivo tem como objetivo evitar o tributo in natura (em bens) ou tributo in labore (em trabalho, em serviços). A prestação compulsória, segundo CARVALHO, Paulo de Barros 6 “Prestação pecuniária compulsória quer dizer o comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro, afastando-se, de plano, qualquer cogitação inerente às prestações voluntárias”. Cabe observar,que a prestação diversa de sanção, isto é, o tributo não é multa, e a multa não é tributo. Para TORRES, Ricardo Lobo 7 “São inconfundíveis o tributo e a penalidade, Aquele deriva da incidência do poder tributário sobre a propriedade privada, A penalidade pecuniária resulta do poder penal do Estado e tem por objetivo resguardar a validade da ordem jurídica”. 5 NOGUEIRA, Ruy Barbosa, Curso de direito Tributário, 14. Ed. p.155. 6 CARVALHO, Paulo de Barros, Curso de Direito Tributário, 16. Ed., p.25. 7 TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário, 12. ed.,p.;236 5 Sendo assim, é importante observar o que diz MACHADO, Hugo de Brito: 8 “O tributo se distingue da penalidade exatamente porque esta tem como hipótese de incidência um ato ilícito, enquanto a hipótese de incidência do tributo é sempre algo licito Não se conclua, por isto, que um rendimento auferido em atividade ilícita não esta sujeito ao tributo. Nem se diga que admitir a tributação de tal rendimento seria admitir a tributação do ilícito”. 3.2. Obrigação Tributária A obrigação tributária corresponde ao vínculo derivado da relação do Estado com o particular. Nessa relação, o Estado é o sujeito ativo da obrigação tributária que, graças a seu poder de império, impõe ao particular, sujeito passivo da obrigação, um dever de fazer ou não fazer alguma coisa em razão da concretização de uma situação hipoteticamente, prevista na Lei nº 5. 172, de 25 de Outubro de 1966. Esse dever do particular corresponde aos tipos de obrigações tributárias, previstos no Artigo 113 do CTN (BRASIL, 2006), tais como: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 3.3. Espécies Tributárias Hoje, têm-se três espécies de tributos definidos pelo Código Tributário Nacional os impostos, as taxas, e as contribuições de melhoria, conforme artigo 145 da constituição Federal. 3.4. Taxas São definidas pela doutrina como tributos vinculados, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de imediato ao contribuinte, em função de sua cobrança. Para cobrança da taxa e necessário que se tenha recebido algum tipo de serviço público ou pelo exercício do poder de polícia pelo Estado, e no caso das taxas poderá ser cobrada por qualquer ente tributante federativo. 8 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário, 29. ed.,p.57. 6 3.5. Impostos De acordo com informações do portal Cursos no cd 9 “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Compreende-se mediante esta definição, que os impostos são tributos a ser pagos e eles independem da vontade do contribuinte, ou seja, todos deverão pagar independente da atividade. Os impostos são definidos de acordo com a competência dos entes tributantes que são a União, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios conforme a Constituição Federal de 1988. 3.6. Impostos incidentes sobre vendas e serviços: CREPALDI, Silvio Aparecido, 2008, faz um breve resumo sobre os impostos em geral, de responsabilidade das MPE (Micros e pequenas empresas): � ICMS – imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações; � ISS – imposto sobre serviços de qualquer natureza; � IVV – impostos sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos; � IE – imposto de exportação; � COFINS – contribuição para financiamento da seguridade social, antigo FINSOCIAL (fundo de investimento social); � PIS – programa de integração social, na parcela incidente sobre a receita bruta de vendas e serviços; � OUTROS – taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda e a quota de contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação. � O IPI (imposto sobre produtos industrializados) não constitui nem receita; o seu controle será efetuado por meio de contas patrimoniais. 