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Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão

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Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão
Gabriela Maffei e Tatiana Palazzo
Aula 9
Reflexão sobre
Definições importantes para o aprendizado da libras
O que devemos observar para iniciar o aprendizado
Reflexão sobre
Composição da língua de sinais
Por onde começar a aprender libras
Definições importantes para o aprendizado da libras
A atuação de educadores bilíngues (surdos e ouvintes) como interlocutores no processo de aquisição da linguagem é de fundamental importância na execução de um projeto que visa à educação dos surdos nas mesmas condições dos outros alunos ouvintes. As crianças com surdez devem ser expostas desde a infância, ou melhor, desde o nascimento, à língua de sinais (L1) para que tenham melhores desempenhos acadêmicos, linguísticos e sociais.
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A surdez é uma experiência visual que traz ao sujeito a possibilidade de constituir sua subjetividade através de experiências cognitivo-linguísticas diversas, mediadas por formas alternativas de comunicação simbólica que encontram na língua de sinais seu principal meio de concretização.
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As experiências às quais esse grupo de pessoas é exposto na vida diferenciam sua percepção e inserção no mundo. Há surdos que têm consciência de sua diferença e necessitam de recursos essencialmente visuais nas suas interações. Outros nasceram ouvintes e, portanto, a audição tinha funcionalidade e o português era L1; outros surdos somente tiveram experiências educacionais oralistas; há ainda os surdos que viveram isolados de toda e qualquer forma padronizada de comunicação.
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O grande desafio para o sistema educacional é lidar com as diferenças e buscar alternativas de como atingir a todos os alunos surdos com histórias linguísticas tão distintas. Não se nega que a pessoa surda apresente uma limitação auditiva, porém busca-se uma concepção de sujeito com potencialidades, traduzidas por construções artísticas, linguísticas e culturais visuais, e não orais-auditivas.
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Língua: conjunto do vocabulário de um idioma e de suas regras gramaticais; idioma. Por exemplo: inglês, português, LIBRAS.
Linguagem é a capacidade que o homem e alguns animais possuem de se comunicar, expressar seus pensamentos. A linguagem é tudo o que envolve significação; pode ser humana (pintura, música, cinema), animal (abelhas, golfinhos, formigas) ou artificial (linguagens de computador, código Morse, código internacional de bandeiras) .
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Língua de sinais ou língua gestual: refere-se ao uso de gestos e sinais em vez de sons na comunicação. É a língua dos surdos e possui a sua própria estrutura gramatical através do canal comunicação visual. A língua de sinais dos surdos urbanos brasileiros é a LIBRAS; em Portugal é a LGP.
LIBRAS: Língua Brasileira de Sinais. É um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos dos surdos brasileiros. Existem diferenças regionais, variações praticadas em cada unidade da Federação, como ocorre com qualquer língua.
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O que devemos observar para iniciar 
o aprendizado
Stokoe, em 1960, já apontava a importância das expressões faciais que devem ser analisadas como fazendo parte da estrutura gramatical das línguas de sinais. Expressões faciais são formas de comunicar algo; um sinal pode mudar completamente seu significado em função da expressão facial utilizada pelo sinalizador.
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Existem dois tipos diferentes de expressões faciais: as afetivas e as gramaticais (lexicais e sentenciais). Segundo esses autores, as afetivas referem-se a sentimentos e/ou emoções – por exemplo, raiva, medo, alegria, desconfiança, entre outras. Já as expressões faciais gramaticais lexicais estão ligadas ao grau dos adjetivos – por exemplo, nos sinais bonito, bonitinho e lindo.
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Segundo Ferreira Brito (1993; 1995), a língua brasileira de sinais é uma língua natural, com estrutura própria e regida pelos princípios universais. Ainda para esta autora, as expressões faciais e corporais têm funções importantes na Língua Brasileira de Sinais, uma vez que elas preenchem a função de entonação, com o intuito de diferenciar as sentenças afirmativas das negativas, das que têm como objetivo a solicitação, e mesmo das sentenças imperativas.
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As expressões não manuais, ou seja, decorrentes de movimentos da face, dos olhos, da cabeça ou do tronco, têm diferentes papéis nas línguas de sinais, sendo eles:
a) marcação de construções sintáticas;
b) diferenciação de itens lexicais.
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As expressões não manuais são aquelas que marcam sentenças interrogativas de resposta tipo “sim” e “não”, sentenças interrogativas, orações relativas, topicalizações, concordância e foco. 
 Em relação às expressões não manuais que marcam diferenciação de itens lexicais.
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Os estudos iniciais da Libras buscaram comprovar e descrever a composição dessa língua:
Unidades mínimas da libras
Configuração de mão (CM)
Ponto de articulação (PA)
Movimento (Mov.)
Orientação da mão (Or.)
Expressões faciais (Exp.)
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Para realizarmos a comunicação em língua de sinais, a execução correta dos movimentos, a posição das mãos e dos dedos, o local do corpo, as expressões corporais e faciais são importantíssimos. Observe os dedos e a posição da mão, do alfabeto e dos números, pois, se houver uma inversão, muda-se a palavra ou o sinal.
