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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Economia
Teoria da Dinâmica Capitalista 
Professora: Ana Cristina Reif
Monitora: Fabianna Bacil
Lista 4: Schumpeter
O que constitui inovação para Schumpeter? O que é “destruição criadora?
Schumeter adota uma noção ampla de inovação, que abrange, entre outros, a criação de: (i) novos produtos; (ii) novos métodos de produção; (iii) novos métodos de transporte; (iv) novos mercados; (v) novas formas de organização industrial. Schumpeter classifica as inovações entre estrutural (quando ocorre em um setor, mas possui transbordamento para outros) e incremental (pontual).
“Destruição criadora”: as inovações são mutações industriais que revoluciona incessantemente a estrutura econômica a partir de dentro, destruindo o antigo e criando elementos novos. De forma mais simplificada, a destruição criadora significa que ainda que a inovação resulte na extinção de um setor inteiro da economia, ela criará outros em seu lugar (exemplo: charrete e carros). O processo de destruição criadora é o faz o capitalismo evoluir constantemente, obrigando as empresas a se adaptarem e renovarem com frequência. Os resultados da destruição criadora precisam ser analisados ao longo de um período de tempo.
Compare a noção de concorrência das teorias clássica, neoclássica e schumpeteriana.
Teoria clássica: a noção de concorrência está intimamente interligada com a livre mobilidade de capital entre as indústrias, permitindo a livre entrada e saída de empresas (ausência de barreiras à entrada e à saída). Ou seja, a noção de concorrência é contrária à existência de monopólios (com exceção do monopólio natural) e oligopólios. Assim, o ponto central da noção clássica de concorrência é a concorrência de capital – o capital se move saindo das indústrias com menor lucro e indo para aquelas com lucro maior – cujo resultado é a existência de uma taxa de lucro homogênea entre toda a economia (taxa de lucro de equilíbrio) e os preços naturais ou de equilíbrio. A teoria clássica não dá enfoque à questão da concorrência em si, se interessando mais por seu resultado.
Teoria Neoclássica: Consiste basicamente na noção de concorrência perfeita, que envolve a atomicidade de mercado (mercado formado por indústrias pequenas, incapazes de influência individualmente o preço, sendo price takers); determinação do preço via equilíbrio entre demanda e oferta; P=CMg. A noção neoclássica de concorrência é estática e passiva, baseada na ideia de eficiência alocativa. Novamente, neste caso “concorrência” e a existência de monopólios (com exceção do monopólio natural) e oligopólios são contrários.
Schumpeter: ao contrário das demais teorias, para Schumpeter a questão da concorrência é central. Em oposição às teoria clássica e neoclássica e continuando a visão de Marx, a concorrência schumpeteriana se insere em uma visão do sistema capitalista como dinâmico. A evolução do sistema capitalista se dá a partir das inovações (sua introdução e difusão) constantes – a concorrência neste caso é via inovações, principalmente, não apenas via preços. O espaço econômico no qual as empresas operam tanto influencia a concorrência quanto é modificado por ela. A inovação decorre de uma estratégia deliberada, ou seja, a concorrência não é passiva, condicionada pelo mercado ou pela estrutura, mas sim ativa, afetada e condicionada pelas estratégias das empresas individuais; a interação entre as estratégias das empresas (estratégias competitivas) e as estruturas de mercado preexistentes se afetam mutuamente. A inovação resulta da busca do empresário pelo lucro extraordinário (o lucro normal é o lucro zero), obtido a partir da diferenciação do produto. Assim, a noção de concorrência de Schumpeter não é oposta à existência de monopólios: se a inovação é bem sucedida, ela resulta em uma situação de monopólio, que perdura enquanto aquela inovação não for difundida entre os demais produtores, podendo ser temporária ou não. É justamente a possibilidade de lucro extraordinário que impulsiona a busca do empresário por inovações constantes. Neste sentido, a existência de patentes e outros mecanismos que protejam (ao menos temporariamente) a empresa criadora da inovação da cópia (que leva à situação de lucro zero) é vital para manutenção dos incentivos aos empresários. A concorrência implica o surgimento permanente e endógeno de diversidade no sistema econômico capitalista. Estes fatores contrapõem a teoria de Schumpeter à clássica e à neoclássica. A concorrência de Schumpeter tem aspecto ativo (busca pela criação de novas oportunidades lucrativas) e passivo (momento da cópia, da difusão da inovação, que é o momento da eliminação das diferenças). Além disso, há concorrência efetiva e a concorrência potencial, ambas impulsionam a busca por inovações.