99 http://www.cursosnocd.com.br/administracao-financeira/perguntas-e-respostas-sobre- administracao-financeira.htm 7 3.7. Contribuições de Melhorias Caracterizam-se tributos assim definidas pelo Código Tributário Nacional, que se destinam a fazer face ao custo com obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite, individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (BRASIL, 1996). 3.8. Empréstimos Compulsórios Encontra-se regulado no Artigo 148 da atual Constituição Federal de 1988 que diz o seguinte: Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I. Para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II. No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III. 3.9. Contribuições Sociais De acordo com o art. 149 da Constituição Federal, as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, ou, simplesmente, contribuições especiais são tributos instituídos para o financiamento dos Sistemas Oficiais de Previdência e Assistencial Social, de intervenção na economia e para financiar as entidades representativas de classe ou profissional. São instituídos pela União, com tudo, os Estados, o Distrito Federal e os municípios também podem cobrar essa modalidade de contribuição, mas, exclusivamente, de seus servidores para o custeio dos respectivos sistemas previdenciários. 8 4. DISCRIMINAÇÃO DE RENDAS A Constituição Federal adotou um sistema rígido de discriminação de rendas entre os entes federais, o que originou na atribuição de esferas exclusivas de atuação impositiva. Os impostos entre os entes federados são discriminados da seguinte forma: A. União � Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. � Imposto sobre produtos industrializados (IPI). � Imposto sobre operações financeiras (crédito, câmbio e seguro). � Imposto de importação. � Imposto de exportação. � Imposto sobre a propriedade territorial rural. � Imposto sobre grandes fortunas. B. Estado. � Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). � Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). � Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação (ITCMD) C. Municípios. � Imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU). � Imposto sobre serviço de qualquer natureza (ISSQN). � Imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI). 9 5. CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL Segundo pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas – SEBRAE infere que essas juntamente com as médias empresas têm participação de 60% na população economicamenteativa e representatividade de 20% no PIB nacional. As micros, pequenas e médias empresas representam mais de cinco milhões, ou, aproximadamente 95% do total das entidades no Brasil. Dividindo-se a arrecadação tributária global (tributos federais, estaduais e municipais), pela população brasileira, notamos um aumento da contribuição “per capita” ao longo dos anos. Atualmente, de toda riqueza produzida no país em média 36% corresponde a tributos. No Brasil a tributação é realmente muito alta equivalente a de países desenvolvidos, que não se justifica apenas pela eficiência dos órgãos responsáveis pela arrecadação. Ao afirmamos que a tributação em nosso país é alta levamos em consideração as alíquotas e as bases de cálculos dos tributos cobrados pelos entes federados. Esta pressão tributária elevada para os padrões do país conduz a uma situação paradoxal, pois faltam recursos para investimentos na infraestrutura econômica e social. É importante destacar que no Brasil a carga tributária é medida pela arrecadação efetiva, ou seja, não há mensuração do quanto é sonegado (evasão fiscal). Esse dado é valioso, pois se considerássemos a sonegação, nossa carga tributária seria ainda maior. É ineficaz compararmos nossa carga tributária com outros países. Isso acontece porque o valor numérico por si só não significa muito, pois somente o retorno ao contribuinte poderá quantificar a carga tributária de um país, sendo assim, o Brasil ainda possui a maior carga tributária entre os países emergentes. Com isso os brasileiros ainda precisam trabalhar quatro meses ou, mais exatamente, 123 dias para manter os gastos dos governos federal, estaduais e municipais. 