Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
- Os organismos utilizam uma diversidade de mecanismos de reparo que, em conjunto, empregam cerca de 100 proteínas conhecidas; - O DNA é a única molécula que os organismos reparam, em vez de substituir; - Tanto a DNA polimerase I quanto a DNA polimerase III são capazes de realizar a excisão das bases malpareadas inseridas erroneamente. Reversão direta de DNA danificado - Regenera a base normal de forma direta; - Embora a maior parte dos tipos de danos seja essencialmente irreversível, as lesões podem ser reparadas por meio de reversão direta em alguns casos; - CPD fotoliase: pode reparar o dímero de pirimidina ciclobutano (CPD) → se liga ao fotodímero e o divide para regenerar as bases originais, esse mecanismo de reparo é a fotorreativação, pois a enzima necessita de luz para atuar (na ausência de luz outras vias de reparo são usadas); - Alquiltransferases: removem determinados grupos alquila que foram adicionados à posição O-6 da guanina por mutágenos tais como nitrosoguanidina e etilmetanossulfonato – esse sistema de reparo pode ser saturado se o nível de alquilação for suficientemente alto; Reparo por excisão de base - Sistemas de reparo importantes exploram as propriedades da complementaridade antiparalela para restaurar os segmentos de DNA danificados até o seu estado não danificado inicial; - Essas vias incluem a remoção e a substituição de uma ou mais bases; - Após a revisão do DNA pela DNA polimerase, o reparo por excisão de base é o mecanismo mais importante utilizado para remover bases incorretas ou danificadas; - O Reparo por Excisão de Base é realizado por DNA glicosilases que clivam as ligações base-açúcar, liberando, assim, as bases alteradas e gerando sítios apurínicos ou apirimidínicos (AP); - A endonuclease AP em seguida corta o filamento danificado upstream (acima na fita) do sítio AP; - Desoxirribofosfodiesterase, limpa o arcabouço ao remover um trecho de resíduos açúcar-fosfato vizinhos; - Assim, a DNA polimerase pode preencher o intervalo com nucleotídios complementares ao outro filamento. - DNA ligase em seguida sela o novo nucleotídio no arcabouço. Reparo por excisão de nucleotídeo (NER) - Repara danos mais extensos que distorcem a hélice do DNA e impedem a continuidade da síntese de DNA; - É capaz de desfazer os bloqueios da replicação e da transcrição e reparar o dano; - Duas doenças autossômicas recessivas em seres humanos, o xeroderma pigmentoso (câncer de pele e distórbios nerológicos) e a síndrome de Cockayne (distúrbios de desenvolvimento), são causadas por defeitos no reparo por excisão de nucleotídeo; - O NER ocorre em 4 fases: Reconhecimento da(s) Base(s) Danificada(s) → Montagem de um Complexo Multiproteico no Sítio → Corte do filamento danificado de diversos nucleotídios upstream e downstream do sítio danificado e remoção dos nucleotídios (aproximadamente 30) entre os cortes → Utilização do filamento não danificado como molde para a DNA polimerase, seguida pela ligação do filamento. - Há dois tipos de NER: - Reparo por Excisão de Nucleotídio Genômico Global (GG-NER): corrige lesões em qualquer local do genoma e é ativado por forquilhas de replicação paradas - iniciado quando um complexo proteico de XPC e RAD23B reconhece uma dupla-hélice distorcida causada por uma base danificada e se liga ao filamento oposto; - Reparo por Excisão de Nucleotídio Acoplado à Transcrição (TC-NER): repara as regiões transcritas do DNA - iniciado quando um complexo deRNA polimerase é parado por uma lesão do DNA no filamento transcrito e CSA e CSB se ligam nesse sítio para formar um complexo de reconhecimento; - Embora a etapa de reconhecimento seja diferente, tanto GG-NER quanto TC-NER compartilham as últimas quatro etapas; - As diferenças nos sintomas das doenças XP (mutações em um dos oito genes que codificam as proteínas XPA a XPG) e síndrome de Cockayne (mutação em uma de duas proteínas denominadas CSA e CSB) ocorrem em virtude de mutações em diferentes classes de proteínas de reconhecimento; - Todo o processo de reparo da NER está representado na imagem Reparo Pós-Replicação | Reparo de Malpareamento - Reduz a taxa de erro para menos de 10–9 ao reconhecer e reparar as bases malpareadas e as pequenas alças causadas pela inserção e pela deleção de nucleotídios (indels) no período da replicação; - Realizam três importantes passos: Reconhecer pares de bases malpareados → Determinar qual base é a incorreta no malpareamento → Excisar a base incorreta e realizar a síntese de reparo - A primeira etapa no reparo de malpareamento é o reconhecimento do dano no DNA recém-replicado pela proteína MutS; - A ligação dessa proteína às distorções na dupla-hélice de DNA causadas por bases incompatíveis inicia a via de reparo de malpareamento ao atrair três outras proteínas para o sítio da lesão (MutL, MutH e UvrD); - A proteína-chave é MutH, que realiza a função crucial de cortar o filamento que contém a base incorreta; - Os erros de replicação produzem pareamentos errados no filamento recém-sintetizado e, assim, o sistema de reparo de malpareamento substitui a base naquele filamento; - Para distinguir o filamento-molde antigo do filamento recém-sintetizado, o sistema de reparo se aproveita de um atraso na metilação → síntese contínua e descontínua; - A proteína MutH corta o sítio de metilação no filamento que contém A