Resumidamente: “em contraste com o enfoque estático tradicional, a concorrência na economia capitalista passa a ser vista como um processo evolutivo, e portanto, dinâmico, gerado por fatores endógenos ao sistema econômico capitalista, notadamente, as inovações que emergem incessantemente da busca de novas oportunidades lucrativas por parte das empresas em sua interação competitiva”. 
Quais críticas Schumpeter faz ao livre mercado como modelo ideal?
As inovações, resultantes da busca por diferenciação causada pela competição (efetiva ou potencial) torna irrelevantes estratégias que se baseiam na manutenção do estado atual (estado estacionário). Em um cenário inovador e em constante mudança, o investimento a LP é muito mais incerto e arriscado. Assim, é importante que se tenha medidas de proteção, como patentes. São essas práticas protecionistas que viabilizam as inovações que fazem o capitalismo evoluir. Os resultados são sentidos a LP, uma vez que as inovações elevam a quantidade e a qualidade da produção.
A proteção temporária à empresa inovadora é importante para viabilizar a inovação. O processo de desenvolvimento é caro e só se justifica com a possibilidade de lucros extraordinários, ainda que de forma temporária, após sua introdução na produção. 
Além disso, nem toda concorrência imperfeita é prejudicial e reduz o bem estar: um monopólio, por exemplo, pode continuar buscando inovações que permitam produzir maior quantidade e um produto de qualidade superior por causa da ameaça presente de competição (competição potencial). A própria condição de monopólio permite investimento em inovações que não ocorreriam em outras estruturas de mercado, pois o monopolista deve deter métodos superiores que não são compartilhados pelos seus “concorrentes”. Essas vantagens de preços e recursos do monopolista levam a uma situação financeira superior, que permite maior investimento em inovações. Não necessariamente o monopólio leva a uma situação de preço maior e quantidade menor. Por fim, a inovação bem sucedida pode levar a uma situação de monopólio (que pode ou não ser temporário) pelo período no qual a inovação que diferencia aquele produtor é detida apenas por ele, permitindo lucros extraordinários. Esse monopólio será cessado quando a inovação for disseminada entre a indústria, a partir da cópia, por exemplo, momento no qual o lucro extraordinário também acabará.
Preços rígidos não são incompatíveis com a evolução do sistema, já que a inovação permite que o preço de uma mercadoria não se altere mas que a qualidade desta mercadoria seja superior. Outra possibilidade é a inovação ter grande impacto na estrutura de custos, permitindo que a nova mercadoria tenha preço bem menor sem ter impacto no preço dos demais bens. A rigidez de preço é um fenômeno de curto prazo, os preços respondem às inovações.
A concorrência imperfeita é incompatível com o progresso tecnológico, sendo eliminada assim que há alguma inovação (sua eliminação pode ser resultante da inovação ou de políticas adotadas para este fim).
Schumpeter quer demonstrar que a concorrência perfeita não é necessariamente o melhor sistema, ao contrário do que as teorias clássica e neoclássica afirmam. A firma do mercado competitivoacaba sendo inferior em termos de eficiência interna, já que não há estímulo à inovação que leva a mudanças na estrutura produtiva e de custo. A grande empresa é fundamental no progresso da economia, tendo papel principal na busca por inovações.
Compare a noção de inovação nas teorias de Schumpeter e de Kalecki.
Kalecki coloca a inovação como decisiva para a criação de tendência positiva no ciclo econômico (na equação It+ϴ = [a/(1+c)].It + 1/(1-q).[b'+ e/(1-α’)].∆It-w+/∆t + d', as inovações se encontram inseridas no termo d’), assim como Schumpeter. Entretanto, enquanto Kalecki aborda as inovações como exógenas, Schumpeter as encara como endógenas ao sistema capitalista. Para Schumpeter, as inovações determinam o desenvolvimento da economia, que ocorre quando há ruptura do fluxo circular de renda, causada pelas inovações que alteram a estrutura de custo da firma. A inovação gera o ciclo, gera desenvolvimento (qualitativo), em oposição ao mero crescimento (quantitativo).

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