10 A tributação brasileira vem sufocando os contribuintes (pessoas físicas) e as empresas, e, ainda, não responde com serviços de boa qualidade. Quando a saúde pública oferecida não é suficiente (em termos de números de atendimentos de qualidade), a educação pública é ineficiente e existe a falta de segurança, isso faz com se gaste duas vezes pelos mesmos motivos: tributos são pagos para ter esses serviços, mas, como não satisfazem, os contribuintes precisam arcar com as despesas com planos de saúde, escolas particulares, segurança, entre outros. A forma de tributar cada vez mais a sociedade tem permitido a expansão do gasto público nos últimos anos, isso considerado quantitativamente. Assim, cumpre à sociedade avaliar a carga tributária brasileira comparando à qualificação do gasto público e não permitir a reedição da CPMF ou o aumento de outros tributos como forma de suprir a não prorrogação da citada contribuição. Vale ressaltar, que a carga tributária brasileira é muito dependente de impostos sobre a produção e circulação de bens e serviço. Por este motivo, a participação da tributação da renda na carga tributária brasileira é baixa. Outro aspecto de grande diferenciação entre a carga nacional e a dos demais países, se dá no âmbito subjetivo da contribuição. No Brasil, a tributação das pessoas físicas é consideravelmente superior à tributação das pessoas jurídicas. Isso faz com que a carga tributária brasileira seja superior à de países latino-americanos, ainda que muito inferior à de países desenvolvidos. Com isso, podemos dizer que as cargas tributárias altas estão diretamente associadas à renda “per capita” também elevadas. Tal consideração não faz qualquer relação com o esforço tributário da sociedade, bem como quanto ao grau de desenvolvimento do país. 11 6. REFORMA TRIBUTÁRIA Ao longo dos anos, muitos economistas e tributaristas suscitaram discussões quanto à realização de uma reforma tributária. Para que haja uma eficaz reforma tributária no sistema brasileiro, será necessária a redução das alíquotas, ou seja, a reforma ideal ocorreria através de um sistema simples, em que seria reduzida a quantidade de tributos vigentes. Muito se discuti e crítica à carga tributária no Brasil, o que poucos sabem, no entanto, e que essa reforma não virá para nos fazer pagar menos impostos. A partir do momento que os tributos forem estruturados e a cadeia produtiva for desonerada, é óbvio que essa perde será compensada em outros setores com ouros tributos. As reformas tributárias recentes têm acentuado uma anomalia do Brasil: aumento da tributação sobre o consumo em detrimento da tributação da renda, agravando o quadro de desigualdade ou, no mínimo, não permitindo uma maior redução desta. Nas próximas reformas e preciso ter a coragem de reconhecer que ainda não será possível abrir mão de receitas, deve decidir, o que quer do seu sistema tributário, estabelecendo objetivos específicos, que, certamente estarão em conflito uns com os outros. O Sistema Tributário Nacional deve ser um instrumento imprescindível de combate à pobreza e de redução das desigualdades sociais. 7. METODOLOGIA Diante do pressuposto escolhi como método de análise e de pesquisa a ser utilizado por pesquisa qualitativa, e de acordo com Minayo (1994), “A pesquisa qualitativa se preocupa nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado”. A pesquisa qualitativa possui alguns referenciais, que identifico, sendo: Trabalho de pesquisa Pessoal, autônomo, criativo e rigoroso, para Severino (2007): 10 “Além da disciplina imposta pela metodologia geral do conhecimento e pelas metodologias particulares de várias ciências, exige-se ainda a disciplina do compromisso assumido pela decisão da vontade. Não se faz ciência sem esforço, perseverança e obstinação”, pg. 218. 10 SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. – 23º Edição. Rev. e atualizada – São Paulo: Ed. Cortez, 2007, Pag. 218. 12 8. ANÁLISE Este artigo resulta de uma análise e investigação sobre o sistema tributário, e os conceitos básicos e necessários para a compreensão da alta carga tributária no Brasil, este artigo é classificado como explicativo, pois é através de métodos dedutivos que se originou uma conclusão particular das pesquisas realizadas. Trata-se de uma análise qualitativa, por serem interpretadas subjetivamente, as informações coletadas foram utilizadas pesquisas documentais e bibliográficas. 