ainda não metilada – enzima adenina metilase leva um tempo para reconhecer e modificar na fita descontínua; - Após o corte no sítio, a proteína UrvD se liga ao corte e utiliza a sua atividade de helicase para desenrolar o DNA; - Uma proteína de ligação a filamento único protetora reveste o filamento parental desenrolado, enquanto a parte do novo filamento entre o pareamento errado e o corte é excisada. Reparo Propenso ao Erro | Síntese de DNA translesão - Via de reparo que é fonte de mutações; - A parada de forquilha de replicação pode ser contornada pela ativação do Sistema SOS; - A indução de SOS é um mecanismo de último recurso, um tipo de tolerância ao dano, que possibilita que uma célula troque a morte por um determinado nível de mutagênese; - O sistema SOS dá origem a mutações enquanto possibilita que a DNA polimerase contorne lesões nas forquilhas de replicação paradas; - Na primeira etapa do SOS, a luz UV induz a síntese da proteína RecA; - As proteínas RecA unem-se às proteínas de ligação a filamento único e formam um filamento de proteína– DNA; - RecA atua como um sinal que leva à indução de diversos genes que codificam membros de uma família de DNA polimerases (polimerases translesão/de bypass - conseguem tolerar adutos incomumente grandes nas bases) que conseguem contornar o bloqueio da replicação e que são distintas das polimerases replicativas; - As polimerases de bypass apresentam bolsões muito maiores, que conseguem acomodar bases danificadas - elas conseguem adicionar apenas alguns nucleotídios antes de sair; - A principal função de uma polimerase propensa a erro é desbloquear a forquilha de replicação. - A troca de polimerases requer a adição de um monômero de uquitina. Reparo de Quebras Bifilamentares - A exposição aos raios X com frequência causa a quebra de ambos os filamentos da dupla-hélice em sítios bem próximos → quebra bifilamentar - podem causar uma diversidade de aberrações cromossômicas, resultando em morte celular ou um estado pré-canceroso; - A produção de quebras bifilamentares é uma característica integrante da recombinação meiótica; - As quebras bifilamentares podem surgir ou podem ser induzidas porradiação ionizante; - Dois mecanismos distintos reparo das quebras bifilamentares: junção de extremidades não homólogas e recombinação homóloga; Junção de Extremidades Não-Homólogas (NHEJ) A via NHEJ é iniciada quando duas proteínas muito abundantes, KU70 e KU80, ligam-se às extremidades quebradas, formando um heterodímero que atua em duas funções: previne lesão adicional às extremidades e recruta outras proteínas que cortam as extremidades do filamento para gerar as extremidades 5′-P e 3′-OH que são necessárias para a ligação Recombinação Homóloga - O dano pode ser corrigido por meio de um mecanismo livre de erros denominado pareamento de filamento dependente de síntese (SDSA); - Utiliza as cromátides-irmãs disponíveis na mitose como moldes para assegurar o reparo correto; - Inicia-se pela a ligação das extremidades quebradas por meio de proteínas especializadas e enzimas, o aparo das extremidades 5′ por uma endonuclease para expor as regiões unifilamentares e o revestimento dessas regiões com proteínas que incluem o homólogo de RecA, Rad51; - Rad51 forma longos filamentos na medida em que se associa à região unifilamentar exposta; - O filamento de DNA-Rad51 participa em uma busca pela cromátide-irmã não danificada para a sequência complementar que será utilizada como molde para a síntese de DNA → invasão de filamento; - A extremidade 3′ do filamento invasor desloca uma das cromátides-irmãs não danificada, que forma uma alça D e inicia a síntese de DNA a partir de sua extremidade 3′ livre; - A síntese do novo DNA continua a partir de ambas as extremidades 3′ até que ambos os filamentos se desenrolem de seus moldes e se pareiem; - A ligação sela os cortes, deixando um trecho reparado de DNA que apresenta uma característica muito distinta: ele foi replicado por meio de um processo conservativo → ambos os filamentos foram recém- sintetizados. Recombinação Meiótica - Uma quebra bifilamentar inicia o crossing over; - A recombinação é iniciada quando uma enzima denominada Spo11 realiza cortes no DNA bifilamentar em uma das cromátides que irá recombinar; - A Spo11 protege as extremidades contra danos adicionais, incluindo a recombinação espúria com outras extremidades livres e pode atrair outras proteínas que são necessárias para a próxima etapa na recombinação; - É muito semelhante ao que ocorre no reparo de quebras bifilamentares nas células em divisão; - As extremidades 5′ são aparadas novamente (resseccionadas) e um complexo proteico (inclui a Rad51) se liga às extremidades 3′ unifilamentares; - A partir desse momento a recombinação diferencia-se totalmente do reparo bifilamentar; - Na meiose, Rad51 se associa a outra proteína, Dmc1, que está presente apenas durante a meiose; - O filamento que contém Rad51 e Dmc1 conduz uma busca por uma sequência complementar; - Ao contrarío do reparo bifilamentar, o filamento busca uma cromátide não irmã do cromossomo homólogo e não a cromátide-irmã; - A busca culmina com a invasão do filamento e a formação da alça D, assim como no reparo de quebra bifilamentar; - Esses eventos são necessários para a formação de quiasmas na meiose I → os homólogos se tornam conectados como um resultado da recombinação.
Compartilhar