Ex: faca/ taca, foca/toca, (F e T somente invertem a posição do dedo indicador quando se faz a datilologia dessas palavras.)
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A Configuração das Mãos pode ser da datilologia (alfabeto manual) ou possíveis movimentos feitos com a mão predominante (mão direita para os destros e esquerda para os canhotos) ou com as duas mãos.
Ponto de articulação é o local onde se faz o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro.
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Os sinais podem possuir movimento ou não. 
A palavra número tem movimento quando é executada, mas telefone já não apresenta movimento.
Os sinais possuem orientação e direção – por exemplo, os verbos “ir” e “vir” se opõem em relação ao direcionamento.
A língua de sinais trabalha o corpo e as expressões faciais para elucidar, clarear e dar as reais dimensões dos assuntos tratados. 
 É necessário que o sinal venha acompanhado de expressões que o identifiquem.
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Composição da língua de sinais
Segundo Britto (1995), as sentenças da LIBRAS são mais flexíveis no que diz respeito à ordem das palavras ou constituintes do que as sentenças do português, de modo que a topicalização, muito mais frequente do que no português, pode ser considerada regra geral na LIBRAS.
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Para muitas pessoas, a comunicação por meio dos sinais ocorre pela soletração das vogais e consoantes, mas o uso do alfabeto datilológico é apenas um dos recursos das línguas de sinais, cuja função é a soletração de palavras tais como nomes próprios, siglas, empréstimos, que ainda não possuem sinais próprios ou que, para determinado grupo ou pessoa, seja desconhecido. Os pronomes são indicados por apontamento.
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As frases interrogativas – quem, como, quando, onde e por que são representados por meio da expressão facial e, na maioria das vezes, no final das frases.
Os sinais de pontuação – vírgulas, ponto final e ponto de interrogação –, às vezes, são desenhados no ar.
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Os verbos são usados no infinitivo.
O tempo é marcado sintaticamente por meio de advérbios de tempo e estes geralmente vêm no começo da frase, mas podem ser usados também no final.
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Os adjetivos são sinais que formam uma classe específica na LIBRAS e sempre estão na forma neutra, não havendo, portanto, marca para gênero (masculino e feminino) nem para número (singular e plural).
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Em LIBRAS, os classificadores são configurações de mãos que, relacionadas a coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordância, substituindo o nome que as precede, podendo vir junto ao verbo para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. Exemplo: o verbo “cair” para pessoa é diferente do verbo “cair” para papel. Existem diferenças entre os numerais cardinais e ordinais. Os números também apresentam variações.
Números cardinais para: número do ônibus, da casa, do apartamento, do telefone etc.
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Por onde começar a aprender libras
Aprender a sinalizar: oi, obrigado, por favor, desculpa, bom dia, boa tarde e boa noite faz toda diferença e aproxima nossa teoria da prática, faz com que tenhamos uma concepção com uma atitude condizente.
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Na educação, o aprendizado ocorre com maior fluidez quando ele é funcional, quando os alunos percebem sua utilidade no dia a dia. Temos que aproximar a escola e o ensino da vida dos alunos. Agora que temos um vínculo criado através das atitudes de boas maneiras, podemos iniciar o aprendizado deste idioma, a LIBRAS, mas nunca esquecendo que ele precisa ser contextualizado.
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O aprendizado das letras auxiliará na escrita dos nomes, dos endereços ou de qualquer informação que não tenha sinal padronizado. Os números ajudam a identificar RG, CPF, telefone, celular ou qualquer coisa que use numeral.
Qualquer sinal deve ser criado por pessoas surdas, e nunca por ouvintes. Este sinal será como uma identificação pessoal, será algo com características próprias para determinada pessoa, lugar, comida, bebida etc.
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Por exemplo: um homem pode ter um bigode que para a pessoa surda que está elaborando o sinal o caracterize ou uma pessoa pode ter algo na testa, uma mancha ou uma pinta que chame a atenção ou que seja algo que somente esta pessoa possui ficando estes o sinal para identificá-las.
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A experiência mostra que a aprendizagem de uma língua, oral ou gestual, ocorre com maior rapidez quando as aulas têm constantemente o uso da língua que esta sendo ensinada para que o aluno possa pensar e interagir somente nesta língua, sem buscar na sua L1 recursos para L2, uma que vez cada idioma tem sua estrutura gramatical, sintática, semântica e morfológica própria. 
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Aprender língua de sinais requer atenção visual, discriminação visual, memória visual, expressão corporal e facial, além de agilidade manual, pois é uma língua percebida pela visão.
Pensar em temas geradores para adquirir vocabulário em contexto é a ideia central.
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Referências
BRITO, F. Por uma gramática das línguas de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995. Disponível em: http://www.ines.org.br/ ines_livros/FASC7_INTRO.HTM
CAPOVILLA,F.C.&RAFHAEL,W.D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da língua brasileira de sinais. São Paulo,SP:EDUSP,2001.
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Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão
Gabriela Maffei e Tatiana Palazzo
Atividade 9
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