9. CONCLUSÃO Através dos textos estudados, foi possível observar o descontentamento com o Sistema Tributário vigente no Brasil. Hoje o contribuinte convive com uma carga tributária alta e as empresas pagam cerca de 60 tributos, entre taxas, contribuições e tarifas. Já os indivíduos trabalham em média quatro meses para pagar impostos. Assim, diante da análise da carga tributária nacional, observamos que o grande problema brasileiro é na concentração das obrigações tributárias. Com isso o Sistema Tributário Nacional vem enfrentando dificuldades, o que se comprova por meio das diversas reformas tributárias inseridas no sistema e que demonstram pouca efetividade na prática. Nesse sentido, é mais do que urgente uma reforma tributária, não para reduzir impostos, mas sim, desenvolver regras claras para inclusive tornar a sonegação quase nula e que na somatória da carga tributária, o tributo direto seja maior do que o tributo indireto. Portanto, um governo comprometido com a redistribuição da renda terá de ampliar o gasto social, alem de reformar o sistema tributário para torná-lo efetivamente mais progressivo, obrigando aqueles que têm mais renda e patrimônio a contribuírem proporcionalmente mais. O Brasil está entre os três países com a maior carga tributária da história, isto porque ainda existem milhõesde pessoas que humildemente padecem diante da mais pura falta de interesse política em por um fim a este sofrimento. Enquanto estamos de braços cruzados, milhões de reais rodam de bolso em bolso dentro de palácios de reis. Enquanto isso estará sempre esperando o retorno do capital investido até que a vida acabe. 13 10. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10520: Apresentação de citações em documentos – Regras Gerais – Rio de Janeiro, jul. 2001. ____________. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação Rio de Janeiro, dez 2005. ARAÚJO, Érika. Carga tributária, evolução histórica: uma tendência crescente. Revista Informe-se, n. 29, jul. 2001. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br>. Acesso em: 28 ago. 2011. Bordin, Luis Carlos Vitali, estudo A Nova Proposta de Reforma Tributária do Governo Federal (unificação do ICMS). CNI. [on line] Disponível na Internet via URL: http://www.cni.org.br/empauta Arquivo Reforma Tributária: Avaliação Positiva. Acesso em: 28 ago. 2011. COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional. São Paulo: Saraiva 2009. CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2008. DELGADO, José Augusto. A interpretação contemporânea do direito tributário e os princípios de valorização da dignidade humana e da cidadania. In: FISHER, Octavio Campos. (Coord.) Tributos e direitos fundamentais. São Paulo: Dialética, 2004, p. 151-173. FIESP/CIESP. [on line] Disponível na Internet via URL: http://www.fiesp.org.br/foc/reforma/ Arquivo com artigo: Uma Reforma para todos os brasileiros, de Horacio Lafer Piva. Acesso em: 01 set. 2011. JUS. NAVIGANDI [on line] Disponível na Internet via URL: http://www1.jus.com.br/doutrina. Arquivo Projeto de minirreforma tributária. Texto de Marcelo Magalhães Peixoto. Acesso em: 28 ago. 2011. LEGISCENTER. [on line] Disponível na Internet via URL: www.legiscenter.com.br/legisvoice/matérias Arquivo com o Artigo: Qual é a Reforma Tributária que efetivamente Precisamos? de Dr. Dênerson Dias Rose. Acesso em: 01 set. 2011. 14 MAGALHÃES, Luís Carlos Garcia de et al. Tributação, distribuição de renda. e pobreza: uma análise dos impactos da carga tributária sobre alimentação nas grandes regiões urbanas brasileiras. Brasília: 2001. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/pub/td/2001/td_0804.pdf>. Acesso em: 03 set. 2011. MINAYO, Maria Cecília de Souza (organizadora), Deslandez Suely Ferreira, Neto Otavio Cruz, Gomes, Romeu. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. – Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1994. OLIVEIRA, Francisco Joelson Feitoza de. Monografia, Curso de graduação em Ciências Contábeis/ Faculdade de Imperatriz – FACIMP, Planejamento tributário – solução em economia para as empresa de materiais de construção de Imperatriz – Imperatriz, 2006. OLIVEIRA, Rúbia Carla Mendes de SANTOS Adiléia Ribeiro: Artigo Científico: Planejamento tributário com ênfase em empresas optantes pelo lucro real. Faculdade de Telêmaco Borba- FATEB-PR RODRIGUES, Jefferson José. Carga tributária sobre os salários. Brasília, 2008. 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